Ir al contenido

Política, Cidadania e Dignidade

Full screen Sugerir un artículo

Blog

abril 3, 2011 21:00 , por Desconocido - | No one following this article yet.

Oito coronéis da PM receberam mais de R$ 50 mil em junho

agosto 3, 2012 21:00, por Desconocido - 0no comments yet


ANDRÉ CARAMANTE DE SÃO PAULO
Apenas oito coronéis da Polícia Militar de São Paulo receberam juntos, em junho deste ano, R$ 773,5 mil de pagamento do governo estadual, entre salários e benefícios.
Os vencimentos líquidos desses oficiais variaram de R$ 51.689,33 a R$ 254.099,57.
O valor pago a cada um deles ultrapassa o teto do serviço público, de R$ 26,7 mil. Também supera o que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) recebeu no mês: R$ 14.019,84, com descontos.
Um soldado em início de carreira na capital ganha, em média, R$ 2.530 por mês.
Há uma semana, por causa da lei de transparência assinada em maio pela presidente Dilma Rousseff (PT), a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) passou a divulgar no Portal da Transparência Estadual os vencimentos dos servidores do Estado.
Os valores pagos em junho podem incluir benefícios como férias, adiantamento do 13º salário e indenizações, "além de benefícios acumulados ao longo de uma carreira", diz nota da secretaria.
Salários acima do teto, de acordo com o governo, só são pagos por ordem judicial.
O policial mais bem pago em junho foi o coronel da PM Ailton Araújo Brandão, que recebeu R$ 254.099,57. A Secretaria da Segurança Pública não explicou como foi possível chegar a esse valor -o governador pediu que o caso do coronel fosse averiguado.
No site, estão os salários de todos os servidores da área da Segurança Pública, como os dos 166 delegados de classe especial da Polícia Civil, o topo da carreira no Estado.
Em junho, Oswaldo Arcas Filho foi o delegado de classe especial que recebeu o maior vencimento líquido: R$ 20.609,39. A Folha tentou ouvir os dois policiais, mas a assessoria da secretaria não atendeu a esse pedido.
'RISCO DESNECESSÁRIO'
Para o delegado George Melão, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de São Paulo, a exposição dos salários dos policiais pelo governo tem dois lados: "a comprovação da disparidade entre o que recebem policiais militares e civis e a exposição desnecessária dos servidores da segurança pública".
A Associação dos Cabos e Soldados da PM afirmou que não ia comentar a disparidade entre os salários pagos aos praças e aos oficiais por se tratar de "assunto interno".
Editoria de Arte/Folhapress
Editoria de Arte/Folhapress




Mensalão: oposição sem capacidade de mobilização abandona o eleitor indignado à própria sorte.

agosto 2, 2012 21:00, por Desconocido - 0no comments yet



Presidentes do PSDB, DEM e PPS afirmam que não vão politizar o julgamento do mensalão do PT para não pressionar o Supremo e que pretendem usar o tema com cautela nas eleições.

As ruas desertas e o vazio na praça dos Três Poderes no primeiro dia de julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal expressaram a dificuldade que os partidos de oposição têm para mobilizar pessoas e protestar contra o governo federal. Eles reviveram um fantasma de 2005, quando, no auge do escândalo — no dia em que o publicitário Duda Mendonça admitiu ter recebido dinheiro de caixa 2 na campanha presidencial de Lula em 2002 — PSDB, DEM e PPS abandonaram a ideia do impeachment porque sabiam que não teriam força nas ruas para pressionar por uma votação de afastamento no Congresso.

Ontem, os presidentes dos três partidos desconversaram e admitiram que ninguém vai "bater bumbo" nem fazer manifestações públicas de rua para pressionar os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) durante o julgamento do mensalão. Mesmo depois de o ex-presidente Fernando Henrique divulgar dois vídeos ressaltando a importância do evento e o PSDB distribuir material lembrando que esse era o mensalão do PT, nenhuma liderança expressiva dos partidos inflamou o país. "Se nós criticamos a CUT por querer usar dinheiro público para defender mensaleiros, não poderíamos fazer isso, mesmo sem usar dinheiro público", declarou ao Correio o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE).

Para Guerra, a ausência de pressões nas ruas não significa que os partidos de oposição ao governo federal estejam desprezando os efeitos que o julgamento do mensalão poderá causar no PT. "Toda vez que o assunto aparecer na televisão, nos jornais ou nas conversas, as pessoas vão lembrar que esse escândalo de corrupção aconteceu no governo do ex-presidente Lula", prosseguiu.
O tucano estava em São Paulo para acompanhar o primeiro debate entre os candidatos a prefeito de São Paulo. Ele garantiu que José Serra também não pretende privilegiar esse tema durante a campanha municipal para não dar visibilidade a um candidato — Fernando Haddad, do PT — ainda pouco conhecido pelo eleitorado. "Vamos mostrar as propostas de nossos candidatos para as cidades brasileiras", completou o presidente do PSDB.

O presidente do DEM, senador José Agripino (RN), demonstrou surpresa ao ouvir o questionamento sobre as razões pelas quais a oposição não promoveu passeatas ou carreatas ao longo do dia de ontem. "Essa pergunta é séria mesmo? Não vamos politizar essa questão, porque isso é tudo o que o PT quer. Seria uma atitude pouco inteligente da nossa parte pressionar sobre um assunto que é da competência do STF", completou Agripino. Para ele, o noticiário jornalístico servirá para pressionar os petistas ao longo do processo que se desenrolará no Supremo. "Todos têm em mente que esse é um assunto que precisa ser resolvido o mais rapidamente possível", completou o senador.

Já o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), afirmou que o julgamento em si é a maior prova da maturidade das instituições democráticas brasileiras. "Agora não dá para os petistas dizerem que não existiu o mensalão nem o Lula dizer que tudo é uma farsa. O assunto virou uma ação penal no Supremo e o julgamento começou ontem", declarou ele, completando que espera as sentenças, "condenando ou absolvendo, para derrubar as convicções de que os poderosos podem tudo neste país".

Freire acrescentou não ver muito sentido em ruas repletas de manifestantes dizendo que confiam no Supremo. "Por que os petistas não fazem manifestações também? Alegam que querem um julgamento técnico? Mentira, é porque sabem que não há como sair às ruas para defender corruptos", afirmou. No Twitter, o silêncio dos oposicionistas não foi diferente. Coube aos petistas colocar o tema do mensalão entre os tópicos mais comentados do dia. As duas hashtags usadas por defensores dos 38 réus no processo — #ConfioNoSTF e #BrasilConfiaNoSTF — ficaram entre o terceiro e o quinto lugares no ranking de temas mais tuitados ao longo da tarde.

As mensagens acusavam acusavam a imprensa, o procurador-geral, desqualificavam ministros que se opuseram ao desmembramento da ação penal e aproveitavam para divulgar, por meio de um link, um vídeo de protesto contra a "farsa do mensalão". O trauma de 2005 faz com que eles diminuam, constrangidos, a voz, ao lembrar do momento em que tiveram a chance de propor o impeachment de Lula por caixa dois e não o fizeram. "Eu reconheço que houve um excesso de cautela de nossa parte naquele instante", diz Agripino. (Valor Econômico)

Mensalão: a piada do primeiro dia.

"Formação de quadrilha ocorre quando as pessoas se associam com o objetivo de cometer crime. Eu diria que Delúbio, Genoino e Dirceu se associaram em torno de um sonho, de um projeto de poder, de uma ideia de mudar o Brasil, de melhorar o Brasil."

Arnaldo Malheiros, advogado do mensaleiro Delubio Soares.




30 POLICIAIS JÁ FORAM EXPULSOS ESTE ANO EM MINAS GERAIS, MAS SÓ FALAM DE PRAÇAS E OS ESTRELAS AMARELAS?

agosto 2, 2012 21:00, por Desconocido - 0no comments yet


Por crimes diversos, 30 policiais já foram expulsos este ano da PM em Minas

Guilherme Paranaiba - Jornal Estado de Minas

Somente em 2012, 30 policiais militares foram expulsos da corporação por cometerem crimes ou transgressões. O principal motivo é a deserção, seguido de estelionato e falsificação de documento e furto, peculato e receptação. A Ouvidoria Geral do Estado (OGE) recebeu neste ano 26 denúncias contra PMs, todas por lesão corporal, e no ano passado foram 94.

O professor da PUC Minas e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Robson Sávio Reis Souza acredita que essa situação é marcada pela ausência de um órgão de controle externo que possa atuar de forma autônoma para julgar e punir os militares. Segundo ele, em diversos países há órgãos autônomos que controlam a atuação da polícia e têm capacidade para julgar e punir os desvios de conduta, coisa que não acontece no Brasil. “Os governos não têm tido coragem de implementar órgãos independentes de investigação, o que favorece essa situação de crimes praticados por policiais militares”, acrescenta.
 
O pesquisador do Núcleo de Estudos em Segurança Pública (Nesp) da Fundação João Pinheiro Marcus Vinícius Cruz, concorda que há falta de controle externo da polícia e também acredita que a burocracia nos processos de investigação contribui para a falta de controle. “A burocracia é muito grande e acaba ajudando a não ter uma investigação interna de qualidade”, acrescenta.

O major Gilmar Luciano, assessor de imprensa da Polícia Militar, diz que a corporação não tolera nenhum tipo de desvio e age com transparência em todos os casos. “Agimos exatamente da forma prevista em lei. Somos rigorosos quando o assunto são os desvios de conduta”, afirma.
 
Saiba mais...
 
