STJ afasta crime por registro de arma vencido.
5 de Novembro de 2014, 7:32 - sem comentários aindaEm julgamento realizado no último dia 26 de agosto, o Superior Tribunal de Justiça concedeu habeas corpus a um acusado por posse ilegal de arma, extinguindo a ação penal a que ele respondia. Na análise do processo, os ministros julgadores entenderam, à unanimidade, que a existência de registro de arma de fogo vencido não se caracteriza como posse ilegal de arma e, por isso, não pode configurar crime, sendo apenas uma infração administrativa. De acordo com o entendimento, uma vez tendo sido autorizada a posse da arma ao cidadão, “a mera inobservância da exigência de recadastramento periódico não pode conduzir à estigmatizadora e automática incriminação penal”, especialmente porque, pelo registro inicial, o Estado tinha pleno conhecimento da existência daquela arma sob a posse do acusado, podendo rastreá-la a qualquer tempo, se assim entendesse necessário. - “O entendimento é uma evolução importantíssima no tratamento do assunto, pois pela primeira vez se reconhece que o registro da arma, uma vez realizado, não desaparece com o tempo, e a obrigação de sua renovação é uma exigência circunscrita à esfera administrativa, cujo descumprimento impõe sanções próprias dela, como a apreensão.” A avaliação é de Fabricio Rebelo, diretor da ONG Movimento Viva Brasil, tradicional defensora do direito à posse de armas pelo cidadão. Para Rebelo, a decisão do STJ também diferencia o cidadão vencido pela burocracia do Estado daquele criminoso que mantém a posse da arma com propósitos ilícitos. “O lúcido entendimento refletido no julgamento deixa claro que a posse de arma com registro vencido não transforma um cidadão em risco para a sociedade, pois não faria nenhum sentido praticar qualquer ilícito com uma arma originalmente registrada em seu próprio nome”, analisa. Já para o presidente da entidade, o especialista em segurança pública Bene Barbosa, o julgamento pode representar um avanço para a possibilidade de regularização dos registros vencidos a qualquer tempo. “Há muito defendemos que todo cidadão tenha direito a regularizar o registro de arma vencido sem restrições de prazo, trazendo-a novamente para a legalidade. Agora, considerando que o registro vencido não implica crime, quebra-se a primeira barreira para que isso seja implantado”, pondera. O julgamento do Superior Tribunal de Justiça foi proferido no habeas corpus 294078, de São Paulo, com o acórdão publicado na edição eletrônica do Diário da Justiça em 04/09/2014. Os termos completos do julgamento podem ser conferidos na página eletrônica do STJ, no endereço www.stj.jus.br, através da opção “processos”. |
Mantida decisão que autorizou depoimento de crianças vítimas de violência
5 de Novembro de 2014, 7:23 - sem comentários aindaNa sessão desta terça-feira (4), a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a validade de decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RJ) que deferiu pedido de antecipação de provas consistente na realização de depoimento sem dano, no qual profissional qualificado, em ambiente diferenciado, faz a oitiva de crianças e adolescentes em situação de violência. A decisão unânime foi tomada no Recurso Ordinário em Habeas Corpus (RHC) 121494.
No caso em análise, com base no artigo 156, inciso I, do Código de Processo Penal (CPP), o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) formulou pedido de produção antecipada de provas, consistente na oitiva de duas crianças, de 8 e 10 anos à época dos acontecimentos, supostamente vítimas do crime de estupro de vulnerável.
Com a rejeição do pedido pelo juízo de primeira instância, o MP-RS interpôs recurso ao Tribunal de Justiça local (TJ-RS), o qual foi provido para permitir que a oitiva das vítimas fosse realizada pelo método de depoimento sem dano, realizado por profissional qualificado (psicólogo ou assistente social) em ambiente especial equipado com sistema de áudio e vídeo.
Para questionar a decisão da corte paulista, a Defensoria Pública gaúcha – representando o acusado – impetrou habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), porém o HC não foi conhecido. No entanto, o acórdão do STJ assentou que a prova pode ser produzida antecipadamente desde que o caso seja urgente e relevante.
No STF, a Defensoria pediu que fosse reconhecida a nulidade da prova produzida antecipadamente, visto que o pedido do MP-RS teria sido feito sem fundamento concreto, apenas com base na gravidade do delito. Em sustentação oral, o defensor público alegou que o instituto do depoimento sem dano, autorizado “sob o pretexto de que, com o decurso de tempo, a memória do infante se perderia”, viola os princípios do contraditório e da ampla defesa.
Voto do relator
O ministro Teori Zavascki, relator, votou pelo não conhecimento do recurso por ser intempestivo (apresentado fora do prazo), no entanto, decidiu examinar a possibilidade de concessão de ordem de ofício.
Para o ministro, o Tribunal de Justiça gaúcho apresentou fundamentação jurídica idônea ao deferir o pedido de produção antecipada de provas. Segundo o relator, o pedido está justificado diante da urgência, relevância e proporcionalidade comprovados pela “peculiar situação de fragilidade intelectual e emocional das vítimas; importância da prova para o deslinde da causa, já que o delito fora supostamente cometida às escuras, ausente de outros elementos probantes”; e que não há prejuízo à defesa do acusado.
O relator destacou ainda que concluir pela desnecessidade da medida antecipatória, demandaria o exame de fatos e provas, o que não é admitido em sede de habeas corpus. Assim, entendeu não haver elementos que permitissem conceder HC de ofício.
Ao seguir o voto do relator, o ministro Celso de Mello ressaltou que é função do Estado a proteção da vítima em casos como este. “A técnica do depoimento sem dano tem um propósito único: evitar a revitimização da criança e do adolescente”, afirmou.
A decisão foi unânime.
SP/AD
Processos relacionados RHC 121494 |
Sargento é condenado por receber dinheiro para liberar soldados no Carnaval
5 de Novembro de 2014, 7:18 - sem comentários aindaCORRUPÇÃO PASSIVA
Por entender que ficou configurada a corrupção passiva, o Plenário do Superior Tribunal Militar manteve decisão que condenou 2º sargento da Aeronáutica e de mais três soldados envolvidos em esquema de corrupção. De acordo com a denúncia do Ministério Público Militar, o sargento cobrou de cada soldado a quantia de R$ 300 para liberá-los da escala de serviço durante os quatro dias de Carnaval. De outro soldado, o superior teria cobrado R$ 650 para permitir que ele usufruísse, em casa, de uma licença médica que o impedia de praticar exercícios físicos, mas não de cumprir o expediente.
A Auditoria Militar no Rio de Janeiro condenou os militares a penas que variavam de um a quatro anos de reclusão. Após recurso da Defensoria Pública da União, os ministros do Superior Tribunal Militar decidiram manter a condenação do sargento pelo crime de corrupção passiva, concretizado com o recebimento dos valores cobrados para liberar os soldados do serviço no carnaval. Quanto à condenação pelo crime de concussão, o Plenário decidiu absolver o sargento.
De acordo com o relator do caso, ministro José Américo dos Santos, “não houve materialização do delito [de concussão], primeiro, porque o sargento não recebeu efetivamente o pagamento da suposta quantia de R$ 650 para que o soldado pudesse gozar a dispensa médica em casa. E segundo, porque o sargento não possuía poderes para autorizar a fruição da licença, fora do quartel, haja vista que essa faculdade era do Comandante da Unidade Militar”.
Além da condenação a 2 anos e 8 meses de reclusão, o sargento foi expulso das Forças Armadas. A pena acessória está prevista no artigo 102 do Código Penal Militar e é automática em casos de praças condenados a mais de 2 anos. Com a exclusão, o sargento deve cumprir a sentença em sistema prisional comum, em regime inicialmente aberto. Ele ainda pode recorrer ao STM em liberdade.
