Denise Mello e Bruno Henrique
Cerca de 300 policiais civis acompanham nesta manhã o velório do policial Marcos Antonio Gogola, assassinado nesta quinta-feira (5), em Campo Largo (RMC) durante uma escolta de preso ao consultório odontológico. A presença em massa dos policiais deixa as delegacias de Curitiba e região praticamente sem atendimento a população nesta sexta-feira. De acordo com o presidente do Sindicatos das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol), André Gutierrez, apenas casos de homicídio serão registrados hoje até a meia-noite. “Estamos revoltados com a morte de nosso colega e hoje todos os policiais civis de Curitiba e região estão de braços cruzados em protesto contra o descaso do governo com a categoria”, afirmou Gutierrez, durante o velório de Gogola no cemitério da Água Verde.
Gutierrez afirmou ainda que há dois meses conversou com a secretária de Justiça do Paraná, Maria Tereza Willie Gomes, sobre o desvio de função dos policiais civis que têm que cuidar de presos nas carceragens e fazer escoltas, função da Polícia Militar. “Voltamos a protestar em conversa com a secretária Maria Tereza sobre este desvio e ela nos disse que é mais fácil cuidar dos presos em pequenos grupos nas delegacias do que controlar rebeliões em grandes presídios. Isso é um absurdo e o nosso colega morreu em razão disso. Ela está prevaricando (crime cometido por funcionário público quando retarda ou não cumpre ato de ofício ou o pratica contra disposição legal expressa visando satisfazer interesse pessoal)”, afirmou Gutierrez.
A Banda B procurou a assessoria da secretária Maria Tereza, mas a informação é que ela está em reunião e deve se manifestar na sequência.
No velório, o clima de comoção e revolta tomou conta de todos os presentes. Os três filhos de Gogola e a esposa estavam bastante emocionados. O delegado-geral da Polícia Civil, Riad Farhat, compareceu ao velório mas não quis gravar entrevista. Se limitou a dizer, de forma não oficial, que esta questão (do desvio da função dos policiais civis) é um problema que a Secretaria de Justiça tem que resolver.
Apresentação
No final da manhã, haverá entrevista coletiva no COPE (Centro de Operações Policiais Especiais) para a apresentação dos presos na megaoperação da noite de ontem. Três pessoas foram presas e uma foi morta na troca de tiros com os policiais no bairro Cristo Rei, em Campo Largo. Quase todos os participantes do resgate do preso Dionatan Quadros, de 20 anos, foram presos na ação. Haveria apenas um envolvido ainda foragido. Dionatan está internado porque foi baleado na operação, mas não corre riso de morte.
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