A ação política só é democrática se aceitar o outro
Luglio 14, 2012 21:00 - no comments yetFins e meios
Publicado originalmente no jornal Estado de São Paulo no dia 8 de julho de 2012.
Corrupção e política
Muitas vezes já observei, embora poucas vezes tenha sido entendido, que uma ação política pode atravessar uma zona cinzenta, passar pelo purgatório, antes de se determinar como moral ou imoral. Por isso se torna imoral o partido que se apresenta como encarnação da pureza política. Engana ao esconder a possibilidade de que suas atuações se tornem imorais, se no fim do processo alguns de seus efeitos não forem corrigidos. E engana ainda mais quando, no poder, mostrar-se tão corrupto como seu adversário. Aumenta o risco de transformar a política numa possível guerra civil, pois, ao acusar o adversário de essencialmente corrupto, admite a possibilidade de que ele seja eliminado do espaço público. Compreende-se por que os partidos políticos ideologicamente mais consistentes deveriam cortar na carne quando seus partidários são apanhados com a boca na botija. Cuidariam de sua imagem para não se tornarem alvo de uma acusação destrutiva.
É bem verdade que nem sempre se pode julgar se uma determinada ação política vem a ser moral ou imoral. No caos urbano de São Paulo, por exemplo, a instalação do monotrilho, benefício para toda a população que viaja, valoriza certas propriedades e desvaloriza outras. A injustiça que afeta estas últimas pode ser compensada por outros meios, como a redução no pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) ou benefícios de outra ordem. Mas enquanto essas compensações não forem feitas a ação permanece indeterminada de seu ponto de vista moral.
A corrupção não sofre dessa ambiguidade. Embora cada ação política sempre vise a tornar-se coletiva, depende essencialmente de esforços individuais. Mas estes não podem perder de vista o alvo coletivo, reunindo companheiros e criando adversários. E quando a ação chega ao limite do conflito cria amigos e inimigos, um passando a visar a eliminação do outro, tanto na guerra civil como na guerra entre Estados. E nesse momento ela se torna totalitária, sem fissuras, impedindo que o outro exista ou se manifeste.
A ação política só vem a ser democrática se aceitar a existência do adversário. O outro faz parte de sua sociabilidade. Funciona naquela linguagem que se desenvolve entre o eu e o tu, mas sempre tendo no horizonte um ele que convive no espaço de nosso discurso. Por isso a ação política no limite corre o risco da guerra civil, quando uma parte tenta anular a outra, obrigada então a se defender. A institucionalização da democracia se dá na prática institucionalizante de sua história.
A decisão arma as ações num projeto político e desenha os limites além dos quais o inimigo é posto. As teorias decisionistas lidam com a oposição eu e tu e por isso têm servido para justificar toda sorte de autoritarismo. Se o eu e o tu se constituem num povo contra um inimigo comum, como admitir uma parte, um partido, que o negaria sem pretender destruí-lo? Mas a relação eu e tu já circula no meio de uma linguagem peculiar, de modo que a decisão se faz tendo um ele no horizonte, como parte do povo potencialmente amiga ou adversária. O decisionismo necessariamente não promove o totalitarismo.
Já que toda ação convive com sua negação, a ação política sempre permite que algum companheiro atue desrespeitando a meta coletiva. No entanto, não pode aceitar a corrupção como parte de seu projeto, como se fosse meio legítimo de alcançar seus fins. Isso a impediria de se tornar verdadeiramente coletiva, pois assim aceita uma diferença que não visa ao bem comum. Se muitos políticos fazem caixa 2 para assegurar suas campanhas, não é por isso que o partido como tal poderia abonar essa prática, muito menos adotá-la para seu próprio financiamento. A corrupção privatiza uma ação que sempre haveria de ser coletiva.
Quando um partido se imbui de uma missão histórica, acreditando que somente ele pode cumpri-la, termina fomentando a corrupção de seus membros. Pode até mesmo transformá-la em condição de governabilidade. Na posição sobranceira que lhe investe o projeto transformador, aceita que os fins justificariam os meios. Mas com isso se torna autoritário, pois o outro, ao denunciar sua imoralidade, se transforma num empecilho para que a revolução se realize, conforma-se num obstáculo a ser removido por inteiro. A revolução é uma das ações políticas mais intensas, ela acua o inimigo e abala seu poder, mas se torna autoritária tão logo pretenda eliminá-lo fisicamente, abrindo assim a fenda por onde se infiltra o terror. A guerra civil torna-se inevitável quando o outro passa a ser sistematicamente negado. Lembremos que em geral não há guerra sem limitação de certas liberdades democráticas.
A ação política tem efeitos muito peculiares no seu próprio modo de ser. Depois de eu ter pintado uma parede de uma cor, que mais tarde se mostra inadequada, nada me impede de repintá-la, pois a parede continua lá. Isso não acontece quando preparo um alimento que, passando de seu ponto de cozimento, não pode mais ser comido. A ação política é uma espécie de cozimento do coletivo, que, passando do ponto, destrói a unidade social. A corrupção política assumida não apodrece o Estado?
Há intelectuais que fazem política como se pintassem paredes. Constatam que a ação política vem sempre acompanhada de corrupção e, deixando de lado as peculiaridades de cada uma de suas formas, simplesmente aderem a esta ou àquela posição política, sem levar em conta a dinâmica da corrupção nela inscrita. Atuam como se fossem cozinheiros que pouco se importam quando servem alimentos ultracozidos.
Corrupção e política
Muitas vezes já observei, embora poucas vezes tenha sido entendido, que uma ação política pode atravessar uma zona cinzenta, passar pelo purgatório, antes de se determinar como moral ou imoral. Por isso se torna imoral o partido que se apresenta como encarnação da pureza política. Engana ao esconder a possibilidade de que suas atuações se tornem imorais, se no fim do processo alguns de seus efeitos não forem corrigidos. E engana ainda mais quando, no poder, mostrar-se tão corrupto como seu adversário. Aumenta o risco de transformar a política numa possível guerra civil, pois, ao acusar o adversário de essencialmente corrupto, admite a possibilidade de que ele seja eliminado do espaço público. Compreende-se por que os partidos políticos ideologicamente mais consistentes deveriam cortar na carne quando seus partidários são apanhados com a boca na botija. Cuidariam de sua imagem para não se tornarem alvo de uma acusação destrutiva.
É bem verdade que nem sempre se pode julgar se uma determinada ação política vem a ser moral ou imoral. No caos urbano de São Paulo, por exemplo, a instalação do monotrilho, benefício para toda a população que viaja, valoriza certas propriedades e desvaloriza outras. A injustiça que afeta estas últimas pode ser compensada por outros meios, como a redução no pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) ou benefícios de outra ordem. Mas enquanto essas compensações não forem feitas a ação permanece indeterminada de seu ponto de vista moral.
A corrupção não sofre dessa ambiguidade. Embora cada ação política sempre vise a tornar-se coletiva, depende essencialmente de esforços individuais. Mas estes não podem perder de vista o alvo coletivo, reunindo companheiros e criando adversários. E quando a ação chega ao limite do conflito cria amigos e inimigos, um passando a visar a eliminação do outro, tanto na guerra civil como na guerra entre Estados. E nesse momento ela se torna totalitária, sem fissuras, impedindo que o outro exista ou se manifeste.
A ação política só vem a ser democrática se aceitar a existência do adversário. O outro faz parte de sua sociabilidade. Funciona naquela linguagem que se desenvolve entre o eu e o tu, mas sempre tendo no horizonte um ele que convive no espaço de nosso discurso. Por isso a ação política no limite corre o risco da guerra civil, quando uma parte tenta anular a outra, obrigada então a se defender. A institucionalização da democracia se dá na prática institucionalizante de sua história.
A decisão arma as ações num projeto político e desenha os limites além dos quais o inimigo é posto. As teorias decisionistas lidam com a oposição eu e tu e por isso têm servido para justificar toda sorte de autoritarismo. Se o eu e o tu se constituem num povo contra um inimigo comum, como admitir uma parte, um partido, que o negaria sem pretender destruí-lo? Mas a relação eu e tu já circula no meio de uma linguagem peculiar, de modo que a decisão se faz tendo um ele no horizonte, como parte do povo potencialmente amiga ou adversária. O decisionismo necessariamente não promove o totalitarismo.
