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Política, Cidadania e Dignidade

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апреля 3, 2011 21:00 , by Unknown - | No one following this article yet.

O Governo de Minas autorizou a realização de concurso público para a (PMMG) e (CBMMG).

октября 28, 2012 22:00, by Unknown - 0no comments yet


O Governo de Minas autorizou nesta segunda-feira (29) a realização de concurso público para a Polícia Militar (PMMG) e Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG). Serão 3.975 vagas para as duas corporações.
 
Conforme informações do Estado, o objetivo da abertura de novas vagas é ampliar segurança para a população mineira. Os militares também serão beneficiados por Projeto de Lei, encaminhado à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta segunda, que institui o abono permanência, fortalece o Fundo Promorar e reduz prazos para promoção na carreira.
 
Com o concurso, as 3.975 novas vagas serão destinadas aos cargos de soldados da PM (1.700), soldados do CBMMG (800) e assistentes administrativos de nível médio (1.300) para atuar na área administrativa da PM. As demais vagas serão voltadas a profissionais de saúde para o Hospital da Polícia Militar e unidades do interior do Estado, sendo 115 cargos para tenentes do quadro de Oficiais de Saúde e 60 de soldado do quadro de Praças Especialistas em Saúde.
 
Carreira




1256- Mensalão - um alerta - Maria Lucia Karam

октября 28, 2012 22:00, by Unknown - 0no comments yet


O JULGAMENTO DO CHAMADO “MENSALÃO”: UM ALERTA AOS ESTUDANTES DE DIREITO

Maria Lúcia Karam

A euforia midiática com o televisivo julgamento do caso chamado de “mensalão”, contando inclusive com comentaristas apresentados como professores e juristas, tem escondido sérios danos ao Direito perpetrados nas longuíssimas sessões que fazem pensar se o notável saber jurídico que se supõe existisse quando da indicação dos magistrados que integram o STF não teria se perdido com o passar do tempo.
O julgamento padece de um vício original: a violação do basilar princípio do juiz natural. Cidadãos comuns processados perante o STF, quando a Constituição Federal estabelece a competência originária de tal órgão judiciário para atuar tão somente em processos em que figurem como réus integrantes de determinadas funções públicas de especial relevância, assim ao mesmo tempo estabelecendo a competência residual dos juízes de primeiro grau para atuar em processos em que figurem como réus cidadãos comuns, a mera conexão entre causas não sendo contemplada na Lei Maior como razão para alteração dessa competência. A violação ao basilar princípio do juiz natural se revela também em relação aos réus integrantes daquelas funções públicas de especial relevância, na medida em que provas foram produzidas perante juízes de primeiro grau, quando provas válidas são somente aquelas produzidas perante o juiz natural, a norma constitucional claramente estabelecendo que “ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”, não contemplando qualquer autorização para delegações na instrução do processo.
Mas, não é apenas a desconsideração do basilar princípio do juiz natural, já revelada em anteriores atuações do STF, que motiva as considerações aqui expostas. São sim algumas “pérolas” vindas no decorrer do contaminado julgamento.
Ouviu-se douto integrante do STF afirmar que manifestação do réu em torno da negativa de autoria do crime a ele atribuído – apresentando, por exemplo, um álibi – constituiria alegação de fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito alegado pelo autor (!!!!).
Ouviu-se douto integrante do STF afirmar que a antiga Visanet Brasil (hoje Cielo) seria uma subsidiária do Banco do Brasil (!!!!).
Ouviram-se doutos integrantes do STF se referirem à concepção do domínio do fato, plenamente desenvolvida há pelo menos uns cinquenta anos, como se fosse uma grande novidade, e, pior, confundindo seu conteúdo que, de instrumento para a correta diferenciação entre autoria e participação viu-se transportado para o campo da análise probatória (!!!!).
Agora, chegando ao momento de fixação das penas (inusitadamente distante do momento do pronunciamento sobre a procedência do pedido condenatório – aliás, em tal momento, doutos integrantes do STF não falavam em procedência ou improcedência do pedido, falando em procedência ou improcedência da ação (!!!!) –, ouviu-se acirrada discussão entre os doutos julgadores acerca da regra aplicável na imposição da pena referente a crime previsto no art.333 CP, dada alteração legislativa na medida das penas cominadas – regra vigente a partir de 21/11/2003 estabelecendo pena de reclusão de 2 a 12 anos, enquanto regra anterior cominava a pena de reclusão de 1 a 8 anos. Na acirrada discussão, verificou-se então que não se sabia exatamente se tal crime se dera antes ou depois da lei nova, não se sabendo a data (ao menos aproximada) do oferecimento ou da promessa da vantagem. O réu fora condenado sem que se soubesse quando o fato ocorrera (!!!!). Diante da dúvida tardia, douto integrante do STF que aplicava pena de 4 anos e alguns meses utilizando como parâmetro a lei que elevara a pena cominada para reclusão de 2 a 12 anos relutantemente acabou por se convencer que a lei aplicável seria a que cominava a pena de reclusão de 1 a 8 anos, mantendo, no entanto, a mesma pena concretizada em 4 anos e alguns meses (!!!!).
Talvez fosse recomendável fazer um alerta aos estudantes de Direito: desliguem a TV!


