Fiança: atribuição do delegado de polícia sob o prisma da ‘função judicial’
May 22, 2014 7:57 - no comments yetA fiança no processo penal Brasileiro corresponde ao direito-garantia do preso em responder ao processo em liberdade quando a prisão provisória se demonstrar desnecessária, e/ou não houver vedação legal. Possui previsão Constitucional no art. 5º, LXVI, o qual dispõe: “ninguém serálevado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade provisória com ou sem fiança”.
Afirma-se, ainda, que nesse conceito de “processo”, em que seja cabível a concessão de fiança, também se insere o inquérito policial, pois, se ‘ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a “lei” admitir liberdade provisória’, e, já que a própria “lei” (Código de processo penal) admite a concessão de liberdade provisória decidida pelo delegado de polícia nas hipóteses que elenca (artigos 322 e seguintes do CPP), se mostra totalmente Constitucional tal exegese nesse sentido.
Ademais, a concessão de fiança nos delitos punidos com reclusão até 4 (quatro) anos, deverá ser arbitrada pelo delegado de polícia da circunscrição objeto do cerceamento de liberdade do suspeito, sempre que a lei admitir a liberdade provisória mediante fiança, havendo ou não requerimento do interessado, e tal decisão deverá ser sempre fundamentada, a fim de que o suspeito possa dela recorrer (v.g., recurso dirigido ao Chefe de Polícia ou ao Delegado Geral de Polícia, para Estados que adotem tais nomenclaturas, aplicando-se analogicamente o artigo 5º, §2º, CPP: “Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o Chefe de Polícia”) ou interpor outras medidas judiciais, caso entenda pertinente, tudo conforme se extrai do Código de Processo Penal.
Já em relação às contravenções penais, com o advento da Lei nº 9.099/95 tal garantia processual-penal tornou-se um tanto quanto inócua, visto que o preso por tais delitos tidos com de “menor potencial ofensivo” poderá, mediante a assunção do compromisso legal de comparecimento ao juizado especial criminal, obter sua liberdade provisória independente de fiança, apenas com a aposição de sua assinatura no termo de compromisso, lavrando-se, então, o termo circunstanciado de ocorrência, que nada mais é do que um substituto do auto de prisão em flagrante e conseqüente inquérito policial. Ocorre que, caso o preso não assuma tal compromisso, deverá residualmente o delegado proceder a autuação em flagrante delito do mesmo e, ao final, despachar pela possibilidade de recolhimento da fiança, com aplicação dos preceitos vistos acima.
Por outro lado, tendo-se em mente possuir o instituto da fiança conteúdo de decisão que torna possível o cerceamento de liberdade do investigado quando denegada, seja devido aos altos valores impostos pela autoridade de polícia judiciária, seja em função da interpretação jurídica do delegado quanto aos conceitos jurídicos-normativos de “réu vadio”, de “crimes de reclusão que provoquem clamor público”, ou de “infringência das obrigações do art. 350, CPP sem justo motivo” - situações previstas nos artigos 323 e 324 do CPP, e que serão valoradas pelo delegado de polícia judiciária quando da negativa da fiança ao suspeito nelas consubstanciada, deverá tal ato de substância e efeito jurisdicional ser devidamente motivado, sob pena de impetração de Mandado de Segurança em face da autoridade que a concede extrapolando seus valores descritos em lei, ou ausente dolosamente sua fundamentação com objetivo inidôneo, extroverso e dissimulado de cerceamento de liberdade, sem prejuízo das medidas administrativo-disciplinares e penais que daí poderá resultar (v.g., Art. 4, “e”, da Lei 4898/65 – Constitui também abuso de autoridade: levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei).
Cabe ressaltar que o delegado de polícia não exerce jurisdição, nem ao menos emite decisões judiciais, porém, o próprio Código de Processo Penal, em algumas hipóteses, tais como a de concessão de fiança-crime (ou outras, tais como expedição de mandado de condução coercitiva, p. ex.), determina que o delegado de polícia exerça tais atribuições quando da presidência do inquérito policial, operando em tais decisões com conteúdo substancial e efeitos similares aos jurisdicionais.
Balizando tal entendimento, temos a CONVENÇÃO AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (PACTO DE SAN JOSÉ DA COSTA RICA), de 1969, ratificada pelo Brasil em 25 de setembro de 1992, e introduzida no âmbito do direito interno por força do Decreto nº 678/92, o qual elenca, em seu artigo 7º - Direito à liberdade pessoal -, no item 5, que: “Toda pessoa presa, detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou outra autoridade por lei a exercer funções judiciais e tem o direito de ser julgada em prazo razoável ou de ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o seu comparecimento em juízo”.
Pois bem. No artigo 7º, item 5, do Pacto São José, encontramos o termo “funções judiciais”, que em muito se difere de “cargos judiciais”. Juiz de direito exerce um “cargo” de natureza judicial, e suas funções são tipicamente jurisdicionais (mas cumula-se, também, as funções atípicas de natureza administrativa, v.g, concessão de férias aos subordinados).
Conforme ensina Hely Lopes Meirelles, “Cargo público é o lugar instituído na organização do serviço público, com denominação própria, atribuições e responsabilidades específicas e estipêndio correspondente, para ser provido e execido por um titular, na forma estabelecida em lei. Função é a atribuição ou o conjunto de atribuições que a Administração confere a cada categoria profissional ou comete individualmente a determinados servidores para a execução de serviços eventuais".
Além disso, abstrai-se do advento da Emenda Constitucional nº 45/2004, com inserção do §3º ao artigo 5º da CF, o qual dispôs “Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”, que atualmente que os tratados internacionais sobre Direitos Humanos aprovados antes da entrada em vigor dessa Emenda 45/2004 possuem índole Supralegal ou Constitucional, dependendo da corrente doutrinária que se adote.
Nesse ínterim, entendendo possuírem natureza de normas Constitucionais, temos decisão do Min. Celso de Mello – HC 87.585-TO (para tratados vigentes antes da EC nº 45/2004) e como Emenda Constitucional, para os novos tratados após esta data. Já o Min. Gilmar Mendes corrobora o entendimento de possuírem os tratados sobre direitos humanos natureza de normas Supralegais, num patamar intermediário entre a Constituição e as normas infralegais – RE 466.343-SP.