Já que toda ação convive com sua negação, a ação política sempre permite que algum companheiro atue desrespeitando a meta coletiva. No entanto, não pode aceitar a corrupção como parte de seu projeto, como se fosse meio legítimo de alcançar seus fins. Isso a impediria de se tornar verdadeiramente coletiva, pois assim aceita uma diferença que não visa ao bem comum. Se muitos políticos fazem caixa 2 para assegurar suas campanhas, não é por isso que o partido como tal poderia abonar essa prática, muito menos adotá-la para seu próprio financiamento. A corrupção privatiza uma ação que sempre haveria de ser coletiva.
Quando um partido se imbui de uma missão histórica, acreditando que somente ele pode cumpri-la, termina fomentando a corrupção de seus membros. Pode até mesmo transformá-la em condição de governabilidade. Na posição sobranceira que lhe investe o projeto transformador, aceita que os fins justificariam os meios. Mas com isso se torna autoritário, pois o outro, ao denunciar sua imoralidade, se transforma num empecilho para que a revolução se realize, conforma-se num obstáculo a ser removido por inteiro. A revolução é uma das ações políticas mais intensas, ela acua o inimigo e abala seu poder, mas se torna autoritária tão logo pretenda eliminá-lo fisicamente, abrindo assim a fenda por onde se infiltra o terror. A guerra civil torna-se inevitável quando o outro passa a ser sistematicamente negado. Lembremos que em geral não há guerra sem limitação de certas liberdades democráticas.
A ação política tem efeitos muito peculiares no seu próprio modo de ser. Depois de eu ter pintado uma parede de uma cor, que mais tarde se mostra inadequada, nada me impede de repintá-la, pois a parede continua lá. Isso não acontece quando preparo um alimento que, passando de seu ponto de cozimento, não pode mais ser comido. A ação política é uma espécie de cozimento do coletivo, que, passando do ponto, destrói a unidade social. A corrupção política assumida não apodrece o Estado?
Há intelectuais que fazem política como se pintassem paredes. Constatam que a ação política vem sempre acompanhada de corrupção e, deixando de lado as peculiaridades de cada uma de suas formas, simplesmente aderem a esta ou àquela posição política, sem levar em conta a dinâmica da corrupção nela inscrita. Atuam como se fossem cozinheiros que pouco se importam quando servem alimentos ultracozidos.
José Arthur Giannotti é filósofo, professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP); é pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap).
Revista Consultor Jurídico
Ex-senador Demóstenes poderá receber como prêmio aposentadoria no MP
Luglio 14, 2012 21:00 - no comments yetProcedimento disciplinar
MP promete medida contra Demóstenes se voltar ao cargo
Se voltar a exercer o cargo de procurador de carreira no Ministério Público de Goiás, o ex-senador goiano Demóstenes Torres (sem partido) deve enfrentar procedimento disciplinar. A Corregedoria-Geral do MP goiano informou que aguardou a publicação da decisão do plenário no Diário do Senado para instaurar um procedimento disciplinar com o objetivo de apurar se Demóstenes cometeu eventual falta funcional. Nenhum procedimento tinha sido instaurado até então porque as acusações e suspeitas contra o ex-senador não tinham atingido sua atuação como membro do Ministério Público. A decisão do plenário está publicada na edição desta quinta (12/7) no Diário do Senado.
Demóstenes teve o mandato cassado nesta quarta (11/7) por decoro parlamentar. Ele foi acusado de ter beneficiado a organização criminosa supostamente comandada pelo empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. (Leia mais aqui na ConJur). Ele só poderá voltar a disputar eleições em 2027.
A licença de Demóstenes perderá o efeito assim que a decisão do Senado for publicada. Caso reassuma o cargo de procurador, Demóstenes vai atuar na 27ª Procuradoria de Justiça, recebendo salário de R$ 22 mil, fora os benefícios do cargo. Se mantiver o vínculo com o MP-GO, Demóstenes continuará tendo foro privilegiado por prerrogativa da função. Assim, o processo do Supremo Tribunal Federal deverá ser julgado pelo Tribunal de Justiça de Goiás. Já se ele for desligado do MP antes do julgamento, deverá ser julgado pela Justiça Federal em Goiás.
A Corregedoria Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público também investiga suposto envolvimento do procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres, irmão de Demóstenes, com o grupo de Carlinhos Cachoeira.
Com informações da Agência Brasil.
Demóstenes teve o mandato cassado nesta quarta (11/7) por decoro parlamentar. Ele foi acusado de ter beneficiado a organização criminosa supostamente comandada pelo empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. (Leia mais aqui na ConJur). Ele só poderá voltar a disputar eleições em 2027.
A licença de Demóstenes perderá o efeito assim que a decisão do Senado for publicada. Caso reassuma o cargo de procurador, Demóstenes vai atuar na 27ª Procuradoria de Justiça, recebendo salário de R$ 22 mil, fora os benefícios do cargo. Se mantiver o vínculo com o MP-GO, Demóstenes continuará tendo foro privilegiado por prerrogativa da função. Assim, o processo do Supremo Tribunal Federal deverá ser julgado pelo Tribunal de Justiça de Goiás. Já se ele for desligado do MP antes do julgamento, deverá ser julgado pela Justiça Federal em Goiás.
A Corregedoria Nacional do Conselho Nacional do Ministério Público também investiga suposto envolvimento do procurador-geral de Justiça de Goiás, Benedito Torres, irmão de Demóstenes, com o grupo de Carlinhos Cachoeira.
Com informações da Agência Brasil.
Revista Consultor Jurídico
Cooperativa não responde por dívidas de empresa
Luglio 14, 2012 21:00 - no comments yetSem sucessão
O Tribunal Superior do Trabalho considerou que a continuidade das atitivades de uma empresa por parte de ex-empregados organizados em forma de cooperativa não configura sucessão de empregadores. A decisão é da 5ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho, que analisou caso envolvendo a Jorgraf (Cooperativa de Jornalistas e Gráficos), composta por ex-empregados da ETN Editora Tribuna de Notícias Ltda., de Alagoas. Os ministros consideraram que não houve transferência do empreendimento, bens e instalações da empresa para a cooperativa, que assim não poderá ser responsabilizada pelos débitos trabalhistas da editora.
O relator, ministro Brito Pereira, entendeu que a cooperativa, inclusive, teria agido de modo ilegal na ocupação do local de funcionamento da editora. Em seu voto, o ministro afirmou que o simples prosseguimento da atividade empresarial pelos ex-empregados decorreu da necessidade de garantir a própria sobrevivência.
O Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (AL) já havia negado recurso interposto pelo sócio da ETN. A pretensão era ser excluído da condenação que o reconheceu como sócio oculto ou de fato da editora e, por isso, também responsável pelos débitos trabalhistas em ação ajuizada por um vendedor de jornais.
Ao recorrer ao Tribunal Superior do Trabalho, o sócio pretendia ver configurada a sucessão de empregadores pela cooperativa formada por ex-empregados da editora e, assim, passar a ela toda responsabilidade pelas dívidas trabalhistas existentes. A decisão foi unânime no sentido de negar provimento ao recurso do sócio.
Com informações da Assessoria de Imprensa do TST.
RR-64700-70.2007.5.19.0006
O relator, ministro Brito Pereira, entendeu que a cooperativa, inclusive, teria agido de modo ilegal na ocupação do local de funcionamento da editora. Em seu voto, o ministro afirmou que o simples prosseguimento da atividade empresarial pelos ex-empregados decorreu da necessidade de garantir a própria sobrevivência.
O Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (AL) já havia negado recurso interposto pelo sócio da ETN. A pretensão era ser excluído da condenação que o reconheceu como sócio oculto ou de fato da editora e, por isso, também responsável pelos débitos trabalhistas em ação ajuizada por um vendedor de jornais.
Ao recorrer ao Tribunal Superior do Trabalho, o sócio pretendia ver configurada a sucessão de empregadores pela cooperativa formada por ex-empregados da editora e, assim, passar a ela toda responsabilidade pelas dívidas trabalhistas existentes. A decisão foi unânime no sentido de negar provimento ao recurso do sócio.
Com informações da Assessoria de Imprensa do TST.
