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Notas iniciais ao texto "Em defesa do PT, da verdade e da democracia"

11 de Novembro de 2015, 21:14 , por PEDRO ALEM SANTINHO - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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A situação política no país segue complexa e complicada. Complexa vocês poderiam me dizer que sempre foi. E complicada depende sempre do ponto de vista. Ao mesmo tempo penso que hoje está mais difícil para os setores progressista e para aqueles que se colocam ao lado da classe trabalhadora.

Parei um tempinho para ler o documento publicado hoje pelo PT "Em defesa do PT, da Verdade e da Democracia" (veja aqui). O documento é assinado por Rui Falcão e foi escrito pela executiva nacional do partido. Está dividido em uma apresentação, uma segunda parte chamada “O financiamento eleitoral”, outra “O combate a corrupção”, “As Operações da Lava Jato e da Petrobras” e as “Ações do MP e da PF” e por fim uma parte denominada “Mídia golpista”.

O material no seu conjunto é muito bem elaborado e com informações e dados, muitos dados e tabelas, que com é mesmo o objetivo declarado do documento serve e muito para municiar os militantes e simpatizante do partido nessa luta inglória que parece ter se tornado defender o PT. Boas armas, um difícil combate.

Uma grande questão teórica que poderia passar desapercebido está logo no início do documento, antecedido de uma verdade que a direita não quer acreditar, porque quer voltar ao governo e fazer disso um longo pesadelo, e setores à esquerda não querem acreditar porque perderiam seu Norte ao não saberem mesmo em que direção apontar suas armas. Mas a verdade dita é que o "O PT nasceu para mudar o Brasil. E mudou."

Aparte que poderia passar desapercebida, mas que não deixarei é "Promoveu o desenvolvimento em benefício de todos." E muitos podem dizer, mas não é isso mesmo? Não é para isso que o PT foi fundado?

Vejamos o que diz o seu manifesto de fundação

“Por isso, o PT pretende chegar ao governo e à direção do Estado para realizar uma política democrática, do ponto de vista dos trabalhadores, tanto no plano econômico quanto no plano social. ”

Aqui há uma diferente muito grande. Fala-se em nome dos trabalhadores, de seus interesses. E não como o documento atual que fala em um desenvolvimento em nome de todos. Mas, caros amigos, a sociedade é dividida em classes, e mesmo as classes são divididas em frações de classes.

O PT nasceu como um partido para fazer a política em prol dos interesses dos trabalhadores e como sabemos que a luta de classes não é uma luta de ganha –ganha, como quer alguma propaganda. Para os trabalhadores efetivamente, e duradouramente, ganharem é preciso fazer perder, ao menos um pouco, nem digo tudo, os capitalistas, ou ao menos algumas de suas frações e grupos.

Por isso essa simples palavra no parágrafo inicial é fundamental para entendermos os limites que hoje, mais do que ontem e há dez anos atrás, impedem o PT de ser um instrumento que consiga derrotar essa direita golpista que levantou e permanece firme e conquistando apoios e marcando pontos de vitórias concretas com medidas legais e extralegais no senado e na câmara para não dizer diretamente no próprio governo.

Penso que seja fundamental a qualquer esquerda debate esse simples tema.

Para não ficar apenas nas críticas que dizer que é necessário um levante de todos os democratas, progressistas para enfrentar a criminalização da política e mesmo do PT que se desenvolve há muitos anos. Acerta o documento ao dizer que "O ponto central dessa campanha é a tentativa de criminalizar o partido"

A Ação Penal 470, além de criminalizar o partido criminalizou a própria política. Uma referência muito boa, de agradável leitura e ótimo conteúdo é o o livro de Paulo Moreira Leite “A outra história do Mensalão”.

E também preciso dize que é fundamental que o documento ressalta uma importante lição. As contribuições eleitorais de empresas foram aprovadas no governo de FHC nas Leis dos Partidos em 1995 e na Lei Eleitoral em 1997. No mesmo período em que FHC ganhou sua reeleição sob muita suspeita de corrupção.

Preocupa-me a defesa que o documento do PT faz a ingerência do STF nos assuntos políticos, ao julgar correto que o STF tenha considerado inconstitucional o financiamento de campanha por empresas ao julgar a ADIN da OAB. Será preciso voltar ao tema do financiamento eleitoral. Mas é preciso dizer que assim como PSTU, PSOL e outros partidos e grupos de esquerda o PT defender o financiamento público e exclusivo.

Eu não defendo. Defendo que cada partido conquiste seu financiamento em suas bases eleitorais e que os impostos sejam usados para os serviços públicos. Não acho justo dinheiro de imposto seja dado aos partidos burgueses.


Tags deste artigo: PT politica ataque à democracia

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