Porém, em qualquer caso, entende-se majoritariamente que tais tratados serão hierarquicamente superiores às leis ordinárias já estabelecidas nacionalmente, devendo os legisladores (quando da materialização de novas leis) e os aplicadores do direito, quando de sua exegese, balizarem seus entendimentos conforme tais dispositivos. É o caso do Pacto de San José da Costa Rica, acima analisado no tocante à exegese do termo “outra autoridade por lei a exercer funções judiciais”, o qual deve ser interpretado, quando da decisão de arbitramento de fiança tomada pelo delegado de polícia judiciária, no sentido de que este exerce funções judiciais atípicas e semelhantes às jurisdicionais nos casos em que a própria lei fomenta, autoriza ou determina. É o caso do art. 322, do Código de Processo Penal.
Portanto, não há de se negar o liame – histórico e atual - existente entre o Poder Judiciário e a Polícia Judiciária Brasileira, devendo tais prerrogativas funcionais de seus comandantes – Juiz de Direito e Delegado de Polícia Judiciária, respectivamente, retornarem à isonomia (v.g., garantias constitucionais, remuneração, prerrogativas de foro, dentre outras), a fim de que o trabalho entre as instituições se perfaça de modo satisfatório e condizente com a atual realidade do País, pois o mesmo sujeito que comete o crime, é investigado, preso e submetido a um processo pré-processual denominado “inquérito policial”, é também julgado e tem sua pena fiscalizada por um Juiz igualmente capaz moral e intelectualmente, de mesma formação jurídica da do delegado de polícia.
Inclusive não existe no Brasil, com exceção da carreira jurídica de Juiz do Tribunal (administrativo) Marítimo do Rio de Janeiro, nenhuma outra que tanto se assemelhe em atribuições e decisões correlatas às de Juiz de Direito como a do Delegado de Polícia: o primeiro, preside o processo judicial, com oitiva de vítima, testemunhas, réu, despachos e decisões (sentença); o segundo, preside o processo pré-judicial denominado inquérito policial, com a semelhante oitiva de vítimas, testemunhas, suspeito/indiciado, despachos, representações e decisões (de indiciamento, de lavratura de flagrante, de arbitramento de fiança, etc).
Assim, fulcramos nosso entendimento no sentido de que o delegado de polícia judiciária, por expressa disposição legal prevista nos artigos 322 e ss., do Código de Processo Penal Brasileiro, lastreado ainda em normas Supralegais e/ou de natureza Constitucional, v.g., art. 7º, item 5, do Pacto de São José da Costa Rica, exerce atipicamente funções judiciais, de conteúdo substancial e efeitos jurisdicionais, cujo reflexo se dá necessariamente no status libertatis da pessoa humana, quando, por exemplo, decide pelo arbitramento de fiança-crime ao suspeito, em prol de seu direito de ser posto em liberdade quando a lei o permitir, aguardando-se o prosseguimento do “processo” judicial/inquérito policial em liberdade, conforme visto acima. Corolário do princípio Constitucional da presunção de inocência.A fiança no processo penal Brasileiro corresponde ao direito-garantia do preso em responder ao processo em liberdade quando a prisão provisória se demonstrar desnecessária, e/ou não houver vedação legal. Possui previsão Constitucional no art. 5º, LXVI, o qual dispõe: “ninguém serálevado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade provisória com ou sem fiança”.
Saiba Mais:
Fabrício De Santis Conceição é delegado de Polícia do Estado do Rio Grande do Sul. Colunista e correspondente da região Sul/Suldeste do Portal Nacional dos delegados (www.delegados.com.br). Professor Universitário. Foi Delegado de Polícia no Estado da Paraíba (turma de 2003), onde exerceu a função de Vice-presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado - ADEPOL/PB, mandato 2008/2010. Exerceu o cargo de Gerente de Inteligência da Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social do Estado da Paraíba (2007-2008). Foi professor da Academia
de Polícia Civil do Estado da Paraíba, e professor Universitário da Associação de Ensino Renovado - ASPER (2007 a 2010) e de cursinhos preparatórios pra concurso em João Pessoa/PB. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Penal, Processo Penal e Direito Constitucional. É Pós-graduado em Direito Penal pela Universidade Metropolitanas Unidas - UNIFMU/SP, e especialsta em Tribunal do Juri, pela Escola Superior de Advocacia de São Paulo - ESA/SP (2002). Atuou como Defensor dativo, junto a Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, e como advogado, exerceu a função de membro da Comissão de Direitos e Prerrogativas da Secção Central (Sé) da OAB/SP , e da Comissão de Tribunal do Juri da Secção Penha de França/SP (2001-2004). Ex-agente penitenciário da Penintenciária de Segurança Máxima de Pacaembú/SP, e do Centro de Detenção Provisório I, de Osasco/SP (1997-2001).

Candidatura própria do PSB frustra Aécio e os tucanos de Minas Gerais
May 22, 2014 7:22 - no comments yetAcossado em seu próprio Estado, o tucano Aécio Neves (PSDB) tentou pressionar o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, para que ele dissuadisse seu partido, o PSB, de romper a aliança em Minas e lançar candidato próprio ao governo mineiro. Segundo a coluna Painel, da "Folha de S. Paulo", Lacerda teria entrado em campo, mas ouviu dos socialistas mineiros que a decisão é irreversível. Júlio Delgado será candidato.
O deputado federal Júlio Delgado recebeu do comando nacional do PSB pesquisas qualitativas que o encorajaram a disputar o pleito. A estratégia será mostrá-lo como o "novo" diante de dois candidatos bem desgastados, Pimentel (PT) e Pimenta da Veiga (PSDB). O PSB de Eduardo Campos não compareceu ao ato de lançamento da chapa para o governo de Minas Gerais, ato organizado pelo senador tucano Aécio Neves, na segunda-feira (19), em Belo Horizonte. A ausência no ato reforça a notícia da candidatura do PSB ao governo de Minas.
Fonte: Jornal Hora do Povo
Deferida transferência de Marcos Valério para Contagem (MG)
May 22, 2014 7:17 - no comments yetO ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal e relator da Ação Penal (AP) 470, deferiu pedido da defesa de Marcos Valério Fernandes de Souza quanto à sua transferência para a comarca de Contagem (MG).
Segundo a decisão, tomada nos autos da Execução Penal (EP) 4, “não há, até o momento, notícia da existência de interesse público a tal ponto relevante que imponha a aplicação da supremacia do interesse público sobre o particular, de modo a neutralizar o interesse manifestado pelo apenado de cumprir a pena em local próximo da residência de sua família, tal como previsto no artigo 103 da Lei de Execuções Penais”.
Os autos do processo de execução da pena de Valério serão encaminhados pela Vara de Execuções Penais (VEP) de Brasília à VEP de Contagem, cabendo à primeira solicitar à Polícia Federal as medidas necessárias à transferência.