RR-64700-70.2007.5.19.0006
Revista Consultor Jurídico, 12 de julho de 2012
Criminalidade organizada e democracia, por Ferrajoli
Luglio 14, 2012 21:00 - no comments yetColuna do LFG

Perguntas fundamentais (mapa da exposição). Começou formulando algumas perguntas fundamentais: 1ª) Como é a criminalidade organizada?; 2ª) Como vem funcionando o sistema penal para promover o seu controle?; e 3ª) Qual seria uma resposta racional contra a criminalidade organizada?
Organizações poderosas. Em relação à primeira indagação começou afirmando que o crime organizado é poderoso e, ademais, chega a atentar contra as raízes do Estado e da Democracia, ou seja, da possibilidade de uma salutar convivência social [esse, hoje, é o caso do México, por exemplo]. Ele afeta o funcionamento normal das nossas sociedades [a América Central assim como alguns territórios brasileiros vivem diariamente esse drama], em razão, sobretudo, das suas ligações com as autoridades públicas bem como com a criminalidade ordinária.
Três grupos. Delineou três grupos de crimes organizados: 1º) o vinculado com os poderes criminais privados (organizações criminosas privadas) [do tipo PCC, por exemplo], 2º) o decorrente dos poderes econômicos (criminalidade organizada das empresas — [empresas construtoras no Brasil, por exemplo], dos bancos etc.) e 3º) criminalidade organizada estatal (dos poderes públicos, dos políticos, dos juízes, policiais, fiscais etc.).
Características do crime organizado. O crime organizado tem hoje um peso financeiro e econômico sem precedentes, visto que possui caráter global (muitas vezes) e conta, ademais, com um poder destrutivo impressionante [destruição do ser humano, da natureza, das condições necessárias para a vivência democrática etc.]. Estamos neste momento experimentando a mundialização da economia e do mercado, sem a correspondente globalização da Justiça assim como dos direitos e garantias fundamentais. A fortaleza do crime organizado (terrorismo interno ou internacional, máfias, narcotraficantes, exploração ilícita dos jogos etc.) ao se deparar com a fraqueza do sistema jurídico de controle, sobretudo internacional, conduz a um cenário de regressão social onde vigora a “lei do mais forte” (a lei selvagem).
Primeiro grupo (exploração da miséria). Uma característica relevante do primeiro grupo de crime organizado (organizações criminosas privadas) consiste na exploração da miséria, ou seja, uso dos pequenos delinquentes [que, constituindo apenas “corpos” — braços, pernas e anatomia —, sem qualquer patrimônio cultural ou econômico ou social, são exploráveis, torturáveis, prisionáveis e extermináveis]. O crime organizado privado, especialmente no que diz respeito ao mercado das drogas ou das migrações, explora a mão de obra barata do miserável, do necessitado, otimizando seus lucros e benefícios [os que contam com maior espaço de liberdade em razão dos seus poderes exploram os que são mais vulneráveis — jovens desempregados, ex-presidiários etc. —, que ostentam menos espaço de liberdade — Ruggiero 2005].
Segundo grupo. O segundo grupo de crime organizado (decorrente dos poderes econômicos nacionais ou transnacionais) atua contra o meio ambiente, no mundo financeiro etc. Os grupos internacionais são claramente favorecidos pelo “vazio de direito público” no plano global, onde então esses poderes se sentem “desregulamentados” [sobretudo sob o império do neoliberalismo], havendo inversão da equação Estado/mercado, ou seja, o mercado fala mais forte que o próprio Estado, as empresas competem com este último, daí decorrendo a exploração da miséria em dimensão globalizada, da saúde pública etc. Sublinhe-se que esse vazio de direito público, no caso do Brasil, é mais preocupante ainda, visto que até hoje não temos, na lei, o conceito de crime organizado (consoante reconheceu o STF no HC 96.007-SP).
Terceiro grupo. O crime organizado dos poderes públicos desviados é o mais infame de todos, porque envolvem crimes contra a humanidade, torturas, desaparecimentos forçados, sequestros, guerra e, sobretudo, corrupção. A mais séria ameaça contra a democracia é a emanada desses grupos organizados, que sabem fazer amplo uso da mimetização dos capitais ilícitos, ou seja, sabem, tanto quanto os poderosos econômicos, mesclar dinheiro lícito com dinheiro ilícito, dando aparência de legalidade para todo o capital. A corrupção contraria todos os fundamentos da democracia (transparência, legalidade, moralidade etc.). Afeta de modo grave a esfera pública assim como os princípios democráticos. O bem jurídico que está jogo, quando se trata de crime organizado que envolve o poder público, é a própria democracia, ou seja, o Estado de Direito. São os fundamentos dos bens públicos que entram em crise, nesse caso. A capacidade intimidativa e corruptiva do crime organizado afeta, ademais, a própria função pública de proteção e de garantia. Ela proscreve a garantia das garantias, que é a função protetiva jurisdicional.
Segunda premissa. No que concerne à segunda indagação (relacionada com a capacidade do sistema penal para controlar o crime organizado) o balanço, diz Ferrajoli, é negativo. Algum tipo de mudança na estrutura do direito era previsível para fazer frente às organizações criminosas. E tais mudanças aconteceram em muitas legislações. Mas vieram com características irracionais e classistas (discriminatórias). Incrementaram a seletividade do sistema penal, ou seja, a perseguibilidade prioritária dos pobres, garantindo-se a impunidade dos poderes fortes.
Dupla involução. Uma dupla involução cabe ser mencionada: (a) a legislação e o funcionamento do sistema penal garantiram a impunidade da corrupção dos poderosos, seja despenalizando alguns crimes, seja permitindo a prescrição; (b) dirigiram suas forças contra os mais débeis (pobres), aumentando penas, endurecendo os regimes da execução, criando crimes infundados relacionados com a migração clandestina, com o que forjou “a pessoa penalmente ilegal”; trata-se de uma legislação demagógica, típica do populismo penal, fundada no medo, com alta dose de ineficácia, o que coloca em xeque a função dissuasória da pena.
A impunidade dos poderosos é criminógena. De outro lado, a legislação penal repressiva transmite uma mensagem ideológica nefasta [vinculando, muitas vezes, o delinquente apenas com imagem estereotipada difundida pela criminologia midiática]. O conceito de segurança divulgado amplamente na atualidade não significa segurança dos direitos sociais. Segurança é igual segurança pública, cujas medidas se voltam contra “bodes expiatórios”, escondendo-se grandes tensões sociais não resolvidas. Confunde-se política penal com política social [menosprezando-se a Justiça social]. Neste cenário de priorização da segurança policial ou penal duas seguranças se perdem: (a) segurança dos direitos sociais; (b) segurança da liberdade frente ao poder estatal.
Terceira premissa. Diante do fracasso retumbante do sistema penal atual para fazer frente às organizações criminosas, qual seria uma resposta racional?
1) Direito penal mínimo: o Direito Penal não pode ser usado para punir bagatelas, ou seja, só contam com merecimento penal as agressões graves contra bens jurídicos relevantes. A máquina judiciária não deve cuidar de coisas pequenas;
2) Direito internacional: no âmbito da esfera pública mundial impõe-se criar um direito penal transnacional à altura da criminalidade organizada também mundial. O Tribunal Penal Internacional está apenas começando suas funções jurisdicionais. Ainda continua muito “saboteado” [pelos Estados Unidos, por exemplo]. Impõe-se ampliar sua competência para poder julgar outros crimes: terrorismo, tráfico de armas, tráfico transnacional de drogas, golpes de Estado etc. São crimes que as Justiças locais não têm capacidade de julgar. Impõe-se, de outro lado, observar a máxima independência dos órgãos jurisdicionais e persecutórios. Juízes e membros do Ministério Público deveriam desenvolver uma espécie de “politização” voltada para aplicar a lei contra todos [não somente contra os pobres];
3) Direito penal reduzido: é preciso acabar com a inflação de leis penais, abolir as contravenções penais, contemplar expressamente na lei o princípio da ofensividade (lesividade), prever a exigência de representação para os crimes patrimoniais [ao menos no que diz respeito aos crimes cometidos sem violência], incrementar a previsão e o uso das penas alternativas e introduzir a “reserva de código” (todos os crimes previstos num único código), dificultando-se a sua alteração. Diante de um legislador desordenado, nada melhor que a reserva de código.