Editorial do Blog: Concordo que nas PMs brasileira e mais especificamente na PMMG só tem vaga para PMs do bem, o militar não pode torcer para dois times PM x Bandido, se o militar cometeu desvios ele tem que ser punido aos rigores da lei do soldado ao coronel sem dinstinção. mas conforme os leitores podem ver na postagem em questão, eles só citam "PRAÇAS", não falam de nenhum caso envolvendo oficiais, parece que até a própria imprensa de um modo geral e mais especificamente a imprensa escrita comete distinção. Não quero aqui dizer que nós do 1º ANDAR somos santos, por sermos humanos estamos sujeitos a cometer qualquer tipo de desvios e se cometemos temos que ser punidos mesmo, não podemos manchar o nome da gloriosa, mas aqueles do andar tipo COBERTURA também cometem, só que são acobertados pelos seus pares e a imprensa sequer tomam conhecimento e quando tomam nãos os tornam noticias. Não estou de posse dos nomes de todos os oficiais superiores e até intermediários que foram acusados de cometerem desvios, se eu os tivesse colocaria todos os nomes aqui para que os leitores militares e civis que frequentam este blog soubessem que em nossa corporação existe o corporativismo e não pensassem que só nós aqui debaixo que somos os ovelhas negras das corporações militares, do jeito que a imprensa divulga da a imprensão para o público externo, que a gloriosa esta cheio de praças bandidos, pois a divulgação acima se refere a bandidos travestidos de polícia. Não tenho o nome de todos os oficias envolvidos em desvios, mas os que tenho eu direi: o ex-Ten Cel Fonseca que foi acusado pela CDH da ALMG de vários desvios, como envolvimento com traficantes, promover festinhas envolvendo menores de idade, improbidade administrativa, maus tratos a subordinados, agressões e etc, a punição que recebeu foi promoção a coronel e sua ida para a reserva remunerada, como se nada estivesse acontecido, na epoca em que comandava o 19º BPM um dos seus oficiais intermediários, molestou uma subordinada a tal ponto que a mesma teve que ser levada a um hospital, punição recebida por esse oficial "NENHUMA", nesse mesmo batalhão tem outro oficial intermediário que também é acusado de desvios, punião até o momento "NENHUMA"No 4º BPM de Uberaba havia um oficial intermediario que estando em horário de serviço, abandonou o mesmo e foi para um motel com uma sua subordinada que inclusive era casada, punição recebida "UMA SIMPLES TRANSFERENCIA DE BATALHÃO",previsão do futuro para esse oficial, promoção a major e ir ser sub cmt do 4º BPM, sempre foi assim e sempre será assim que vai acontecer. Um major de um determinado batalhão da capital foi alvo de uma CPI da ALMG, sob a acusação de molestar sexualmente alguns dos seus subordinados inclusive e pelo menos um era oficial subalterno, punição e resolução do caso "ATÉ O PRESENTE MOMENTO NENHUMA"Um outro oficial superior também foi alvo de CPI pela ALMG, sob a acusação de perseguição a um capitão PM, punição e resolução do caso "ATÉ O PRESENTE MOMENTO NENHUMA". Um outro oficial "SUPERIOR" estando em um veículo oficial, foi a um motel com sua parceira, durante o ato amoroso, bandidos arrombaram o veículo e levaram a arma e outros apetrechos oficias, o caso foi parar na justiça militar, punição "NENHUMA". Um outro oficial intermediário (na época) foi pego furtando dendo de um supermercado da capital, punição "PROMOÇÃO A MAJOR" e esta servindo num local onde nunca deveria estar pelo desvio que o mesmo cometeu. Esses (num total de 07) são alguns dos casos que me lembro de desvios de oficiais, nenhum deles foi punido como deveria ser e como a administração militar faz com quem esta no primeiro andar na hierarquia militar. Sei que muitas pessoas devem estar perguntando, mas porque o Cabo Fernando insiste bater nessa tecla, é porque quem esta fora dos muros da PMMG e CBMMG, não sabe o que acontece la dentro e quando ve notícias iguais a postagem acima, parabeniza a cupula das duas organizações, pensando que as mesmas não passam as mãos naqueles seus servidores que cometem os diversos tipos de desvios, mas quero deixar claro para o público externo que essa situação acontece apenas com nós praças, quanto aos outros são passado as mãos pela cabeça, conforme casos acima mencionados.

Fonte: Blog do Cabo Fernando




"PELA DESMILITARIZAÇÃO DAS POLÍCIAS", DIZ MANIFESTO

agosto 1, 2012 21:00, por Desconocido - 0no comments yet


Familiares vítimas da violência do estado lançam petição pelo fim da desmilitarização das polícias em todo o país. Manifesto já conta com 2.125 assinaturas até o momento.
Desmilitarização das Polícias do Brasil
Por que isto é importante
A Constituição Federal Brasileira de 1988, prestes a completar seu primeiro quarto de século, é obrigada a conviver com uma série de fracassos sobre diversos pontos de seu texto magno. Muitos dos direitos humanos por ela assegurados, a começar pelo direito à vida e à liberdade de ir e vir, continuam sendo cotidianamente violados. 

Dentre esses problemas, um dos principais entulhos do período Escravocrata e, mais recentemente, da Ditadura Civil-Militar, é a violência sistemática de agentes do estado contra a nossa própria população. A violência policial é hoje, certamente, um dos principais problemas a serem enfrentados pelo Brasil no que tange à defesa dos direitos humanos em nossa sociedade. A persistência da tortura nas abordagens cotidianas e nas delegacias policiais, como “técnica” de “investigação” por parte dessas instituições, mesmo pós-ditadura; o encarceramento massivo de pessoas (o Brasil atualmente ocupa a 4ª posição mundial, com mais de 520.000 pessoas em privação de liberdade); e, principalmente, as execuções extrajudiciais cometidas sistematicamente por agentes do estado, conformam um quadro preocupante em relação à
segurança pública e à garantia da cidadania básica para a grande maioria da população.

É dentre os vários aspectos desse problema que as execuções sumárias cometidas por grupos de policiais militares ou paramilitares de extermínio configuram, por certo, a dimensão mais brutal. Não foi outra a conclusão do mais recente Mapa da Violência (2012), coordenado pelo professor Júlio Jacobo Waiselfisz e divulgado no início do ano pelo Ministério da Justiça (http://mapadaviolencia.org.br/PDF/Mapa2012_Tra.pdf), o qual procurou investigar “os novos padrões da violência homicida no Brasil”: ao longo dos últimos 30 anos, mais de 1 Milhão de pessoas foram assassinadas no país. Neste período histórico ironicamente concomitante à redemocratização brasileira, houve um aumento de 127% no número de homicídios anuais no território nacional – dos quais a imensa maioria das vítimas é composta por jovens pobres e negros, conforme demonstram as diversas estatísticas correlacionadas no estudo. Verdadeiros números de guerra.

Um cenário que tem preocupado crescentemente a opinião pública e diversos órgãos especializados em Direitos Humanos não apenas brasileiros, mas também diversas entidades mundo afora. Tendo em vista tudo isso, recentemente, multiplicaram-se no noticiário internacional demonstrações contundentes de preocupação por parte desses órgãos em relação ao Brasil: o recém-lançado “Estudo Global sobre Homicídios – 2011” (http://www.unodc.org/unodc/en/data-and-analysis/statistics/crime/global-study-on-homicide-2011.html), realizado pelo Departamento de Drogas e Crimes da ONU (UNODC) confirma que, dentre as 207 nações pesquisadas, o país apresenta o maior número absoluto de homicídios anuais: 43.909, em 2009 – sendo que já passou de 47.000 em 2011; a Anistia Internacional voltou a denunciar, em seu relatório anual de 2012, a violência e “o abuso policial como um dos problemas mais crônicos do país” (http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2012/05/anistia-internacional-volta-denunciar-violencia-policial-no-pais.html); até o Departamento de Estado Norte-Americano, na sequência, afirmou que “a violência policial mancha os Direitos Humanos no Brasil” (http://m.estadao.com.br/noticias/nacional,abuso-policial-mancha-direitos-humanos-no-brasil-dizem-eua,877472.htm); e, ainda mais recentemente, o Conselho de Direitos Humanos da ONU recomendou explicitamente que o Brasil trate de “combater a atividade dos ‘esquadrões da morte’ e que trabalhe para suprimir a Polícia Militar, acusada de numerosas execuções extrajudiciais” (http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2012/05/30/paises-da-onu-recomendam-fim-da-policia-militar-no-brasil.htm).

Nas últimas semanas, por conta de nova onda de violência policial no estado de São Paulo, voltou-se a falar na opinião pública de algo que nós da Rede Nacional de Familiares e Amigos de Vítimas defendemos há algum tempo: a DESMILITARIZAÇÃO DAS POLÍCIAS BRASILEIRAS. Este foi um dos temas defendidos na Audiência Pública realizada no dia 26/07/2012, em São Paulo, convocada pelo Ministério Público Federal, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, o Condepe-SP, as Mães de Maio, o MNDH e diversos outros movimentos do estado (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20624). Foi também o quê defendeu o professor de filosofia da USP, Vladimir Safatle, em seu texto semanal como articulista no jornal Folha de S. Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/colunas/vladimirsafatle/1124692-pela-extincao-da-pm.shtml).

Na madrugada do próprio dia 26 p/ 27/07/2012, uma chacina deixou 6 pessoas mortas na região do Jaçanã, Zona Norte de São Paulo, e diversas cápsulas de uso restrito da polícia foram encontradas nos locais das mortes (http://www.brasildefato.com.br/node/10192). Neste Sábado (28/07/2012), outra trágica notícia para todos nós: os policiais militares do BOPE fizeram mais uma vítima fatal no Rio de Janeiro: a menina Bruna Ribeiro da Silva, de apenas 10 anos, moradora do Morro da Quitanda, atingida por uma bala de fuzil na barriga, dentro de sua própria comunidade (http://oglobo.globo.com/rio/menina-vitima-de-bala-perdida-enterrada-sob-protestos-no-caju-5618236).

ESTE QUADRO DE TERROR COTIDIANO TEM QUE ACABAR!


PELA DESMILITARIZAÇÃO DAS POLÍCIAS EM TODO BRASIL! 

Neste Sábado (28/07/2012), os policiais militares do BOPE fizeram mais uma vítima fatal no Rio de Janeiro: a menina Bruna Ribeiro da Silva, de apenas 10 anos, moradora do Morro da Quitanda, atingida por uma bala de fuzil na barriga, dentro de sua própria comunidade (http://oglobo.globo.com/rio/menina-vitima-de-bala-perdida-enterrada-sob-protestos-no-caju-5618236). 