Deputado hostiliza Xuxa em votação da Lei da Palmada
May 21, 2014 19:03 - no comments yet
A sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara foi marcada na manhã desta quarta-feira, 21, por bate-boca entre parlamentares, sendo que o deputado Pastor Eurico (PSB-PE) chegou a hostilizar e constranger a apresentadora Xuxa Meneghel, que realizava agenda na Casa.
A reunião foi tumultuada do início ao fim porque os deputados discutiam a redação final da chamada "Lei da Palmada", que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e proíbe a aplicação de castigos físicos a crianças e adolescentes. A bancada evangélica é ferrenha opositora da matéria - que aguarda votação no colegiado há dois anos - e tentava evitar que ela fosse concluída.
Quando Xuxa chegou para acompanhar a sessão, ao lado da ministra dos Diretos Humanos, Ideli Salvatti, o clima tenso na reunião já havia provocado interrupção dos trabalhos. Quando evangélicos cobravam o presidente em exercício, Luiz Couto (PT-PE), a encerrar a sessão, o deputado Pastor Eurico hostilizou a apresentadora e disse que sua presença era "um desrespeito às famílias do Brasil". "A conhecida Rainha dos Baixinhos, que no ano de 82 provocou a maior violência contra as crianças", disse, referindo-se ao filme "Amor Estranho Amor", daquele ano, em que Xuxa aparece numa cena de sexo com um adolescente de 12 anos.
A declaração do Pastor Eurico gerou repúdio da maior parte dos deputados presentes, inclusive de parlamentares que questionavam o projeto, que classificaram a fala de "violência inaceitável". A apresentadora não se manifestou e, depois de encerrada a sessão, deixou a comissão sem comentar o assunto.
A fala, no entanto, ajudou a conturbar ainda mais a sessão, que acabou sem que o projeto fosse votado. Avisado da situação, o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), foi ao colegiado e tentou intermediar um acordo: a CCJ deverá se reunir novamente nesta tarde para tentar aprovar o projeto. Como tramita em caráter conclusivo e já foi aprovada por uma Comissão Especial, a chamada "Lei da Palmada" seguirá diretamente para o Senado quando aprovada pela CCJ.
Lei da Palmada
O projeto em discussão veda o "uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto". O texto também diz que o Conselho Tutelar, "sem prejuízo de outras providências legais", deverá aplicar as seguintes medidas aos pais ou responsáveis que aplicarem castigos físicos a menores: "encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família, encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico, encaminhamento a cursos ou programas de orientação, advertência ou obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado". Também diz que profissionais da saúde e da assistência social ou outra função pública devem informar casos de suspeita de castigo físico à autoridade competente.
A medida sofre forte resistência sobretudo da bancada evangélica, que tentou obstruir a votação nesta manhã e que queria trocar expressões utilizadas na redação. Durante boa parte do ano passado, parlamentares que se opõem à matéria conseguiram retirar o projeto da pauta do colegiado por sucessivas vezes. "As denúncias que se trazem para convencer são de crime com tipificação no Código Penal. O Estado não consegue aplicar a política de combate ao crime e querem impor o rótulo (de violência) na família", disse o deputado Marcos Rogério (PDT-RO).
Por outro lado, o relator da proposta, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), afirmou que o objetivo é proteger as crianças e adolescentes contra graves tipos de violência. "O que quer se combater é o espancamento e a humilhação de crianças e adolescentes", declarou. "Não posso acreditar que algum parlamentar acredite que a tortura é educativa."
13 polícias civis brasileiras estão paradas hoje
May 21, 2014 14:03 - no comments yetPor Danillo Ferreira - Polícia Civil, Polícia e Política
Policiais Civis param
Como era de se esperar, tendo em vista a grande contradição simbólica entre os gastos aplicados na Copa do Mundo em contraposição às necessidades sociais do país, protestos se espalham nos diversos setores da sociedade. Assim como os brasileiros ligados à educação e ao transporte público, os profissionais de segurança também estão denunciando suas insatisfações – que vão além da questão salarial. Podem ter certeza que nenhum policial se orgulha ou está satisfeito por “enxugar gelo”, perceber que, mesmo com muitos esforços, pouco ou nada está avançando na redução da violência no país. Vejam a nota da Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis:
Os policiais civis dos estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins decidiram em assembleias locais atender a convocação da COBRAPOL para paralisar suas atividades amanhã (21/05). A paralisação de 24 horas é para cobrar do governo uma política nacional de segurança pública. Além dos policiais civis, também participam da atividade policiais federais e rodoviários federais e, em alguns estados, os policiais militares.
Já os policiais civis do Mato Grosso do Sul aprovaram realizar manifestações ao logo do dia de amanhã. E Goiás enviará uma delegação para Brasília. Delegações do Pará e de Santa Catarina também estão no DF. Os policiais civis do Distrito Federal realizam assembleia na tarde de hoje para definir a participação na atividade em Brasília.
Daqui para a Copa muitas águas vão rolar…
Policiais civis de São Paulo vão parar nesta quarta, afirma sindicato
May 21, 2014 9:56 - no comments yetParalisação é nacional e busca nivelamento de salários dos policiais. Casos urgentes, como roubos e sequestros, devem ser atendidos.
Do G1 São Paulo
Os policiais civis do estado de São Paulovão aderir à paralisação nacional da categoria, marcada para esta quarta-feira (21). O objetivo do protesto no país, organizado pela Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), é nivelar os salários dos servidores em todo o território nacional. Em São Paulo, o sindicato informou que é necessária uma política de segurança séria.
João Batista Rebouças, presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo (Sipesp), uma das entidades paulistas de policiais civis, disse esperar que toda a categoria participe da paralisação. “Espero que todos respeitem o que o sindicato está solicitando e possamos dar ao governo uma explicação. Ou ele nos atende, nos respeita, ou nós fazemos uma ação mais drástica”, afirmou.
Rebouças destacou, porém, que os serviços de urgência no estado serão mantidos. “Vamos atender casos de roubo, assalto a banco, sequestro. O que não vamos atender são casos menos urgentes, como perda de documentos”, explicou.
Para ele, a segurança pública precisa mudar. “Temos uma falta de investimento, de preparo, de pessoal, de uma política de segurança séria”, enumerou o presidente do Sipesp. Rebouças reclamou, ainda, que a categoria não recebeu preparo suficiente para atender às ocorrências e às demandas da Copa do Mundo, entre 12 de junho e 13 de julho.
