A declaração de Lira foi encarada no comando político do governo Lula, segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil, como um recado claro ao Palácio do Planalto, horas antes de Lula participar de uma reunião com o objetivo de ouvir as explicações do ministro das Comunicações, Juscelino Filho.
Por Redação – de Brasília
Líder do governo no Senado, o ex-governador baiano Jaques Wagner (PT-BA) afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) possui uma base “consolidada” na Casa Legislativa, ao contrário do que foi dito pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na segunda-feira, quando afirmou que o Palácio do Planalto “não tem uma base consistente” para aprovar projetos de interesse do governo.
O senador Jaques Wagner é o líder do governo Lula, no Senado
— Essa é uma opinião dele, eu respeito como presidente da Casa, mas na hora que a gente for votar uma matéria é que a gente vai conferir. A gente tem aqui no Senado uma coisa consolidada, não vejo problema aqui. Na minha conta, são mais de 50 senadores na base. Mas o que estou falando é que tudo depende da matéria. Pode ter até alguém do PT, em determinada matéria, por uma questão de consciência, votar assim ou assado. É difícil. Essa linearidade não existe — disse Wagner, à mídia conservadora.
Juscelino
A declaração de Lira foi encarada no comando político do governo Lula, segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil, como um recado claro ao Palácio do Planalto, horas antes de Lula participar de uma reunião com o objetivo de ouvir as explicações do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), acerca das denúncias de ter utilizado uma avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e recursos públicos para participar de um leilão de cavalos de raça em São Paulo.
— Nós teremos um tempo para que o governo se estabilize internamente. Porque, hoje, o governo ainda não tem uma base consistente nem na Câmara, nem no Senado, para enfrentar matérias de maioria simples, quanto mais matéria de quórum constitucional — disse Lira, na véspera.
Apesar de comandar três ministérios no governo Lula (Comunicações, Turismo e Integração), o União Brasil não está fechado em torno do apoio ao Planalto. Há ainda, entre os senadores da sigla, o ex-juiz incompetente e parcial Sergio Moro (PR), autodeclarado inimigo de Lula, o que caracteriza o apoio incerto da legenda ao novo governo.
