Da mesma forma que a consumação do golpe que afastou Dilma Rousseff da Presidência da República foi um dos mais vergonhosos episódios da história do Brasil, o fim melancólico do governo golpista, apenas um ano depois de iniciado, é motivo de tristeza para quem acredita nos valores democráticos.
É óbvio que todos os que fazem parte desse governo de canalhas e corruptos, e todos os que o apoiam, não merecem outra sorte a não ser a mais severa responsabilização pelos seus crimes e o repúdio de toda a sociedade.
O motivo da consternação é outro.
É ficar sabendo, da maneira mais dura possível, que a nação foi capaz de gerar tais monstruosidades, vê-las crescer e dominar amplamente todas as instituições, alimentá-las, deixá-las conduzir a vida de milhões de pessoas, e determinar como será o futuro das próximas gerações.
Os Aécio, os Temer, os Cunha, todos esses seres ignóbeis, não surgem do nada.
Todos eles chegaram onde chegaram utilizando as ferramentas do nosso sistema social e econômico, com a ajuda de tantos outros parasitas - e o voto de milhões de analfabetos políticos.
O Brasil é o que é, esse triste, injusto e desigual país dominado por uma oligarquia predadora, escravocrata e ignorante, por culpa de seu próprio povo, que não só permite que haja um corrupto em cada esquina, mas faz questão de criá-lo, ao adotar, como sua única lei, aquela que diz que o bom é levar vantagem em tudo.
Há muitos cidadãos honestos, há mesmo políticos e juízes e policiais e médicos e jornalistas que honram as suas profissões - há, no Brasil, milhões de pessoas que fazem jus ao título de cidadãos.
Mas elas são insuficientes para se opor à barbárie.
São incapazes de moldar o espirito de uma nação de propósitos definidos e projetos de desenvolvimento que os leve ao Primeiro Mundo, ao século 21.
É mínima a esperança de que, a partir da implosão desse governo mafioso e seus apoiadores, surja algo novo capaz de colocar o país aos trilhos do desenvolvimento, democracia e valores éticos e morais dignos de uma sociedade avançada.
É mais provável que, das cinzas dos golpistas de 2016, resplandeça, sob os augúrios dos meios de comunicação oligopolizados e a serviço integral dos endinheirados, um salvador da pátria, um Collor redivivo, um "João" maquiado de "trabalhador" - uma fraude que complete a missão de não permitir, sob nenhuma hipótese, que o Brasil deixe de ser, eternamente, o país do futuro. (Carlos Motta)
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