Por Breno Altman: Morreu um bravo
Luglio 30, 2015 17:09Faleceu, no dia 24 de julho, aos 72 anos, um dos mais dedicados, destemidos e criativos militantes sociais deste país, o italiano Vito Giannotti, brasileiro de coração.
Era um revolucionário sem dogmas e preconceitos.
Quando abraçou a causa do socialismo, em sua pátria natal, soube dos kibutz israelenses e teve a esperança de que lá, no final dos anos 50, nascia um mundo novo.
Arrumou suas malas e mudou-se para Israel, sem ter qualquer vínculo com o judaísmo.
Quebrou a cara. Decepcionou-se com o que viu e viveu. Rapidamente desistiu do sionismo, do qual passou a ser crítico implacável, procurando a encarnação de suas convicções socialistas em outras plagas.
Resolveu, então, se juntar à epopéia latino-americana, mudando-se para o Brasil, empregando-se em uma metalúrgica e atuando no movimento sindical logo após o golpe militar de 1964.
Foi um dos grandes animadores da oposição sindical metalúrgica de São Paulo, nos anos 70 e 80.
Dedicou-se especialmente à tarefa de educar o sindicalismo combativo para a tarefa da comunicação, pois considerava essa a principal ferramenta para radicalizar a consciência de classe e pavimentar o caminho ao socialismo.
Desde os anos 90, mudando-se de São Paulo para o Rio de Janeiro, liderou a constituição do Nucleo Piratininga de Comunicação (NPC), formidável experiência para o debate dos temas da informação e para a formação de animadores da luta social. Leia mais.
Por João Pedro Stédile, do MST: Perdemos um grande camarada, Vito Giannotti
Luglio 30, 2015 17:02Vito Giannotti chegou da Itália em 1964, com 21 anos.
Tornou-se um brasileiro legítimo. O povo brasileiro o adotou. Operário metalúrgico, fez militância sindical durante toda ditadura militar. Sábio e autodidata, se transformou em jornalista.
Era um defensor intransigente, seguindo o mestre Gramsci, de que a classe trabalhadora precisa construir seus próprios meios de comunicação. Ajudou a formar diversos jornais e boletins da classe, entre eles o jornal Brasil de Fato nacional e o tabloide BdF do Rio Janeiro. Deve ter dado milhares de palestras pelo Brasil à fora incentivando a comunicação da classe. Leia mais.
Editorial do Brasil de Fato RJ: Uma semente chamada Vito Giannotti
Luglio 30, 2015 16:59Essa semana o Brasil de Fato vive um misto de tristeza e alegria. Estamos de luto porque perdemos sexta-feira, dia 24 de julho, o companheiro Vito Giannotti. Nascido na Itália, brasileiro de coração, Vito foi operário, da produção material e da comunicação popular. Vito foi a semente que deu bons frutos. Diversos veículos da imprensa chamada de "alternativa" o tiveram como mentor. Sua contribuição para a imprensa sindical e popular no país dificilmente será igualada. Confira!
Por Paulo Donizetti: Vito Giannotti, operário da memória e da liberdade, sempre em construção
Luglio 30, 2015 16:54Vito é filho de italianos. Chegou a São Paulo aos 21 anos, em 1964, e passou a vida toda construindo. Construiu resistência à ditadura, construiu a oposição metalúrgica de São Paulo ante sucessivas direções indignas de representar trabalhadores, construiu a pesquisa e a memória das lutas sociais e operárias, construiu pontes que, por meio da comunicação, ligassem lideranças sociais e intelectuais e suas ideais ao cidadão comum exposto à indecência da imprensa hegemônica. Leia mais.
Por Verena Glass
Luglio 30, 2015 16:52Ontem, dia 24 de julho de 2015, ele foi embora. Sem aviso prévio, Vito Giannotti, aos 72 anos, se foi, silencioso. Um silêncio macio que, bem sabem os que o conheceram, nunca foi sua marca. Nascido em Lucca, na Itália, Vito chegou ao Brasil pouco depois do golpe militar. Tinha 21 anos e vinha de uns tempos de aventura como marítimo em um barco de pesca industrial. Gostou daqui e ficou, muito porque, segundo contou em várias entrevistas, se encontrou como militante político (coisa que não logrou, de forma que satisfizesse, em seu país de origem).