Fonte: http://joseluizquadrosdemagalhaes.blogspot.com.br/




Fifa se incomoda com apagões e teme que se repita na Copa, diz jornal

октября 28, 2012 22:00, by Unknown - 0no comments yet
Acorda Cidadão!
Fifa se incomoda com apagões e teme que se repita na Copa, diz jornal*

http://esportes.terra.com.br/futebol/copa/2014/noticias/0,,OI6260496-EI18776,00-Fifa+se+incomoda+com+apagoes+e+teme+que+se+repita+na+Copa+diz+jornal.html




Quem venceu as eleições municipais?

октября 28, 2012 22:00, by Unknown - 0no comments yet


Por Altamiro Borges

Descontada suas posições políticas contrárias às forças de esquerda, o jornalista Fernando Rodrigues, da Folha, costuma produzir boas análises sobre os resultados eleitorais. Sobre o pleito encerrado neste domingo, ele chegou à conclusão de que o PT foi o “partido que mais venceu disputas no grupo das 85 maiores cidades do país – o ‘G85’, que reúne as 26 capitais e as 59 cidades do interior com mais de 200 mil eleitores. Ao todo, petistas elegeram 16 prefeitos nessas cidades. Tucanos, 15. O PSB elegeu 11 e o PMDB, 10”.

Ele aponta duas marcas destas eleições. A primeira é que mais legendas protagonizaram as disputas nas metrópoles. “Como em 2008, mais partidos elegeram prefeitos no G85. Na última eleição só 11 siglas conseguiram ter prefeitos no grupo dos grandes municípios. Desta vez, foram 16”.  A outra, uma novidade, foi o crescimento do PSB, presidido por Eduardo Campos, governador de Pernambuco. “Entre as grandes legendas, esta foi a que mais cresceu: fez 6 prefeitos a mais que em 2008 (passou de 5 para 11 eleitos)”.

Já o PSDB teve pequeno crescimento, de 13 para 15 prefeitos; o PT diminuiu de 22 para 16; e o PMDB caiu de 19 para 10. Fernando Rodrigues, porém, não dá o devido destaque para a vitória de Fernando Haddad em São Paulo, a mais importante do país. Essa é a joia da coroa destas eleições. Tanto que o PT é a sigla que governará mais brasileiros. O próprio colunista da Folha reconhece esta vantagem. “Quando considerados os eleitores do G85 que os partidos governarão a partir de 2013, o PT está na frente”.

“Os municípios em que o PT venceu concentram 15.205.854 eleitores (10,8% do total brasileiro e 29,8% das 85 grandes cidades). Esse número é 2,3 vezes maior do que a quantidade de eleitores registrados nas localidades em que o PSDB ganhou: 6.398.000 eleitores (4,5% do total nacional e 12,5% das maiores localidades). Os tucanos também ficaram atrás de PSB, que governará 7.731.426 eleitores do G-85, e do PMDB, que ficará com 7.391.104 eleitores”. Ou seja: o PT foi o grande vitorioso destas eleições. Não dá para esconder!




MAIS DOIS DEPUTADOS ESTADUAIS SÃO ELEITOS PREFEITOS

октября 28, 2012 22:00, by Unknown - 0no comments yet


Com o resultado do 2º turno das eleições municipais realizadas neste domingo (28/10/11), a Assembleia Legislativa de Minas Gerais terá dois novos deputados a partir de janeiro, ocupando a vaga dos parlamentares que foram eleitos prefeitos. Carlin Moura (PCdoB), que conquistou a prefeitura de Contagem (Região Metropolitana de Belo Horizonte) com 65,9% dos votos, será substituído pelo jonalista Mário Henrique Caixa, do mesmo partido. Já Bruno Siqueira (PMDB), eleito com 57,16% dos votos em Juiz de Fora (Zona da Mata), deixará a vaga para o segundo suplente do partido, o médico e empresário Leonídio Bouças.

Outros três deputados estaduais disputaram o 2º turno, mas não foram eleitos: Paulo Guedes (PT), que disputou a prefeitura de Montes Claros (Norte de Minas) com o ex-deputado Ruy Muniz; Durval Ângelo (PT), que enfrentou o prefeito eleito em Contagem; e Antônio Lerin (PSB), que concorreu com Paulo Piau em Uberaba (Triângulo Mineiro). 

Três parlamentares eleitos no 1º turno também vão deixar a Assembleia em janeiro: o vice-prefeito de Belo Horizonte, Délio Malheiros (PV), e os prefeitos eleitos Antônio Júlio (PMDB), em Pará de Minas, e Delvito Alves (PTB), em Unaí. Em suas vagas, entram, respectivamente, Juarez Távora, Cabo Júlio e Juninho Araújo.

Veja o perfil dos novos deputados que assumem em janeiro de 2013:

Juiz de Fora - Leonídio Henrique Corrêa Bouças ocupará a vaga deixada pelo prefeito eleito em Juiz de Fora, Bruno Siqueira. Ele é médico, professor e empresário. Ex-diretor do Colégio Oswaldo Cruz, de Uberlândia. Em Uberlândiam foi vereador (1989-1992); presidente da Câmara Municipal (1991); secretário municipal de Habitação e Meio Ambiente e vice-prefeito (1993-94); e secretário municipal de Serviços Urbanos (2001-2002). Também foi deputado estadual por dois mandatos (1995-1999 e 2003-2007).

