Deixa de ser uma ideia solitária e ganha corpo em dezenas de instituições particulares. Graças a outros pais que aspiravam o mesmo sonho e a vida se encarregou de nos apresentar. E a internet também.
Por Fábio Lau – do Rio de Janeiro
Quinta-feira foi um dia para lá de fundamental na minha e na vida de muita gente boa. Realizamos o primeiro encontro virtual de pais e representantes de crianças pretas matriculadas em escolas privadas.

Trata-se do Movimento Antirracista.
Deixa de ser uma ideia solitária e ganha corpo em dezenas de instituições particulares. Graças a outros pais que aspiravam o mesmo sonho e a vida se encarregou de nos apresentar. E a internet também.
Diversidade
Em muitos casos, as comissões de pais brotam do entendimento e consciência dos próprios responsáveis, muitos dos quais brancos e com filhos brancos.
Em outros, as escolas tomam a iniciativa de organizar projetos de inserção em defesa da Cultura e diversidade.
Este foi o primeiro de muitos encontros. E o que mais comoveu, particularmente, foi a fila de espera daqueles que queriam participar e mudar esta realidade.
Alerta
Vou trazer aqui o depoimento de uma mãe que preservarei anônima:
– Estudei na escola (…) entre os anos 80 e 90. Era uma escola branca. Hoje, mãe de um filho adotado, preto, tenho orgulho de levar e buscar e perceber que ele não é o único representante da raça. E vejo que há uma convivência entre todos cordial e pacífica. A criança não é racista. Se torna quando o inadiável princípio da inclusão é ignorado.
Um pai preto, ciente do que representa o Movimento, alertou a todos:
— Não gostaria que meu filho, preto, estudasse numa escola apenas para que seus donos e outros pais, brancos, reduzam sua culpa. A mudança precisa ocorrer dentro de cada um.
Um pedido? Ajude a montar o Movimento Antirracista na escola do seu filho.
Fábio Lau é jornalista.