Na semana passada (dia 19/07/2012), a PM de São Paulo em meio a vários assassinatos já havia tirado a vida do jovem Bruno Vicente de Gouveia e Viana, de apenas 19 anos, que recebeu 25 tiros no carro em que estava com mais 5 amigos, na comunidade do Morro do São Bento, em Santos-SP (http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2012/07/pm-atira-mais-de-25-vezes-contra-carro-com-jovens-em-santos.html). 

O jovem Bruno e a menina Bruna se juntaram às CENTENAS DE MILHARES de vítimas fatais da violência policial militar no recente período "democrático" brasileiro.

Em homenagem à Bruna e ao Bruno, e a todas as outras vítimas fatais cotidianas das polícias militares em todo país, durante os últimos 30 anos de "democracia", nós das Mães de Maio de SP, junto à Rede de Comunidades e Movimentos Contra Violência do RJ, a Campanha Reaja ou Será Mort@ da BA, a Frente Anti-Prisional das Brigadas Populares de MG, a Associação de Mães, Familiares e Amigos de Vítimas da Violência do Estado no ES, a Rede Dois de Outubro - Pelo Fim dos Massacres, e toda a Rede Nacional de Familiares e Amigos de Vítimas da Violência do Estado temos pedido há alguns anos a DESMILITARIZAÇÃO DAS POLÍCIAS EM TODO O BRASIL.

Vamos tod@s reforças essa ideia! Todas as Brunas e Brunos que compõem a maioria de nossa população, pobre e negra moradora das periferias, merecem cada minuto de nossa luta por Justiça e Paz!

#BRUNA E BRUNO SEGUEM PRESENTES EM NOSSA LUTA!
#PELA DESMILITARIZAÇÃO DAS POLÍCIAS DO BRASIL!
#PAZ NAS PERIFERIAS DE TODO O PAÍS!





Daqui a pouco, começa o julgamento mais esperado da história deste país: o julgamento dos quadrilheiros do Mensalão. Conheça o cronograma.

agosto 1, 2012 21:00, por Desconocido - 0no comments yet



A Ação Penal 470 começa a ser julgada no Plenário do Supremo Tribunal Federal às 14h desta quinta-feira, 2 de agosto, conforme cronograma aprovado pelos ministros em sessão administrativa realizada em 6 de junho último. Não há previsão de término do julgamento.

Na primeira fase, destinada à leitura do relatório, apresentação da acusação e sustentações orais das defesas, serão realizadas nove sessões, até o dia 14 de agosto. No dia 15, deve começar a segunda fase, em que os 11 ministros votam. Cada sessão tem duração de cinco horas, com intervalo de 30 minutos.

No primeiro dia, o presidente do STF, ministro Ayres Britto, abre a sessão e, em seguida, passa a palavra para o relator da AP 470, ministro Joaquim Barbosa. O relatório, com 122 páginas, está disponível no site do Tribunal desde o dia 20 de dezembro do ano passado. Por ser de conhecimento público, o ministro apresentará apenas um resumo, com as principais informações desse documento.

Após a leitura do relatório, o presidente passará a palavra para o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, responsável pela acusação no processo. Ele tem direito de usar a palavra por até cinco horas, para fazer sua manifestação no Plenário.

As sustentações orais dos advogados dos 38 réus, que começam no dia 3 de agosto, terão duração de até uma hora cada, para apresentar a defesa no Plenário. Portanto, serão até cinco sustentações orais por dia.De 6 a 14 de agosto, as sessões serão realizadas diariamente, de segunda a sexta-feira. Nessa fase, as sessões das duas Turmas do STF serão realizadas nas manhãs de terça-feira.

Na segunda fase, a partir de 15 de agosto, o cronograma aprovado prevê a realização de três sessões por semana (às segundas, quartas e quintas), a partir das 14h. O primeiro a votar é o relator, seguido pelo revisor do processo, ministro Ricardo Lewandowski. Depois, os votos serão coletados na ordem inversa à antiguidade, ou seja, da ministra Rosa Weber, a mais nova no STF, até o ministro decano, Celso de Mello. 

O presidente do Supremo, ministro Ayres Britto, será o último a se manifestar, encerrando a votação. Nos dias de julgamento da AP 470, as sessões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), das quais participam três ministros do STF, serão iniciadas às 20h, e não às 19h, como de costume, segundo informou a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha. ( Do site do STF)

Para eleitor, PT é o partido mais corrupto, mas é o que mais melhorou a vida dos brasileiros. Ou seja: PT rouba, mas faz.

Um quarto dos eleitores não deixaria de votar no PT mesmo se políticos do partido forem condenados no julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que começa hoje. Segundo pesquisa do Instituto Análise, obtida pelo Valor,24% dos entrevistados disseram que "com certeza não deixariam de votar no PT" ainda que haja condenações de petistas e 22% afirmaram que "talvez não deixariam de votar" no partido.

A eventual condenação de petistas, no entanto, deve influenciar diretamente o voto de 20% dos eleitores, que responderam que "com certeza deixariam de votar" no partido; outros 18% afirmaram que "talvez não votariam" se houver condenação e 3% disseram que nunca escolheram o PT nas urnas. No total, 46% disseram que votarão ou poderão votar no PT, independentemente do resultado do julgamento do mensalão, e 41% afirmaram que podem não votar no partido. Há ainda um grupo de 15% dos eleitores que não soube ou não quis responder e que poderá ter o voto influenciado com os desdobramentos do julgamento.

"O escândalo do mensalão e o julgamento só reforçam a escolha daqueles que não já não votam no PT", disse Alberto Carlos Almeida, diretor do Instituto Análise. Para Almeida, o estrago eleitoral do julgamento deverá ser comedido. O mensalão é amplamente conhecido pelos brasileiros, sete anos depois da descoberta do esquema: 87% já ouviram falar do escândalo. A associação do caso com o ex-presidente Lula e com o PT, porém, não é automática.

Das pessoas que já ouviram falar no mensalão, a maioria (53%) identifica o caso como um escândalo de corrupção; 12% disseram que foi um escândalo que envolveu Lula; 9% afirmaram que foi um problema envolvendo o PT e 6% disseram que foi um escândalo com políticos do PT. A percepção geral da população é que todos os partidos estão envolvidos em corrupção, diz a pesquisa. Diante da pergunta: "Qual é o partido mais corrupto?", 39% não souberam ou não quiseram responder e outros 32% disseram que são "todos os partidos".

A legenda mais identificada com ilegalidades é o PT, com 9%, seguida pelo PMDB, com 7% e PSDB, com 5%. Apesar de o PT ser citado como o " mais corrupto", os entrevistados disseram que a sigla foi a que mais melhorou a vida dos brasileiros. Na pesquisa, 64% dos entrevistados disseram concordar com a frase: "Pode até ser que tenha corrupção, mas os políticos do PT são os que mais melhoram a vida da população?". Outros 23% discordaram e 13% não quiseram ou não souberam responder.

A pesquisa também avaliou a aprovação ao governo Dilma Rousseff: às vésperas do julgamento do mensalão é de 64%. Segundo a sondagem, 13% acham a gestão "ótima" e 51%, "boa"; 17% avaliaram o governo como "ruim" e 8% como "péssimo"; 2% não souberam opinar ou não quiseram responder. Para o restante, o governo Dilma é "regular".

O Instituto Análise ouviu 5 mil pessoas em 121 cidades, entre os dias 4 e 15 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o intervalo de confiança é de 97%. (Valor Econômico)




"Justiça é condenar todos", diz Gurgel sobre mensalão

agosto 1, 2012 21:00, por Desconocido - 0no comments yet


Protagonista do primeiro dia do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse ontem que, para “ser feita a justiça”, o tribunal terá de condenar todos os réus do caso. “Creio que o Supremo fará justiça. E, na visão do Ministério Público, justiça é condenar todos”, afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo. Gurgel voltou a afirmar que as provas colhidas durante as investigações são “contundentes” e “falam por si”.

Leia mais:

O procurador fará sua sustentação oral nesta quinta-feira após o relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, apresentar uma síntese de três páginas do caso. Gurgel já traçou sua estratégia para a sessão. O ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o ex-presidente do PT José Genoino e o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza serão seus principais alvos.
Nas cinco horas reservadas para a acusação, Gurgel pretende ressaltar a participação desse “núcleo político” e lembrará os principais fatos que comprovariam a existência da compra de votos no Congresso Nacional, estratagema que foi classificado pelo procurador como “o mais atrevido e escandaloso esquema de corrupção e de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil”.
Assim como na denúncia, Dirceu será apontado na sustentação oral do procurador como o “chefe de uma quadrilha” do mensalão. Gurgel dirá que ele, no comando da Casa Civil a partir de janeiro de 2003, montou e gerenciou a compra de apoio de partidos políticos, esquema tornado viável pela prática de diversos crimes, como corrupção, lavagem de dinheiro, peculato e formação de quadrilha, evasão de divisas e gestão fraudulenta.
Integrante do núcleo político “original”, o ex-dirigente petista Silvio Pereira não será julgado pelo STF, pois fez um acordo com o Ministério Público e já cumpriu serviços comunitários para se livrar da acusação do crime de formação de quadrilha.
“Como dirigentes máximos do Partido dos Trabalhadores, tanto do ponto de vista formal quanto material, os réus estabeleceram um engenhoso esquema de desvio de recursos de órgãos públicos e de empresas estatais, e de concessões de benefícios diretos ou indiretos a particulares em troca de ajuda financeira”, afirmou Gurgel em suas alegações finais. “O objetivo era negociar apoio político ao governo no Congresso Nacional, pagar dívidas pretéritas, custear gastos de campanha e outras despesas do PT”, acrescentou.
Segundo a denúncia, Marcos Valério operava o esquema via suas agências de publicidade, que recebiam dinheiro público e repassavam para parlamentares.
Desafio
Comprovar as manobras do “núcleo político” será o maior desafio do procurador-geral. Se não conseguir demonstrar que há provas suficientes para mostrar que José Dirceu comandou a compra de apoio no Congresso, os ministros do Supremo poderão absolvê-lo.
De acordo com um dos mais antigos ministros do tribunal, o procurador-geral da República precisa comprovar que parlamentares da base aliada receberam dinheiro para votar com o governo ou ao menos que tenham recebido a promessa.
Na sua acusação, o procurador detalhará também a atividade dos outros dois grupos citados na denúncia formal. O núcleo operacional, encabeçado pelo empresário Marcos Valério, é acusado de tornar viável a obtenção de recursos financeiros para garantir a compra de apoio parlamentar no Congresso.
O terceiro grupo, chamado de núcleo financeiro, era composto por dirigentes do Banco Rural à época dos fatos. Para obter o dinheiro, segundo a denúncia, os dirigentes liberaram dinheiro para o esquema por meio de empréstimos que o Ministério Público classificou como “simulados”. O dinheiro era lavado e entregue aos destinatários finais.
As cinco horas a que tem direito hoje, afirmou Gurgel, “não serão suficientes” para esmiuçar e apontar todas as provas colhidas que, segundo ele, comprovariam a prática dos crimes. “O tempo, a rigor, não será suficiente para falar de tudo e de todos.”
No dia seguinte à acusação, os advogados dos réus, a começar pelo defensor de José Dirceu, farão suas sustentações orais. Serão cinco advogados por dia, tendo cada um o tempo de uma hora. O presidente do STF, Carlos Ayres Britto, espera que o julgamento se encerre até o fim do mês. Outros ministros estimam que o julgamento seja concluído até o fim de setembro. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.