Dentre os soldados denunciados, o Plenário manteve a condenação de um deles, mas declarou a prescrição para os outros dois envolvidos, pois eles eram menores de 21 anos à época do crime, o que diminuiu pela metade o prazo prescricional. Com informações da Assessoria de Imprensa do STM.
Revista Consultor Jurídico
A democracia exige tolerância com as ideias do opositor
5 de Novembro de 2014, 7:15 - sem comentários aindaCONSTITUIÇÃO E PODER

O momento vivenciado pela democracia brasileira exige de todos uma séria reflexão sobre a nossa capacidade de sermos tolerantes com as ideias e as propostas com as quais não concordamos. De fato, paira na atmosfera pós-eleitoral uma brisa de intolerância que, precisamente por sua irracionalidade e descompromisso com os valores democráticos, precisa ser tomada a sério por todos os que têm responsabilidade com o regime de liberdades instaurado pela Constituição de 1988.
Como sempre, o discurso de intolerância com a democracia vem acompanhado de uma proposta de moralização da política que se legitima com a profecia de um mundo purificado da presença de políticos mediante uma mal explicada santificação do espaço público. Por isso, volto mais uma vez ao tema da democracia e da tolerância.
Não faz muito tempo, escrevi aqui mesmo neste espaço artigo intituladoDiscurso de moralização da política faz mal à jovem democracia brasileira. Naquela coluna tive ocasião de denunciar as graves consequências para a jovem democracia brasileira resultantes de uma inaceitável retórica demoralização da política, que, em outras palavras, nada mais é do que o discurso de quem, situando-se além do bem e do mal, exige da política um comportamento que, precisamente por sua condição humana, jamais se alcançou em lugar algum.
Infelizmente, gostemos ou não, os seres humanos sempre deixam impregnado tudo o que tocam com as impurezas do que suas mãos levam e trazem. Nietzsche, no seu incomparável texto “Humano, demasiado humano”, como ele mesmo o designou, “um livro para espírito livres”, advertia-nos contra a ilusão de quem pretende pureza e inocência ao cuidar de coisas humanas: “Se vivemos muito próximo de um ser humano, então nos sucederá a mesma coisa quando tocamos várias vezes uma bela gravura com os dedos nus: um dia teremos nas mãos apenas um papel sujo e ruim, nada mais”.
Pessoas inteligentes, contudo, analisam a política a partir de uma perspectiva de abstração impossível de encontrar em qualquer atividade humana. Levando ao absurdo essa abstração, ora enxergam na política apenas impureza e velhacaria, ora prescrevem-lhe candura e santidade. A moralização da política tem o pior de ambos os defeitos de julgamento: por um lado, é injusta com a política ao descrevê-la a partir de uma perspectiva exclusivamente pecaminosa; de outro lado, é ingênua ao prescrever-lhe uma pureza inexistente mesmo no mais recluso dos mosteiros beneditinos.
Max Weber, um obcecado por fatos, permitiu-se uma única concessão aos utopistas, que exigem da política sonhos impossíveis de concretizar: ao terminar o seu belo discurso sobre a vocação para a política, lembrava que o homem, é certo, “muitas vezes não teria alcançado o possível se não tivesse tentado o impossível”, mas de qualquer jeito desde que orientando-se por uma correta perspectiva política. Bem observada a lição do grande pensador, portanto, temos que concluir que, com alguma ironia, ele nos ensina, por um lado, que a política não é o lugar para quem não tem uma perspectiva adequada da realidade; e, por outro, mesmo para aqueles que revelem uma força de vontade extraordinária - e a política é uma tábua dura que precisa ser martelada com persistência e perspectiva -, o sonho com o impossível, no máximo, acabará conduzindo a conhecidos caminhos e fronteiras do que é humano, essencialmente humano.
A retórica da moralização da política, muito embora tomada pelas melhores intenções, nega por completo o que é inextricavelmente humano em toda a atividade de que participa o homem. Se algum credo ou alguma seita (política ou não) pretende combater a sério o pecado, é necessário não acreditar em bruxas ou demônios. O político é um ser humano como outro qualquer, pleno de defeitos e virtudes. A Inquisição católica nunca queimou bruxas ou demônios, nunca destruiu ou confrontou o mal essencial, apenas sacrificou frágeis, pobres e falíveis seres humanos. Como disse Riobaldo: “O diabo não há! (...) Existe é homem humano. Travessia.”
Além de uma infantilização da discussão política, que deveria ser séria e baseada em fatos, como adverti no artigo referido, corríamos o sério risco, em pleno período eleitoral, de que a moralização da política levasse a um nefasto rebaixamento da disputa eleitoral. Infelizmente, o vaticínio não poderia ter sido mais exato. Ao final do processo eleitoral, como previsto, ao invés da discussão de ideias, planos de governos e projetos que atendessem os graves problemas que atingem nossa sociedade nos três níveis de governo de nossa Federação, o que se observou foram candidatos de todas as cores políticas vendo-se incentivados e mesmo obrigados a responder a um anseio difuso — em tudo lamentável — de conquistar a vitória com a moralização do debate político.
Nem se diga, hipocritamente, que o comportamento partiu desse ou daquele candidato, dessa ou daquela agremiação partidária. A esbórnia, a orgia, a pândega do discurso moralizador foi generalizada. Alguns, é certo, mais afetados, criticaram nos oponentes o comportamento destrutivo, ou, como preferiram dizer, a ação de descontração, mas o faziam apenas para ter o direito de desconstruir sozinhos. A imprensa também tem a sua responsabilidade, pois se vale permanentemente do espaço público apenas para divulgar e propagar as mazelas da política, sendo incapaz de reconhecer os seus méritos. Quem pretende destruir a política (humanamente falha) numa democracia tem que ter a responsabilidade de dizer o que poderá ocupar o seu lugar.
O mais incrível é ver que, mesmo ultrapassado o período eleitoral, sobrevive ainda entre nós o desejo de prorrogar os efeitos absolutamente deletérios do chamado discurso moralizador. Em qualquer democracia verdadeira, encerrada a disputa eleitoral, a nação precisa se recompor para poder enfrentar os graves problemas que, de regra, os povos têm que confrontar. Para tanto, a democracia não é e não pode se converter numa disputa eternizada entre o essencialmente bom (aquele que pensa como eu) e o essencialmente mau (os que pensam diferente). No Brasil, como em qualquer outro lugar, os inimigos da democracia são, em primeiro lugar, todos aqueles que tratam o seu oponente como mal a ser excluído - não importa por qual meio ou instrumento - do debate e da disputa política. A única intolerância da democracia, como já foi dito, deve ser com os intolerantes.
Niklas Luhmann conceituava a democracia como um sistema que propicia uma “cisão por cima”, isto é, um sistema que estrutura e possibilita a manifestação de várias pontas ou vetores de poder; um lugar onde a oposição pode ser oposição e o governo pode ser governo. Portanto, se é certo que não há democracia onde não haja espaço para a oposição, é igualmente certo que a democracia não poderá sobreviver onde as forças de oposição não permitem que o governo possa governar.
É fácil prever que qualquer sistema de governo, democrático ou não, em que o exercício do governo seja inviabilizado, não tardará a legitimar as vozes daqueles que pregam a sua própria falência como sistema de distribuição e organização do poder.
Muitos acreditam que a democracia permite aos seus integrantes qualquer espécie de comportamento. Nada mais falso. A democracia, precisamente por ser o regime de liberdade por excelência, é o regime que mais exige responsabilidade de seus cidadãos. Ela não é uma senhora aberta ou sujeita ao comportamento inescrupuloso de indivíduos irresponsáveis. As ditaduras e totalitarismos é que se afeiçoam a indivíduos descomprometidos com as conseqüências de seus atos. São os regimes totalitários e ditatoriais que subtraem do seus cidadãos qualquer responsabilidade em relação aos atos de poder. Para as autocracias, quanto mais indivíduos irresponsáveis e passivos, tanto melhor.