Contagem - Mário Henrique Caixa substitui o novo prefeito de Contagem, Carlin Moura. É narrador esportivo e jornalista da Rádio Itatiaia, em Belo Horizonte. Começou no rádio em 1988, na Rádio Três Pontas, e fez sua primeira narração aos 15 anos de idade durante o Campeonato Mineiro. Trabalhou ainda na Rádio Sentinela de Três Pontas, Rádio Globo e Sport TV. Realizou quatro coberturas de Olimpíadas (Atlanta 1996, Sidney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008); três Copas do Mundo (França, Coreia & Japão e Alemanha); e três Jogos Pan-Americanos (Winnipeg 1999, Santo Domingo 2003 e Rio de Janeiro 2007).

Belo Horizonte – Com a eleição de Délio Malheiros para vice-prefeito de Belo Horizonte, o deputado Rômulo Veneroso (PV) será efetivado, uma vez que hoje ele ocupa uma vaga na Assembleia como suplente. Com isso, também deverá ser empossado o próximo suplente do PV, o ex-deputado Juarez Távora, que é engenheiro e empresário, nascido em Belo Horizonte. Ele exerceu mandato de deputado estadual de dezembro de 2009 a janeiro de 2010, na 16ª Legislatura. Foi diretor rodoviário do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG).

Pará de Minas – O vereador Cabo Júlio é o primeiro suplente do PMDB e deverá ocupar a vaga aberta com a eleição do deputado Antônio Júlio em Pará de Minas. Nasceu em Belo Horizonte e não foi reeleito para um novo mandato na Câmara Municipal. É militar do Quadro de Praças da Reserva do Corpo de Bombeiros e foi um dos líderes da greve dos militares mineiros em 1997. Foi deputado federal por dois mandatos (1999-2003 e 2003-2007).

Unaí – Com a vitória do deputado Delvito Alves pela coligação PTB/PSB, deve assumir a vaga na Assembleia, como suplente, o ex-deputado Juninho Araújo (PTB). Radialista, é formado em Eletrônica. Fundou em 1989 a Rádio Tropical de Dionísio; em 2004, a Rádio Liberdade de Abre Campo; e em 2007, a Rádio Tropical de Timóteo. Em 2006, foi eleito para seu primeiro mandato como deputado estadual. Por dois períodos exerceu a suplência na atual legislatura: em fevereiro de 2011 e de maio de 2011 a 25 de outubro deste ano.





Aprimorar a Polícia Civil é dever do Estado

октября 28, 2012 22:00, by Unknown - 0no comments yet
SEGUNDA LEITURA


Vladimir Passos de Freitas 2 [Spacca]
A segurança pública, dever do Estado, é direito e responsabilidade de todos (CF, art. 144). No entanto, é um direito só lembrado em momentos de crise, logo após um fato rumoroso. Entrevistam-se, então, grandes estudiosos, que têm soluções para tudo. A maioria nunca acompanhou um plantão em uma delegacia de Polícia.

