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Andrew Keen: O Anticristo do Vale do Silício

23 de Junho de 2016, 12:20 , por Mídia Colaborativa: Uma Análise Crítica - | No one following this article yet.
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Postular a popularização de blogs, redes sociais e sites que trazem informações feitas por anônimos (como a Wikipedia, Twitter ou o Youtube) como um fenômeno democrático pode parecer um assunto óbvio e repetitivo. O tema em questão é considerado um standart, ou seja, não tem como discordar da importância da Web 2.0 para a sociedade atual, onde a rapidez e a praticidade para enviar e receber informações, sejam na forma de e-mails, torpedos de celular, ou até mesmo nas atualizações do Facebook, é tida como vital para qualquer cidadão antenado com o que está acontecendo, seja na sua vizinhança ou no outro lado do mundo.

É por isso mesmo que um escritor inglês, radicado há muitos anos nos Estados Unidos (mais precisamente no Vale do Silício, lar das maiores empresas, companhias e desenvolvedoras de softwares e tecnologias digitais do mundo) vem causando tanta polêmica. Em seu livro "O Culto do Amador", o jornalista Andrew Keen critica ferozmente o valor exagerado que a sociedade tem pela publicação de material jornalístico, seja na forma de notícias ou até mesmo uma crítica de um produto cultural, por aqueles que não possuem formação humana e profissional na área. Ele aponta que o "Culto à criança" é um dos responsáveis por esse fenômeno. Segundo Andrew, muitos pensam que um jovem da geração y sabe tanto quanto um PhD formado em Harvard. Porém, de acordo com o jornalista, isso não é verdade, pois a experiência acumulada ao longo da vida é um fator essencial para a qualidade do serviço feito por um profissional.

Não há como negar um crescente sentimento narcisista em parte da população. Jimmy Wales, um dos fundadores da Wikipedia, disse certa vez que ele não confia mais em um doutor do que em um adolescente de 15 anos.  Desde cedo, a maioria das crianças aprendem que são especiais e isso futuramente pode acabar em uma frustrante constatação de que nem todas elas são talentosas.

É através desse argumento que o autor formula a sua tese. Na contramão de seus colegas de Silicon Valley, o jornalista sugere que a internet está acabando com a cultura, o conhecimento e a economia, principalmente dos Estados Unidos. De acordo com Keen, a própria Wikipedia, "com seus milhões de editores amadores e conteúdo não confiável, é o 17º site mais acessado da internet; Britannica.com, com seus 100 ganhadores do Prêmio Nobel e 4 mil colaboradores especialistas, está em 5.128º lugar". Esse fenômeno pode ser comprovado através de uma rápida pesquisa no Kindle. O site criado por Jimmy Wales é a primeira sugestão do gadget, sendo a fonte mais acessada por seus usuários.

A conclusão de Keen é polêmica. O inglês afirma que as pessoas não são iguais, pois umas possuem talento e outras não. Por fim, ele complementa dizendo que o ser humano que não possui conhecimento suficiente não deve fazer o trabalho de um jornalista, cujo papel é justamente mostrar aos leigos o caminho a ser trilhado e seguido.

A revolução da internet e da tecnologia digital é um caminho sem volta. Na verdade, até o próprio Andrew Keen é um fanático por dispositivos digitais como o iPhone ou o iPad, como todo profissional formado no Vale do Silício deveria ser. Ele ainda avisa que o jornalismo feito à moda antiga acabou. Está morto e sepultado e nós temos que nos adaptar.

A questão que fica é a seguinte: qual é o futuro do profissional da comunicação? Para Keen, as faculdades de jornalismo estão com os dias contados. É difícil imaginar um mundo sem os jornais de papel, mas é ainda mais difícil pensar em um mundo com a presença deles.

Seja ele um picareta amargurado, que quer apenas parecer diferente dos outros ao discursar contra toda uma cultura instituída ou, por que não, um revolucionário incompreendido, certas indagações de Andrew são interessantes e podem ser abertas à discussão. Acabar com o que já foi construído é impensável. O que pode ser sugerido é apenas utilizar uma dose saudável de ceticismo sempre que for pesquisar algo pela internet. O autor diz que ela dificulta o discernimento entre o verdadeiro ou falso, mas charlatões sempre existiram. Talvez esteja aí o papel do jornalista moderno, lançar uma luz amiga nesse infinito universo virtual.

Confira o blog de Andrew Keen:

http://andrewkeen.typepad.com/


Também dê uma olhada na participação do jornalista do Vale do Silício programa Milênio, da Globo News, onde ele trata de todos os assuntos polêmicos abordados por ele em sua obra:

http://www.youtube.com/watch?v=zPm6OCGNerU


Fonte: http://midiacolaborativa.blogspot.com/2011/06/andrew-keen-o-anticristo-do-vale-do.html

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