Ao contrário, na democracia, a liberdade conferida ao cidadão pressupõe uma ação responsável e comprometida com as suas consequências. Mais do que isso, a democracia exige do seu cidadão típico, além de participação e responsabilidade, uma elevada quota de tolerância, pois, é nesse regime de liberdades que o cidadão tem que aceitar que nem sempre suas ideias prevalecerão, nem sempre o seu partido sairá vitorioso e muitas vezes suas ideias e propostas serão derrotadas.
É nesse específico sentido que, na democracia, não se pode aceitar o discurso de quem moraliza a política. Pois, a retórica moralizadora pretende qualificar o opositor como inimigo e, pior do que isso, tratá-lo como “mal essencial”. O discurso moralizador coloca do seu lado o bem absolutamente puro e imaculado; e, o que é pior, situa do outro lado - do lado do opositor -, o mal absolutamente impuro e pecaminoso. A ingenuidade com que o discurso moralizador julga o oponente só não é maior do que a forma benevolente com que analisa o seu próprio comportamento.
É por isso que, por paradoxal que pareça, a democracia, como o sistema que consente com uma verdadeira alternativa e disputa pelo poder, exige que os atores políticos atuem, no dizer de Luhmann, com uma “distinta amoralidade” em relação aos grupos opostos. Nada mais inaceitável para a democracia que a tentativa de demonizar e “moralizar” negativamente o comportamento do outro. Nas palavras do grande pensador alemão “Em vez disso, a democracia precisa de um estilo de distinta amoralidade, nomeadamente, a renúncia a moralização do oponente ou da oposição política (Moralisierung der politischen Gegnerschaft)”[1].
Em outras palavras, nada mais pernicioso à democracia do que o comportamento de quem pretende fazer política moralizando a si mesmo (como “o bem”) e o oponente (como “o mal”). Nessas condições, o apelo à moral desqualifica não apenas um determinado comportamento ou umadeterminada conduta do oponente, mas desqualifica a sua própria existência política e, portanto, a sua habilitação para o exercício legítimo do poder. Não sabendo dizer de forma mais correta ou mais elegante, valho-me uma vez mais desse grande gênio da sociologia para concluir o presente artigo:
“O esquema governo/oposição não deveria ser confundido, nem por parte do governo nem por parte da oposição, com um esquema moral no sentido de que apenas nós somos bons e dignos de consideração, e o outro lado, ao contrário, é mau e deve ser condenado e repudiado”[2].
[1] Niklas Luhmann. Soziologische Aufklärung 4 – Beiträge zur funktionalen Differenzierung der Gesellschaft. 4ª Auflage, Wiesbaden: VS Verlag, 2009 p. 136/7. Na mesma ideia de separação da moral de outros sistemas sociais (especialmente da política e do direito) N. Luhmann insistirá no seu delicioso livro sobre a moral, Die Moral der Gesellschaft. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 2008, especialmente nas p. 163 e seguintes.
Néviton Guedes é desembargador federal do TRF da 1ª Região e doutor em Direito pela Universidade de Coimbra.
Revista Consultor Jurídico
TSE aceita pedido do PSDB de acesso a informações sobre as urnas
5 de Novembro de 2014, 7:14 - sem comentários aindaDADOS PÚBLICOS
O Tribunal Superior Eleitoral aceitou, nesta terça-feira (4/11), os pedidos de informações sobre as urnas eletrônicas feitos pelo PSDB depois do segundo turno das eleições deste ano. Por unanimidade, os ministros decidiram enviar todas os dados requeridos pelo partido em nome da transparência do processo eleitoral e deixando claro o quanto confiam na segurança das urnas eletrônicas.
O partido pede cópias de todos os dados cadastrais das urnas, o que envolve arquivos de memória e boletins de resultado, por exemplo, e pediu acesso a todas as ordens de serviço para manutenção e atualização do sistema para o segundo turno das eleições.
O TSE decidiu deferir o pedido já sabendo qual será o resultado da “auditoria” pedida pelo PSDB. À ConJur, o presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, explicou que a maioria das informações pedidas pela legenda já é pública e pode ser consultada no site do tribunal. Os boletins de resultado não ficam publicados, mas são enviados aos diretórios nacionais de todos os partidos.
Segundo o ministro Gilmar Mendes, vice-presidente do TSE, afirmou nesta terça em Plenário, é importante deferir o pedido para acabar com a desconfiança na lisura do processo eleitoral. Negar acesso às informações, para o ministro, seria dar azo aos boatos que circulam nas redes sociais a respeito da segurança nas urnas. Para o ministro, deixar esse tipo de pedido sem resposta é incorrer no risco de deslegitimização da Justiça Eleitoral.

Durante a votação, o ministro Henrique Neves (foto) se preocupou em desmontar os boatos que circularam na internet. Entre eles aquele baseado na montagem de um boletim de urna de Campina Grande (PB) que apontava uma vantagem fictícia de 400 votos para a candidata petista antes mesmo da votação começar. Pelo código de identificação de carga ("que não tiveram o cuidado de ocultar", disse o ministro) foi possível identificar que o boletim, na verdade, era de uma urna do Rio de Janeiro — que contou 172 votos para Aécio e 144 para Dilma.
Mal estar
O pedido foi feito três dias depois do primeiro turno, do qual a presidente Dilma Rousseff (PT) reelegeu-se derrotando Aécio Neves (PSDB). O pedido causou mal estar tanto entre os ministros do TSE quanto na comunidade jurídica de forma geral. O partido jamais alegou qualquer problema com as urnas durante o processo eleitoral. Os advogados que atuaram na campanha de Aécio fizeram questão de dizer que não foram consultados sobre o pedido.
A petição enviada ao TSE na última quinta-feira (30/10) é assinada pelo deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP), que também foi o coordenador jurídico da campanha de Aécio, e pelo delegado nacional do partido, João Almeida dos Santos. Eles afirmam que, já no dia seguinte às eleições, foi vista “uma somatória de denúncias e desconfianças por parte da população brasileira”.
De acordo com a petição, “cidadãos brasileiros” foram às redes sociais demonstrar, “de forma clara e objetiva, a descrença quanto à confiabilidade da apuração dos votos e a infabilidade da urna eletrônica”. Nada foi alegado sobre o primeiro turno das eleições, quando Carlos Sampaio e o governador Geraldo Alckmin, por exemplo, foram mantidos nos cargos com votações expressivas.
Boataria
Na internet, falou-se de tudo. De fraude a vazamento do resultado antes da divulgação oficial. Mas não passaram de boatos. O site Consultor Jurídico foi convidado a acompanhar o processo de totalização dos votos com uma credencial de acesso amplo a cada dependência do TSE. Tudo transcorreu normalmente e não houve um indício sequer de interferência humana no sistema automatizado do tribunal.
"O presidente do TSE preocupou-se, exageradamente até, em demonstrar a lisura do processo", relata o diretor da ConJur Márcio Chaer, que acompanhou a apuração. Os resultados começaram a ser divulgados às 20h. Um pouco antes, todos os ministros do TSE foram ao Centro de Divulgação das Eleições, espaço reservado à imprensa, para acompanhar a divulgação no mesmo ambiente que os jornalistas.
As inferências de "vazamento" nasceram de brincadeiras feitas entre os convidados, de ambos os partidos, e de palpites com base nos números dos resultados das eleições estaduais que, de início, indicavam a vantagem do PSDB. O questionamento partidário, nesse contexto, não passa de uma tentativa de dar vazão a inconformismos.
Pedro Canário é editor da revista Consultor Jurídico em Brasília.