Neste quadro, a Polícia Federal avançou muito, fruto de concursos disputados, vencimentos condignos e capacitação permanente. A Polícia Militar expandiu seu trabalho preventivo, com sucesso (p. ex., Polícia Ambiental). A Polícia Rodoviária Federal melhorou sua infraestrutura e conseguiu elevação dos vencimentos de seus membros. A Guarda Municipal ainda não teve definido o seu papel, mas vem se equipando e crescendo.
Todavia, a Polícia Civil, que é a responsável pela investigação da maioria dos crimes, segue com deficiências de estrutura e seus delegados, na maioria dos estados, recebem vencimentos inferiores à metade do que ganham juízes e promotores. Há tentativas legítimas de reverter-se a situação.
É preciso melhorar. É necessário que a Constituição seja cumprida, não apenas nos direitos e garantias fundamentais do artigo 5º, mas também no direito à segurança do artigo 144.
Quem, como, o quê? Os pessimistas dirão: não adianta, está tudo perdido. Discordo. Há quadros novos, delegados, escrivães, investigadores e outros profissionais que optaram pela função policial por vocação. É preciso saber aproveitar esses novos talentos.
Mesmo que as dificuldades sejam enormes ─ e sempre são ─, um Secretário de Segurança ou um delegado-geral interessados, além de legítimas aspirações de reformas constitucionais (v.g., PEC/SP 19/2011), podem fazer a diferença, estimulando seus comandados, usando a criatividade dos jovens valores, aumentando-lhes a autoestima. Por exemplo:
1. Resgatar a história da instituição, a fim de que seus integrantes e a sociedade a conheçam melhor, saibam tudo o que ela realizou. Neste particular, serve de bom exemplo o trabalho do delegado Felipe Genovez , “História da Polícia Civil no Estado de Santa Catarina”, no site:http://www.webartigos.com/artigos/historia-da-policia-civil-no-estado-de-santa-catarina/67745/.
2. Dar nomes aos prédios das delegacias de Polícia, tal qual se faz nos Fóruns, valorizando os que prestaram bons serviços à instituição ou que faleceram em serviço. Mas a homenagem só deve ser feita aos aposentados ou mortos, para que não se transforme em política miúda.
3. Estimular o estudo (não apenas aos delegados, a todos) é essencial. A concessão de auxílio educação é o caminho. Assim faz a Justiça Federal (Lei 11.416/2006), com sucesso. Por exemplo, um curso de mestrado significa 10% sobre o vencimento básico (artigo 15, inciso II). Isso pode ser conseguido com lei estadual. Mas, mesmo sem a gratificação, devem facilitar-se cursos de mestrado e doutorado, principalmente aos delegados. Evidentemente, com um controle do percentual dos que podem licenciar-se ao mesmo tempo (p. ex., 3%). Cursos no exterior, intercâmbio de experiências com outras academias ou escolas de Polícia, da mesma forma devem ser incentivados.
4. A criação de uma revista eletrônica, com artigos de específico interesse policial, também é importante e não demanda gastos ou sacrifícios. Só boa vontade. A Ed. Fiúza, com o apoio do Sindicato dos Delegados de Polícia Federal de SP, publica a excelente “Revista Criminal” (impressa), com sucesso. É preciso que os policiais preencham esse espaço vazio, escrevam sobre o que entendem, inclusive para sites ou jornais locais.
5. A abertura de concursos de artigos ou de boas práticas, com premiação e divulgação, também é estimulante. É algo simples e que pode ser promovido também por associações de classe. Os prêmios devem relacionar-se com a atividade (p. ex., participar de curso no exterior). As boas práticas podem ficar disponíveis no site da instituição.
6. Um centro de apoio institucional na DG ou na Corregedoria, com estrutura enxuta e servidores escolhidos a dedo, é essencial. Telefone e e-mail disponível para esclarecer dúvidas o tempo todo, na hora e informalmente. Neste mesmo setor pode haver um centro receptor de propostas de inovações. Boas ou não, devem ser respondidas no máximo em três dias.
7. Desburocratização administrativa é outro passo importante. Uma pessoa ou uma comissão de três pessoas objetivas e com bons conhecimentos, poderão permanecer à disposição da DG por seis meses e levantar todos os gargalos burocratizantes. Por exemplo, precatórias eletrônicas. Existe algo mais “old fashion” do que uma precatória impressa, mandada via correio? Isto sem falar das precatórias mandadas para outro estado (mesmo que só uma rua divida duas cidades) via Polinter, que nas duas capitais registrará o sacramental documento, retardando em meses seu cumprimento. Simplificar a comunicação interna, criar súmulas administrativas, tomar depoimentos por telefone (viva voz), a imaginação é livre e tudo deve ser tentado.
8. Aprimorar as decisões é indispensável. Não tem mais sentido inquéritos mal conduzidos. Depõem contra a Polícia. Neste particular, consulta pela internet ao “Roteiro de Decisões Policiais” será uma agradável surpresa, pois nele se encontrarão, pela ordem alfabética, centenas de comentários, modelos de despachos complexos, ofícios, informações e jurisprudência, divididos em três arquivos (www.ibrajus.org.br).
9. A falta de estrutura de trabalho, enquanto os governos estaduais não se animam a adquirir modernos equipamentos expostos em feiras (p. ex. http://mais.uol.com.br/view/99at89ajv6h1/9-feira-internacional-de-seguranca-publica-no-df-04023160E0811366?types=A), podem ser atenuada com solicitação à Receita Federal de doação de bens declarados perdidos (v.g., contrabandeados). Basta alguém se dispor a fazer os contatos, tomar a iniciativa.
10. Uma boa assessoria de imprensa e um marketing positivo são essenciais. O relacionamento com a mídia deve ser objeto de capacitação pela cúpula (v.g., elaborando uma cartilha). Por exemplo, um delegado não deve dar entrevista com a barba por fazer ou com uma camisa de malha. Deve estar trajado de forma adequada, de terno ou, se não for o hábito local, com camisa discreta e abotoada. E quem deve aparecer mais é o escudo da instituição e não o seu agente. As relações institucionais (v.g., com Judiciário, MP, OAB, Defensoria) devem ser otimizadas.
Aí estão, em breve síntese, dez boas práticas que podem ser tomadas para aprimorar a Polícia Judiciária Estadual. Muitas delas já existem em alguns estados, mas são pouco divulgadas. Dos que detêm o poder, espera-se que queiram mudar as coisas para melhor e não simplesmente enriquecer seus currículos. A população agradece.
Vladimir Passos de Freitas é desembargador federal aposentado do TRF 4ª Região, onde foi presidente, e professor doutor de Direito Ambiental da PUC-PR.
Revista Consultor Jurídico




Os reflexos do julgamento do mensalão pelo Supremo

октября 28, 2012 22:00, by Unknown - 0no comments yet
SEGUNDA LEITURA


Encaminha-se para o final o mais célebre julgamento do STF das últimas décadas, quiçá de toda sua história. Conhecido como “Mensalão”, vem sendo acompanhado pela sociedade brasileira de perto. E, neste particular, impõe-se reconhecer, a exibição pela TV Justiça e o papel da mídia foram decisivos.