O G1 também procurou a Associação dos Funcionários da Polícia Civil do Estado de São Paulo (Afpcesp), que informou não saber da paralisação.
Comissão homenageia policiais que prenderam quadrilha
May 21, 2014 9:55 - no comments yetForam agraciados sete policiais militares que representaram os demais envolvidos em operação realizada na Pampulha.

Deputados ressaltaram que a homenagem do Legisletivo é um reconhecimento do povo mineiro ao trabalho bem feito - Foto: Pollyanna Maliniak
Na reunião desta terça-feira (20/5/14) da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), foram entregues sete condecorações a policiais militares envolvidos em uma bem-sucedida operação na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, que culminou na prisão de uma quadrilha de roubo de veículos, assim como na apreensão de dinheiro, drogas, armas, explosivos, celulares, e outros materiais.
A homenagem, proposta pelo deputado Sargento Rodrigues (PDT), agraciou profissionais do 34º e do 49º Batalhões da Polícia Militar, que receberam a honraria em nome de todos os envolvidos na operação. Foram diplomados o cabo Ricardo Lúcio de Souza Gonçalves e o soldado Diego Ricardo da Silva do 49º Batalhão; e o major Rogério Geraldo Lisboa, o tenente Ricardo Araújo Gomes, o segundo-tenente Delvi Pereira de Mesquita, o primeiro-tenente Cláudio Antônio Jorge e o cabo Guilherme Luiz Pereira do 34º Batalhão.
O comandante da operação, major Rogério Geraldo Lisboa, agradeceu a homenagem em nome de todos os profissionais que atuaram na ação, inclusive os ausentes. Ele se disse esperançoso em ouvir as palavras dos parlamentares. “A questão da violência atinge a todos, inclusive os policiais. A sociedade clama por segurança, e muitas vezes nos vemos impossibilitados de agir diante de determinadas situações”, lamentou.
Ele também citou a necessidade de mudanças na legislação penal, a fim de se retomar um caminho de menos violência, além de ressaltar a importância deste apoio da ALMG.
Deputados destacam valor das ações e do reconhecimento
Os deputados presentes à reunião destacaram a importância do reconhecimento público do Poder Legislativo de valorização das ações bem-sucedidas dos agentes de segurança pública. Eles também voltaram a criticar o sucateamento da Polícia Federal, além de ressaltar a necessidade de haver uma revisão na legislação penal, que, no entendimento deles, estaria sofrendo um afrouxamento nos últimos anos.

Os parlamentares voltaram a criticar o sucateamento da Polícia Federal - Foto: Pollyanna Maliniak
Responsável pela homenagem, o deputado Sargento Rodrigues parabenizou as equipes pela firmeza com que atuaram nas ações. “Quando conseguem um êxito como este, contra uma quadrilha violenta, os policiais ampliam a segurança de todos, evitam outras vítimas, recuperam patrimônios e protegem o bem mais precioso que é a vida”, elogiou o parlamentar. Ele completou ao dizer que o objetivo da homenagem é trazer para dentro do Parlamento a visão de quem convive, dia a dia, com o crime.
“A polícia é o único órgão do Estado que funciona 24 horas, em todos os 853 municípios mineiros, trabalhando em turnos estressantes, com sobrecarga e sofrendo ataques de todos os lados. Por isso, ao ofertar esta homenagem, a comissão, em nome do Legislativo, reconhece publicamente, com orgulho e satisfação, o valor do trabalho prestado, porque os policiais merecem. Enquanto todos dormem, é a polícia que assiste, ampara e socorre. Saibam que esta comissão sempre acompanha o trabalho de vocês e, quando necessário, vai enaltecê-los e honrá-los de forma pública” concluiu Sargento Rodrigues.
O deputado João Leite (PSDB), também elogiou a ação, destacando que cada vitória da polícia é uma vitória da população e também da comissão. "Sabemos o quanto o tempo dos senhores é escasso e o quão dedicados e esforçados os policiais mineiros são, às vezes deixando as suas famílias para atuar em nossa defesa. Quero agradecer e aproveitar para lamentar a perda do policial André Luiz (morto durante um roubo, no Bairro Ouro Preto, no dia 16/5), cuja morte se deve a uma falha do Estado. É inaceitável saber que alguém que já esteve nas mãos do Estado 16 vezes, como é o caso do bandido que matou esse policial, continou livre até vitimar um inocente. Deixamos a todos os policiais e à família o luto e os sentimentos desta comissão”, lamentou.
O presidente da Comissão também ressaltou que é preciso resgatar o respeito à policia e que esta homenagem, entre outras ações da comissão, tem o propósito de concretizar tal meta. João Leite lembrou, ainda que, na próxima semana, representantes da comissão irão a Brasília e vão aproveitar para apresentar uma série de sugestões ao Congresso Nacional.
Ao parabenizar os homenageados, o deputado Lafayette de Andrada (PSDB) destacou que a honraria deve ser interpretada como um reconhecimento do povo de Minas Gerais. Ele também lamentou a frouxidão da legislação penal. “Hoje, bandido tem certeza da impunidade, é preciso mudar a lei penal, que vem afrouxando nos últimos anos. É preciso restabelecer a sensação segurança”, enfatizou o parlamentar.
O deputado Cabo Júlio (PMDB) também destacou que a polícia é o único braço do Estado que está em constante plantão, sempre pronta a atender a qualquer hora e em qualquer lugar, sem ser devidamente valorizada. “Infelizmente, há um movimento de fragilização da policia. Precisamos refletir sobre as razões disso. Existe um olhar atento à menor falha, mas não se tem a mesma consideração às boas ações, que são em volume muito maior. Uma homenagem como esta tem muito valor, por ser um reconhecimento da ALMG a heróis anônimos, que ninguém vê, mas que nós vemos e louvamos, e fazemos questão de fazê-lo enquanto vocês estão vivos”, afirmou Cabo Júlio.
Dia do PM Aviador - Na mesma reunião, a comissão aprovou parecer favorável ao Projeto de Lei (PL) 4.585/13, do deputado Cabo Júlio, que tramita em turno único. A matéria institui o Dia do PM Aviador da Polícia Militar do Estado, a ser comemorado anualmente no dia 23 de outubro.