Em Minas, 350 têm supersalários

agosto 1, 2012 21:00, por Desconocido - 0no comments yet



Governo publicou ontem resolução com regras para divulgar dados
O governo de Minas divulgou, ontem, os salários dos servidores da administração direta, incluindo policiais militares e bombeiros. Segundo as informações publicadas no Portal da Transparência, 350 funcionários públicos do Estado têm rendimento bruto acima do teto constitucional, de R$ 26,7 mil, que corresponde ao salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal.
Os números são relativos ao salário de junho. Todos os servidores que receberam acima do teto são lotados na Secretaria de Fazenda. O maior vencimento pertence a um auditor fiscal, que, pelos dados divulgados, tem remuneração bruta de R$ 43.655,75.
Segundo a assessoria de imprensa do governo, os salários brutos acima do teto sofrem dedução automática para atender à legislação. Contudo, alguns servidores conseguem liminares na Justiça para receber os proventos integrais, que incluem, por exemplo, incorporação de adicionais por tempo de serviço.
Líquido. Quando descontados os impostos, abatimentos e deduções obrigatórias, nove servidores do governo de Minas continuam recebendo acima do teto constitucional. Uma auditora fiscal, por exemplo, é a que apresenta o maior salário líquido: R$ 34.964,39. Deste total, R$ 16.113,86 correspondem à remuneração eventual.
De acordo com a assessoria de imprensa, o valor refere-se a algum processo, por exemplo, por perdas anteriores de salário, que culminou com o pagamento em parcela única no mês de junho. Sem contar este valor, a funcionária pública receberia R$ 18.850,53.
O mesmo motivo fez o salário de uma servidora da Secretaria de Saúde aumentar de R$ 3.075 (bruto) para R$ 53.042 (líquido) em junho. Na rubrica remuneração eventual, ela recebeu R$ 51.086.
Lei. A divulgação dos dados é prevista pela Lei de Acesso à Informação. Ontem, a Secretaria de Planejamento e Gestão e a Controladoria Geral do Estado publicaram uma resolução conjunta que disciplina a divulgação dos salários no Portal da Transparência do governo.
Segundo a norma, as remunerações de servidores de autarquias e empresas públicas serão publicadas por etapa, nos dias 30 de setembro e 31 de outubro.
AGU quer garantir a publicação de nomes

Brasília. A Advocacia-Geral da União (AGU) informou, ontem, que deve recorrer da decisão judicial que impediu a divulgação nominal dos salários dos servidores da Câmara dos Deputados e do Senado.
Apesar de ainda não ter sido notificada, a AGU afirmou que já existe entendimento de que essas deliberações judiciais devem ser questionadas porque a Lei de Acesso à Informação permite a publicidade dos vencimentos com nomes.
Com as decisões judiciais, a Câmara e o Senado estão refazendo o sistema de divulgação dos dados para constar apenas a matrícula de cada servidor, sem a sua identificação nominal.
As duas Casas informaram que pretendiam divulgar os salários ainda ontem, prazo fixado pelo Congresso para a divulgação salarial dos parlamentares e servidores.
Na noite de anteontem, a 21ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal concedeu duas liminares impedindo a publicação nominal dos salários.
As liminares atendem a pedidos do Sindilegis (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo), contrário à divulgação dos nomes dos servidores.




PCC revisa seu estatuto e declara morte a profissionais de segurança pública

agosto 1, 2012 21:00, por Desconocido - 0no comments yet

"Todo integrante tem o dever de agir com serenidade em cima de opressões, assassinatos e covardias realizadas por agentes penitenciários, policiais civis e militares e contra a máquina opressora do Estado"


DEFESANET- Circula desde o final de agosto entre integrantes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), principal organização criminosa do Estado de São Paulo, um novo estatuto com as regras de comportamento e atuação do grupo.

Mais elaborado que o documento anterior, a nova "bíblia" da facção é composta por 18 artigos, sendo o último deles específico sobre vinganças contra policiais que ajam contra integrantes da organização. "Todo integrante tem o dever de agir com serenidade em cima de opressões, assassinatos e covardias realizadas por agentes penitenciários, policiais civis e militares e contra a máquina opressora do Estado", diz o documento. "Vida se paga com vida e sangue se paga com sangue", segue o aviso que pede "resposta à altura do crime".

Em sua introdução, o documento traz uma avaliação da atuação do PCC no Estado nos últimos 17 anos. "Nós revolucionamos o crime impondo através de nossa união e força (...) Nossa responsabilidade se torna cada vez maior, porque somos o exemplo a ser seguido".

O sexto artigo diz quem pode ou não participar do PCC. "O comando não admite, entre seus integrantes, estupradores, homossexualismo [sic], pedofilia, caguetagem, (...) calúnias e outros atos que ferem a ética do crime".

Em várias passagens, o documento lembra aos participantes da facção, em especial aos que não estiverem presos, seu dever em ajudar no custeio do grupo. "Os resultados desse trabalho serão empregados em pagamentos de despesas com defensores (advogados), ajuda para as trancas, cestas básicas, ajuda financeira para familiares de finados que perderam a vida em prol da nossa causa (...), auxílio para doentes com custos de remédios, atendimento de médicos particulares e, principalmente, na estrutura da luta contra nossos inimigos".

Integrantes que demonstrem desinteresse ou que pretendam deixar a facção serão, diz o documento, serão avaliados pelos chefes do PCC. "Se constado que o mesmo agiu de oportunismo, poderá ser visto como traidor. E o preço da traição é a morte", diz o nono artigo.




Agora tenho certeza: Existem duas Polícias, a dos oficiais superiores e a dos praças

agosto 1, 2012 21:00, por Desconocido - 0no comments yet



Não sou do tipo da pessoa que senta o cacete no oficial para defender O praça, ou vice e versa, pra começar minha família tem apenas 4 oficiais e o restante são praças, mas acontecem casos na PMMG, que quando leio Me recuso a acreditar que são verdade.  Cito um em especial de um então Tenente Coronel Que foi promovido a Coronel no  BGPM 57 de 31 de Julho de 2012 na página 04. Uma pessoa que só espalhou o terror em praças, oficiais e civis, que manchou o nome da PMMG em todo o Brasil, foi assunto de audiência pública da comissão de Direitos Humanos da ALMG, eu mesma fui perseguida por esse cidadão por muito tempo, sofrendo ameaças, desestabilizando a minha família sem um pingo de ética, fiz denúncias na Corregedoria e na RPM que não resultaram em NADA, não me chamem mais para qualquer audição pois EU NÃO VOU, pois eu sei que não vai dar em NADA.suspeito de vários crimes, com várias testemunhas e provas, foi afastado do Comando e ontem ganhou de presente a PROMOÇÃO ao maior posto da PMMG.
Se fosse praça teria sido extirpado, julgado, condenado, exonerado, expulso da PM sem sequer ter o direito de defesa pois é isso que a imprensa, a população e até a própria instituição faz, protege seus oficiais superiores e ferra os praças. Repare em entrevistas recentes evolvendo praças e oficiais, a instituição em entrevista, não me lembro bem agora o nome acho que de um Major, deixou entender que dois praças suspeitos de estupro eram CULPADOS, quer dizer o Major agora é Juiz, ele mesmo condena os praças usando a imprensa que na ânsia de audiência acaba com a vida dos suspeitos/praças e depois as pessoas que acusaram os praças furta da viatura da Corregedoria um GPS que estava na viatura. Em publicações anteriores um praça usuário de drogas foi EXPULSO da PM por decoro da classe e um Major estava no centro de BH em um Hotel com travestis fumando crack, foi afastado das funções porque ele é um usuário e está doente, Porque não se pode dar o mesmo tratamento aos dois? Ou o Major por ser oficial tem regalias que o praça não tem? O major é um doente, um usuário e o praça é um traficante e mancha as fileiras da PMMG.
Chega de hipocrisia , to cansada dessas falácias, desse discurso que todos são iguais, não são iguais e nunca serão, a não ser que os novos militares sejam mais justos que os atuais e que o corporativismo acabe, essa vaidade idiota que raiva !!!
Prometi a minha terapeuta que não ia tomar as dores de ninguém, mas hoje após a confirmação da morte do Soldado Cordeiro da ROTAM, do Desabafo do Bombeiro, a desvalorização das polícias em todo país e  de ler no Blog do Cabo Fernando (CLIQUE E LEIA) a promoção desse cidadão me deu uma revolta, uma vontade de jogar tudo para o alto, um pensamento que isso NUNCA vai mudar.
Tô de saco cheio, Até qualquer dia
Renata Pimenta




NÃO VOU LIBERAR ESPAÇO PARA COMENTÁRIOS, PORQUE COM CERTEZA VÃO ENCHER MEU SACO PARA QUE EU SEJA TESTEMUNHA EM IPM E VÃO METER O FERRO EM QUEM COMENTAR. DEIXA SÓ COMO UMA FORMA DE UM DESABAFO, SÓ QUE DESSA VEZ É MEU...