Muito se falará deste julgamento. Teremos reportagens, livros. A internet deixará para a eternidade todos os seus passos. Antevejo mestrandos de 2030 elaborando dissertações sobre a matéria. Seminários em 2040 discutindo o Judiciário do Brasil de 2012. A sociedade dará o seu veredicto e nele não só os denunciados serão julgados, mas também o sistema político destes dias, o comportamento da mídia e os próprios julgadores, pelos votos que proferiram.
Poucos se dão conta, mas estamos vivendo momento histórico. Feitas estas observações, vamos ao foco desta coluna: os reflexos, efeitos e consequências do julgamento da ação penal originária 470 do STF. Vejamos:
1. O STF sai com uma imagem positiva. A Corte passa à sociedade a mensagem de independência e imparcialidade. Cala os céticos que, por diferentes formas, anunciavam o nada jurídico. E neste particular o grande mérito é de seu presidente, ministro Ayres Britto. Ao assumir a presidência, colocou o processo em pauta e conduziu o julgamento com suave e obstinada energia.
2. O ministro Joaquim Barbosa, relator do processo, torna-se uma pessoa conhecida, admirada, por uma enorme parcela da sociedade brasileira. Concorde-se ou não com suas posições, palavras, forma de exteriorizar suas opiniões, o fato é que ele traduz o desejo de Justiça da sociedade. Sai do julgamento com o mais elevado nível de popularidade possível a um magistrado.
3. Os ministros do STF passam a ter a experiência da primeira instância. Após a colheita de provas pelo Relator, no julgamento todos os ministros passaram a manifestar-se sobre pedidos diversos, questões de ordem, dosagem de penas (sabendo que delas depende o reconhecimento da prescrição), e logo em seguida decidindo embargos infringentes (de discutível cabimento, face àLei 8.038/1900) e muitos embargos de declaração. Enfim, tudo aquilo que faz parte da rotina das Varas Criminais de todo o país, mas não da realidade dos Tribunais. Esta novidade pode alterar a visão dos ministros sobre o processo penal e a reformulação de posições nos futuros julgamentos.
4. O regime de cumprimento da pena será fixado pelo STF (Cód. Penal, art. 589, III). Nos termos do art. 33 do Cód. Penal, a pena de prisão será cumprida em regime fechado se superior a 8 anos. Os que receberem sanção de 4 anos e 1 dia a 8 anos iniciarão o cumprimento em regime semi-aberto, ou seja, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. Os apenados até 4 anos poderão cumpri-la em regime aberto, o que significa conseguir a substituição por penas restritivas de direitos (´p. ex., prestação de serviços à comunidade), pernoitando em estabelecimento prisional e nele passar os fins-de-semana (p. ex., casa do albergado).
5. A execução das penas será feita nos Juízos da Execução e não pelo STF. Será o juiz de primeira instância do local em que os condenados tenham domicílio e onde deverão cumprir a pena que analisará eventuais requerimentos de substituições, de progressão no regime de cumprimento, aplicação de indulto e outros incidentes da execução.
6. A pena de multa não deve ser levada a sério. É que se o condenado não pagá-la em 10 dias, ela será inscrita como dívida ativa e cobrada em uma das Varas de Execução Fiscal. Aí o condenado, se não tiver bens, não sofrerá nenhuma sanção. E se tiver e forem penhorados, poderá discutir a dívida por 10 ou mais anos.
7. A prescrição pela pena aplicada poderá beneficiar alguns condenados. Ela se conta por cada crime e não pela soma das condenações. Assim, por exemplo, se a condenação por corrupção passiva, prevista no art. 317 do Código Penal, cuja pena mínima até 12.11.2003 era de 1 ano (a Lei 10.763 elevou-a para 2 a 12 anos), for estabelecida em até 2 anos, prescreverá em 4. Como a ação penal tramita há cerca de 6 anos, será reconhecida a prescrição. Mas, se o fato for posterior a 12.11.2003, será aplicada a lei nova, mesmo tendo o crime tido início antes (Súmula 711do STF). Daí, basta que seja fixada em 1 dia a mais para não ocorrer a prescrição. Pelo mesmo raciocínio, vê-se que os crimes de quadrilha, cuja pena mínima é de 1 ano, terão grande possibilidade de prescrever (exceto para os chefes, se reconhecida a agravante do art. 62, I do CP). Os de gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro, cuja sanção parte de 3 anos, dificilmente prescreverão.
8. Para os que estiverem exercendo cargo, função pública ou mandato eletivo, poderá ser decretada a perda do cargo (Cód. Penal, art. 92). Se a pena privativa de liberdade for superior a 1 ano, será preciso que o STF assim decida explicitamente quando for lavrado o acórdão. Mas se a pena imposta for superior a 4 anos, a perda será automática. Nada precisa ser dito. Caberá posteriormente, ao Juiz da Execução, comunicar a quem possa demitir o detentor do cargo. Por exemplo, se for um prefeito, será expedido ofício ao presidente da Câmara de Vereadores.
De todo o exposto, deve ser lembrado que prescrições serão reconhecidas e regimes prisionais mais favoráveis ao condenados serão concedidos (p. ex., regime semi-aberto). Isto não deve ser visto pela sociedade como complacência dos julgadores da ação penal ou dos juízes que vierem a executar a pena. É que assim é a legislação brasileira e os condenados deste caso têm o direito de receber tratamento igual aos condenados em outros processos criminais.
Em suma, o julgamento da Ação Penal 470 é um divisor de águas no sistema judicial brasileiro. Não é um “julgamento de exceção”, mas sim um elemento a mais na transformação do Estado brasileiro, que vem editando leis mais favoráveis à sociedade (p. ex., a responsabilidade por improbidade administrativa e a da “ficha limpa”) e punindo desvios de detentores de cargos elevados (p. ex., aposentadoria compulsória de magistrados). Ainda há muito a ser feito. Estas mudanças levam décadas. Mas o fato é que elas já se encontram em andamento.
Vladimir Passos de Freitas é desembargador federal aposentado do TRF 4ª Região, onde foi presidente, e professor doutor de Direito Ambiental da PUC-PR.
Revista Consultor Jurídico