As duas sugestões (provocações?) finais oferecidas pelo professor Luigi Ferrajoli, em sua magnífica lectio doctoralis, foram:
(a) legalização das drogas: a lógica proibicionista estimula o mercado assim como o crime organizado, até porque o Estado não tem a mínima condição de fazer cumprir a legislação que ele mesmo aprova. A legalização controlada pode ser uma boa saída (tal como a que está sendo ventilada, agora, para a maconha no Uruguai);
(b) fim do comércio e tráfico de armas: as armas são feitas para matar. A violência, sobretudo com a utilização de armas de fogo, nos conduz à sociedade natural (selvagem). Se o Estado conta com o monopólio do uso da força, ninguém mais está permitido utilizá-la [salvo em casos excepcionais para a defesa da vida, por exemplo]. É preciso vencer a atual crise da razão jurídica sem ilusões, mas também sem pessimismos. Somos todos responsáveis pela construção de um mundo melhor.
* Colaborou Alice Bianchini, diretora do Instituto LivroeNet e do Portal www.atualidadesdodireito.com.br, coordenadora do Curso de Especialização em Ciências penais da Anhanguera-Uniderp/LFG e presidente do Instituto Panamericano de Política Criminal (Ipan).
Luiz Flávio Gomes é advogado e professor. Fundador da Rede de Ensino LFG, diretor-presidente do Instituto de Pesquisa e Cultura Luiz Flávio Gomes. Acompanhe meu Blog. Siga-me no Twitter. Assine meu Facebook.
Revista Consultor Jurídico
"Opinião pública faz STF decidir com os pés no Brasil"
Luglio 14, 2012 21:00 - no comments yetLegitimação social

É como pensa o professor Joaquim Falcão, advogado, ex-membro do Conselho Nacional de Justiça e diretor da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro, a FGV Direito Rio. Para ele, a opinião pública deve ser levada em conta tanto quanto os ensinamentos de doutrinadores estrangeiros citados com frequência nos votos dos 11 ministros que compõem o Supremo.
Porém, isso não quer dizer que o Supremo tenha de votar sempre como quer a população. Neste caso, nem precisaria existir. Mas é importante que os ministros coloquem a opinião pública como um dos vários fatores que os levam a tomar suas decisões. “O ministro Sepúlveda Pertence disse uma vez que os ministros não podem decidir com os pés na lua. A opinião pública faz com que os ministros decidam com os pés no Brasil”, afirma Falcão.
Falcão concedeu entrevista à revista Consultor Jurídico ao final de sua aula no curso de Direito para Jornalistas que a FGV Rio ministrou para mais de 40 profissionais de imprensa de todo o país na primeira semana de julho. O professor falou sobre o julgamento do mensalão, os motivos pelos quais o Judiciário se tornou o protagonista dos três Poderes e minimizou os projetos de lei que avançam sobre as atribuições da corte: “Faz parte do jogo democrático”, disse.
O professor contou que o Supremo é o tribunal com o maior número de portas abertas do mundo. Há 36 formas de se recorrer à Corte. Joaquim Falcão ainda afirmou que o tribunal poderia racionalizar as sessões fazendo reuniões prévias não decisórias, a exemplo do que já faz o CNJ. Sobre a TV Justiça, disse: “O importante seria que os ministros se conscientizassem de que quanto mais falam com complexidade, mais perdem audiência ao invés de ganhar”.
Leia a entrevista:
ConJur — O senhor já defendeu que o Supremo Tribunal Federal tem de levar em consideração a opinião da população. Que a voz da sociedade não vale menos do que as considerações de um doutrinador estrangeiro. Mas até que ponto o STF tem de ouvir a voz das ruas?
Joaquim Falcão — Vários fatores influenciam as decisões e os votos de um ministro. É um conjunto de fatores. O principal fator é o normativo, legal. O raciocínio e a argumentação têm de ser feitos com base no Direito existente e também no sentimento de justiça da sociedade, como diria Cláudio Souto [sociólogo e livre-docente em Direito]. Há outros fatores de natureza pessoal, formação, ambições. E há fatores de visões de mundo, noção de qual é o papel do Supremo em uma democracia e quais são os valores da sociedade. Nem sempre se exige que um ministro explicite isso.
ConJur — A opinião publica, então, é um fator importante?
Falcão — A opinião pública é um fator que está mais evidente a cada dia porque trata da legitimidade da instituição. Isso não quer dizer que o Supremo tenha que votar com a opinião pública, mas ele tem que considerá-la. E considerá-la de uma forma aberta, porque não existe uma opinião pública como unidade. Existe um conjunto de tendências, algumas vezes majoritárias, outras não, que tem que ser levado em consideração. Mais ainda: a opinião pública pode ser expressa de diversas formas: pela mídia, pelos seus líderes e também por pesquisas de opinião e pesquisas científicas. O que eu advogo é que o Supremo e os magistrados abram cada vez mais espaço para ouvir a opinião pública do contexto onde ele está, porque nós não livramos ainda de um colonialismo doutrinário jurídico. É mais fácil você citar um autor estrangeiro do que um autor nacional, como é mais fácil você citar uma realidade estrangeira do que uma realidade nacional. A opinião pública, nesse sentido maior, é um modo de fazer. O ministro [aposentado] Sepúlveda Pertence disse uma vez que os ministros não podem decidir com os pés na lua. A opinião pública faz com que os ministros decidam com os pés no Brasil.
ConJur — Como o senhor vê a pressão da opinião pública na cobrança pelo julgamento do mensalão? Vimos até pressões internas para que o revisor, ministro Ricardo Lewandowski, liberasse logo o processo para a pauta...
Falcão — Repare que, do ponto de vista legal, os ministros do Supremo estão protegidos de pressões por meio da vitaliciedade, da inamovibilidade e da irredutibilidade dos vencimentos. Mas o mundo legal não é todo o mundo da vida. Então, os ministros do Supremo não estão isentos de pressões políticas não individuais. Podem até ser individuais, mas a cada julgamento do Supremo, a sociedade também julga o tribunal. “O Supremo está desempenhando bem as funções que ele tem que exercer como meu representante?”, questiona o cidadão. O cidadão delegou ao Supremo o poder de decidir o que é justiça e como exercer a coerção legal. Logo, tem que conhecer como é que o Supremo exerce isso. É um direito legítimo dele.
ConJur — O Supremo, então, representa a sociedade?
Falcão — A sociedade já conhece a maioria dos ministros. Mas a sociedade quer conhecer quem é Rosa Weber, quem é Luiz Fux e quem é Dias Toffoli diante de questões iguais a essas. Isso é importante para a sociedade, porque vai afetar a vida do cidadão. Querer conhecer não é fazer pressão.
ConJur — O Supremo estabeleceu um rito extraordinário para o julgamento do mensalão, em todos os aspectos. Críticos afirmam que é preciso ter cuidado para que o STF não se transforme em um tribunal de exceção para julgar esse caso. O senhor acha que esse rito especial se justifica?
Falcão — Nós temos na FGV um projeto chamado “Supremo em Números”. Fazemos análises quantitativas do tribunal, de 1988 até hoje. Os números mostram que o Supremo nunca encarou um processo com tantos andamentos e com tantos incidentes, alguns até não previstos. Então, é uma situação que tem muito de rotina e tem algo de inédito. E o Supremo não pode deixar de decidir porque não estão previstos determinados tipos de procedimentos. A questão mais debatida hoje é como irá se calcular a pena média em caso de condenação. Então, são decisões cujos ritos não estão previstos de forma rigorosa e o STF não pode deixar de enfrentar.
ConJur — É preciso uma dose de discricionariedade?
Falcão — Essa discricionariedade faz parte da democracia. Claro, não se pode impedir o direito de defesa, o devido processo legal e a imparcialidade dos ministros. Esses são limites que têm que ser respeitados. Os direitos ao devido processo legal, à ampla defesa e à imparcialidade não são dos réus, são da sociedade, que está em jogo através desse julgamento. Daí a dificuldade que existe, de um lado um direito coletivo que nós todos temos no trato moral da coisa pública e, de outro, os direitos individuais que todos necessitamos de termos um julgamento imparcial, com plena defesa e com o devido processo legal. Essa que é a tensão que o Supremo vai ter que resolver.
ConJur — O Judiciário se transformou no protagonista dos três Poderes. Quais são as causas disso?
Falcão — Uma é a democracia. É razoável que na democracia o Supremo tenha a última palavra. A segunda causa é o impasse partidário e político do Legislativo, a complexidade de uma decisão no Poder Legislativo. É necessária uma simplificação processual dos procedimentos do Legislativo. Hoje, da maneira como está, para sair uma lei tem que ter mais de uma dezena de comissões ouvidas. É extremamente complexo esse processo. E a terceira é que o Supremo, de alguma forma, tem assumido algumas posições contramajoritárias no sentido de avanço social.