Fonte: Blog da Renata




MULHERES DENUNCIAM, EM AUDIÊNCIA, MAUS TRATOS DURANTE PARTO

agosto 1, 2012 21:00, por Desconocido - 0no comments yet


Abusos físicos, muitas vezes até sexuais, falta de privacidade, abandono, agressões verbais, confinamento e outros tipos de violência sofridas pelas mulheres no momento do parto são práticas comuns nas maternidades públicas e privadas do Brasil. A denúncia foi apresentada nesta quarta-feira (1º/8/12) por representantes de entidades não-governamentais durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A reunião foi solicitada pelo presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), a pedido das próprias entidades.
Em depoimentos emocionados, algumas mães relataram casos de abusos por parte dos profissionais de saúde no momento do parto, inclusive com casos de morte do bebê decorrente do mau atendimento. De acordo com a coordenadora da Comissão Perinatal e do Comitê de Prevenção de Óbitos Materno, Fetal e Infantil da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Sônia Lansky, 78,6% das mortes durante o parto no Brasil têm como causa direta a qualidade da assistência. Segundo ela, o número de óbitos de mães em Belo Horizonte chega a 42,3 para cada 100 mil, enquanto que o aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 20.
Humanização – A importância de quebrar o silêncio e cobrar das autoridades, das instituições e dos profissionais medidas efetivas para impedir a violência no parto foi ressaltada pela coordenadora do Grupo Ishtar Espaço para Gestantes e integrante do Grupo Parto do Princípio – Mulheres em Rede pela Maternidade Ativa –, Pollyana do Amaral Ferreira. “O problema vai além da questão da saúde, pois trata-se da violação de direitos”, disse Eliana Cunha, servidora legislativa que atua na mesma entidade. Para a vice-presidente da Ong Bem Nascer, Daphne Paiva Bergo, não se trata de entrar em confronto com a classe médica. “Queremos ajudar os profissionais a entenderem a forma que queremos ser tratadas”, explicou, acrescentando que a violência psicológica é muito mais séria que a física.
“Temos que potencializar os esforços para lidar com esse problema. O momento do parto é de encantamento para as mães, mas também de medos e incertezas, por isso, deve ser tratado de forma muito especial”, destacou o deputado Durval Ângelo. Também sensibilizado pelos relatos apresentados, o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) se comprometeu a levar o tema também à Comissão de Saúde, da qual é membro efetivo. Já a deputada Luzia Ferreira (PPS) disse que vai incorporar a questão aos debates da Comissão Especial da Violência contra a Mulher, da qual é relatora.
A deputada Liza Prado (PSB) afirmou que as maiores vítimas da violência por parte das equipes médicas são as mulheres negras e mais jovens. Segundo ela, é fundamental que as crianças venham ao mundo em um ambiente de amor. De fato, há estudos que mostram prejuízos à personalidade ligados a problemas no nascimento, lembrou o diretor clínico do Hospital Sofia Feldman e representante do Ministério da Saúde, João Batista Marinho Castro Lima. O hospital, localizado em Belo Horizonte, atende exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é referência nacional em assistência materno-infantil.
O contraponto aos depoimentos apresentados foi feito pelo presidente da Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais, Marcelo Lopes Cançado. Apesar de deixar claro que ele e a entidade que representa são favoráveis ao parto seguro, Cançado fez algumas ponderações a respeito do tema. Afirmou nunca ter presenciado qualquer tipo de humilhação ou xingamento dos profissionais de saúde às gestantes durante o trabalho de parto em sua experiência de mais de dez anos na área. "É preciso que tomemos cuidado com as afirmações de abuso sexual e xingamentos, pois acredito que esses devem ser casos pontuais", ponderou.
A necessidade de preparação e conscientização dos profissionais de saúde foi levantada por diversos participantes da reunião. Castro Lima lembrou que a maioria dos médicos e enfermeiros têm conhecimento de que comportamentos não recomendados acontecem, mas mesmo assim é difícil mudar rapidamente essas práticas. A enfermeira-obstetra e professora do curso de Enfermagem da PUC Minas-Barreiro, Miriam Rego de Castro Leão, acrescenta que cursos de medicina usualmente transformam mulheres parturientes em objeto de aprendizado. “É uma violação séria de direitos, a academia precisa refletir sobre essa realidade”, alertou.
"Mercantilização" do parto foi um dos pontos de discussão
O parto não pode ser condicionado à lógica do mercado, disse o deputado Adelmo Carneiro Leão. Ele disse que se preocupa com o fato de o parto ser considerado um ato médico, ou seja, que só pode ser feito por profissionais formados. Segundo ele, isso é inviável atualmente, pois faltam médicos na zona rural e em muitas cidades do interior. Para o deputado Paulo Lamac (PT), vice-presidente da comissão, é preciso ampliar os cursos de medicina no País, opinião não compartilhada pelo presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, João Batista Gomes Soares. Para Marcelo Cançado, a qualidade dos profissionais é mais importante que a quantidade.
A crescente “mercantilização” do parto, e da medicina em geral, foi uma preocupação manifestada por outros participantes da reunião. O promotor de Justiça Nélio Costa Dutra Júnior, coordenador da 19ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde, disse que não é por falta de legislação que acontecem posturas inadequadas dos profissionais e das maternidades. A mudança depende da mobilização da sociedade, completou Castro Lima, do Ministério da Saúde.
Requerimentos –  Durante a audiência, foram aprovados os seguintes requerimentos relativos ao tema debatido:
  • da deputada Liza Prado, encaminhamento à Secretaria de Estado de Saúde das notas taquigráficas da reunião, do documento denominado "Violência no Parto em Minas Gerais", além de pedido de providências para a efetivação de cursos destinados a profissionais em saúde, com vistas a humanizar e qualificar o atendimento a parturientes;
  • do deputado Durval Ângelo, encaminhamento das notas taquigráficas da reunião e do documento "Violência no Parto" a todas as entidades que participaram da audiência.
Violência no campo – Durante a reunião, a comissão também aprovou requerimento do deputado Durval Ângelo para realização de audiência pública com o objetivo de discutir a violência no campo em Minas Gerais, especialmente em relação a denúncias de ameaças sofridas pelos representantes de movimentos sociais no Triângulo Mineiro e em Felisburgo.




PR: Subten LANTMANN será punido disciplinarmente por contestar Capitão em grupo de discussão da internet

agosto 1, 2012 21:00, por Desconocido - 0no comments yet



Meu amigo Fogaça, peço sua permissão para fazer uso do seu site, voz da Categoria PM.

Nós Policiais Militares ativos e inativos, que em nosso cotidiano aprendemos a conviver com a internet, interagindo, trocando mensagens e fazendo comentários em sites como seu, devemos tomar conhecimento, e, a partir daí, cuidado e ciência de que este simples gesto de comunicação e liberdade de expressão, esta sendo monitorado, acompanhado, censurado e mensurado pelos serviços de inteligência da PMPR e do Governo, em flagrante desrespeito a Constituição Federal, Leis Federais e Estaduais e ainda Portaria do Ministério da Justiça, que garantem a todos os cidadãos (inclusive nós) o direito de nos expressar e manifestar opinião.

Conto o que esta acontecendo:

Em 2010, todos lembram da “bendiçoada” Lei de Reestruturação, feita nos porões do quartel, com o objetivo de equiparar os salários dos nossos Oficiais (que venderam a tropa por trinta moedas de prata) aos Delegados e que trouxe grande prejuízo aos praças em geral, com redução de escalonamento vertical e principalmente aos Subtenentes, que perderam a paridade com os Aspirantes.

Nosso CG, a época, mostrando sua vocação democrática, escalou todos os Oficiais de folga e os Cadetes, para encherem a galeria da Assembléia e vaiarem o Deputado Rossoni, lider da oposição, que havia patrocinado nossas emendas (que bom se fizessem o mesmo naquilo que interessa a toda corporação!), os Praças foram proíbidos de entrar na Casa do Povo e tiveram que assistir o teatro pela televisão.

De nossa parte, tinhamos um grupo de debate pela internet e como não podia deixar de ser, o tema era a lei e o presente do Governador para os Oficiais. Eis que entra uma mensagem, com comentário ofensivo, daqueles que nas trincheiras estamos acostumados a ouvir (não tá satisfeito pede baixa, praça é tudo preguiçoso, ninguém é insubstituível, quer salário de oficial vai estudar, etc), confesso não resistimos a oportunidade de responder, sem ofender, usando um recurso de linguagem de tom bem humorado e irônico, que teve um resultado muito acima de minha expectativa, pois, recebemos centenas de respostas elogiosas, inclusive de Coronéis.

Para nossa surpresa, mais de 01 ano depois, o CG (que antes de ser Comandante havia nos elogiado), instaurou em meu desfavor, um FATD, que foi conduzido com lisura pelo Sr Maj Jackson, concluindo ao final, estar o fato prescrito e não haver transgressão.

Agora, decorrido vários meses, da solução do FATD, nosso Comandante Geral, sem considerar o princípio da impessoalidade do ato administrativo, com fim que encaramos como perseguição política, talvez por sermos funcionário da AMAI, talvez por participarmos assiduamente de manifestações ou quem sabe por sermos filiado ao Partido dos Trabalhadores, jogou no lixo o Parecer de Arquivamento, discordou, dando interpretação própria e subjetiva a minha mensagem e assim, fundamentou decisão de me aplicar punição disciplinar de 05 dias de detenção (aos mais incautos, estou sim, criticando a descisão do Comando).