“Financiamento por pessoa jurídica deve ser repensado”

октября 28, 2012 22:00, by Unknown - 0no comments yet
ELEIÇÕES 2012


Com todos os olhos voltados para o Supremo Tribunal Federal, pouca atenção se tem dado ao que acontece em outro tribunal, a poucos quarteirões da Praça dos Três Poderes. Não deveria ser assim. Afinal, é o Tribunal Superior Eleitoral o síndico da lisura político-eleitoral que o STF busca a golpes de  duras condenações. Mas a aura discreta do TSE não se explica apenas pela sensação dos fogos de artifício do chamado mensalão. Deve-se também, ou principalmente, ao perfil austero da presidente da Casa, a ministraCármen Lúcia Antunes Rocha.

Diferentemente de outras temporadas, nesta, os juízes aparecem menos que os protagonistas principais da eleição: os candidatos e os eleitores. Fechadas as urnas e apurados os votos em todo o país, no primeiro turno, não houve uma única falha digna de registro que desabonasse o planejamento e a execução dessa tarefa monumental. Em entrevista à revista Consultor Jurídico, em seu gabinete no STF — que também deverá presidir dentro de quatro anos —, a ministra tocou o dedo na ferida das mazelas eleitorais: o financiamento das eleições por parte das empresas.
O raciocínio é lógico: se a ideia da doação de dinheiro privado para campanhas políticas é participar como forma de exercício da cidadania, soa estranha a permissão de que empresas abasteçam os caixas de partidos e candidatos. “Cidadão é pessoa física, natural, que participa, portanto, da vida. Isso dá legitimidade às doações, porque ele faz escolhas pessoais de fato, de acordo com o que ele acha que deve exigir do seu representante, do que é o melhor pra ele”, afirma Cármen Lúcia. Para ela, “o financiamento de campanhas por pessoas jurídicas é um ponto que está a merecer uma nova análise por parte do Congresso Nacional”.
Neste domingo (28/10), a ministra comanda o segundo turno das eleições municipais de 2012 em 50 cidades brasileiras, entre as quais 17 das 26 capitais do país. No que depender da preparação, as eleições ocorrerão sem incidentes. No primeiro turno, à 1h40 da segunda-feira todas as urnas estavam apuradas, uma diferença de 12 horas a menos em relação às últimas eleições.
“E só não foi antes, às 22h, porque duas urnas do Acre demoraram a chegar. A pessoa viajou loucamente para conseguir chegar e 1h40 da manhã nós terminamos a totalização. E o Brasil é isso, é a Avenida Paulista e o interior do Acre. E isso tudo dá certo”, disse Cármen Lúcia.
Para a ministra, a parte administrativa, de organização das eleições, é administração pública. E se dá certo, como mostram todas as eleições após a redemocratização do país, significa que tudo no Brasil pode funcionar. Na entrevista, a ministra respondeu às criticas de que o TSE teria abrandado a Lei da Ficha Limpa, explicou porque foi a primeira ministra a divulgar seu contracheque depois da Lei de Acesso à Informação e contou um pouco dos bastidores da preparação das eleições municipais.
Três dias antes do dia de ir às urnas, por exemplo, a ministra passa a receber boletins meteorológicos para criar planos de reação em casos de queda de energia e, no dia das eleições, governadores suspendem obras de escavação para que não haja risco de rompimento de fibras óticas e a consequente interrupção da transmissão de dados dos estados para o TSE, em Brasília.
Diante do comentário de que as eleições ficaram mais simples com a tecnologia, a ministra sorri condescendente e fala da instabilidade dos sistemas. Neste sábado (27/10), por exemplo, algumas cidades do Nordeste, como Natal (RN) amanheceram sem energia elétrica — talvez resquício do apagão que atingiu 11 estados esta semana. As urnas têm baterias próprias, mas os procedimentos preparatórios da véspera, assim como a totalização de votos necessitam de eletricidade. A ministra passou a manhã telefonando para empresas deixando-as de sobreaviso para prevenir incidentes.
Mas como foi possível preparar eleições em 5.568 cidades em meio ao julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão, com quatro sessões diárias no Supremo — contadas as sessões das turmas às terças-feiras? A fórmula da ministra é simples: não pensar, simplesmente fazer. “Eu aprendi que algumas coisas na vida, nós temos de viver, assumir que estamos vivendo. É como a dança: se você pensar qual é o passo seguinte que precisar dar, é porque não estava preparado”.
Leia a entrevista:
ConJur — O TSE abrandou a Lei da Ficha Limpa ao deferir registro a candidatos que tiveram contas reprovadas, como afirmou a OAB?
Cármen Lúcia — Não. Essa é a primeira eleição na qual se tem a aplicação da Lei da Ficha Limpa. A interpretação de uma lei depende do exame, pelos tribunais, da sua finalidade, dos seus termos. Nós estamos julgando rigorosamente de acordo com a finalidade da norma. O que não significa que possamos considerar um candidato inelegível quando a lei exige ato doloso de improbidade na desaprovação das contas, sem ter o Tribunal Regional Eleitoral afirmado esse dolo. A Justiça Eleitoral está extremamente atenta à Lei Complementar 135, considera que ela é um avanço e tem todo empenho para aplicá-la rigorosamente, de acordo com o seu espírito e a sua finalidade.

