Ir para o conteúdo
ou

Blogoosfero
beta

Um blog a serviço da informação e formação dos trabalhadores e trabalhadoras. Sem convesa fiado e sem ficar amansando nas criticas necessários para a boa reflexão sobre a situação atual, sempre à luz da história e dos fatos.

Em destaque

A situação política no país segue complexa e complicada. Complexa vocês poderiam me dizer que sempre foi. E complicada depende sempre do ponto de vista. Ao mesmo tempo penso que hoje está mais difícil para os setores progressista e para aqueles que se colocam ao lado da classe trabalhadora. Parei um tempinho para ler o ...

Imagens

 Voltar a Blog de Pedro Santinho
Tela cheia

Sobre a Petrobrás, a soberania nacional e o que devemos fazer

28 de Abril de 2015, 11:27 , por PEDRO ALEM SANTINHO - | No one following this article yet.
Visualizado 63 vezes

Caros,

 

Estou há algum dias surpresos com esta notícia de que a Petrobrás lançou seu balanço contábeil com a informação de que houve 6,2 bilhões de prejuízo com corrupção. Acho que todo e qualquer brasileiro deveria estar inquieto. Acho mais, que todo e qualquer trabalhador e trabalhadora deveria estar mais do que inquieto.

Tenho acompanhado a questão da Petrobrás já há  alguns anos. Comecei a discutir esta questão melhor junto aos trabalhadores mineiros da Bolívia em 2005. Naquela época os mesmos haviam conquistado a estatização da mina de estanho dde Huanuni e com isso resolvido impasse com os cooperativistas que havia levado a dezenas de mortes e encerrado os lucros sem fim do capital internacional naquele lugar. A solução foi a estatização da mina e a transformação de todos em trabalhadords, eliminando a precarização e a guerra intra-classe trabalhadora, ocasionado pela tercerização via cooperativas, que eram manipuladas pelo capital internaciona.

Minha surpresa áquela época foi o nível da discussão político-administrativa ou ainda, administrativo-político, para dizer o mais raso que se pode dizer sobre aquilo. O trabalhadores mineiros defendiam diminuir a produção de estanho enquanto o mercado mundial estava baixando o preço como força de afogar as minas bolivianas e assim quebrar a força dos mineiros. Eles foram vitoriosos em sua batalha pelo controle operário na produção estatizada naquele momento.

Hoje no Brasil vemos o preço do Petróleo lá em baixo e nos contentamos com os recordes de produção. Quando a um leigo olhar deveria ser diferente.

E mais, leio neste final de semana na carta capital:

"Se as 27 empresas fornecedoras forem banidas da relação coma Petrobrás, ela terá de buscar fornecedores fora do País, ou fazer com que se instalem aqui. Dificilmente elas seria substituídas por empresas menores locais" disse em entrevista àquela revista Gabrielli.

É preciso ir mais a fundo nesta questão. Pois está nos parecendo uma ação completamente orquestrada para ganhar espaço no mercado mundial pelas empresas de capital internacional.

O modelo de partilha, no qual a Petrobras deve ter 30% de participações em todas as explorações de petroleo no pré sal, está sendo atacado desde o inicio. E é preciso se supreender. Naquela ocasião o modelo não foi uninime entre os setores progressistas. E mesmo assim hoje precisamos defender o modelo que está sob ataque gritante.

E mais ainda é preciso retomar a proposta que foi apresentada pelos trabalhadores petrolheiros, e encaminhada na época pelo deputado do PT, Fernando Marroni, sob o número 5891/09. Lembrem-se este projeto é a proposta do trabalhadores, aprovado pela FUP (Federação Única dos Petroleiros) e propunha à época o restabelecimento do monopólico do petroleo, extinto por FHC, e uma Petrobras 100%.

E ainda sobre a corrupção. O que nos informar a Carta Capital desta semana:

"O valor referente à corrupção foi calculado com base nos depoimentos dolhidos na Operação Lava Jato. Aplicou-se um porcentual de 3% sobre os contratos com 27 empresas citadas como integrantes do cartel, entre 2004 e 2012, e, para as restantes, levaram-se em conta os valores relatados caso a caso nos depoimentos"

É preciso pensar. É preciso não comer com farinha nada. Vejamos:

  1. nada está provado ainda na operação Lava-jato. Certo? Então como se lança na contabilidade isso?
  2. qual a discricionaridade de se escolher todas as empresas e lançar 3%, e porque não, 2,1% ou 4%. Lembremos, nada foi provado.
  3. Qual o interesse que está por trás disso?

Vejamos mais uma vez o que diz mesmo a própria Carta Capital:

"Havia a expectativa, entre empreiteiras e setores do governo, de o balanço não explicitar as perdas com corrupção, a partir da afirmação do ex-diretor Paulo Roberto Costa, condenado a sete anos de prisão na quarta-feira, de que não houve super-faturamento dos contratos. Assim fosse, os demostrtivos não seriam aprovados pelos auditores externos.

Os grifos são meus. Pensemos, os auditores externos representam quem mesmo? Penso que não os trabalhadores brasileiros e nem mesmo a soberania nacional.

Vejamos alguns números.

"O petróleo segue ladeira abaixo neste início de ano, negociado abaixo de US$ 50 o barril, nos valores mais baixos em cerca de seis anos. Nos mercados internacionais, o barril acumula perdas de 60% desde o pico de junho de 2014, quando era negociado a US$ 115." (uol de janeiro de 2015) E hoje segue mais ou menos no mesmo preço.

Como nos informa a revista carta capital a produção de petróleo subiu 5%. E a extração do Pré Sal bateu recorde. E as contas? Com o preço do barril a metade. Nunca que um aumento de 5% cobriria os custos.

Quem ganha e quem perde.