Audiências - Ainda nesta reunião, foi aprovado o requerimento do deputado Sargento Rodrigues para a realização de audiência pública, na próxima sexta-feira (23), às 13h45, a fim de ouvir os servidores da segurança pública de Minas Gerais, suas entidades de classe, bem como representantes de órgãos do Estado. O proponente quer canalizar as propostas listadas durante manifestação da PM realizou, no domingo (18), em protesto à morte do policial André Luiz. A ideia é criar proposições concretas e factíveis, e cobrar ações do governo, do Ministério Público (MP) e do Tribunal de Justiça (TJMG). Sargento Rodrigues lembrou que, na ocasião, os policiais estarão mobilizados em frente à ALMG a partir das 14 horas.
Foi aprovado outro requerimento dos deputados João Leite, Sargento Rodrigues, Cabo Julio e Lafayette de Andrada para debeter em audiência pública a remoção de corpos vítimas de acidentes de trânsito nas vias de rolamento do Estado.
ALMG vai a Uberaba para discutir combate à criminalidade
May 21, 2014 9:53 - no comments yetComissão de Segurança Pública realiza audiência para apurar aumento de violência na região do Triângulo Mineiro.

A Comissão de Segurança Pública estará em Uberaba no dia 30 de maio - Arquivo/ALMG -Foto: Alair Vieira
A Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vai discutir, na sexta-feira (30/5/14), as estratégias de combate e de prevenção à criminalidade em Uberaba e demais cidades do Triângulo Mineiro. Segundo o requerimento da audiência pública, solicitada pelos deputados Adelmo Carneiro Leão (PT) e Tony Carlos (PMDB), a reunião foi motivada pelo “expressivo aumento da violência na região”. O encontro será realizado às 10 horas, na Câmara Municipal de Uberaba (Praça Rui Barbosa, 250, Centro).
Segundo Adelmo Carneiro Leão, estudos realizados pela própria Polícia Militar do Estado revelam que são necessários pelo menos 200 novos policiais para atender a demanda somente do município de Uberaba. “Isso é preocupante”, diz o deputado, “porque até agora o compromisso do governador é de designar apenas 42 policiais para a cidade e, mesmo assim, em data incerta, já que todo o processo de concurso público demandará tempo”. Para Adelmo, outras medidas devem ser tomadas em curto prazo, pois “a violência em Uberaba só faz crescer”, ressaltou.
Convidados - o prefeito de Uberaba, Paulo Piau Nogueira; o presidente da Câmara Municipal de Uberaba, Elmar Humberto Goulart; a delegada de Polícia Federal de Uberaba, Karen Cristina Dunder; o comandante da 5ª Região da Polícia Militar de Minas Gerais – Uberaba/MG, Laércio dos Reis Gomes; o comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais – Uberaba/MG, Waldimir Ferreira Soares; o comandante do 8º Batalhão do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais – Uberaba/MG, André Humia Casarim; o delegado regional de Polícia Civil – Uberaba/MG, Francisco Eduardo Gouveia Motta; o delegado-chefe do 5º Departamento de Polícia Civil de Uberaba, Ramon Tadeu Carvalho Bucci; o diretor da Penitenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira – Uberaba/MG, Itamar da Silva Rodrigues Junior; o prefeito de Campo Florido, Ademir Ferreira de Mello; o prefeito de Conceição das Alagoas, Celson Pires de Oliveira; o prefeito de Água Comprida, Gustavo de Almeida Gonçalves; a prefeita de Conquista, Vera Lúcia Guardieiro; o prefeito de Sacramento, Bruno Scalon Cordeiro; a prefeita de Delta, Lauzita Rezende da Costa; o prefeito de Veríssimo, Reinaldo Sebastião Alves; o secretário municipal de Trânsito e Transportes Especiais de Uberaba, Emanuel da Paixão Kappel; o promotor de justiça da 5ª Promotoria de Justiça de Uberaba, Laércio Conceição Lima; o defensor público e coordenador da Defensoria Pública de Minas Gerais em Uberaba, Marcelo Tonus de Melo Furtado de Mendonça; o presidente da OAB - 14ª Subseção – Uberaba/MG, Vicente Flávio Macedo Ribeiro; o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Uberaba, Miguel Haroldo de Faria; o presidente da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Uberaba, Manoel Rodrigues Neto; o presidente do G9 em Uberaba e presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Uberaba, Romeu Borges Araújo Júnior.
Direitos Humanos apura denúncias de violações em Diamantina
May 21, 2014 9:52 - no comments yetComissão irá visitar e ouvir comunidades tradicionais que moram no Parque Nacional das Sempre-Vivas.
Denúncias de violação de direitos humanos das comunidades situadas no entorno e dentro da área do Parque Nacional das Sempre-Vivas, em Diamantina (Região Central do Estado), serão apuradas pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A visita à comunidade Vargem do Inhaí será no domingo (25/5/14), às 9 horas; e a audiência pública acontece na segunda-feira (26), no Mercado Velho (Praça Barão do Guaicuí, 170, Diamantina)

A audiência em Diamantina será no próximo domingo (25) - Arquivo/ALMG - Foto: Guilherme Dardanhan
O requerimento é do presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT). Segundo denúncias apresentadas pelas comunidades que vivem em torno da área de preservação, tem ocorrido perseguições por parte da direção do parque. Alguns teriam tido casas destruídas e sofrido ameaças. “As comunidades já viviam no local antes da criação do parque e sempre ajudaram na conservação do local. Vamos até Diamantina para ouví-las e verificar a situação delas”, ressaltou o parlamentar.
O Parque foi criado sobre territórios tradicionais de comunidades apanhadoras de flores sempre-vivas e quilombolas. Segundo as denúncias, os moradores também estão sendo proibidos de colher flores, que é uma atividade tradicional e de subsistência das comunidades.
Convidados – Foram chamados a participar da audiência pública o prefeito de Diamantina, Paulo Célio de Almeida Hugo; o deputado federal Padre João; o ouvidor Agrário Nacional do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Gercino José da Silva Filho; o procurador de justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Conflitos Agrários, Afonso Henrique de Miranda Teixeira; o prefeito de Bocaiúva, Ricardo Afonso Veloso; o prefeito de Buenópolis, José Alves; e o prefeito de Olhos-D`Água, Clever Aparecido Azevedo.
Também foram convidados o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Roberto Ricardo Vizentin; o professor da UFMG e coordenador do Programa de Mapeamento de Povos e Comunidades Tradicionais de Minas Gerais, Aderval Costa Filho; o coordenador do Núcleo de Agroecologia e Campesinato da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Claudenir Fávero; o coordenador-geral do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas, Braulino Caetano dos Santos; e a coordenadora da Comissão de Defesa dos Direitos das Comunidades Extrativistas, Maria de Fátima Alves.