Revista Consultor Jurídico
Observatório Social do Brasil é referência em rede social do Senado
5 de Novembro de 2014, 7:12 - sem comentários aindaApesar dos Observatórios focarem na transparência e controle social dos gastos municipais, a Rede OSB define estratégias para atuação em outros níveis da esfera públicaA atuação dos Observatórios Sociais pelo país, a qual vem contribuindo para melhor aplicação dos recursos públicos, foi reconhecida nesta semana pelo Senado Federal. Nas 7 dicas para começar a fiscalizar governo e políticos, publicadas na página da Casa na rede social Tumblr, o Senado cita o portal do Observatório Social do Brasil (OSB) como fonte para acompanhamento e de informação. (Foto: Foto: Ilustração)A iniciativa, que atualmente está presente em 89 cidades brasileiras, aparece ao lado de sites reconhecidos como Contas Abertas e Transparência Brasil. “O fato do Senado ter relacionado o site do OSB como referência para o cidadão buscar informações sobre controle social, sem que o OSB tenha sido formalmente apresentado aos senadores, significa um reconhecimento público do nosso trabalho. Significa que os resultados da Rede OSB já atravessaram fronteiras”, resumiu o presidente do OSB, Ater Cristófoli.Confira a página do Senado: 7 dicas para começar a fiscalizar o governo e os políticosA publicação do Senado também indica diversos sites de órgãos de controle, agências reguladoras, assembleias legislativas, câmaras de vereadores, entre outros. Porém, segundo Cristófoli, o trabalho da Rede OSB “tem como diferencial a ação preventiva, antes do recurso sair dos cofres municipais”.O presidente do OSB destacou ainda que apesar dos Observatórios focarem na transparência e controle social dos gastos municipais, a Rede OSB define estratégias para atuação em outros níveis da esfera pública. “A Rede OSB está atenta ao que acontece em nível federal e está estudando propostas que possam prevenir a corrupção em todos os níveis”, adianta ele, acrescentando que as ideias serão apresentadas no 6º Encontro Nacional dos Observatórios Sociais, que acontecerá em março de 2015, em Brasília.Um dos objetivos dos OS é acompanhar a aplicação do dinheiro público, evitando desvios e desperdícios através do monitoramento das compras públicas em nível municipal, desde a publicação do edital de licitação até a entrega do produto ou serviço. Os Observatórios desenvolvem ainda ações voltadas para cidadania e educação fiscal e estímulo à participação de empresas locais nos certames de cada localidade. Levantamento feito pelo OSB mostra que a Rede de OS já contribuiu para que mais de R$300 milhões fossem economizados nos últimos dois anos pelo país.
A atuação dos Observatórios Sociais pelo país, a qual vem contribuindo para melhor aplicação dos recursos públicos, foi reconhecida nesta semana pelo Senado Federal.
Nas 7 dicas para começar a fiscalizar governo e políticos, publicadas na página da Casa na rede social Tumblr, o Senado cita o portal do Observatório Social do Brasil (OSB) como fonte para acompanhamento e de informação. (Foto: Foto: Ilustração)
A iniciativa, que atualmente está presente em 89 cidades brasileiras, aparece ao lado de sites reconhecidos como Contas Abertas e Transparência Brasil. “O fato do Senado ter relacionado o site do OSB como referência para o cidadão buscar informações sobre controle social, sem que o OSB tenha sido formalmente apresentado aos senadores, significa um reconhecimento público do nosso trabalho. Significa que os resultados da Rede OSB já atravessaram fronteiras”, resumiu o presidente do OSB, Ater Cristófoli.
Confira a página do Senado: 7 dicas para começar a fiscalizar o governo e os políticos
A publicação do Senado também indica diversos sites de órgãos de controle, agências reguladoras, assembleias legislativas, câmaras de vereadores, entre outros. Porém, segundo Cristófoli, o trabalho da Rede OSB “tem como diferencial a ação preventiva, antes do recurso sair dos cofres municipais”.
O presidente do OSB destacou ainda que apesar dos Observatórios focarem na transparência e controle social dos gastos municipais, a Rede OSB define estratégias para atuação em outros níveis da esfera pública. “A Rede OSB está atenta ao que acontece em nível federal e está estudando propostas que possam prevenir a corrupção em todos os níveis”, adianta ele, acrescentando que as ideias serão apresentadas no 6º Encontro Nacional dos Observatórios Sociais, que acontecerá em março de 2015, em Brasília.
Um dos objetivos dos OS é acompanhar a aplicação do dinheiro público, evitando desvios e desperdícios através do monitoramento das compras públicas em nível municipal, desde a publicação do edital de licitação até a entrega do produto ou serviço. Os Observatórios desenvolvem ainda ações voltadas para cidadania e educação fiscal e estímulo à participação de empresas locais nos certames de cada localidade. Levantamento feito pelo OSB mostra que a Rede de OS já contribuiu para que mais de R$300 milhões fossem economizados nos últimos dois anos pelo país.
CCJ analisa adequação nos efetivos da PM e dos Bombeiros
5 de Novembro de 2014, 6:49 - sem comentários aindaPL 5.541/14 cria cargos de oficiais mas não altera o efetivo das duas corporações militares.
O Projeto de Lei (PL) 5.541/14, que altera os anexos I e II da Lei 20.533, de 2012, que fixa os efetivos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros e altera as Leis 14.445, de 2002 e 16.307, de 2006, recebeu parecer de 1º turno pela constitucionalidade na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta terça-feira (4/11/14). A proposição, de autoria do governador do Estado, foi relatada pelo deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), que concluiu pela constitucionalidade da matéria em sua forma original.
O relator esclareceu que o PL 5.541/14 pretende promover a adequação no quadro de organização e distribuição dos militares em face das necessidades da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. Dessa forma, a proposição não altera o efetivo das duas corporações, que vai permanecer sendo de 51.669 policiais militares e 7.999 bombeiros.
No parecer, o deputado Dalmo Ribeiro Silva lembra ainda que, recentemente, foram realizadas promoções nos diversos quadros das duas corporações, em consequência da dinâmica de promoção prevista no Estatuto dos Militares. “O comandante-geral da PMMG assevera que não haverá custos financeiros, tendo em vista que os gastos já foram projetados quando da tramitação da Lei Complementar 125, de 2012, que modificou os dispositivos da Lei 5.301, de 1969 referentes à promoção dos militares”, diz o parecer.
Da mesma forma, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros destaca a necessidade de alteração da distribuição do efetivo da corporação e também afirma que a proposta não acarretará impacto financeiro, segundo o relator.
Proposição amplia quadro de oficiais
De acordo com o PL 5.541/14, serão criados 30 novos cargos de oficial da Polícia Militar. Assim, em 2015 a corporação passará a contar com 2.348 oficiais. Em contraposição, o número de praças cai de 45.190 para 45.160.
No Corpo de Bombeiros, o número de oficiais passa de 483 para 592. Serão ampliados os quantitativos dos cargos de oficial especialista (de 4 para 7), oficial complementar (de 183 para 215) e oficial de saúde (de 61 para 74), além do cargo de praça especialista, que passa de 296 para 347. Por outro lado, o quadro de praças será reduzido de 6.972 para 6.764 (serão 208 cargos a menos em 2015).
A proposição, que tramita em regime de urgência, segue para a Comissão de Administração Pública, que se reúne nesta terça-feira (4), às 14h30, para votar o seu parecer de 1º turno.
AUMENTAM REGISTROS DE CRIMES VIOLENTOS EM MINAS
4 de Novembro de 2014, 11:41 - sem comentários ainda
A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) divulgou um balanço apontando que o número de registros de crimes violentos em Minas Gerais aumentou 19,6% nos nove primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado; no que diz respeito apenas ao índices de homicídios, houve um declínio de 1,29% no estado são considerados crimes violentos tentativas de homicídios, assassinatos, estupros (tentativas e consumados), roubos, sequestros, e extorsão mediante sequestro
Minas 247 – A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) divulgou, nesta segunda-feira (3) um balanço apontando que o número de registros de crimes violentos em Minas Gerais aumentou 19,6% nos nove primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. São considerados crimes violentos tentativas de homicídios, assassinatos, estupros (tentativas e consumados), roubos, sequestros, e extorsão mediante sequestro.No que diz respeito apenas ao índices de homicídios em Belo Horizonte diminuiu 15,07%. A região metropolitana também teve redução, de 8,54%. No estado o declínio foi de 1,29%. Conforme o balanço, 69,6% dos municípios mineiros não apresentaram registros de assassinatos ou reduziram os índices. Este percentual equivale a 594 cidades.A expectativa da Seds é de que nos próximos meses diminuam os índices de criminalidade em todo o estado por conta das ações do Plano Estadual de Defesa Social. Até o fim deste ano, o governo mineiro pretende entregar cerca de 700 câmeras de videomonitoramento para 16 municípios mineiros. A PM também está treinando 2.100 soldados para reforçar o policiamento no estado.

