De uns tempos para cá o futebol deixou de ser o esporte mais popular do Brasil.
Ainda tem, é claro, muitos torcedores fanáticos, capazes de fazer as maiores loucuras.
Conheci, no velho Estadão, um corintiano que, provocado por mim, que lhe perguntei o que faria se abrisse o jornal de manhã e lesse uma manchete dizendo que o Corinthians tinha acabado, respondeu, curto e grosso:
- A minha vida também acabava naquele momento.
Logo depois, em voz baixa, tomado pela emoção, fez uma confissão surpreendente:
- O Corinthians é a coisa mais importante da minha vida, mais importante que a minha mulher, que meus filhos...
Pois bem, acredito que ainda existam no Brasil pessoas como esse meu antigo colega.
Mas o esporte que mais tem fascinado os brasileiros atualmente é esse dedicado a caçar os variados tipos de corruptos que infestam a sociedade.
Não passa um dia sem que um nome de um novo mestre em corrupção seja revelado, para orgulho de todos nós, que desejamos ver o Brasil sempre entre os primeiros do mundo seja lá no que for.
É um tal de "fulano roubou R$ 100 milhões", "sicrano tinha 20 contas na Suíça", "beltrano cobrava propina até da merenda escolar"...
Uma maravilha!
E o povo acompanha com ansiedade os lances desse jogo, faz as suas apostas, torce com paixão, sofre quando vê o seu corrupto preferido ser ultrapassado por um novato qualquer, que se insinua, como quem não quer nada, entre os preferidos, veteranos já testados e aprovados em todos os tipos de pilantragem.
Há também, como no futebol, os juízes, que a exemplo dos jogadores, têm seus fãs.
Alguns até viraram celebridades, estão sempre dando entrevistas, recebem prêmios diversos, são convidados para expor seus vastos conhecimentos não só sobre as regras do jogo, mas sobre esse fantástico universo da corrupção.
Essa nova febre nacional, ao contrário de outras modinhas, parece que veio para ficar.
Há um esforço das autoridades para que a prática do esporte seja ampliada, mesmo com o risco de que, de tanto que se espalhe, ele seja desvirtuado e acabe incluindo corruptos não tão corruptos, meros aprendizes, ou simplesmente gente honesta.
Outro perigo que ronda a recém-criada liga nacional de caça aos corruptos é a notícia, ainda não confirmada por fontes oficiais, de que existem juízes comprados - ou vendidos, depende do ponto de vista -, que têm os seus corruptos preferidos, e fazem questão de ignorar outros tão ou mais pilantras que os queridinhos do público.
Se isso for verdade, o escândalo será tão grande que pode comprometer a continuidade desse esporte - para alívio do futebol e infortúnio da Rede Globo de Televisão, que está investindo pesado nele. (Carlos Motta)
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