Carl Hart: o "problema" da guerra às drogas no Brasil me lembra o Apartheid
May 21, 2014 9:35 - no comments yetNeurocientista afirma que a repressão diária aos moradores de favelas "como se fossem território inimigo" mostra que Brasil vive em estado de emergência.
Isabela Palhares

Na última terça-feira (13/05), o neurocientista e professor de Psicologia e Psiquiatria da Universidade de Columbia nos Estados Unidos, Carl Hart esteve presente no debate Drogas e Saúde na casa Matilha Cultural em São Paulo. Conhecido pelo seu trabalho sobre o vício e o abuso de drogas, Hart apontou para as questões polemicas que costuma abordar em suas pesquisas.
Como o primeiro negro a se tornar professor de ciências na Universidade de Columbia, desde pequeno vive entre contradições. Nasceu pobre em periferia além de ter usado e traficado drogas. No decorrer de sua vida, graças a programas sociais, iniciou os estudos em neurociência e tornou-se doutor. Assustado com os preconceitos sociais e raciais de seu país, começou a questionar as opiniões cristalizadas da sociedade e a refutá-las.
Mediada por Bruno Torturra, jornalista do Mídia Ninja, a conversa em São Paulo começou com uma menção ao termo "Cracolândia". Segundo Carl, o termo usado no Brasil só serve para denegrir usuários e expôr uma situação que não é o que parece ser. Se referindo às “crack houses” norte-americanas, o professor salientou como é inapropriado o termo uma vez que, nessas “crack houses”, o uso do crack não comanda as atividades cotidianas. As pessoas não vão para lá somente para fumar. O mesmo acontece na "Cracolândia".
O tema da ocupação militar nas favelas do Rio de Janeiro também esteve presente no debate. O professor se mostrou indignado com a manipulação policial nas periferias e o jogo de interesses que determina o futuro dos mais pobres. "Pelo visto, a Copa é uma emergência aqui. Só em tempos de emergência a polícia pode mandar no povo. Essa repressão diária aos moradores, o jeito dos policiais lidarem com as favelas como se fossem território inimigo e essa guerra às drogas constante me lembram o Apartheid", disse.
Relembrando a famosa entrevista que o neurocientista concedeu ao Democracy Now!, Bruno Torturra perguntou: "se a droga não é o problema, o que é?". Segundo Carl, "culpar a droga não aborda o problema real dos usuários. Uma preocupação importante é a adulteração que as drogas sofrem e, com isso, se tornam muito mais tóxicas para os usuários. As pessoas não vão deteriorar por usarem drogas somente e o papel da polícia no caso não deveria ser prender e denegrir a imagem do usuário, mas sim, analisar os componentes que adulteram a droga afim de eliminar sua toxicidade letal", afirmou.
As mesmas falhas acontecem nos testes feitos por psicólogos quando analisam um usuário. De acordo com Carl, os médicos fazem questionários como "você se sente desconfortável em público?" para um grupo de usuários e um grupo de não usuários. Como um exemplo, 4 dentre 5 usuários dizem que sim e 2 entre 5 não usuários dizem que sim. Nessa perspectiva, chegam à conclusão de que a maconha está ligada sim à comportamentos psicóticos e que seus usuários necessitam de ajuda. Testes irreais e sem embasamento.
Em entrevista exclusiva:
Carta Maior – Fale sobre as críticas que recebeu no mundo acadêmico tendo em vista suas opiniões contra-hegemônicas no quesito guerra às drogas.
Carl Hart – Estou num mundo acadêmico em que as pessoas são muito conservadoras. O jeito que resolvo meus problemas se baseia no fato de que essas são as pessoas mais inteligentes que conheço, elas me desafiam intelectualmente, me ajudam a ser uma pessoa melhor e um melhor crítico. Faço piadas chamando-os de "quadrados" mas não no intuito de desrespeitá-los. Tenho muito respeito por elas, mesmo às vezes me desapontando com seus comportamentos. Com ou sem críticas, minhas opiniões contra-hegemônicas podem, eventualmente, ajudar a nossa sociedade.
Carta Maior – Em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad implementou um programa de assistência aos usuários de drogas e frequentadores da "Cracolândia" chamado Braços Abertos. O programa fornece moradia, alimentação e oferta de trabalho para os dependentes, quebrando um tabu. Qual a sua opinião?
Carl Hart – Só é um tabu para idiotas. Aqui em São Paulo vocês estão agindo como agimos com nossas crianças. Vocês formatam seus comportamentos, dando recompensas. Se quisermos que nossas crianças se comportem de um modo, compramos um videogamepara elas, por exemplo. Com os usuários a mesma coisa, pagam-nos para agirem do jeito que queremos. Isso é boa psicologia se aplicada de um modo correto! As pessoas que criticam esse método não entendem os princípios de mudança comportamental. E se temos alguém que entende do assunto e ainda assim o critíca, ela é o exemplo clássico de alguém que não se preocupa com a sociedade.
Créditos da foto: Isabela Palhares
Bombeiros do Rio escolheram seus pré-candidatos. Porque em Minas Gerais os policiais e bombeiros militares não escolhem seus candidatos?
May 21, 2014 0:43 - no comments yetINICIADA A APURAÇÃO
Após apurado 100% dos votos válidos na tarde de hoje(16), os vencedores que nos representarão na Assembleia legislativa do Estado do Rio de janeiro e Câmara federal são os Bombeiros:
PARA DEPUTADO ESTADUAL
COM 84,45 % DOS VOTOS VÁLIDOS
PARA DEPUTADO FEDERAL
COM 44,59 % DOS VOTOS VÁLIDOS
SOS BOMBEIROS: Depois de alguns meses de muito trabalho, reuniões exaustivas, demos o primeiro passo rumo a construção de novas bases dentro de nosso vitorioso movimento.
Definido aqueles que nos representarão no pleito deste ano(2014), o próximo passo, de hoje até o dia 05 de outubro de 2014, será propagar estes nomes pelos quatro cantos de nosso estado, unindo nossas forças, credibilidades, empenho e garra.
Com a fibra de bombeiro militar, conquistaremos não só dos bravos do CBMERJ, mais também de seus familiares, amigos e admiradores, a oportunidade de estarmos lhes representando nos próximos quatro anos que virão.
Definido aqueles que nos representarão no pleito deste ano(2014), o próximo passo, de hoje até o dia 05 de outubro de 2014, será propagar estes nomes pelos quatro cantos de nosso estado, unindo nossas forças, credibilidades, empenho e garra.