TENENTE CORONEL VIAJA E PEDE PATRULHAMENTO DIÁRIO NA RUA DE CASA EM POÇOS DE CALDAS
4 de Novembro de 2014, 11:32 - sem comentários aindaCom a proximidade do fim do ano e a chegada das férias e recesso, uma das maiores preocupações dos mineiros é viajar e deixar a casa vazia, facilitando a ação de bandidos. O medo de ter a residência invadida, pelo visto, não é só dos civis.
Em Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais, um tenente-coronel solicitou atenção especial para sua propriedade enquanto ele passava 23 dias no exterior durante o mês de outubro. O pedido rendeu uma Ordem de Serviço, que recomendava "rondas periódicas", "ponto base" e "contato com vizinhos".
De acordo com o capitão Luiz Fernando Batista, chefe da assessoria de imprensa da Polícia Militar da cidade, a solicitação não infringe nenhuma norma.
— Não tem problema nenhum. Isso faz parte da rede de vizinhos protegidos e pode ser comunicado por um soldado, coronel ou qualquer pessoa da comunidade.
O policial afirma que, se tratando da casa de um militar ou não, a "ronda" depende de uma série de fatores.
— Não fica uma viatura exclusiva para isso, a prioridade é atender emergências, ocorrências em andamento. Mas, durante o patrulhamento, os militares ficam mais atentos.
O capitão não soube dizer se o pedido do tenente-coronel foi atendido. A reportagem do R7 procurou o responsável pela área onde fica a casa do policial, que é quem poderia passar a informação, mas ele não foi encontrado.
Faça parte da rede
4 de Novembro de 2014, 11:24 - sem comentários aindaLeia abaixo e descubra como participar da Rede OSB de Controle Social, criando um Observatório Social na sua cidade!
Identifique a demanda local
- Ao constatar a vontade de pessoas, grupos ou organizações, fazercontato com o Observatório Social do Brasil para marcar data para realização de Palestra de Sensibilização da comunidade para a importância de Controle Social.
- Identificar organizações da Sociedade Civil que possam parceirizar o custeio das despesas de viagem e estadia do palestrante.
- Fazer o convite às Organizações Empresariais, de classe, Sindicatos, Órgãos de governo, autoridades judiciais, Ministério Público, Lideres Religiosos, líderes comunitários, ONGs, etc..
- Providenciar equipamentos e instalações para a realização da palestra.
- Elaborar lista de presença para registrar os participantes que possivelmente irão dar início a criação do Observatório Local.
- Convidar e enviar sugestão de pauta para os veículos de comunicação local e regional afim de promover a maior participação social possível.
- Agendar entrevista nos veículos de comunicação local para que o palestrante exponha idéias e contextualize o tema para a comunidade e desenvolva empatia nos profissionais de comunicação.
Sustentabilidade
- Definir formas de captação de recursos através de doação e ou receitas advindas de prestação de serviços para a compra de móveis, equipamentos, material de expediente e custeio de empregados.
- Identificar os mantenedores que vão doar receita para custeio das despesas de funcionamento do Observatório Social, pessoas físicas e jurídicas.
Fundação do Observatório Social
- Estudar o modelo de Estatuto proposto pelo Observatório Social do Brasil
- Definir a composição prévia dos integrantes da primeira diretoria
- Definir o endereço para o funcionamento do Observatório Social, mesmo que provisório.
- Publicar edital de convocação para a assembléia de fundação do Observatório Social, conforme modelo, em jornal de circulação regional.
- Elaborar a lista de presença na assembléia, para registrar as presenças dos membros fundação do OS.
- Colocar em aprovação o Estatuto do Observatório Social
- Colocar em aprovação dos nomes propostos para a diretoria do Observatório Social
- Registrar em fotos e ou em filme o momento histórico da criação do Observatório.
Registros
- Nomear um profissional de contabilidade para cuidar dos registros do Observatório Social.
- De posse da Ata da Assembléia de Fundação, o contador da entrada no processo de registro do Observatório Social junto ao Cartório de Títulos e Documentos da cidade.
- Após a efetivação do registro do Observatório Social pelo Cartório de Títulos e Documentos, o contador dá entrada na inscrição do CNPJ junto a Receita Federal do Brasil.
- Após a inscrição no cadastro nacional de pessoas jurídicas, o contador solicita o Alvará junto a Prefeitura da cidade.
- Celebrar convênio e filiação dos mantenedores conforme explicita o Estatuto do Observatório Social.
Contratação da equipe Operacional
- Definir salário baseado na realidade regional e na capacidade financeira do Observatório Social, sem desconsiderar a complexidade do porte da cidade e, portanto, os resultados a serem atingidos.
- Abrir seleção de pessoas para compor o quadro operacional do Observatório Social, levando em consideração a isenção dos candidatos quanto às questões político partidário, perfil idôneo, equilíbrio emocional, perfil cordial e educado, discrição e urbanidade e habilidade com a informática.
Capacitação da equipe operacional
- Agendar a participação do Coordenador e do(s) auxiliar(es) no Programa de Capacitação da Rede de Controle Social, conforme agenda regular do Observatório Social do Brasil.
Planejamento Estratégico
- Montar Oficina com toda a Diretoria para estudar e referendar o Planejamento Estratégico proposto pelo Observatório Social do Brasil, proposta que poderá sofrer adequação de acordo com a realidade regional do Observatório Social
Conscientização da comunidade
- Elaborar e realizar calendário de mini palestras nas reuniões das entidades da cidade, tais como: OAB, ACE, Maçonaria, Lions, Rotary, Igrejas, Sindicatos, Escolas, universidades, etc..
Cientificar as autoridades locais
- Agendar visitas aos órgãos públicos para apresentar o Observatório Social e reafirmar a intenção de exercício do Controle Social nas contas públicas e explicar a metodologia de trabalho junto as repartições de governo.
Seleção de voluntários
- Abrir vagas para voluntários, levando em conta a ausência de ligações político partidária, perfil idôneo, equilíbrio emocional, perfil cordial e educado, discrição e urbanidade e habilidade para determinado assunto nas compras e ou área afeta a administração pública.
- Selecionar os candidatos em reunião da diretoria, evitando parentesco com membros detentores de cargos em órgãos públicos.
- Ministrar palestra sobre o Observatório Social, dando ênfase para o conceito de Rede de Controle Social, Cidadania Fiscal, direito constitucional a informação dos atos dos Agentes públicos e do uso dos recursos públicos, conforme modelo padrão do Observatório Social do Brasil.
Mais informações acesse: http://www.observatoriosocialdobrasil.org.br/
Eu não aguento mais prender bandidinho, desabafa policial militar
4 de Novembro de 2014, 11:17 - sem comentários aindaNa noite do último dia 25 de setembro, durante o plantão na Central de Flagrantes da Polícia Civil (Ceflan 2), em Belo Horizonte, nove policiais militares chegam com três pessoas detidas, entre elas um usuário de drogas que furtou um celular e uma mulher que tentou, pela terceira vez, sair de uma loja sem pagar pelas peças de roupa. Enquanto passam quatro horas registrando ocorrências como essas, os militares deixam as atividades nas ruas e o caminho livre para os crimes violentos. Na região metropolitana, em média 10,5 assassinatos e tentativas de homicídios são registrados por dia, segundo dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) divulgados nesta segunda, considerando-se janeiro a setembro deste ano.