ConJur — Que posições?
Falcão — A legalidade da marcha da maconha, a permissão de interrupção de gravidez de fetos anencéfalos, a união homoafetiva. São posições que o Legislativo hesitaria tomar nas condições atuais, sobretudo pelos compromissos religiosos. Mas isso, no mundo inteiro, é uma questão de tempo, de timming. O Supremo tem sabido sincronizar com esse setor mais avançado da sociedade. Isso lhe dá um protagonismo muito grande. E outro ponto, que também o “Supremo em Números” mostra, é que qualquer ação de primeira instância acaba no Supremo.
ConJur — O volume ainda é invencível...
Falcão — O Supremo, hoje, tem 36 portas abertas para você chegar lá, caminhos processuais. São 36. Já houve 52 portas. Em 1988, tinha 52 caminhos, embargos, agravos, recursos etc. Eram 52 modalidades. Com certeza, é o Supremo com o maior número de portas abertas do mundo.
ConJur — Esse protagonismo tem provocado reações pontuais do Legislativo. Exemplos são projetos do deputado federal Nazareno Fonteles (PT-PI) que avançam sobre atribuições do Supremo. Como o senhor vê isso?
Falcão — Como parte de um jogo democrático. Como a expressão da separação de Poder para o poder. O Poder limita o próprio poder. Faz parte. Agora mesmo, a Suprema Corte dos Estados Unidos declarou constitucional o Obamacare, aprovado pelo Congresso. Então, há hoje uma legislação de saúde aprovada pelos três Poderes. A primeira fala de Mitt Romney foi a seguinte: “Como presidente, meu primeiro ato vai ser anular a lei do Obama. Eu vou mandar para o Congresso uma proposta para anular a lei”. Esse jogo não é um jogo estático, é dinâmico. Não temos que nos preocupar com um flash, um momento. Temos de avaliar se a dinâmica está sendo produtiva ou destrutiva para a democracia.
ConJur — E está sendo produtiva?
Falcão — Sim. O Brasil avançou como poucos países. Talvez o principal fator de certo prestígio econômico do Brasil seja a estabilidade política e a previsibilidade das normas. Não somos nós que dizemos isso. São os investidores. Perfeita, jamais. Mas comparado com o resto do mundo... A verdade é comparativa nessas situações. Então, é um avanço. Veja a situação da Itália, da Espanha. É muito complicado.
ConJur — O Supremo legisla?
Falcão — Essa divisão de julgar, legislar e executar é artificial. A pergunta seria: O Supremo interfere na competência de legislar que deveria ser do Legislativo? Minha resposta é: às vezes, pode interferir, mas cabe ao Legislativo fazer parar isso.
ConJur — A TV Justiça é saudável ao Supremo? O que o senhor acha da ideia de reuniões prévias?
Falcão — Eu acho que o Supremo deveria ter reuniões prévias não públicas e não decisórias. Reuniões para conversar, discutir, como se tem em todos os países. E a sessão decisória pública. Pelo que eu entendo, era a vontade do ministro [Cezar] Peluso, mas ele não conseguiu. São reuniões que têm certo grau de informalidade. Não se decide nada, mas se troca ideias entre colegas.
ConJur — Racionaliza a sessão.
Falcão — Sim. Simplifica porque você dá mais agilidade. Quanto à TV Justiça, o importante seria que os ministros se conscientizassem de que quanto mais falam com complexidade, mais perdem audiência ao invés de ganhar.
Rodrigo Haidar é editor da revista Consultor Jurídico em Brasília.
Revista Consultor Jurídico
PEC179 Proposta permite a policial acumular cargo público
Luglio 13, 2012 21:00 - no comments yet A Câmara analisa a Proposta de Emenda à Constituição 179/12, do deputado Roberto de Lucena (PV-SP), que permite a acumulação de cargo de policial federal ou estadual com a de cargo público de professor ou de cargo público privativo de profissionais de saúde. A acumulação desses cargos também será permitida aos guardas municipais, segundo o texto.
Segundo o autor, o objetivo da proposta é garantir o aumento da renda mensal dos policiais. Além disso, na visão do deputado, ao se permitir que o policial atue no magistério, também se abrirá “a oportunidade de maior integração dos alunos com a atividade de segurança” e a oportunidade de aumentar a integração do policial com a comunidade. “Essa interação seria boa para escola, muito boa para o policial e excelente para a toda a sociedade brasileira”, afirma Lucena.
Tramitação
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania vai analisar a admissibilidade da PEC. Caso seja aprovada, a proposta será analisada por uma comissão especial e, depois, encaminhada ao Plenário para votação em dois turnos.
Íntegra da proposta:
- PEC-179/2012
PM DO PIAUÍ ADOTA MODELO DE GESTÃO EUROPEU E ENFOCA LUGARES VIOLENTOS
Luglio 13, 2012 21:00 - no comments yet
A Polícia Militar do Piauí está adotando um modelo de gestão voltado para a excelência semelhante ao padrão europeu no qual, através de um toque na tela do computador, é possível obter informações importantes para dinamizar e melhorar o trabalho da polícia. O programa é um sistema de gestão estratégica que possibilita ao comandante de uma unidade viabilizar e direcionar o policiamento na área que precise ser reforçada.
A responsabilidade dos testes em Teresina fica a cargo da equipe de Divisão de Análise Criminal da Polícia Militar, comandada pelo major Edson Júnior. Ele explica que o programa será utilizado pelos gestores que vão definir a melhor forma de trabalhar e resolver problemas instantaneamente. “É totalmente diferente da forma habitual utilizada pelas polícias estaduais, representa ganho de tempo e combate direcionado a um problema, sem demora, burocracias ou qualquer outro problema que atrapalhe no trabalho de combate à criminalidade”, disse.
Ainda segundo o responsável pela operação, o programa vai direcionar o policiamento onde ele deve ser incrementado. “É importante saber o quê, como, quando e onde. Com essas perguntas, o gestor pode direcionar seu policiamento de forma racional, minimizando o uso do policial e isso só é possível com um modelo de gestão inteligente. Uma estatística é a redução dos índices de ocorrência. É um modelo de choque direcionado que vai direto da base de dados para a elaboração de estratégicas bem elaboradas”, explica Edson Júnior.
Há quatro semanas, o sistema é utilizado pela polícia piauiense e, apesar de estar em fase de testes, já tem bons resultados. Pelo programa, a polícia já constatou que o horário mais crítico e de maior criminalidade em Teresina é de 18h às 0h, o domingo é dia mais violento e a área mais violenta a zona Sul de Teresina. Tudo isso foi informado de forma instantânea, com apenas alguns cliques no computador do Comando Operacional da PM.
DEPUTADOS ESTADUAIS DE MINAS GERAIS, APROVAM O FIM DO 14º E 15º SALÁRIOS E TAMBÉM A VERBA PALETÓ
Luglio 13, 2012 21:00 - no comments yetAssembleia de Minas aprova fim do 14° e 15° salários para deputados Além da verba de paletó, os parlamentares também aprovaram o fim do pagamento pelas sessões extraordinárias. Com as medidas, a economia nos quatro anos de mandato será de R$ 11.075.670,40
Marcelo Ernesto - Jornal Estado de Minas
O fim do 14° e 15° salários para os deputados em Minas foi aprovado pelo plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quinta-feira. A extinção da verba de paletó, como também é chamada, foi aprovada por unanimidade. O projeto, que é de autoria da Mesa Diretora da Casa, também acaba definitivamente com o pagamento pela participação em reuniões extraordinárias, que são convocadas durante os recessos, quando há a necessidade de apreciar algum projeto. O subsídio já estava suspenso desde o começo do ano passado. O fim do benefício ocorreu após acordo assinado entre os líderes das bancadas.
Com a medida, a previsão é de que o Legislativo estadual economize cerca de R$ 3.327.6030,10 anualmente com o pagamento dos 77 deputados. Com a nova regra serão pagos, somando as duas parcelas - no início e no final do mandato –, o valor de R$ 2.232.450,00. Com isso, se for considerado os quatro anos da legislatura, o montante poupado se torna ainda mais vultuoso, atingindo cerca de R$ 10.220.000,00.