Com a fibra de bombeiro militar, conquistaremos não só dos bravos do CBMERJ, mais também de seus familiares, amigos e admiradores, a oportunidade de estarmos lhes representando nos próximos quatro anos que virão.
A todos que se doaram na construção deste pleito interno, democrático e voluntário, cujo objetivo era captar a intenção do bombeiro militar do Rio de janeiro, no que diz respeito a seu apoio quanto a candidatos nas esferas estadual e federal, os nossos mais sinceros agradecimentos e louvor pela dedicação acima da média. Parabéns.
O BOMBEIRO SE ORGANIZOU, LUTOU E VENCEU!
AGORA, É SÓ COMEMORAR,
PORQUE O TRABALHO, JÁ COMEÇA AMANHÃ!!!
INDIGNAÇÃO E REPÚDIO A IMPUNIDADE E A DESVALORIZAÇÃO PROFISSIONAL.
May 21, 2014 0:36 - no comments yet Foto - GER e TATICO MÓVEL 40° Batalhão
DIGNIDADE, VALORIZAÇÃO E RESPEITO.
QUEM VIVE PARA PROTEGER, MERECE RESPEITO PARA VIVER.
DIA 23, ÀS 13:00 HORAS, NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA, MANIFESTAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA PÚBLICA DE MINAS GERAIS.
VENHA PARTICIPAR DA AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA:
http://www.plantaopolicialmg.com.br/2014/05/manifestacao-de-policiais-militares.html
Resposta do porque podemos perder o MILITARISMO
May 20, 2014 12:09 - no comments yetEsta publicação foi copiada da página do PLANTÃO POLICIAL - MG, e como contraponto as sobreditas vantagens do MILITARISMO, que nos opomos e na esteira do debate democrático e ético, nos propomos a refutar os argumentos apresentados, como sendo de imutabilidade e aplicação somente em instituições militarizadas, e que somente o modelo militar é eficiente, eficaz e efetivo no desempenho das atividades policiais e de persecução criminal, o que as estatísticas criminais e de violência policial contradizem.
Assim, iremos comentar e apresentar o argumentos e justificativas que serão contrapostas ao que foi apresentado pela ilustre Coronel Palmira Bittencourt.
POR QUE NÃO PODEMOS PERDER O MILITARISMO NA NOSSA POLÍCIA:
Meu nome é Palmira Bittencourt e sou coronel da Polícia Militar do Amapá.
Vi uma mensagem do Sr.Marcus no face e resolvi humildemente dizer quais as vantagens de se ter a polícia militarizada:
1.Na história da humanidade, somente 3 instituições sobreviveram às mudanças da sociedade: a igreja, a maçonaria e o militarismo... coincidentemente essas três possuem a mesma base: HIERARQUIA E DISCIPLINA;
Sgt PM BARBOSA: A instituição polícia, tem sua origem na politeia, na Grécia antiga, o que traduz a ideia de polis (polícia), portanto, não é a instituição militar que traz em sua natureza a nota característica da eternização no tempo e que por isto sobrevivem as mudanças, pois o que faz uma instituição resistente ao tempo, é sua essenciabilidade para a sociedade, e se há por parte dos cidadãos e dos policiais e bombeiros militares a reivindicação de sua desmilitarização, está vulnerável as mudanças provocadas pela evolução e os fenômenos sociais.
E somente para destacar, HIERARQUIA E DISCIPLINA, não são exclusividade de instituições militarizadas, mas de toda e qualquer organização que trabalha com divisão do trabalho, e que opera com normas e graus hierárquicos para organizar e executar suas atividades.
2. A Hierarquia é a ordenação da autoridade em níveis diferentes, dentro da estrutura das instituições por postos (oficiais) ou graduações (Praças).
Sgt PM BARBOSA: Um mero ordenamento de funções por graus de responsabilidades e atribuições, o que obviamente deverá ser observado na constituição do novo corpo policial, civil, unificado e de ciclo completo de polícia, e aqui importa lembrar que a Polícia Militar não tem ciclo completo de polícia, e isto somente sabem e se ressentem os operadores da ponta da linha, que realmente combatem o crime.
3. A disciplina é a rigorosa observância e o acatamento INTEGRAL das leis , regulamentos, normas e disposições, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de TODOS os componentes destas instituições;
Sgt PM BARBOSA: Ora, por imposição legal e como encarregados de aplicação da lei, sejam policiais civis, militares, ou federais, mesmo no atual modelo dicotômico de polícia brasileiro estão obrigados a cumprir, defender e a fazer cumprir a lei, normas, regulamentos e disposições legais, mas padece da sobreposição das atividades, e a intercessão que se torna uma zona cinzenta entre as atribuições da polícia ostensiva e preventiva exercida pela Polícia Militar e de Polícia Judiciária e investigativa exercida pela Polícia Civil, mesmo sendo complementares, estão sempre em aparente conflito de competência, o que afeta a resolutividade de crimes, refletindo na pouca eficácia do policiamento preventivo.
Ressalte-se que todo trabalhador está obrigado a cumprir lei, regulamentos e normas, e com a polícia, seja ela militar ou não, com mais razão e dever, exatamente porque lida com direitos e liberdades.
Ressalte-se que todo trabalhador está obrigado a cumprir lei, regulamentos e normas, e com a polícia, seja ela militar ou não, com mais razão e dever, exatamente porque lida com direitos e liberdades.
4. Nós militares, não ganhamos nada (pecuniariamente falando) por colocarmos nossas vidas em risco, todos os dias (O CHAMADO RISCO DE VIDA); nem tampouco auxílio noturno; nem podemos reivindicar aumento de salários através de greves ou qualquer outro meio de reunião (MOTIM - CRIME);estamos prontos para qualquer chamada de emergência (SOBREAVISO); Somos alvos fáceis (ESTAMOS FARDADOS); não temos vilas militares para morarmos, a malandragem rodeia nossas casas também;
Sgt PM BARBOSA: Não há compatibilidade entre os princípios constitucionais e do estado de direito e o modelo militar, pois a afirmativa revela a violação de direitos e garantias fundamentais inerentes a todo e qualquer trabalhador, e com mais razão e especialmente os policiais, pois não é por ser militar que não haverá movimentos reivindicatórios e protestos por reajuste salarial e melhores condições de trabalho, e a realidade nos demonstra que o caminho para a luta pela valorização profissional, respeito e dignidade, passa pelo exercício da cidadania.