As duas Ceflans da capital contabilizam, em média, 500 prisões em flagrante por mês – uma amostra de que se remedia mais do que se previne os crimes. Das 72 mil prisões realizadas neste ano em Minas, 60 mil (83%) foram em flagrante, conforme dados da Justiça. Hoje, no segundo dia da série “Cadeia do Crime”, O TEMPO mostra a falta de prevenção, investigação e de Justiça no Estado.
“A Polícia Militar (PM) tem função preventiva, por isso trabalha fardada para coibir o crime. Se aconteceu o fato, é sinal de que o sistema de prevenção falhou”, afirma o promotor da Coordenação Criminal Estadual, Marcelo Mattar. Atualmente, o déficit da polícia é de 8.000 militares, mas 1.900 estão em formação e assumirão seus postos na região metropolitana e no interior a partir do próximo dia 14. Dos 43 mil efetivados em Minas, cerca de 10% ficam concentrados em serviços administrativos da corporação.
Flagrantes. Com a escassez de pessoal e também de políticas públicas de prevenção à criminalidade, o trabalho da polícia, em grande parte, é correr atrás do “prejuízo”. Do total de prisões no Estado neste ano, 83% foram em flagrante e menos de dez mil ocorreram a partir de investigações. Os pequenos traficantes ou ladrões de celular são os que mais movimentam as unidades policiais. “Todo dia é assim. Não aguento mais prender ‘bandidinho’”, disse um policial civil da Ceflan 2, que pediu para não ser identificado.
A primeira Ceflan da capital foi criada no ano passado com o intuito de desafogar as delegacias dos inúmeros flagrantes e otimizar a investigação de quadrilhas e bandidos perigosos. “Não adianta a polícia ficar prendendo quem furta estepe. Só vai encher cadeia e colocar os detentos na mão dos criminosos. A polícia tem que ir atrás do receptador”, afirmou o cientista político Guaracy Mingardi, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Mas a investigação deficiente também passa pelos problemas da Polícia Civil, que tem um déficit de 8.800 servidores e delegacias sucateadas. O resultado disso é que cerca de 40% dos crimes violentos do Estado não passam do registro do boletim de ocorrência e ficam sem inquéritos. “Do ponto de vista policial, a deficiência na investigação faz com que o crime seja proveitoso”, diz Mingardi.
O que diz o governo
Prevenção.O governo de Minas informou, em nota, que as ações de prevenção têm reduzido todos os crimes, e que uma das principais medidas é a atuação da Polícia Militar (PM), que tem um orçamento previsto de R$ 4 bilhões neste ano. A Seds ainda afirmou que o efetivo da PM chegará a 45 mil militares neste mês – 21% a mais que em 2003.
Roubos. Sobre o aumento dos roubos, o governo informou que tem feito uma série de ações integradas com foco no crime.
Polícias.Os chefes das polícias Civil e Militar informaram que ambas as corporações têm estrutura de pessoal e equipamentos para atuar com qualidade no Estado. A PM ressaltou que também desenvolve inúmeros projetos de prevenção.
Fica Vivo
Motivado por uma série de falhas na segurança pública, o crime também parte de deficiências históricas do Brasil na educação, saúde, moradia e acesso ao emprego, esporte e lazer. Uma das principais bandeiras do governo do Estado para prevenir o assassinato de jovens é o Fica Vivo, que oferece oficinas culturais nos bairros. Mas, de 2011 para cá, só 20% da meta de expansão do programa foi cumprida, passando de 27 para 34 unidades do Fica Vivo – a promessa é chegar a 62 até o fim deste ano. De 2006 a 2013, o número de jovens atendidos no programa se manteve na média de 12.500 por ano. O governo informou que os programas vêm reduzindo o índice de morte e são bem vistos pela população.
Acusação e defesa
A falta de estrutura e de pessoal para dar agilidade aos processos e desafogar os presídios está tanto no lado de quem denuncia como no de quem defende. No Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), há 917 promotores e um déficit de ao menos 120. No interior, é comum o profissional ter que responder por mais de uma comarca, o que atrasa, por exemplo, a análise de inquéritos e o encaminhamento de denúncias à Justiça. Na Defensoria Pública, o único meio de defesa da maioria dos presos, faltam 614 profissionais. O órgão promove mutirões carcerários, mas ainda assim há muitos pedidos de liberdade e progressão de regime que demoram meses ou anos para serem enviados à Justiça.
Fornecedora banca viagem de cupula da policia paulista a Orlando, nos EUA
4 de Novembro de 2014, 10:58 - sem comentários aindaMultinacional que mantém contratos milionários com a Polícia Militar de São Paulo, a Motorola patrocinou ao menos parte da viagem da cupula da PM a Orlando, na Florida, na semana passada, segundo a Folha apurou.
O comandante-geral da Policia Militar, Benedito Meira, e pelo menos mais três policiais, incluindo oficiais responsáveis pela área de tecnologia da PM, participaram de uma feira nos Estados Unidos "a convite" da empresa, de acordo com a Motorola.
Editoria de Arte/Folhapress |
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A multinacional no quis informar quais despesas bancou, quanto gastou e a lista de policiais agraciados.
A Secretaria da Segurança da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) não comentou a viagem a convite da empresa, no deu detalhes nem nomes dos policiais que viajaram.
Ao menos um delegado da Polícia Civil também participou da comitiva na Flórida convidado pela Motorola, segundo a multinacional –que não informou quem era.
O delegado-geral, Mauricio Blazeck, esteve em Orlando no mesmo período, mas, segundo a secretaria, teve as passagens pagas pelo Estado. O governo afirma que ele bancou com recursos próprios sua hospedagem.
LICITAÇÃO
O patrocínio das viagens naõ foi publicado no "Diário Oficial", como exigem as regras da administração publica.
Em tese, no poderia ser aceito, avalia o Ministério Publico, porque partiu de empresa que tem interesses e mantém negócios com a policia.
A Motorola responsável pelo sistema de radiocomunicação das polícias Civil e Militar de São Paulo.
Uma semana antes da viagem, a multinacional venceu uma licitação do Departamento de Telemtica da PM, no valor de R$ 9,9 milhões, para a expansão do sistema.
A empresa concorrente Harris tentou impugnar a licitação, alegando que só a Motorola teria condições de atender as exigências. O recurso foi negado pela PM, para quem os equipamentos a serem adquiridos deveriam promover a "continuidade da infraestrutura" já existente.
Segundo nota divulgada pela Motorola, além da feira sobre segurança, os policiais que viajaram aos EUA visitaram um laboratório de desenvolvimento de radiocomunicação fornecido pela empresa a policia de São Paulo.
A feira sobre segurança em Orlando foi entre os dias 23 e 27. Os policiais ficaram no exterior entre os dias 25 e 31.
CORREO
Em 25 de outubro, o governo publicou no "Diário Oficial" autorização para que o coronel Meira viajasse a Orlando "sem ônus para o Estado, [...] para tratar de interesses da pasta [Segurança]".
Antes de ser confrontada com a informação de que Meira foi convidado pela Motorola, a Secretaria da Segurança afirmou Folha que ele havia viajado com recursos próprios e que a informação publicada no "Diário Oficial" falando se tratar de viagem oficial estava errada e seria corrigida algo que não havia ocorrido até segunda-feira (3).
Questionada depois sobre o patrocínio da multinacional, a secretaria afirmou no ter nada a acrescentar.
O especialista em direito publico Andre Ramos Tavares afirma que a publicidade é inerente ao serviço publico–e, por isso, qualquer patrocínio precisaria ser divulgado em "Diário Oficial".
