No Congresso há um embate em torno da CPI. O presidente Lula (PT) já afirmou publicamente ser contrário à CPI, mas aliados insistem na ideia. Entre os aliados, no Senado, os mais ferrenhos defensores da comissão são Soraya Thronicke (União Brasil-MS) e Renan Calheiros (MDB-AL).
Por Redação – de São Paulo
Perguntado por repórteres, nesta quarta-feira, sobre a possibilidade de instalação da chamada ‘CPI do golpe’ para investigar o terrorismo bolsonarista instalado em Brasília no dia 8 de janeiro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, acredita que o mecanismo não teria muito a oferecer. A possibilidade ainda é discutida no Congresso, com poucas chances de seguir adiante.

Para Dino, as investigações feitas pela Polícia Federal (PF) têm se desenvolvido a contento e uma CPI dificultaria o avanço de pautas caras ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como a reforma tributária.
— A CPI é uma prerrogativa do Parlamento. Pode ocorrer, claro. Respeitamos a autonomia do Parlamento. Apenas temos feito a ponderação no sentido de que as investigações hoje feitas pela Polícia Federal, sob a supervisão do Ministério Público e atendendo a decisões do Poder Judiciário, atendem plenamente ao objetivo de investigação, de esclarecimento da autoria dos crimes que foram perpetrados — afirmou o ministro.
Momento
No Congresso há um embate em torno da CPI. O presidente Lula (PT) já afirmou publicamente ser contrário à CPI, mas aliados insistem na ideia. Entre os aliados, no Senado, os mais ferrenhos defensores da comissão são Soraya Thronicke (União Brasil-MS) e Renan Calheiros (MDB-AL), mas há votos favoráveis também na oposição.
— Seria uma CPI redundante que talvez resultasse na perda de foco em relação ao principal, sobretudo à reforma tributária que, ao nosso ver, hoje, é estratégica para o momento que o Brasil vive — concluiu Dino.