E ressaltamos que a atividade policial é considerada essencial, pública, e de caráter permanente e contínuo, o que nos leva a lutar pela regulamentação do direito de greve, o que é vedado aos militares, e a história nos mostra que os direitos da classe trabalhadora foram conquistados com luta e sacrifício, e os policiais são trabalhadores, e com um diferencial, como afirmado, atuam com sacrifício da própria vida.
5. Quando tudo vai mal, a PM tem que agir e tem que decidir em poucos segundos se prende, se solta, se atira, se morre... mas TEM que agir! sob pena de cometer crime de omissão.
Sgt PM BARBOSA: Atividade que pelas suas características e elementos tipificadores se apresenta eminentemente civil com viés estritamente policial, e é exatamente a arquitetura militarizada e a doutrina militar, que está sendo questionada como causadora de violência policial e de mortes que a colocam sob suspeição, e o dever de agir nesta e em outras intervenções policiais é inerente a função e a natureza do cargo e não pelo fato de ser policial militar.
6. Não temos seguro de vida... e quando contratamos particularmente, temos que pagar mais que os civis, pois podemos morrer a qualquer hora e darmos PREJUÍZO pra corretora de seguros... às vezes eles nem fazem o seguro...
Sgt PM BARBOSA: A ausência de direitos não enobrece ou dignifica a profissão de policial militar, opostamente demonstra a vulnerabilidade, desvalorização, fragilidade, e a insegurança em que se exerce a atividade de proteger e dar segurança aos cidadãos. Entretanto, a conquista de tais direitos é uma luta dos policiais militares Brasil afora, e em muitos Estados já se regulamentou o direito ao seguro, que na verdade já é uma luta de cada corporação, por meio de seus representantes associativos ou parlamentares.
7. Também temos família, e as poucas horas que nos restam, vamos dormir, pois estamos muito cansados da extra ou do difícil trabalho que fazemos com afinco e amor,pois escolhemos ser policiais militares; Chegamos no horário certo mas não temos hora pra sair.
Assim, tais violações de direitos não reforçam o modelo militar de organização, mas confirmam que a militarização da organização é aplicada como negação, restrição, limitação, e violação de direitos garantidos na Constituição da República de 1988.
8. Na Corregedoria da PM, são vários policiais que são punidos ou excluídos por trabalhar mal, diferentemente de outros órgãos civis onde existem funcionários fantasmas que nunca colocaram o pé no local de seu trabalho, ou que não têm hora pra chegar ou sair pois não existe hierarquia e às vezes nem a disciplina.
9. Em caso de perigo, não podemos nos abster de enfrentá-lo pois juramos "... mesmo com o risco da própria vida!", o que os civis não fariam.
Não fosse assim, não morreriam policiais civis, federais, guardas municipais, bombeiros, agentes penitenciários e outros profissionais que lidam com o crime e a violência. O perigo da atividade policial é uma marca da profissão e não do modelo de organização adotado.
10. Caso a hierarquia e disciplina, que é a base do MILITARISMO fosse retirado de cena, invocaríamos outros substantivos bem diferentes desses dois, e aí é que está o problema: No caso de perigo, se a pessoa que estiver à frente não tiver autoridade ordenada para exigir que se faça,com o risco da vida e se a pessoa ordenada não tiver a rigorosa observância e o acatamento INTEGRAL das leis , regulamentos, normas e disposições, e que venha a cumprir a risca seu dever , corremos o risco de uma debandada em massa de um grupo desorganizado o qual certamente pensaria primeiramente em salvar sua pele do que de um outro que ele nem sequer conhece.... pense nisso.
Sgt PM BARBOSA: Sabemos que a hierarquia e disciplina são princípios reitores de toda e qualquer organização que desenvolve uma atividade humana, desde a mais simples até a mais complexa, e a ordenação de postos e graduação e o cumprimento e acatamento a ordens e normas é dever ético de ofício, o que impõe aos profissionais a obrigação de agir e fazer cumprir a lei e regulamentos.
A hierarquia e o controle disciplinar rígido a que são submetidos por uma mesma regra disciplinar, não se aplica igualmente entre os policiais militares, já que na esmagadora maioria das Polícias Militares, ainda vigora um regulamento disciplinar violador, desigual, e autoritário, e com a desmilitarização haverá a obediência a um mesmo comando escalonado com mudanças efetivas na distribuição do cargos e funções no modelo de Polícia civil, unificada, desmilitarizada, e de ciclo completo de polícia.
E respeito não é imposto na base da força ou do fetiche da HIERARQUIA E DISCIPLINA MILITARES, mas reflexo da conduta.
O esforço desprendido pela Cel Palmira Bittencourt da Polícia Militar do Amapá, apesar de louvável, destacou mais as desvantagens e prejuízos em manter o status de militar estadual, do que as vantagens e fundamentos para a defesa da militarização das instituições de segurança pública, e por ser atividade essencial e de promoção da cidadania, e de garantia de direitos precisa ser remodelada para que os ares da democracia e os princípios do estado de direito possam produzir uma segurança pública cidadã, com policiais valorizados, respeitados e sujeitos de direitos.
SISTEMA INFORMATIZADO DE ESCALAS PARA DIRIMIR QUALQUR DÚVIDA.
May 20, 2014 11:18 - no comments yetMensagem da Intranet | |
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Senhores
Amanha, dia 20/05/2014, estará sendo implantado em caráter definitivo, o Sistema de Escalas de Serviço, conforme previsto na Ordem de Serviço nº 11.498/2013-EMPM/ATSIDS .
Todos os militares, Sargenteantes e Auxiliares da Sargenteação, que participaram do treinamento, já estão cadastrados e com o acesso liberado ao referido sistema.
Nesta primeira etapa o sistema estará sendo implantado num total de 58 Unidades e outras 61 entrarão a partir do dia 27/05/2014.
O sistema deverá ser acessado através do seguinte link:
https://web.sids.mg.gov.br/escala/
O usuário e senha utilizados para logar no sistema, é o mesmo utilizado no sistema REDS.
As escalas no novo formato deverão estar disponíveis no sistema e divulgada na Unidade a partir do dia 30/05/2014, data em que o Módulo Administrativo do CAD será desativado e o sistema de Escala passará a ser integrado com o CAD.
Segue em anexo o Guia do Usuário referente á 1ª Versão, lembrando que o sistema já sofreu algumas modificações, em virtude, principalmente, da contribuição de usuários por ocasião dos treinamentos.
Quaisquer dúvidas fineza comunicar com a ATSIDS (3071-2344, 3071-2513 e 3071-2517) - Ten Horta.
Heder Wiler Melo Camargos-Maj PM
Chefe da ATSID