Aqueles que me conhecem sabem que não tenho vocação para santo, nunca fui perfeito, das muitas vezes que fui punido, algumas mereci outras não, mas tenho orgulho de minha história na Corporação, a maioria das sacanagens que suportei, foram por defender companheiros e por posicionamentos contrários a hierarquia e disciplina da inposição do querer por poder.

Este fato, ser punido, não muda em nada minha vida ou minha carreira que já acabou, mas por princípio vou lutar e brigar por justiça até o fim (isto é, até ter que ficar 05 dias batendo papo com amigos no quartel), quem sabe uma luz ilumina o alpendre e os poderosos, donos da verdade discricionária, resolvem reconhecer o direito do Policial Militar da Reserva, de se manifestar, expressar, comunicar e até mesmo se posicionar politicamente.

Subten RR Sérgio Luiz Lantmann
Assitente Jurídico “contratado” pela AMAI

(FONTE: Blog Profissão Policial) 





PR: Subtenente FOGAÇA do Blog Profissão PM indiciado em IPM pela 2ª vez

julio 31, 2012 21:00, por Desconocido - 0no comments yet


Em junho de 2012 o Subtenente PM/RR Alcino Fogaça, foi indiciado no Inquérito Policial Militar n.° 007/12-COGER PMPR, por conteúdos postados no Blog Profissão PM do qual é moderador e onde participa ativamente compartilhando conteúdos e dialogando com os milicianos.
Feitas as diligencias necessárias, o Encarregado do IPM n.° 007/12-COGER, concluiu seu relatório apontando pela inexistência de elementos para imputação de crime militar ao indiciado, como você pode ver aqui no resumo do IPM.
Agora o Subten FOGAÇA se vê, novamente, indiciado em um novo Inquérito Policial Militar, mandado instaurar pelo Comandante do Batalhão de Polícia de Guarda, por haver manifestado sua opinião, no Blog Profissão PM a respeito de assunto que em nada desmerece ou atinge a Instituição Polícia Militar ou seus dirigentes.
O item apontado para averiguação no IPM n.° 019/2012-COGER PMPR, apresentado pelo Major QOBM Giovani Schulli, foi montado de forma capciosa com citação de uma frase retirada aleatoriamente de uma discussão, não demonstrando a verdade dos fatos, encontrada no post publicado em 14 de junho passado intitulado “PR: O Lerner tentou Requião impediu e agora, quem impede Richa de seguir a cartilha da privatização tucana?”, onde é reproduzida matéria da edição n.° 4369 do jornal Relatório Reservado, que fala  sobre a possível privatização da SANEPAR.
O IPM porém, não trata da matéria reproduzida, ao contrário, faz referencia a uma resposta do Subten Fogaça ao comentário do leitor “JOÃO PAULO” sobre possíveis descontos na folha de pagamento de aposentados da PARANÁ PREVIDÊNCIA, conforme imagem abaixo.
Clique na imagem para AMPLIAR
Fica complicado de compreender o objetivo destes Inquéritos Policiais Militares instaurados a torta e a direita, sem pé nem cabeça, com evidencias organizadas de forma a confundir os leitores do material e que não expressam completamente a verdade dos fatos. Como eu sempre digo, tem caroço nesse angu, pois ao que parece estes inquéritos são mais pessoais do que profissionais e se isso se confirmar, realmente “estamos no mato sem cachorro com esse Governo“.
Leonardo de Andrade Ferraz Fogaça




Veja argumentos dos 33 advogados do mensalão

julio 31, 2012 21:00, por Desconocido - 0no comments yet
TRINCHEIRA NO SUPREMO


No início de junho, em entrevista à jornalista Mônica Bergamo e ao sociólogo Antonio Lavareda, veiculada no programa Ponto a Ponto, da emissora de TV por assinatura BandNews, o advogado criminalista Márcio Thomaz Bastos desabafou contra o que classificou de “publicidade opressiva da imprensa em casos de grande repercussão”. O mote da entrevista era a “CPI do Cachoeira” e o fato de Bastos defender o explorador de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. “[...]O único a segurar a mão do réu no fim da escada, crucificado e contra o vento”, disse o criminalista ao descrever o que é ter toda a opinião pública contra si quando teve — e tem — que defender réus impopulares, geralmente vindos do universo político e que encarnam as mazelas da vida civil do país.
No calor da CPI que resultou na cassação do senador goiano Demóstenes Torres, o criminalista teve até mesmo seus honorários advocatícios questionados quando um procurador do Rio Grande do Sul resolveu acusá-lo de “receptação culposa”, uma vez que o pagamento pelos seus serviços teria origem "ilícita", já que a receita de seu cliente, segundo o procurador, era "fruto de contravenção".
Márcio Thomaz Bastos também é advogado do ex-vice-presidente operacional do Banco Rural, José Roberto Salgado, integrante do Comitê de Prevenção de Lavagem de Dinheiro do banco e réu na Ação Penal 470, o processo do mensalão. No processo, Salgado é acusado de gestão fraudulenta, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e evasão de divisas. Junto dos advogados dos outros 37 acusados, a função de Bastos, que foi ministro da Justiça durante o primeiro mandato do presidente Lula, tem sido descrita como a de criar manobras para retardar o julgamento ou então enfraquecer, amparado em tecnicismos jurídicos, uma provável condenação.
Com o início do julgamento marcado para a próxima quinta-feira (2/7), os criminalistas que cuidam da defesa dos réus chegam, sob os olhares da mídia e da opinião pública, às trincheiras do caso. Maior esquema de corrupção da história recente do país, arremedo dertupado de denúncias ou qualquer coisa entre esses dois extremos, as acusações colocam os 33 advogados do caso sob a alça de mira da imprensa e do crivo popular. Para aqueles que vêm o julgamento como uma chance histórica de se fazer Justiça num país onde grassa a impunidade, o papel da defesa é reduzido a levantar pretextos para evitar que se cumpra o que é justo. Para aqueles que temem o grau de polarização presente no julgamento, a atuação dos advogados tem uma função crucial.
Primeiro movimento
Diferentemente de muitos países, a sustentação oral no Pleno do Supremo Tribunal Federal não se dá em audiência prévia marcada antes de os julgadores firmarem juízo e formularem seus votos. Ainda assim, a participação dos advogados, que devem se revezar entre os dias 3 e 14 de agosto falando aos ministros, está longe de ser meramente protocolar.

Originalmente, a defesa dos quatro ex-dirigentes do Banco Rural estava sob os cuidados de Márcio Thomaz Bastos que, depois de substabelecer a responsabilidade a outros colegas, cuida apenas das acusações contra José Roberto Salgado. A defesa da vice-presidente de Suporte Operacional do banco, Ayanna Tenório Tôrres de Jesus, é do advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira. Kátia Rabello, ex-presidente do banco, é representada pelo criminalista José Dias Neto e pelos sócios do escritório Campos Júnior Pires & Pacheco, de Belo Horizonte. Vinícius Samarane, ex-diretor estatuário, é também defendido pela banca.
Assim como no caso de Salgado, as defesas dos outros ex-dirigentes do Banco Rural pretendem questionar a competência do Supremo para julgar os 34 réus que não dispõem de foro privilegiado. Apenas os deputados federais João Paulo Cunha (PT-SP), Pedro Henry (PP-MT) e Valdemar Costa Neto (PR-SP) têm prerrogativa de foro. Apesar de ser improvável que os ministros acolham o pedido, como informou a revista Consultor Jurídico, a Questão de Ordem levantada por Márcio Thomaz Bastos com o argumento não se limita a uma solicitação de desdobramento do processo, mas diz que o julgamento de réus no STF sem prerrogativa de foro fere pelo menos dois princípios amparados numa perspectiva constitucional: a do juiz natural e o direito ao duplo grau de jurisdição. Os réus, se condenados, não terão o direito de recorrer da decisão.
Núcleo financeiro
No que toca ao mérito do processo, os advogados dos quatro réus do Banco Rural, que procedem com os trabalhos de defesa de forma separada, lembram que as acusações contra os ex-dirigentes se amparam tão somente na incerteza sobre a regularidade dos procedimentos bancários que envolveram os três empréstimos concedidos, respectivamente, em 2003, em favor da SMP&B Publicidade, da holding Graffiti — ambas do grupo de Marcos Valério — e do Partido dos Trabalhadores. No caso dos ex-dirigentes do Banco Rural, as defesas não entram no mérito da existência ou não do chamado mensalão, uma vez que não pesam contra os executivos as acusações de compra de apoio político, razão de ser da Ação Penal. A defesa do nomeado núcleo financeiro do escândalo do mensalão irá se ater, portanto, apenas nas acusações de crimes financeiros.

Os advogados querem demonstrar que as denúncias contra os ex-dirigentes do banco não mostram qualquer evidência, já que os empréstimos foram considerados legítimos por laudo produzido em perícia técnica do Instituto de Criminalística da Polícia Federal, a pedido do relator do processo, ministro Joaquim Barbosa. Segundo a defesa, não só havia razões formais e financeiras suficientes para a concessão dos empréstimos, como seus trâmites foram regulares, como atestam os laudos. Segundo os advogados, a liquidação da dívida pelo PT na instituição financeira e uma decisão favorável ao banco na Justiça de Minas Gerais, no processo de execução da dívida das empresas do publicitário Marcos Valério, também confirmariam a normalidade das condições sob os quais os empréstimos foram autorizados.
Para os advogados, nem mesmo por gestão temerária podem ser responsabilizados os dirigentes do banco. Ao contrário do que afirma o Ministério Público — que os saques não foram informados ao Banco Central —, o advogados garantem que os saques foram, sim, comunicados ao Conselho de Controle das Atividades Financeiras dentro das normas estabelecidas pelo Banco Central, que na época exigia a indicação do CNPJ da empresa e não o CPF da pessoa autorizada a sacar. Os advogados também rejeitam a tipificação como “lavagem de dinheiro”, uma vez que os recursos movimentados nas contas das empresas de publicidade de Marcos Valério tinham origem conhecida, não havendo razão para se dissimular sua natureza.
Quanto à evasão de divisas, os advogados apontam que o Ministério Público desconsidera o fato de que a remessa de dinheiro para uma conta do publicitário Duda Mendonça foi efetuada entre instituições sediadas no exterior, não ocorrendo, dessa forma, a saída de recursos do país. A defesa ainda observa que instituições financeiras responsáveis pelo depósito listadas pelo Ministério Público como filiais do Banco Rural não são, de fato, filiais do banco, tendo administração independente. O vínculo apontado pela Procuradoria-Geral da República seria, portanto, inexistente.
Núcleo político
Já a estratégia das defesas dos réus do chamado “núcleo político” terão de se deter no mérito da existência ou não de articulação da compra de apoio de parlamentares por membros do governo durante o primeiro mandato do governo Lula.