ConJur — A lei acabou exigindo mais para enquadrar o candidato nos critérios de inelegibilidade?
Cármen Lúcia — No caso de contas, sim. O Tribunal Superior Eleitoral não examina o fato. Não reexamina as provas. Então, se o ato de improbidade não vem caracterizado no acórdão recorrido, não há como o tribunal mudar.

ConJur — Quantos processos de concessão de registro de candidaturas há pendentes no TSE?
Cármen Lúcia — Há cerca de dois mil processos referentes às eleições de 2012, mas sobre diversos temas, não apenas registro. Sobre propaganda eleitoral, inclusive. O que posso dizer é que todos os processos referentes àqueles candidatos que participam do segundo turno já foram julgados.

ConJur — Por que a senhora não convocou sessões extraordinárias nestas eleições?
Cármen Lúcia — O presidente do tribunal só convoca sessões extraordinárias quando há processos pautados que não foram julgados nas sessões ordinárias. Eu pauto todos os processos que me chegam relativos às eleições de 2012. Vou dar um exemplo. Na sessão da última terça-feira, dia 23, todos os processos liberados até as 15h, que é o prazo máximo para eu pautar, foram pautados. A pauta foi refeita para garantir que, liberado o processo pelo relator, ele seria julgado. Ficamos em sessão até 23h e terminamos com nenhum processo na pauta. Logo, a reclamação que eu vi, da sociedade civil, não de advogados, no sentido de que não havia sido feitas sessões extras, decorre da circunstância de que não havia processos liberados pelos gabinetes para serem julgados. Pelo que não havia razão para o povo brasileiro pagar jetons por sessões nas quais não havia processos a julgar. Todos os ministros vêm dando prioridade aos processos que se referem a 2012, para que sejam julgados todos os casos antes da diplomação. O ideal, claro, teria sido até ter julgado antes.

ConJur — Por que não foram?
Cármen Lúcia — Não foram julgados, em parte pelo excesso, em parte porque houve uma demora maior esse ano na chegada dos processos. Houve, por exemplo, a greve dos Correios, que atrasou a remessa de recursos. Mas no que se refere às eleições de 2012, nós temos dois mil processos nos gabinetes. Na secretaria judiciária, todos foram liberados e julgados. E todos os que se referem a candidatos em segundo turno, nós também julgamos. Parece-me que há quatro casos em que pende alguma decisão. Os recursos especiais foram julgados, e depois de ter decisão do juiz eleitoral, do Tribunal Regional Eleitoral e a decisão do TSE, o advogado ainda opôs agravos, que é um direito legítimo dele. Mas o julgamento de mérito foi exaurido.

ConJur — O volume é menor do que aquele que estava pendente nas eleições municipais de 2008?
Cármen Lúcia — Sim. Até o mês de agosto deste ano nós julgamos casos de 2008. Se for feita a comparação, este ano estamos muito mais adiantados do que nas eleições municipais anteriores. A cada eleição o tribunal vai se esmerando para focar, por exemplo, em firmar jurisprudência nas teses. Quando isso acontece, o número de decisões monocráticas sobe. Na sessão do dia 23, foram publicadas mais de 400 decisões monocráticas. Em regra, se presta muita atenção no que é pautado. Nós julgamos quase 200 processos sobre eleições de 2012 naquela sessão. E eu liberei mais 400 monocráticas dos ministros. Portanto, são 600 decisões em uma sessão.

ConJur — Em eleições anteriores, vários candidatos também concorreram com o registro da candidatura em discussão na Justiça. Em número até maior do que nestas eleições. Se o problema marca presença em todas as eleições, não seria o caso de adiantar a data do registro?
Cármen Lúcia — Não. Porque a partir do registro indeferido, ou deferido com impugnação da parte contrária, quem perdeu sempre terá o direito de recorrer. E recorre enquanto houver possibilidade. Ainda há poucos dias atrás, tivemos terceiros embargos declaratórios só no TSE. Ou seja, já havia quatro decisões. Estávamos na quinta decisão.

ConJur — Por que isso ocorre?
Cármen Lúcia — Porque o partido pede registro para o candidato e tem o pedido indeferido. Recorre ao TRE, que também indefere. Vem para o Tribunal Superior Eleitoral com situações que é necessário o reexame de provas. Na jurisprudência isso é pacífico. Não vai ser possível a mudança das decisões anteriores. Ainda assim, a legislação permite que ele continue com a candidatura por sua conta e risco. Às vezes, o eleitor não sabe disso. Depois do resultado divulgado, transita em julgado a decisão que negou o registro. Aí perguntam por que a Justiça Eleitoral não julgou antes. Mas a pergunta é: Por que o partido, sabendo que havia tão poucas chances, já que no período eleitoral já tinha duas decisões contrárias, do juiz e do tribunal regional, não substituiu o candidato? Quem faz política é a sociedade, o partido político. O Judiciário, incluída a Justiça Eleitoral, aplica a lei. Por isso que não há como dizer que a antecipação do registro mudaria o quadro. Trabalhamos todos os dias, inclusive aos sábados e domingos. Mas a sobrecarga impede que haja a resposta no tempo que gostaríamos. Mas, comparativamente a 2008, ainda estamos com um número muito menor de processos. É menos da metade do que havia naquele período.

