Ir para o conteúdo

Núcleo Piratininga de Comunicação

Tela cheia Sugerir um artigo

Boletim NPC

5 de Março de 2014, 12:47 , por Eric de Almeida Fenelon Delphim Tavares - | No one following this article yet.

Carta de uma jornalista indignada com a cobertura da morte do jovem Douglas pelo “Jornal Hoje”

3 de Novembro de 2013, 22:42, por NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação » Boletim NPC

Por Tatiana Lima, em 29/10/2013 Cara redação do Jornal Hoje, Como vocês têm coragem de fazer uma narrativa dessa para a pauta do adolescente Douglas que morreu com um tiro da PM? Vocês chamaram pessoas revoltadas com a morte de um pobre na periferia de "vândalos". A palavra está na moda na ordem do jornalismo contemporâneo, mas há de se fazer mínimas distinções. Não vou discutir as ações de violência que ocorrem desde junho em protestos e manifestações. Quero e vou tentar chamá-los para o escândalo da sua narrativa na pauta sobre o caso de Douglas Martins, que estudava, trabalha e tinha uma trajetória de vida. Os manifestantes saíram sim às ruas ontem e hoje. Saíram porque se sentiram mortos. SIM, ESTAMOS TODOS MORTOS HOJE. Qualquer pessoa que venha da periferia de qualquer lugar do Brasil, qualquer pessoa que conheça alguém na periferia nos recantos desse país, se sentiram mortos hoje. E por se sentirem mortos-vivos, foram às ruas. Foram porque um policial parou um rapaz de 17 anos em frente a um bar, e com o irmão de 12 ou 13 anos (cada matéria tem uma informação) ao lado, o mataram a sangue frio. A SANGUE-FRIO, CAROS COLEGAS, E AO LADO DO IRMÃO DE 12 ANOS! Portanto, não espere que concorde com a trabalhosa e longa narrativa dos fatos. Sei que para TV o tempo foi enorme e que a correria deve ter sido imensa. Mas não use isso para se abster de suas responsabilidades mínimas na narrativa de um fato para uma população inteira. Se foi a nossa famosa e malfadada edição, ainda assim, tem a voz da repórter cobrindo o off das imagens e texto dela ou editado pela redação. Além disso, a repórter que foi na rua é que decidiu entrevistar aquele casal com os filhos pequenos presos no trânsito e a redação aceitou essa sonora e essas imagens. Porque pior do que chamar de vândalo um povo que está na rua por ser um morto-vivo - e sim tacaram pedras, colocaram fogo nas ruas -, afinal, se a polícia fez isso com alguém que estava andando na rua, o que é capaz de fazer com alguém que está nela para protestar justamente contra um colega deles da polícia? Enfim, pior do que isso é COMPARAR O SOFRIMENTO, A DOR, A SENSAÇÃO, O ESTADO PSÍQUICO-SOCIAL DE NÓS MORTOS-VIVOS COM A NARRATIVA DE QUE "pessoas ficaram presas no trânsito. Esse casal com os filhos de quatro e cinco anos ficaram CANSADOS" (dando ênfase a idade das crianças e ao cansaço delas), seguido de um sonora das crianças dizendo: "eu to cansado, quero mamar". Essa comparação, essa narrativa, essa forma de contar essa história é de uma perversidade absurda. Se você achou que ia me amolecer e fazer-me ficar do lado do governo, do lado dos cidadãos considerados de "bem", do lado da sua matéria, Jornal Hoje, aceitando ela como um pedaço do cotidiano social da cidade de São Paulo, sinto informá-lo que meu prato está cheio porque tive a infeliz ideia de almoçar vendo Jornal Hoje. Há um detalhe pequeno nessa sua escolha narrativa que não é um mero detalhe qualquer: bebê (praticamente, afinal, tem quatro anos) é loiro, de olhos azuis, pele branca e fala de dentro de um carro de classe média que está cansado sim e quer mamar. Douglas Martins, de 17 anos, tem a pele bem amorenada, olhos e cabelos pretos, estava a pé, e NÃO FALA MAIS PORQUE FOI MORTO, ASSASSINADO. Tem apenas sua foto para estampar e servir de pseudo-voz para os telejornais e matérias. Tem apenas sua foto para estampar o porquê de PRETOS, POBRES E PERIFÉRICOS serem mortos nesse país pela polícia militar, braço de um Estado repressor e criado somente para essa função: reprimir. Se aquele policial atirou acidentalmente, como é a narrativa oficial, ou se fuzilou Douglas, nunca saberemos. Mas o que sempre sabemos é que o fato narrado por você naquela colagem de imagens não é a verdade da periferia e desse protesto. (Falo em nós porque eu tenho a esperança que mais alguém se indigne com essa forma de contar os fatos). E sabe por que só temos essa certeza? PORQUE A VOZ DO DOUGLAS FOI CALADA. Na verdade, sejamos sinceros, ela nunca existiu até então para sociedade que a matéria veiculada hoje quer alcançar. É por isso que bebês cansados que querem mamar valem mais indignação que a morte a sangue-frio de Douglas, ainda que diante de outra criança, um pouco mais crescidinha, mas criança, com 12 anos. Att, Tatiana Lima