A Promotoria de Justiça do Patrimônio Publico e Social da Capital informou que deve instaurar inquérito para apurar a viagem.
Colaborou PEDRO IVO TOM
OS 11 filmes para entender a ditadura militar no Brasil
4 de Novembro de 2014, 8:12 - sem comentários aindaOnze filmes que fazem um diagnóstico de como o cinema retratou a ditadura militar no Brasil
Redação: Pragmatismo
Das sessões de tortura aos fantasmas da ditadura, o cinema brasileiro invariavelmente volta aos anos do regime militar para desvendar personagens, fatos e consequências do golpe que destituiu o governo democrático do país e estabeleceu um regime de exceção que durou longos 21 anos. Estreantes e veteranos, muitos cineastas brasileiros encontraram naqueles anos histórias que investigam aspectos diferentes do tema, do impacto na vida do homem comum aos grandes acontecimentos do período.

Cena de Batismo de Sangue (Reprodução)
Embora a produção de filmes sobre o assunto tenha crescido mais recentemente, é possível encontrar obras realizadas durante o próprio regime militar, muitas vezes sob a condição de alegoria. “Terra em Transe”, de Glauber Rocha, é um dos mais famosos, retratando as disputas políticas num país fictício. Mais corajoso do que Glauber foi seu conterrâneo baiano Olney São Paulo, que registrou protestos de rua e levou para a tela em forma de parábola, o que olhe custou primeiro a liberdade e depois a vida.
Os onze filmes que compõem esta lista, se não são os melhores, fazem um diagnóstico de como o cinema retratou a ditadura brasileira.
1. MANHÃ CINZENTA (1968), Olney São Paulo – Em plena vigência do AI-5, o cineasta-militante Olney São Paulo dirigiu este filme, que se passa numa fictícia ditadura latino-americana, onde um casal que participa de uma passeata é preso, torturado e interrogado por um robô, antecipando o que aconteceria com o próprio diretor. A ditadura tirou o filme de circulação, mas uma cópia sobreviveu para mostrar a coragem de Olney São Paulo, que morreu depois de várias sessões de tortura, em 1978.
2. PRA FRENTE, BRASIL (1982), Roberto Farias – Um homem comum volta para casa, mas é confundido com um “subversivo” e submetido a sessões de tortura para confessar seus supostos crimes. Este é um dos primeiros filmes a tratar abertamente da ditadura militar brasileira, sem recorrer a subterfúgios ou aliterações. Reginaldo Faria escreveu o argumento e o irmão, Roberto, assinou o roteiro e a direção do filme, repleto de astros globais, o que ajudou a projetar o trabalho.
3. NUNCA FOMOS TÃO FELIZES (1984), Murilo Salles – Rodado no último ano do regime militar, a estreia de Murilo Salles na direção mostra o reencontro entre pai e filho, depois de oito anos. Um passou anos na prisão; o outro vivia num colégio interno. Os anos de ausência e confinamento vão ser colocados à prova num apartamento vazio, onde o filho vai tentar descobrir qual a verdadeira identidade de seu pai. Um dos melhores papéis da carreira de Claudio Marzo.
4. CABRA MARCADO PARA MORRER (1984), Eduardo Coutinho – A história deste filme equivale, de certa forma, à história da própria ditadura militar brasileira. Eduardo Coutinho rodava um documentário sobre a morte de um líder camponês em 1964, quando teve que interromper as filmagens por causa do golpe. Retomou os trabalhos 20 anos depois, pouco antes de cair o regime, mesclando o que já havia registrado com a vida dos personagens duas décadas depois. Obra-prima do documentário mundial.
5. O QUE É ISSO, COMPANHEIRO? (1997), Bruno Barreto – Embora ficcionalize passagens e personagens, a adaptação de Bruno Barreto para o livro de Fernando Gabeira, que narra o sequestro do embaixador americano no Brasil por grupos de esquerda, tem seus méritos. É uma das primeiras produções de grande porte sobre a época da ditadura, tem um elenco de renome que chamou atenção para o episódio e ganhou destaque internacional, sendo inclusive indicado ao Oscar.
6. AÇÃO ENTRE AMIGOS (1998), Beto Brant – Beto Brant transforma o reencontro de quatro ex-guerrilheiros, 25 anos após o fim do regime militar, numa reflexão sobre a herança que o golpe de 1964 deixou para os brasileiros. Os quatro amigos, torturados durante a ditadura, descobrem que seu carrasco, o homem que matou a namorada de um deles, ainda está vivo –e decidem partir para um acerto de contas. O lendário pagador de promessas Leonardo Villar faz o torturador.
7. CABRA CEGA (2005), Toni Venturi – Em seu melhor longa de ficção, Toni Venturi faz um retrato dos militantes que viviam confinados à espera do dia em que voltariam à luta armada. Leonardo Medeiros vive um guerrilheiro ferido, que se esconde no apartamento de um amigo, e que tem na personagem de Débora Duboc seu único elo com o mundo externo. Isolado, começa a enxergar inimigos por todos os lados. Belas interpretações da dupla de protagonistas.
8. O ANO EM QUE MEUS PAIS SAIRAM DE FÉRIAS (2006), Cao Hamburger – Cao Hamburger, conhecido por seus trabalhos destinados ao público infantil, usa o olhar de uma criança como fio condutor para este delicado drama sobre os efeitos da ditadura dentro das famílias. Estamos no ano do tricampeonato mundial e o protagonista, um menino de doze anos apaixonado por futebol, é deixado pelos pais, militantes de esquerda, na casa do avô. Enquanto espera a volta deles, o garoto começa a perceber o mundo a sua volta.
9. HOJE (2011), Tata Amaral – Os fantasmas da ditadura protagonizam este filme claustrofóbico de Tata Amaral. Denise Fraga interpreta uma mulher que acaba de comprar um apartamento com o dinheiro de uma indenização judicial. Cíclico, o filme revela aos poucos quem é a protagonista, por que ela recebeu o dinheiro e de onde veio a misteriosa figura que se esconde entre os cômodos daquele apartamento. Denise Fraga surpreende num papel dramático.
10. TATUAGEM (2013), Hilton Lacerda – A estreia do roteirista Hilton Lacerda na direção é um libelo à liberdade e um manifesto anárquico contra a censura. Protagonizado por um grupo teatral do Recife, o filme contrapõe militares e artistas em plena ditadura militar, mas transforma os últimos nos verdadeiros soldados. Os soldados da mudança. Irandhir Santos, grande, interpreta o líder da trupe. Ele cai de amores pelo recruta vivido pelo estreante Jesuíta Barbosa, que fica encantado pelo modo de vida do grupo.
11. BATISMO DE SANGUE (2007) – Apesar do incômodo didatismo do roteiro, o longa é eficiente em contar a história dos frades dominicanos que abriram as portas de seu convento para abrigar o grupo da Aliança Libertadora Nacional (ALN), liderado por Carlos Marighella. Gerando desconfiança, os frades logo passaram a ser alvo da polícia, sofrendo torturas físicas e psicológicas que marcaram a política militar. Bastante cru, o trabalho traz boas atuações do elenco principal e faz um retrato impiedoso do sofrimento gerado pela ditadura.
Cinema Uol e Literatortura
Lobão e o seu Banana’s Party colocam PSDB numa cilada histórica
4 de Novembro de 2014, 8:08 - sem comentários aindaPor Renato Rovai
Costuma-se dizer que o Brasil não é um país para amadores. Mas o fato é que eles abundam em terras tupiniquins. E mesmo no universo da política, onde o mais bobo consegue consertar relógio suíço num quarto escuro e com luva de box, cada dia surgem novos nomes invocando-se líderes de um pedaço da população e falando em nome dela. Os recrutas de turno atendem pelas alcunhas Lobão, Roger, Danilo Gentile, Reinaldo Azevedo, Luciano Hulck, Ronaldo Fenômeno e figuras que conseguem ser ainda mais caricatas como um tal de Olavo de Carvalho, que se apresenta como filósofo, e Rodrigo Constatino, que nem se apresenta porque não sabe terminar uma frase.