O assunto já havia sido acertado pelos sete integrantes da Mesa Diretora em reunião no mês de maio, mas ainda precisava ser comunicado aos líderes dos partidos, antes de ser colocado em pauta. Conforme o texto do Projeto de Lei 3.3329/12, os parlamentares passam a receber durante o mandato apenas duas parcelas durante o período de quatro anos. A primeira será paga no início do mandato e outra no final. O valor líquido de cada um dos benefícios é de R$ 20.042,35.
Atualmente, além de Minas Gerais, outras dez assembleias legislativas pagam a verba do paletó a seus parlamentares. Somente neste ano, o benefício foi cancelado em dois estados (Goiás e Paraná) e no Distrito Federal. Decisões judiciais suspenderam o pagamento da verba em São Paulo, Pernambuco e Goiás. Ainda tramita uma ação judicial que pode acabar com a regalia no Piauí e obrigar os parlamentares a devolver o valor recebido nos últimos cinco anos.
Congresso
O pagamento do 14º e 15º salários a deputados federais e senadores foi extinto, por unanimidade, em votação no plenário do Senado Federal no mês de maio. O texto agora tramita na Câmara, em Brasília. Após passar pelas comissões e ser votado em plenário, volta ao Senado para promulgação. Informações de bastidores apontam que já existe um acordo entre as lideranças da Câmara para aprovar de maneira rápida a matéria sem qualquer modificação.
Reajuste para os servidores
Além de extinguir o benefício do 14° e 15° salários dos deputados estaduais, o Projeto de Lei de autoria da Mesa Diretora da Assembleia, aprovado nesta quinta-feira, concede reajuste de 4,4% para os servidores do Legislativo. O percentual de reajuste recompõe a perda da categoria no último ano. O valor já será aplicado no salário deste mês, já que a data base da categoria é o mês de abril.
Com a medida, a previsão é de que o Legislativo estadual economize cerca de R$ 3.327.6030,10 anualmente com o pagamento dos 77 deputados. Com a nova regra serão pagos, somando as duas parcelas - no início e no final do mandato –, o valor de R$ 2.232.450,00. Com isso, se for considerado os quatro anos da legislatura, o montante poupado se torna ainda mais vultuoso, atingindo cerca de R$ 10.220.000,00.
Saiba mais...
Deputado abre mão do 14º e 15º salários Câmara começa a analisar o projeto que acaba com a mordomia do 14º e 15º salários Decisão de acabar com o 14º e 15º salários atingirá as assembleias e câmaras municipais Mesa Diretora do Senado aprova fim do 14º e do 15º salários de senadores e deputados Economia de R$ 9 milhões com fim do auxílio-paletó na ALMG De acordo com o presidente da Assembleia, deputado Dinis Pinheiro (PSDB), a aprovação do projeto marca uma sintonia da Casa com os anseios da população. “Essa medida tem o objetivo de afinar o compromisso da Assembleia com a sociedade. Nosso objetivo é fazer uma legislação que possa incidir de fato na vida das pessoas”, ressaltou.
Na justificativa apresentada pelos integrantes da Mesa, a nova proposta estabelece um sistema justo de remuneração dos parlamentares. “Portanto, além de estabelecer uma redução na despesa da Assembleia Legislativa, a proposição vai ao encontro de um conjunto de medidas que têm sido adotadas com vistas à fixação de um sistema mais apropriado de remuneração dos deputados”, diz o texto.
Na justificativa apresentada pelos integrantes da Mesa, a nova proposta estabelece um sistema justo de remuneração dos parlamentares. “Portanto, além de estabelecer uma redução na despesa da Assembleia Legislativa, a proposição vai ao encontro de um conjunto de medidas que têm sido adotadas com vistas à fixação de um sistema mais apropriado de remuneração dos deputados”, diz o texto.
Atualmente, além de Minas Gerais, outras dez assembleias legislativas pagam a verba do paletó a seus parlamentares. Somente neste ano, o benefício foi cancelado em dois estados (Goiás e Paraná) e no Distrito Federal. Decisões judiciais suspenderam o pagamento da verba em São Paulo, Pernambuco e Goiás. Ainda tramita uma ação judicial que pode acabar com a regalia no Piauí e obrigar os parlamentares a devolver o valor recebido nos últimos cinco anos.
Congresso
O pagamento do 14º e 15º salários a deputados federais e senadores foi extinto, por unanimidade, em votação no plenário do Senado Federal no mês de maio. O texto agora tramita na Câmara, em Brasília. Após passar pelas comissões e ser votado em plenário, volta ao Senado para promulgação. Informações de bastidores apontam que já existe um acordo entre as lideranças da Câmara para aprovar de maneira rápida a matéria sem qualquer modificação.
Reajuste para os servidores
Além de extinguir o benefício do 14° e 15° salários dos deputados estaduais, o Projeto de Lei de autoria da Mesa Diretora da Assembleia, aprovado nesta quinta-feira, concede reajuste de 4,4% para os servidores do Legislativo. O percentual de reajuste recompõe a perda da categoria no último ano. O valor já será aplicado no salário deste mês, já que a data base da categoria é o mês de abril.
TUDO SOBRE O CARLINHOS CACHOEIRA E SEUS TENTACULOS
Luglio 13, 2012 21:00 - no comments yetCORRUPÇÃO NA POLÍTICA - LEIA COM ATENÇÃO!
Ainda estava escuro quando, às 6 horas da manhã, do dia 29 de fevereiro de 2012, a mansão de luxo, na Rua Cedroarana, Quadra G-3, Lote 11, no Residencial Alphaville Ipês, em Goiânia, de propriedade do Governador de Goiás Marconi Pirillo, até 2010, foi invadida pela "swat" da Polícia Federal. Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso numa ação cinematográfica.
Ainda estava escuro quando, às 6 horas da manhã, do dia 29 de fevereiro de 2012, a mansão de luxo, na Rua Cedroarana, Quadra G-3, Lote 11, no Residencial Alphaville Ipês, em Goiânia, de propriedade do Governador de Goiás Marconi Pirillo, até 2010, foi invadida pela "swat" da Polícia Federal. Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso numa ação cinematográfica.
PEC garante aposentadoria integral por invalidez a militares
Luglio 13, 2012 21:00 - no comments yetA Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 34/12, que garante aposentadoria integral aos militares afastados em caso de invalidez permanente, recebeu parecer de 1º turno favorável na manhã desta quinta-feira (12/07), na Comissão Especial da Assembleia Legislativa criada para analisá-la. A relatora, deputada Maria Tereza Lara (PT), opinou pela aprovação da proposta na forma do substitutivo nº 1, que mantém o conteúdo originalmente proposto, fazendo apenas alguns reparos.
De autoria do deputado Sargento Rodrigues (PDT), a PEC 34/12 acrescenta parágrafo e incisos ao artigo 39 da Constituição do Estado, de forma a adequar a situação previdenciária do militar estadual ao disposto na Emenda Constitucional 70, de 2012, que assegura ao servidor que tenha ingressado no serviço público até 31/12/2003 o direito à aposentadoria por invalidez com proventos calculados com base na remuneração do cargo efetivo em que se der a aposentadoria.
A PEC 34 abrange o militar estadual, cuja situação previdenciária possui algumas peculiaridades, derivadas da distinção funcional que guarda com a do servidor civil, motivo pelo qual o substitutivo fez alguns reparos no texto original da proposição. “Fui procurado por militares que ponderavam sobre a necessidades de incluirmos a ‘incapacidade’ no texto que, inicialmente, falava apenas da invalidez. Por considerar justa e importante a reivindicação, negociei com a relatora ,que entendeu e acatou nossa solicitação”, ressaltou Sargento Rodrigues.
Desta forma, o substitutivo nº 1 acrescenta artigo ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias definindo que “o militar que tenha ingressado no serviço público até o dia 31 de dezembro de 2003 e que tenha passado à inatividade por invalidez permanente ou incapacidade física tem direito a proventos integrais, calculados com base na remuneração do posto ou graduação, na forma do Estatuto, não aplicando o disposto nos parágrafos 3º, 8º e 17 do artigo 36 desta Constituição. Estabelece ainda que o valor dos proventos e das pensões serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade.
O substitutivo também determina que o Estado procederá, no prazo de 180 dias contados da data de publicação da emenda à Constituição, a revisão dos proventos e pensões militares concedidos a partir de 1º de janeiro de 2004.