Grande imprensa vandaliza a notícia

3 de Novembro de 2013, 22:41, por NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação » Boletim NPC

O vandalismo não sai das páginas dos grandes jornais. Mas não se trata das justas reações populares à violência policial. O vandalismo em questão tem como vítima fatal as notícias sobre as atuais manifestações populares. Há muitas décadas, sabemos que não existe uma única e absoluta verdade em jornalismo. Não há fatos imunes a interpretações interessadas. Até os chefões da grande imprensa são incapazes de negar isso. Mas não abrem mão de apresentar apenas a sua versão dos fatos. Vejamos alguns exemplos desse jornalismo poderoso, mas rasteiro. “‘Quem roubou não era amigo do Douglas, era bandido’, diz pai de jovem morto por PM”. Este é o título de entrevista feita por Felipe Souza com José Rodrigues, pai de Douglas Rodrigues, jovem morto pela PM na periferia de São Paulo. Foi publicada pela Folha de S. Paulo, em 30/10/2013. | Por Sérgio Domingues | Leia o artigo completo.



Pesquisa mostra que ser negro no Brasil é pertencer a um grupo de risco

3 de Novembro de 2013, 22:40, por NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação » Boletim NPC

Ser negro, no Brasil, é ser duplamente discriminado. Pela condição social e pela cor. Esta é a conclusão apresentada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Segundo dados apresentados no 4º boletim da entidade, ser negro pode diminuir a expectativa de vida em até 114% se comparada ao de indivíduos da cor branca. Além disso, pertencer à raça negra/parda aumenta em 8 pontos percentuais a probabilidade de o indivíduo ser vítima de homicídios. A pesquisa também aponta que negros são maiores vítimas de agressão por parte de policiais do que brancos. A Pesquisa Nacional de Vitimização, de 2010, mostra que 6,5% dos negros que sofreram uma agressão no ano anterior tiveram como agressores policiais ou seguranças privados, contra 3,7% dos brancos. Esse dado comprova outro dado mostrado na pesquisa do Ipea, o da desconfiança na polícia. Cerca de 60,30% dos negros não buscam ajuda policial por não acreditar na corporação, esse número é quase a metade quando se fala na raça branca, apenas 39,70%. Os números praticamente se repetem quando o fator é o medo de represálias: 60,70% dos negros e 39,30% dos brancos. | Fonte: Adital.



Defensores do Marco Civil da Internet temem acordo entre Globo e teles

3 de Novembro de 2013, 22:38, por NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação » Boletim NPC

O blog do jornalista Renato Rovai apurou que o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha, está se empenhando pessoalmente para que seja fechado um acordo em torno no Marco Civil da Internet entre as teles e a radiodifusão. Ou seja, entre a Vivo, a TIM, a Claro e a Globo. Pelo acordo a Globo negociaria parcialmente a neutralidade na rede, em troca ficaria com o artigo que garante que os direitos autorais no Brasil se sobrepõem aos direitos humanos. Continue lendo.



Financiamento de mídia independente é debatido na Câmara

3 de Novembro de 2013, 22:36, por NPC - Núcleo Piratininga de Comunicação » Boletim NPC

A deputada Luciana Santos (PCdoB-PE) apresentou no dia 30/10, na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara, um relatório com propostas para o financiamento de mídia independente. O documento foi formulado por uma subcomissão, da qual a parlamentar foi a relatora, e que desde dezembro de 2011 segue discutindo o tema. A subcomissão, que realizou audiências públicas em Recife (PE) e Brasília (DF), considerou como eixos fundamentais do debate a venda de espaço publicitário das mídias independentes e a criação de fundos de incentivo. O relatório conclui apresentando nove proposições, dentre sugestões de projetos de lei, recomendações a órgãos do poder executivo e a criação de uma “Lei Rouanet da mídia independente”| Por Bruno Marinoni| Continue lendo.