Um exemplo é a defesa do então deputado Valdemar Costa Neto, ex-presidente do PL e hoje presidente de honra do PR, que está a cargo do advogado Marcelo Luiz Ávila de Bessa.
A defesa aponta a ausência de ato de ofício praticado pelo parlamentar, ou seja, questiona onde a “vantagem indevida” concedida pelo político e fruto da compra de apoio pode ser comprovada. Valdemar Costa Neto é acusado dos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
A defesa do político sustenta que o Ministério Público Federal “deixou de especificar, tanto na peça inicial acusatória como nas alegações finais, qual (ou quais) ato(s) funcional(is) teria(m) sido praticado(s) pelo denunciado Valdemar Costa Neto em troca de alguma vantagem indevida”. A defesa tentará demonstrar que as relações do político com personagens do escândalo se deram por questões envolvendo a composição de um caixa de campanha conjunto entre o PT e o PL e por eventuais dívidas, pagamentos e movimentações financeiras naturais da administração do caixa de campanha. Para a defesa, não há qualquer evidência que sustente a versão da lavagem de capitais ou associação entre agentes políticos para o cometimento de atos ilícitos que visassem vantagens para o governo Lula.
José Dirceu, ao lado de José Genoíno e Delúbio Soares, é apontado como o epicentro que coordenava todo o esquema de compra de apoio político de parlamentares, sendo os três, de acordo com o Ministério Público, o elo entre a cúpula do PT e o grupo do publicitário Marcos Valério.
A defesa do ex-ministro da Casa Civil será a primeira do núcleo a falar aos ministros nesta sexta-feira (3/8). O cerne do argumento do criminalista José Luís de Oliveira Lima, que defende Dirceu, é a ausência de evidências materiais que sustentem a versão da Procuradoria-Geral da República, além da série de depoimentos de Roberto Jefferson, que denunciou, em 2005, o suposto esquema da compra de apoio político. A defesa afirma que apesar de mais de 500 depoimentos sobre o escândalo, ninguém foi capaz de detalhar e amparar com provas as acusações feitas pelo ex-presidente do PTB.
Tanto Dirceu quanto José Genoíno sustentam que não há evidências que demonstrem que sua atuação, à epóca, se desdobrava além do plano essencialmente institucional. O advogado Luiz Fernando Pacheco, que representa Genoíno, a exemplo da defesa de Dirceu, tentará demonstrar que não há subsídio para se entender que a atuação de Genoíno cruzava, além do plano político, com a as atividades do então secretário de finanças do PT, Delúbio Soares.
Por sua vez, a defesa de Delúbio Soares também argumenta que os empréstimos contraídos juntos aos bancos BMG e Rural foram destinados a dívidas de campanha de partidos aliados à coligação que elegeu o PT em 2003. O acordo foi fruto do entendimento de que os custos de campanha deviam ser repartidos, mas não há evidências que o custeio das dívidas estava condicionado à emissão de votos favoráveis a projetos do governo em trâmite na Câmara, afirma a defesa. O advogado do ex-tesoureiro do PT é o criminalista Arnaldo Malheiros Filho, que reclamou em outras oportunidades das dificuldades de acesso aos autos do processo.
Delator do esquema, o ex-deputado federal Roberto Jefferson internou-se, na quinta-feira (26/7), para retirar um tumor no pâncreas e deve passar os primeiros dias do julgamento hospitalizado. O que distingue a defesa do ex-parlamentar da de outros réus é que os argumentos formulados pelo advogado Luiz Francisco Corrêa Barbosa, que o representa, devem contrariar as declarações do próprio político. A sustentação oral de Barbosa é uma das mais aguardadas por conta da expectativa de que o advogado afirme, como tem feito, que o presidente Lula sempre esteve ciente do suposto processo de compra de apoio parlamentar. Jefferson, que é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, declarou, em outras oportunidades, que o ex-presidente "pode abraçar o pecador, mas não o pecado", dizendo que embora haja discordância entre sua a versão e a do próprio advogado, este tem autonomia para proceder com a defesa. 
Núcleo operacional
Para o advogado Marcelo Leonardo, que representa o publicitário Marcos Valério, o prazo de uma hora para a defesa, no caso do réu, é insuficiente. A defesa irá apresentar a mesma preliminar levantada pelo colega Márcio Thomaz Bastos sobre o problema de se julgar, em uma corte constitucional, réus sem prerrogativa de foro. A exemplo de Bastos, o advogado de Marcos Valério menciona precedentes de oito ministros do STF no sentido de desmembrar o processo, insistindo na afronta ao princípio do direito ao duplo grau de jurisdição.

Acusado dos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, Marcos Valério terá a defesa também orientada no sentido de demonstrar que a instrução processual esvazia a tese da existência de um esquema de compra de votos. Para a defesa, faltam evidências do repasse a partidos e tampouco a políticos para que votassem de acordo com o interesse do governo Lula ainda no primeiro mandato.
A defesa deve ainda tentar elucidar que o vínculo de Marcos Valério com alguns dos réus se dava estritamente em termos de sociedade empresarial. E como pessoa jurídica, citando precedentes do próprio Supremo Tribunal Federal, empresas organizadas regularmente não podem ser tomadas por organizações criminosas quando se verifica relação efetiva de prestação de serviços, aponta o advogado.
Sobre as acusações de que o deputado federal João Paulo Cunha, então presidente da Câmara, teria beneficiado a empresa de Valério em uma licitação para prestação de serviços, a defesa cita dirigentes da Congresso Federal, bem como representantes de agências concorrentes, que atestaram a regularidade do processo e que não houve qualquer influência por parte do parlamentar.
Outro ponto abordado pela defesa é que o dinheiro usado nas ações de publicidade do Banco do Brasil vinham da Visanet (atual Cielo), sendo fruto, portanto, de 1% dos valores pagos com os cartões, o que qualifica a origem privada e não pública dos recursos, desmontando a acusação de peculato.
A exemplo da defesa dos ex-dirigentes do Banco Real, a defesa de Marcos Valério aponta, no que se refere aos empréstimos bancários, que o dinheiro sacado tinha origem conhecida e foi sacado por pessoas identificadas, tanto que foi possível incluí-las como réus do processo.
Os advogados de Marcos Valério ainda afirmam que no que toca à acusação de evasão de divisas, a única coisa que foi provada é que ocorreu o que se qualifica por operação dólar-cabo, um meio de compensação entre doleiros e clientes. Para o Ministério Público, é só uma forma de se permitir a evasão de divisas e a lavagem de dinheiro se servindo de câmbio legal. Para a defesa, contudo, o dinheiro “troca de mão no país”, não incorrendo em saída de recursos e não havendo perda de capital nacional. O empresário Marcos Valério e três dos réus ligados a ele no processo da Ação Penal 470 foram condenados também em primeira instância em ações penais análogas ao processo do mensalão.
Um dos réus, o operador de câmbio Carlos Alberto Quaglia, da empresa Natimar, acusado pelo Ministério Público por formação de quadrilha, vai dispor dos serviços da Defensoria Pública. Por se tratar de matéria criminal, por conta de o réu não ter constituído advogado e em razão de o processo ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal, o defensor público-geral da União, Haman Tabosa, é quem fará a defesa de Quaglia durante a sustentação oral na alta corte. Por opção, o defensor público-geral não tem dado maiores informações sobre a estratégia de defesa, justamente para se diferenciar do trabalho de consultoria convencional feita por um advogado contratado. A assessoria da Defensoria Pública-Geral da União informou, contudo, que o defensor geral tem se preparado e estudado o caso.
À frente da defesa de Duda Mendonça, publicitário responsável pela estratégia de marketing da campanha presidencial que elegeu Lula em 2002, estão os criminalistas Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e Luciano Feldens, que substituíram os advogados Tales Castelo Branco e Frederico Crissiúma. A defesa pretende demonstrar que o publicitário é um personagem alheio ao processo, trazido arbitrariamente ao caso por conta do entendimento equivocado do Ministério Público de que o recebimento de cerca de R$ 10 milhões em uma conta bancária no exterior está ligado ao suposto escândalo.
O pagamento efetuado pelo empresário mineiro Marcos Valério em favor de Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes Silveira, correspondiam pelos serviços de consultoria em marketing prestados na campanha de 2002, diz a defesa. Para os advogados de Duda Mendonça, o vínculo dos publicitários com o PT constitui formalmente uma “relação legal, formalizada em contrato investido de objeto lícito”.
O processo
Trinta e quatro réus, entre os quais políticos da base governista e prestadores de serviços na área de publicidade e marketing são acusados por crimes de corrupção, que envolvem desvio de recursos públicos e/ou de lavagem de dinheiro, tendo como cerne a compra de apoio de parlamentares a propostas de iniciativa do primeiro mandato do governo Lula. Os demais quatro réus, ex-dirigentes do Banco Rural, são acusados de crimes financeiros como gestão fraudulenta e evasão de divisas, por facilitarem empréstimos para subsidiar o esquema.

Para a Procuradoria-Geral da União, houve a compra de apoio de parlamentares com recursos públicos para que políticos votassem em favor de projetos do interesse do governo. Do lado da defesa, carecem evidências e sobram fragilidades técnicas nas acusações de que houve a articulação de um esquema de corrupção desse porte, além da quitação de dívidas de campanha, via caixa dois, sem a utilização de dinheiro público.
Os crimes atribuídos aos réus do mensalão - 30/07/2012

Os réus e as acusações

Rafael Baliardo é repórter da revista Consultor Jurídico em Brasília.
Revista Consultor Jurídico




Não falta dinheiro à administração pública, falta gestão

julio 31, 2012 21:00, por Desconocido - 0no comments yet
CONTAS À VISTA


“Governo tem 59 bilhões para investimento, mas não consegue gastar.” A manchete do Estadão do último dia 8 de julho parece irreal. Ter dinheiro e não conseguir gastar não soa verossímil. Mas é uma realidade bastante conhecida pela administração pública.