Com a aprovação do parecer, a proposta está pronta para análise do Plenário em 1º turno.
Fonte: Foto: Marcelo Metzker/Site Sgt Rodrigues
Campanha do agasalho é lançada pelo movimento RET
Luglio 13, 2012 21:00 - no comments yetA Associação Mineira de Defesa e Promoção da Cidadania e Dignidade apoia esta campanha do movimento RET e Democracia & Transparência.
A CHAPA RET LANÇA A CAMPANHA DO AGASALHO E É APOIADA PELA CHAPA DEMOCRACIA & TRANSPARÊNCIA - DOE UM AGASALHO A QUEM PRECISA
CAMPANHA DO AGASALHO DO MOVIMENTO RET (RENOVAÇÃO, ÉTICA E TRANSPARÊNCIA)
SE VOCE TEM UM AGASALHO SOBRANDO EM CASA LIGUE PARA (31) 87249733, (31) 99447882 E (31) 92683867 E FAÇA SUA DOAÇÃO, POIS TEM MUITA GENTE SENTINDO FRIO.
O CONTATO PODE SER FEITO VIA EMAIL: claudinhocd@ig.com.br
Londres-2012 proíbe o uso de camisetas de "Che" Guevara
Luglio 13, 2012 21:00 - no comments yetEnquanto espectadores encontram longa lista de restrições, patrocinadores do evento ganham oportunidades
Os espectadores das Olimpíadas de Londres não poderão entrar nos estádios com diversos tipos de itens e até mesmo roupas, informou nesta quarta-feira (11/07) o Locog (o Comitê Organizador das Olímpiadas na sigla em inglês) por meio de uma lista de restrições de duas páginas.
WikiCommons

Objetos e roupas que ostentam declarações políticas ou remetem a outras identificações comerciais que não a dos patrocinadores do evento estão proibidas. Dessa forma, o comitê evita que camisetas estampadas com Che Guevara ou críticas politizadas a empresas financiadoras das Olimpíadas estejam presentes na plateia.
As bandeiras, tão utilizadas nas comemorações de disputas, também foram alvo das restrições do comitê. Flâmulas de países que não estão participando dos jogos também não são permitidas, mas a regra não se aplica às bandeiras individuais da Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. Mesmo assim, apenas bandeiras com até 1 metro por 2 metros entrarão nos estádios.
Outros itens utilizados para torcer pelas equipes, como vuvuzelas, tambores, apitos e cornetas também foram vetados dos Jogos Olímpicos deste ano.
Assim como nos aeroportos internacionais, líquidos com mais de 100 ml e mochilas com mais de 25 litros de capacidade não poderão entrar. O porte de alimentos também sofreu restrições de modo que os espectadores não poderão trazer ao evento uma “quantidade excessiva de comida”, segundo o documento oficial.
Leia mais
Se os visitantes desejarem se alimentar, terão que arcar com os elevados custos das cantinas e restaurantes oficiais do evento, onde o almoço sairá por 40 libras, o hot-dog por 6 libras, uma garrafa de água por 1,60 libras e um refrigerante 2,80 libras.

O McDonalds, um dos maiores financiadores do evento, deve lucrar com as decisões. A empresa estabeleceu sua maior filial do mundo no Parque Olímpico com 1,5 mil lugares disponíveis.
Na segunda-feira (09/07), a Assembleia de Londres, instituição legislativa que analisa as atividades do prefeito da capital britânica, recomendou a exclusão da Coca-Cola e do McDonald's do patrocínio dos Jogos Olímpicos de Londres, que começam em 27 de julho próximo. Para o órgão, as Olimpíadas, evento que recebe os melhores atletas do mundo, não deveriam ser usadas por empresas que fabricam produtos com altos índices calóricos, como refrigerantes e hambúrgueres.
Só 12% das prefeituras dão atenção a transparência
Luglio 12, 2012 21:00 - no comments yetUma mesma pergunta foi feita às administrações de 133 cidades a respeito da contratação de funcionários de confiança. Apenas 16 responderam

No site da prefeitura de Novo Hamburgo, as informações sobre transparência pública aparecem com destaque

Para fazer o Mapa do Acesso 2012, a mesma pergunta foi feita a todas as prefeituras e ao Distrito Federal: quem são, quanto recebem e que cargos ocupam todos os funcionários que foram indicados pelo poder Executivo local. São pessoas que estão em postos de chefia, direção ou assessoria, e que não precisam, necessariamente, fazer concurso público para assumir o cargo. Elas são indicadas e podem ser exoneradas a qualquer momento.
As cidades que responderam foram: Brasília (DF), Londrina (PR), Cariacica (ES), Caucaia (CE), Sorocaba (SP), Serra (ES), São Carlos (SP), Florianópolis (SC), Blumenau (SC), Novo Hamburgo (RS), Belo Horizonte (MG), Taubaté (SP),Campinas (SP), Curitiba (PR), Caxias do Sul (RS) e Porto Alegre (RS).
Segundo a coordenadora do projeto, Ivana Moreira, a lei é apenas um passo. “A luta de toda a sociedade brasileira agora é no sentido de fazer a lei pegar, ou seja, pressionar os governos para quem cumpram as novas regras”. Ela já esperava que os municípios demonstrassem dificuldade em responder à pergunta. “A experiência do Mapa do Acesso nas edições anteriores mostrou que a esfera municipal é sempre a de respostas piores. Enquanto no nível federal já existe um comprometimento com a política de transparência, nos municípios, mesmo na capital, não existe nem a cultura nem o investimento nas ferramentas que facilitam o acesso”, disse ao Congresso em Foco.
O que impressionou, porém, foram as respostas para as negativas. “Apesar de não termos nos surpreendido com os números, as alegações para não prestar as informações é que foram chocantes. Isso é preocupante porque mostra que o agente público não trabalha em prol do cidadão. Existe uma cultura de controle da informação. Como se o governo fosse uma instituição privada que só presta satisfação aos seus acionistas – no caso, os membros do próprio governo”, disse.
Proibidos pelos prefeitos
Alguns secretários e assessores chegaram a dizer que tinham consciência sobre a nova legislação que preza pela transparência, mas que estavam proibidos pelos prefeitos de passar tais informações. Segundo registrou o levantamento, a prefeitura de Betim, em Minas Gerais, informou que, em ano de eleição, a informação requerida não podia ser prestada sem antes ser dada uma explicação ao secretário sobre como e qual a necessidade de divulgar tais dados.
Já um secretário da prefeitura de Gravataí, no Rio Grande do Sul, trocou e-mails com uma das pessoas que ajudaram no levantamento dizendo estar “realmente curioso em saber (sic) para que vão lhe servir os nomes [escrito em caixa alta] de pessoas que residem tão longe do alcance de tal rádio”. Em Petrópolis, no Rio de Janeiro, foi informado que o levantamento de todos os servidores da prefeitura demoraria um ano e que tal solicitação poderia ser feita novamente no final deste ano, quando “talvez” já fosse possível responder ao pedido.
As prefeituras foram questionadas em dois momentos. No primeiro, foi informado que os dados solicitados seriam usados em reportagem. No segundo, foi dito que as informações seriam utilizadas para consolidar o levantamento. De acordo com a Abraji, a metodologia adotada é uma forma de perceber se os órgãos públicos entendem que o acesso a informação é um direito de todos ou se fornecem o que foi pedido de acordo com a finalidade do uso de tais dados.
As respostas consideradas satisfatórias foram aquelas em que os órgãos realmente enviaram planilhas com as informações requeridas. Grande parte das administrações, no entanto, omitiu o nome dos funcionários, que foram identificados apenas pelo número de matrícula. Também foram consideradas satisfatórios os casos em que a prefeitura já havia publicado os dados em seu site ou em seu Portal da Transparência.
A informação não vem mastigada
Mesmo no caso das cidades que a Abraji considerou que responderam à pergunta solicitada, a resposta não veio necessariamente com o grau de detalhamento e clareza ideal. Nada como uma lista única contendo nome, cargo e remuneração completa, no formato recomendado pela presidenta Dilma Rousseff no decreto que regulamentou a Lei de Acesso. A prefeitura de Novo Hamburgo (RS), por exemplo, possui todas as informações pedidas, mas não num único arquivo.