Eles se tornaram os ídolos dos verdadeiramente desinformados. Aqueles que leem Veja, gostam de piadas racistas e fascistas e que reproduzem chorume pelas plataformas de rede sociais.
Os novos heróis do Brasil que clama por intervenção militar nada mais são do que a tentativa de reproduzir um movimento que levou (pasmem!) o Partido Republicano a perder não só eleições, mas o eixo. Nos EUA, esse movimento ultra-direitista conhecido como Tea Party tem como centro de seu discurso a redução dos impostos, mas para dar molho à sua tese também defende o criacionismo, porque Deus é o pai de todos, e a guerra, porque ela geraria empregos. Para a turba que de vez em quando sai às ruas americanas para protestar, Obama é o principal alvo por ser um comunista radical. Isso mesmo, você não leu errado. Não é a toa que eles acham o PT um partido de extrema esquerda.

Nos EUA esse movimento de direita emburrecida é centrado na luta contra os impostos. Mas aqui no Brasil como provavelmente boa parte da tropa é sonegadora, o que os une é o grito contra a corrupção e o PT. Para eles, o PT e sua estrela vermelha criaram a luta de classes. Sem o PT, garantem, os pobres não iriam querer deixar de ser pobres e os negros iriam continuar no seu cantinho.
Não há nada que incomode mais essa gente do que as palavras cotas e Bolsa Família. Se quiser fazê-los cair no chão e estribuchar use-as como se fosse alho contra vampiros. Elas são infalíveis.
O valor do Bolsa Família eles gastam numa taça de champanhe, mas consideram que ao garantir essa renda mínima para os mais pobres o governo petista transformou o Brasil num país de vagabundos.
É o Bolsa Família que os impede de continuar pagando os 200 reais de salário mínimo da época do FHC para suas empregadas domésticas e por isso eles não perdoam nem o Lula e nem a Dilma.
Quanto as cotas, aí o buraco é ainda mais embaixo. Elas são até mais assustadoras para a turma do Banana’s Party porque estão misturando seus filhos com os filhos dos pedreiros. Onde já se viu um garoto negro estudar na mesma faculdade da minha filha que foi criada como uma Barbie? E pior ainda, imagina minha filhinha que estudou em escola americana não entrar numa faculdade na qual o filho do pedreiro que estudou num colégio público entrou. Aí já é vandalismo. E por isso eles vão para a rua gritar contra o PT. E por isso eles apoiaram fervorosamente a candidatura de Aécio Neves.
Mas como Aécio Neves perdeu, eles decidiram que cansaram de brincar com esse negócio chamado democracia. E que eleição é coisa de pobre e não tem a menor graça. A turma do Banana’s Party quer intervenção militar. Querem um governo que prenda e arrebente quem defender direitos humanos, direitos sociais, direitos de gênero etc. O pessoal do Banana’s quer no mínimo Lula e Dilma na cadeia. Mas preferem vê-los sendo eliminados por um batalhão de fuzileiros em praça pública.
O Tea Party americano quando sai às ruas é um pouco mais engraçado do que o Banana’s Party. A galera sai fantasiada. No Brasil, os Bananas apenas carregam cartazes com suas palavras de ordem facistas.
Mas você pode estar se perguntando. Você está assustado com o Banana´s Party, Rovai? Você acha que eles podem conseguir o impeachment de Dilma? Você acha que eles podem fazer os milicos de pijama (ou bananas?) saírem dos seus clubes militares e marcharem em direção ao Congresso?
Claro que não. Até porque o nome do movimento que alcunhei para que eles não fiquem por aí perambulando sem nome já denuncia o que essa turma é. E mais do que isso, qualquer coisa que for liderada por pessoas do nível do Lobão tende a ser no máximo uma piada.
A questão é outra. Creiam, estou preocupado com o PSDB. O partido fundado por pessoas como Mário Covas está se deixando sequestrar pelo mais tacanho conservadorismo e parece não se incomodar mais em ser associado a movimentos que clamam por intervenção militar. Isso é o mais assustador dessa história. Com todas as suas idiossincrasias sempre considerei os tucanos como um partido de liberais democratas. Agora, até isso já é algo a se duvidar.
Ou o partido reage e isola o Banana´s Party, deixando que as ovelhas do Lobão se organizem em torno de um Feliciano ou Bolsonaro ou o PSDB vai ser sequestrado por recrutas que juntam 500 pessoas na frente do Masp, mas que vão levá-lo a um fim desastroso.
O povo, amigos, é muito mais inteligente do que parece. E, entre outras coisas, o que ele rejeitou nas urnas em 26 de outubro foi o ódio. O ódio que escapa por todos os poros da turma do Banana´s Party. O ódio que move Bolsonaros e Felicianos. O ódio que pode fazer bem a extrema direita como projeto político, mas que não era a pedra de toque do PSDB.
Só há uma forma de o PSDB continuar a existir. É dizer claramente à sociedade que rejeita o Banana´s Party. E que condena veementemente suas posições. Ou é isso ou não há mais como não entender o partido como o centro das articulações de um movimento golpista.
Fonte: http://www.revistaforum.com.br/blogdorovai/2014/11/02/lobao-e-o-seu-bananas-party-colocam-psdb-numa-cilada-historica/
Investigação da PM pode ser usada como base de acusação do MP
4 de Novembro de 2014, 6:44 - sem comentários aindaBUSCA DA VERDADE
Apesar de a Constituição deixar clara a separação das funções da Polícia Militar — responsável pelas ações ostensivas de segurança — e da Polícia Civil — responsável pelas investigações —, dados colhidos pela PM podem ser usados como prova para instauração de ação penal pelo Ministério Público.
Assim entendeu a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, ao dar provimento a apelação do Ministério Público catarinense, que formulou denúncia contra um grupo de homens do morro do Horácio (Florianópolis) — acusados de tráfico — iniciada a partir de investigação da Polícia Militar em 2012. O principal acusado teria, mesmo preso, repassado a administração do tráfico à amante e a parentes dela.
A denuncia em primeira instância foi rejeitada por causa da exclusividade da Polícia Civil para investigar. Irresignado o MP alegou a legalidade da investigação prévia e a existência de indícios da prática do crime em cinco filmagens feitas pela PM.

O relator do caso no TJ-SC, desembargador Paulo Roberto Sartorato (foto), afirmou que a rejeição da denúncia só deve acontecer quando ausentes provas que sirvam de base para a acusação. Observou, por outro lado, que, havendo conjunto de indícios, existirá justa causa para o andamento da ação penal. O magistrado destacou que, nesta fase, não é exigida a certeza, mas apenas indícios da responsabilidade criminal, que poderão ser comprovados pela acusação no decorrer da instrução processual.
Na decisão, Sartorato ponderou que, apesar de a Constituição estabelecer que cabe à Polícia Civil a investigação, isso não deve ser interpretado como exclusividade. A prioridade, segundo o magistrado, é proteger o interesse da justiça e a busca da verdade real, em benefício da segurança pública. "As denúncias anônimas, por sua vez, não foram consideradas isoladamente como provas pelo Órgão Ministerial, porquanto aportadas ao caderno investigatório como suplemento dos demais indícios de autoria e materialidade colhidos pela polícia".
Sobre a não instauração de inquérito policial, "além de os elementos colhidos serem suficientes a comprovar a justa causa para a deflagração da ação penal, o Código de Processo Penal não exige que o Ministério Público se valha dele para oferecer a denúncia, uma vez que este pode utilizar as provas que estiverem ao seu dispor para se convencer da existência da autoria e da materialidade dos delitos - conforme ocorre na hipótese em tela", concluiu o relator. Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-SC.
Clique aqui para ler a decisão.
Processo 2013.038279-9
Revista Consultor Jurídico