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A procura da felicidade: a injustiça capitalista

6 de Março de 2014, 19:58 , por Rafael Pisani Ribeiro - 1Um comentário | No one following this article yet.
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Licenciado sob CC (by-nc-sa)

 

O filme é sob muitos aspetos interessante. Entre eles as relações familiares e economia, crianças e a relação com seu Super Herói fictício no aspecto do animismo infantil, além da aquisição de coisas materiais. A relação de confiança entre pai, filho e esposa, relações de consumo e, principalmente superação pessoal. A forma como ela se dá através do consumo mostra a desigualdade capitalista de forma mascarada.

 

  O filme acontece em 1981 e vale dizer que também os valores em dinheiro mostrados no filme devem ser adaptados para os valores atuais, vide a barra de chocolate de 25 centavos.[1] Durante sua crise financeira Cris Gardner faz seu máximo para manter materialmente bem o filho e ainda ter uma boa relação emocional com a esposa também negra. Os dois se separam, e logo após Cris e seu filho são expulsos de casa por falta de pagamento do aluguel, e na creche na qual a dona é Asiática a história é a mesma. A partir desse ponto Cris e seu filho passam a dormir na rua ou em abrigos, assim como no almoço e janta. Nesse período ele é roubado por uma Hippie e com grande dificuldade consegue recuperar seu aparelho e corre riscos inclusive de ter todo seu dinheiro tomado pelo governo por causa do não pagamento de impostos de renda. Aos poucos vai vendendo seus aparelhos e encontra alguém com uma Ferrari perguntando como havia conseguido e o que era preciso para conseguir. A resposta é o investimento na bolsa e é necessário saber matemática. Cris lembra que na escola era bom em matemática. Ele conhece num táxi um investidor de bolsa e por conseguir montar totalmente o cubo mágico e por isso recebe o convite para estagiar na empresa que ele trabalha . Como funciona o estágio? É não remunerado por 6 meses[2] e todos candidatos competem por uma vaga em um alto cargo na empresa. Quem vender mais é contratado. Cris no fim consegue a vaga e por legendas é dito que ficou rico.

  A forma como é mostrada a mulher negra, a Asiática e a Hippie mostram uma intenção de mostrar essas culturas como negativas. A primeira foi “fraca” quanto a situação, a segunda educa o filho de Cris na creche deixando-o ver televisão sempre próximo de um pastor alemão e a terceira roubou sua máquina.[3]  Para a empresa o lucro foi imenso porque explorou de funcionários sem pagar nada tendo como prêmio altos lucros e ótimos funcionários. Toda a batalha de Cris valeu a pena, até porque no fim é dito que montou a própria empresa e ficou rico. Esse princípio esconde seu oposto. Nesse caso específico o esforço levou ao êxito, mas é o êxito que é necessariamente uma exceção. No capitalismo a quantidade de capital é limitada. Por isso a quantidade que excede em um local irá faltar em outro. Mesmo com todos se esforçando para trabalhar haveria falta, é o exercito der reserva do capitalismo. Portanto, sempre haverá o pobre para a existência do rico, em outras palavras, para a existência de um burguês é necessária a existência de muitos proletários. Não importa a disposição da maioria para melhorar a vida, Cris Gardner, ele deve ser a exceção, é a idéia do exército de reserva. Fato injusto é alguém que já morou na rua preferir bens materiais superficiais a ajudar aqueles que ainda vivem na rua e não ajudá-los a sair daquela situação, produzindo algo como o comunismo, mas modelos políticos é outro assunto.

  Conclusão? Segundo o contexto do filme negros são fracos, Asiáticos não tem educação e os Hippies, símbolo da contra cultura fora do mercado de consumo são ladrões. O governo é injusto e as corporações justas porque disponibilizam chances para todos. E, por fim reitera a velha idéia de que os Estados Unidos são a terra das oportunidades dando a ilusão de que com esforço todos podem sair da miséria e se tornar ricos, ou ao menos ter uma vida confortável.[4] Devemos tomar cuidado com as mensagens guardadas nos filmes, pois em pequenos detalhes grandes idéias podem estar inclusas.

 

Lembrem-se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.

 

Escrito por: Rafael Pisani

 

Observação: No servidor anterior foi postado no dia 08/07/2013 as 10:57. Nesse servidor foram feitas as seguintes alterações:

 

Substituição da palavra “maquina” para “máquina” no seguinte trecho  “. A primeira foi “fraca” quanto a situação, a segunda educa o filho de Cris na creche deixando-o ver televisão sempre próximo de um pastor alemão e a terceira roubou sua maquina.”

 

Referências:

 

Disponível em: http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2007/11/se-meu-capitalismo-falasse.html . Lola/ http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br. Data de acesso: 07 de junho de 2013

 

 

 


Fonte: Rafael Pisani Ribeiro

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