Em ponto destacado da página inicial do site de Novo Hamburgo, no alto da coluna à esquerda, há com destaque um link para a Lei de Acesso à Informação. Ali, além de detalhes sobre a lei, há explicações ao cidadão sobre como pode fazer um pedido de informações. No canto direito da página inicial, há um link, também destacado para o Portal da Transparência. E, ali, numa coluna à esquerda, encontra-se o link para todas as informações sobre a folha de pessoal da prefeitura. Mas elas estão em quatro arquivos diferentes. Um tem a lista de todos os servidores municipais. Outro tem a lista de cargos com seus respectivos salários. Um terceiro define o padrão salarial de cada carreira. E o último as vagas ocupadas. Para, portanto, saber quem são os funcionários e quanto cada um deles ganha é preciso cruzar os dados das quatros listas.
É relativamente fácil, porém, saber, de acordo com as informações, que o prefeito de Novo Hamburgo, o petista Tarcísio Zimmermann, recebeu R$ 16,5 mil por mês para administrar a cidade.
Histórico do mapa de Acesso
Este é o quinto Mapa do Acesso que a Abraji realiza, e o primeiro durante a vigência da Lei de Acesso a Informação. Os objetivos dos estudos são medir o grau de acesso a informação no país e verificar a aceitação da legislação vigente como argumento.
Os levantamentos são sempre realizados em duas fases. Na primeira, as informações que deveriam ser de domínio público são solicitadas por um repórter sem mencionar o estudo. Na segunda fase, as mesmas informações são novamente solicitadas, exceto se já tiverem sido respondidas anteriormente. Neste momento, os pesquisadores informam que elas embasaram um estudo da Abraji e citam a legislação vigente.
Em 2007, a associação questionou 120 órgãos dos três poderes no âmbito estadual. Apenas 5,8% dos órgãos responderam completamente. Outros 40% enviaram respostas parciais e mais da metade não respondeu nada. A região Sudeste foi a menos transparente, sendo que no Rio de Janeiro nenhum dos órgãos atendeu à demanda. No Nordeste, todos os estados deram algum tipo de resposta.
No ano seguinte, o estudo abarcou os poderes Executivo e Legislativo das 26 capitais. Ao todo, 52 órgãos foram contatados. Foram solicitados os salários dos prefeitos e secretários municipais, além da relação dos vereadores e chefes de gabinete. Foi pedido também o valor gasto com verba de representação nos últimos quatro anos nas câmaras e nas prefeituras. Neste caso, mais de 85% dos órgãos não respondeu.
Em 2009, a Abraji quis saber quem eram os ocupantes de cargos efetivos e comissionados com os respectivos salários na Presidência da República, na Câmara dos Deputados e no Senado, no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça. Apenas o STF respondeu de forma completa ao questionamento. A Presidência informou parcialmente suas informações e os demais órgãos não deram qualquer tipo de resposta.
Em 2010, os poderes Executivo e Legislativo estaduais voltaram a ser testados devido a entrada em vigor da Lei Complementar 131, conhecida como Lei da Transparência, que obriga União, estados e municípios com mais de 100 mil habitantes a divulgar informações sobre a execução orçamentária. Foram questionados os valores gastos com diárias de viagem pagas ao governador e aos titulares das secretarias, os valores gastos com publicidade pela Secretaria de Governo e o quanto se gastou com verba de representação de parlamentares. Todos os dados foram pedidos no período entre 2007 a 2009. Mesmo com uma lei mais específica em vigor, 60% não respondeu e o restante deu respostas incompletas.
No ano passado, as secretarias de Segurança Pública e de Justiça também voltaram a ser testadas. Foram perguntados quantos detentos estavam nas unidades prisionais e o quanto se gastou com cada uma das unidades, durante os anos de 2007 a 2010. Mais da metade dos estados, 14 deles, deram respostas insatisfatórias. Os outros, simplesmente ignoraram as solicitações.
O Mapa do Acesso 2012 será apresentado neste sábado (14) no 7º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, em São Paulo.
Mais uma base da PM sofre ataque em São Paulo
Luglio 12, 2012 21:00 - no comments yetIncidente aconteceu em Parelheiros, no extremo sul da capital paulista. Policiais reagiram e um dos criminosos morreu no tiroteio
Mais uma base da Polícia Militar foi atacada por criminosos, na madrugada desta sexta-feira, em São Paulo. Dessa vez, o incidente ocorreu no bairro de Parelheiros, extremo sul da capital paulista.
O caso ocorreu por volta de 1h, na rua Alfredo Reimberg, número 355. Segundo a polícia, três bandidos, em duas motos, passaram em frente à base da e dispararam vários tiros.
Os policiais revidaram e houve tiroteio. Um foi baleado e socorrido a um hospital da região, porém não resistiu.
Um Fiat Doblô roubado, também foi encontrado abandonado na região. A polícia investiga se o carro também estaria envolvido na ocorrência. Nenhum policial ficou ferido.
Neste momento os policiais procuram, com o auxílio do helicóptero Águia, os outros dois criminosos, que fugiram para uma área de vegetação densa.
O caso ocorreu por volta de 1h, na rua Alfredo Reimberg, número 355. Segundo a polícia, três bandidos, em duas motos, passaram em frente à base da e dispararam vários tiros.
Os policiais revidaram e houve tiroteio. Um foi baleado e socorrido a um hospital da região, porém não resistiu.
Um Fiat Doblô roubado, também foi encontrado abandonado na região. A polícia investiga se o carro também estaria envolvido na ocorrência. Nenhum policial ficou ferido.
Neste momento os policiais procuram, com o auxílio do helicóptero Águia, os outros dois criminosos, que fugiram para uma área de vegetação densa.
Band Notícias
Aprovado maior reajuste da história para Brigada e Polícia Civil
Luglio 12, 2012 21:00 - no comments yetTiago Machado* - MTB 9415 | PT - 18:27-11/07/2012 - Foto: Marcelo Bertani
A última sessão legislativa antes do recesso do 1º semestre, nesta quarta (11), foi simbólica para a segurança pública gaúcha. Os deputados estaduais aprovaram quatro projetos de lei, que garantem um reajuste dos vencimentos de servidores da Brigada Militar e Polícia Civil de até 171%. As iniciativas contemplam com aumento os servidores das duas instituições no período de 2011-2018.
O acordo foi construído ao longo de seis meses com sindicatos e entidades, representando o maior acordo salarial na história do Estado para os servidores da Segurança. Uma das categorias com os salários mais achatados da segurança estadual, os soldados da Brigada terão reajuste de 104% nos próximos quatro anos. “É uma satisfação poder ter trabalhado junto com os demais deputados para garantir o maior aumento salarial da história da Brigada e da Polícia Civil. Travamos um longo período de diálogo com as categorias e o saldo é muito positivo”, destaca Valdeci Oliveira (PT).
Brigada Militar
Para soldados, cabos e sargentos o reajuste varia de 59,23% a 118%, de forma escalonada até 2014. Da mesma forma, serão reajustados os soldos básicos dos postos de Capitão em 73,95%, major em 38,05%, tenente-coronel em 42,83% e coronel 43,42%. A proposta resulta de uma negociação que envolveu os servidores da Brigada Militar, por intermédio de suas entidades representativas, e demonstra o esforço do governo do Estado, no limite de sua capacidade financeira, para recompor os vencimentos da categoria.
Polícia Civil
Para os servidores da Polícia Civil, com calendário definido ano a ano entre 2011 e 2018, o percentual de reajuste varia de 63,79 % a 171,65 % abrangendo investigadores de 1ª a 7ª classe, inspetores/escrivães de 1ª a 4ª classe, comissários e delegados de 1ª a 4ª classe. Outras alterações dão conta de que os investigadores com mesmo padrão de inspetores e escrivães perceberão rigorosamente a mesma tabela a partir de maio de 2013. Também ficaram definidos índices de escalonamento para todos os agentes.
Segundo o líder do governo, Valdeci Oliveira (PT), o projeto é fruto das negociações feitas com entidades de servidores da Polícia Civil e Brigada Militar, que resultaram em propostas com percentuais de reajustes acima do previsto para a inflação durante o prazo de pagamento do plano. Segundo o petista, os projetos estruturam a carreira, asseguram a verticalidade, e garantem aumento real, alem de reduzir para 25% a diferença entre o maior e menor salário.
* Com informações de Kiko Machado - MTE 9510
Fonte: Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul