POR GUILHERME AMADO
Eduardo Valente | Frame/Agência O Globo
As propostas de Alexandre de Moraes para a segurança pública, apresentadas ontem no Ministério da Justiça, foram muito mal recebidas por especialistas no tema.
Falta de planejamento, improviso e desconhecimento do tema foram alguns dos problemas identificados por especialistas de diferentes espectros políticos.
Disse o sociólogo Cláudio Beato (UFMG), um dos formuladores do programa de governo do PSDB em 2014 para o setor:
— Moraes está improvisado, visivelmente sem um plano. Ele vai precisar de um tempo para sair de São Paulo. Assumiu com uma agenda de xerife, como essa mudança na progressão de pena.
Moraes afirmou ontem que vai propor o endurecimento do regime de progressão de pena, que permite a liberdade de criminosos antes do tempo da condenação.
Diretor da Open Society para América Latina e ex-secretário nacional de Justiça, Pedro Abramovay também atacou a ideia:
— Quem quiser resolver o problema da segurança para valer deve diminuir a quantidade de presos e não aumentar. Foi isso que engendrou o PCC. Como propor isso sem pensar no sistema carcerário?
Vice-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima apontou alguns problemas nas propostas de Moraes para combater violência da mulher:
— Faltou falar na origem do dinheiro para pagar diárias extras de policiais em áreas de violência contra a mulher e dizer quando isso será feito. E não pode ignorar que já existiam trabalhos nessa área sendo feitos.