Por Verena Glass
July 30, 2015 16:52Ontem, dia 24 de julho de 2015, ele foi embora. Sem aviso prévio, Vito Giannotti, aos 72 anos, se foi, silencioso. Um silêncio macio que, bem sabem os que o conheceram, nunca foi sua marca. Nascido em Lucca, na Itália, Vito chegou ao Brasil pouco depois do golpe militar. Tinha 21 anos e vinha de uns tempos de aventura como marítimo em um barco de pesca industrial. Gostou daqui e ficou, muito porque, segundo contou em várias entrevistas, se encontrou como militante político (coisa que não logrou, de forma que satisfizesse, em seu país de origem).
Boletim especial da FISENGE – #VitoVive
July 30, 2015 16:50Homenagem da Fisenge ao lutador, amigo e companheiro, Vito Giannotti. Ele desbravou o país em defesa da comunicação e foi o impulsionador da criação de diversas mídias em sindicatos. Não poderíamos pensar em melhor maneira para homenageá-lo senão um boletim especial para ele. Vito, presente! #VitoVive
Confira!
Por Chico Canindé
July 30, 2015 16:44É foda falar de amigos, amigos metas
Amigos moldados em uma metalurgia, temperada a caráter
de amor a ferro em brasa e soldar feridas sociais com solidariedade
temperada na honestidade da amizade.
Vito, vc deixou a gente com um que de que falta algo
com amigos assim fazemos a sarambada sem medo
de que falte crença, sem o enigma do cinismo
Com amigos assim a gente canta cantigas de águas
e peixes brincando como crianças.
Por Celso Campos – O Homem de Lucca
July 30, 2015 16:40Certo dia ele resolvera abandonar toda sua comodidade creio que nada mais nada menos que um pouco de roupa na bolsa, alguns livros na mochila e partira para Jerusalém.
Lá encontrou a sua essência no Homem do Peixe que a ele disse para rasgar todo aquele caralho de trás e o que viesse à frente daquele livro de sabe-se lá quantas páginas... 5350, 6000??
Essa página o jovem nascido na cidade de Lucca, Itália guardara em seu coração por toda a vida. O Homem de Lucca a transmitiu a alguns de seus alunos em dezembro de 2014, com as mesmas palavras que o Homem do Peixe o disse algum dia. Leia mais.
Por Nathalia Faria – Meu avô Vito Giannotti
July 30, 2015 16:36Não lembro a primeira vez que estive com Vito.
Mas sei que naquele dia ele me marcou.
Lembro-me de pensar:
“Que velhinho palavrudo”.
Vito poderia ser meu avô. Aliás, ambos morreram com a mesma idade.
Mas, meu avô, um dos homens mais fantástico que a memória me permite lembrar, não falava palavrões. Nunca.
O Vito falava. E muito.
Aos poucos entendi o porquê.
Vito era diferente. Vito era um trabalhador.
Não que meu avô não o fosse. De fato, era. E daqueles incansáveis. Trabalhava na rua e em casa.
Mas o Vito trabalhava pelos/as trabalhadores/as.
O Vito lutava pelos/as trabalhadores/as.
De tão lutador se fez jornalista.
Para com os/as trabalhadores/as dialogar.
De tão lutador se fez palavrudo.
Porque somente os palavrões podem adjetivar a exploração humana,
A desigualdade,
O preconceito,
A miséria,
O capital.
E de tão palavrudo, inconformado, indignado, se fez terno.
Porque é preciso “Endurecer, sem perder a ternura. Jamais.”
E assim, se fez extremamente radical.
E extremamente amoroso.
Porque a radicalidade e a ternura são complementares, e não antagônicas.
Ontem, Vito foi encontrar o meu avô.
Eu não era próxima a ele.
Por isso, não choro a morte de um amigo. Como fiz com meu avô.
Mas ele era próximo a mim.
Porque a indignação nos faz companheiros.
Por isso, hoje é dia de luto.
Mas, amanhã é dia de luta.
Pelo Vito, pelo meu avô,
Pelos trabalhadores e trabalhadoras,
Desse país tornado injusto.
Pelos trabalhadores e trabalhadoras
que morrem, sofrem, lutam, xingam e sorriem com ternura,
Como o Vito.
Vito Giannotti, presente!
Presente! Presente! Presente!
Sim Nathalia, Vito foi um Presente e Continuará Presente.
* Nathalia Faria é historiadora e professora da FEUC em Campo Grande RJ.