Gastar dinheiro público não é fácil, e nem deve ser. Submetidas a uma série de procedimentos e controles, com a louvável finalidade de evitar desvios e mau uso dos recursos públicos, a despesa pública é um ato complexo. Previsão legal no orçamento, licitações, empenho, cronogramas, liquidações, enfim, há um longo percurso até o desembolso.
Somente isto já mostra a necessidade de se ter uma administração pública preparada para operacionalizar o gasto público de forma rápida e eficiente, pois a liberação tardia do recurso pode até mesmo inviabilizar a finalidade para a qual seria destinado.
Infelizmente não é o que se verifica, por uma série de razões.
De início, há que se observar que a gestão de recursos públicos está se tornando uma atividade cada vez mais complexa, a exigir pessoal especializado para cumprir esta que é uma atividade-meio, e não fim.
E a tendência natural é que cada Poder, órgão ou entidade que preste serviços públicos seja composto por servidores voltados a sua atividade-fim, para cumprir a função que deles se espera.
Assim é que em hospitais públicos espera-se encontrar médicos; em escolas públicas, professores; na segurança pública, policiais; no Judiciário, juízes; e em todos eles, além destes, os demais profissionais preparados para cumprir a finalidade para a qual os órgãos foram criados.
No entanto, nesses órgãos as despesas públicas ocorrem o tempo todo, e em valores expressivos. É evidente que não se pode esperar de médicos, professores e outros profissionais de áreas específicas, conhecimento, experiência e desenvoltura, por exemplo, em realizar licitações, sem contar todos os demais procedimentos próprios da complexa operacionalização da despesa pública.
Natural que ocorra o que se vem observando em toda a administração pública: a falta de profissionais especializados em gestão pública leva a um enorme desperdício de dinheiro. E não há que se falar desvios decorrentes de corrupção, apropriações indevidas e outros atos ilícitos. Uma lastimável perda de dinheiro que decorre pura e simplesmente de um fator: má administração.
Ainda mais lamentável é constatar que os recursos desperdiçados por má gestão são de grande monta. Valores que, embora praticamente imensuráveis, não sendo possível calcular com precisão, dão todas as evidências de que sejam extremamente expressivos. Não seria de se espantar, caso se pudesse chegar a um cálculo exato, de que venham a superar os decorrentes de corrupção e outros desvios. E mais: é extremante difícil responsabilizar agentes públicos por má gestão.
É de todo evidente que de nada adianta arrecadar mais se, na hora de gastar, os recursos são mal aplicados e não chegam ao seu destino. Já passou a hora de se voltarem os esforços, a energia e as preocupações para a despesa pública, e não para a receita.
A relação fisco-contribuinte já atingiu seu limite: os contribuintes não suportam mais a carga tributária, e o aumento da arrecadação só trará prejuízos ao cidadão e também ao país. Ademais, a administração pública, no que tange aos órgãos encarregados da arrecadação, estes sim, especialmente após as transformações que se observaram a partir da década de 90, têm se informatizado, modernizado e aumentado sua eficiência, servindo de exemplo até para outros países. Não há porque priorizar a receita.
Portanto, passou a hora de conferir a mesma — ou até maior — eficiência aos órgãos que gastam o dinheiro público.
É verdade que a administração pública vem passando, já há algumas décadas, por processo de modernização. Novas técnicas de administração pública vêm sendo implantadas, e na década de 90 houve uma intensificação deste processo. Embora ainda não consolidado, o processo de transformação de uma administração pública burocrática, mais preocupada com os procedimentos e a continuidade, em uma administração pública gerencial, mais moderna e eficiente, com gestores comprometidos com resultados e metas, é um caminho sem volta.
A modernização do processo orçamentário, iniciada na década de 60, com o orçamento-programa e as normas de planejamento da ação governamental, se tornaram mais evidentes a partir, principalmente, da Lei de Responsabilidade Fiscal, em 2000, com as novas exigências de coordenação e planejamento da administração pública.
A Constituição de 1988 e a estabilização da moeda em meados da década de 90 permitiram a retomada do planejamento governamental — que se perdeu no período de alta inflação —, com a exigência de um planejamento amplo e ao mesmo tempo eficiente, abrangendo todos os entes federados, de forma coordenada.
As normas de planejamento, com a exigência de planos plurianuais, leis de diretrizes orçamentárias e orçamentos anuais com previsões precisas e confiáveis, e programas governamentais bem construídos, com resultados, metas e indicadores claros e factíveis, tornam a administração pública mais democrática e transparente. Obrigam o administrador a respeitar a vontade da sociedade, perseguindo os objetivos por ela traçados, e os submete a um controle social mais efetivo. Fazem-no pensar a longo prazo, evitando a descontinuidade das ações governamentais. E geram um comprometimento dos governantes com políticas de Estado e não políticas de governo, efêmeras e que não podem ficar restritas ao mandatário do momento.
Notam-se avanços. Os planos plurianuais têm se aperfeiçoado a cada nova edição, e as leis de diretrizes orçamentárias intensificaram seu papel como instrumentos de planejamento da ação governamental. Já há exigências de planejamento intragovernamental, como é o caso do Poder Judiciário, com a Resolução 70, de 2009, do Conselho Nacional de Justiça, que instituiu o planejamento estratégico nos tribunais.
O mesmo se pode verificar com o aumento da informatização e a introdução de técnicas mais modernas de gestão.
Há, no entanto, que se dar maior velocidade a este processo, que se mostra aquém das expectativas.
A maior parte da administração pública ainda não aderiu a este processo, especialmente no âmbito de estados e municípios; a implantação das modernas técnicas de gestão, bem como a construção de uma administração pública com gestores profissionais, ainda é incipiente. Os Tribunais de Contas ainda não consolidaram a prática de fiscalizar a eficiência do gasto público, e ainda predomina na maior parte deles a análise meramente formal das despesas públicas, o que não se coaduna mais com as novas tendências da nova administração pública.
A informatização que já tomou conta da iniciativa privada não guarda correspondência na máquina pública, que segue atrás, muito mais lentamente do que se pode esperar.
Há, portanto, muito o que fazer. E rápido, pois enquanto isto o dinheiro público — meu, seu e nosso v vai embora, sem que tenhamos o retorno devido em serviços públicos de qualidade.
Finalizo pedindo desculpas, em parte, pelo título desta coluna, em que estou ciente ter exagerado, sendo até incorreto, ao dizer que não falta dinheiro. É evidente que dinheiro também falta, e não é pouco. Por mais que se melhore a gestão, há muitos setores em que os recursos são escassos, e ainda que bem geridos, são insuficientes para atender a demanda para a qual foram criados. Mas creio que esta quase “licença poética” se justifica para chamar a atenção àquele que é hoje o aspecto mais urgente e relevante na administração pública: aprimorar a qualidade do gasto público em todos os seus aspectos, tornando-o mais eficiente, com melhor relação custo-benefício, permitindo assim que os sempre e cada vez mais escassos recursos públicos sejam bem aproveitados.
É hora de se concentrar na despesa e não na receita, fazendo mais com menos.
José Mauricio Conti é juiz de Direito em São Paulo, professor associado da Faculdade de Direito da USP, doutor e livre-docente em Direito Financeiro pela USP.
Revista Consultor Jurídico




Confrontos com PM: 93% morrem na periferia

julio 31, 2012 21:00, por Desconocido - 0no comments yet



Em dez anos, entre 2001 e 2010, 93% das pessoas que morreram em supostos tiroteios com a Polícia Militar em São Paulo moravam na periferia. O distrito com mais casos é Sapopemba, na zona leste, com 52 ocorrências. O levantamento do Instituto Sou da Paz usa dados do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade da Secretaria Municipal da Saúde.

As chamadas "resistências seguidas de morte" - na Saúde definidas como mortes por "intervenção legal" - também crescem de acordo com gênero, idade e raça das vítimas. Negros e pardos foram os que mais morreram nos últimos dez anos: 54% do total de vítimas na cidade, enquanto no Censo de 2010 apenas 37% da população de São Paulo se declara dessas raças.

Quase todas as vítimas (99,6%) são homens. Em dez anos, só cinco mulheres morreram em supostos confrontos. Segundo Lígia Rechenberg, coordenadora de análise de dados do Instituto Sou da Paz, a idade dos mortos impressiona: 60% têm entre 15 e 24 anos. "A situação mais estranha é a dos jovens com 16 e 17 anos, que correspondem a 9% do total de vítimas e apenas 3,6% da população. É preciso entender por que esses adolescentes estão morrendo", diz Lígia.

A violência policial em Sapopemba começou a chamar a atenção em 2003. Um dos principais nomes na defesa dos direitos humanos no bairro, Valdênia Aparecida Paulino, sofreu ameaças por denunciar o envolvimento de policiais nos crimes e precisou sair do Brasil. "A falta de equipamentos públicos, moradia digna, acesso de qualidade à educação, saúde e cultura, a atuação desumana da polícia e o envolvimento de jovens com drogas e infrações são os maiores desafios do bairro", diz Sidnei Ferreira da Silva, coordenador do Núcleo de Cultura do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedeca).

Na zona leste, os bairros de Cidade Tiradentes (33 ocorrências) e Itaquera (31) ficam em quarto e quinto lugares. Brasilândia, na zona norte, é o segundo, com 48 casos. Capão Redondo, na zona sul, fica em terceiro, com 35 ocorrências. Na história recente da PM, em 2004, um caso notório foi o assassinato do dentista Flávio Ferreira Sant'Ana, de 28 anos - os policiais pensavam que ele era um assaltante. Flávio era negro e filho de um sargento aposentado da PM.

R7.