ConJur — O tribunal trabalhou todo o período eleitoral desfalcado, não?
Cármen Lúcia — Temos um cargo de juiz efetivo vago desde 30 de abril, com o fim do mandato do ministro Marcelo Ribeiro. E, dos dois juízes substitutos, estamos apenas com uma juíza, que é a ministra Luciana Lóssio, também trabalhando enormemente. E a vaga de substituto não pode ser preenchida porque um dos candidatos, se não for escolhido para juiz efetivo, será incluído na lista de substituto, pela nossa tradição. Logo, então eu também não posso fazer a lista para juiz substituto. E em 15 dias, nós teremos uma segunda vaga, que é a do ministro Arnaldo Versiani. Então, eu imagino que nos próximos dias haverá a resposta em relação a isso. Mas atravessamos as eleições sem um juiz efetivo e sem um juiz substituto no TSE. Desde 5 de agosto nós estamos nesta situação.

ConJur — A senhora criou uma comissão para rever os critérios de aprovação de contas?
Cármen Lúcia — Para aperfeiçoar os critérios de contas. Houve uma mudança na legislação e as contas, que antes eram aprovadas administrativamente, passaram a ter o seu processamento judicializado. Hoje, um processo de aprovação de contas segue o rito de um processo judicial, com sustentação oral inclusive. Mas nós mantivemos, tanto administrativamente, quanto em relação aos partidos, os mesmos procedimentos. Talvez seja o momento de aperfeiçoar — eu digo talvez porque é a comissão que vai estudar se é o caso. A ideia é verificar se neste novo parâmetro judicial é preciso mudar algum procedimento interno, e até de adaptação da lei. Neste ano entrou em vigor a Lei de Acesso à Informação. E a imprensa procura muitas informações sobre as contas partidárias, procura processos, às vezes antigos, porque quer saber como foram prestadas as contas, os critérios que eram adotados. Isso tem implicação direta com a questão de financiamento de campanha: quem financiou, quem doou, como essas contas foram prestadas. Eu sempre acho que o olhar de fora, de pessoas abalizadas, experientes, contribui muito, porque quem está no dia a dia nem sempre vê outros lados da questão.

ConJur — A senhora citou a Lei de Acesso à Informação. Enquanto se discutia se os nomes dos servidores deveriam ser divulgados junto com os salários, a senhora publicou seu contracheque na internet. Por quê?
Cármen Lúcia — Quem me paga é o povo. Eu sempre falo o seguinte: o meu pai acharia um absurdo se alguém dissesse que ele tira dinheiro da conta dele para pagar um funcionário que ele tenha, mas não poderá saber quanto está pagando. Acho que é a mesmíssima situação. O povo tem direito de saber.

ConJur — A senhora também citou a questão do financiamento de campanhas políticas. Concorda com o atual modelo, majoritariamente privado, feito por empresas, pessoas jurídicas?
Cármen Lúcia — Tenho certa dificuldade de aceitar o financiamento de pessoa jurídica. Acharia melhor repensar isso, efetivamente. Porque se a ideia é participar como forma de exercício da cidadania, cidadão é pessoa física, natural, que participa, portanto, da vida. Isso dá legitimidade às doações, porque ele faz escolhas pessoais de fato, de acordo com o que ele acha que deve exigir do seu representante, do que é o melhor pra ele. É mais legítimo. O financiamento de campanhas por pessoas jurídicas é um ponto que está a merecer uma nova análise por parte do Congresso Nacional.

ConJur — Estas foram as primeiras eleições em que houve votação por meio da biometria em dois estados inteiros: Alagoas e Sergipe. Coincidentemente, os únicos estados em que o índice de comparecimento às urnas foi de 95%. Há explicação?
Cármen Lúcia — O recadastramento ajuda a atualizar o cadastro. E o Brasil tem uma enorme capacidade com a questão de tecnologia. É muito impressionante. As pessoas mais velhas, por exemplo, que não têm grande afeição por informática, adoram a urna eletrônica e inovações tecnológicas nessa área. E comparecem. E atuam bem. Os avanços são encaminhamentos que devem ser feitos de maneira paulatina, segura. Isso evita qualquer tipo de corrupção no momento eleitoral, que a história brasileira foi tão triste nisso.

ConJur — A tecnologia, com a urna eletrônica e, agora, a biometria, tornou o processo mais transparente.
Cármen Lúcia — É tudo público, transparente e auditável. É um avanço, que tem de ser feito como está. Não pode se avançar para andar mais depressa do que a sociedade, nem pode ficar, como dizia Steve Jobs, perguntando o que a sociedade queria. Se perguntássemos na década de 1960, talvez ela quisesse urnas com lonas mais seguras ou mais gente para carregar as urnas. Deu-se a urna eletrônica e cada etapa dela pergunta-se o que é necessário para o futuro. A urna eletrônica é um grande avanço. O sistema de informática da Justiça Eleitoral é exemplar. É o Brasil que dá certo, o Brasil que se mostra. Recebemos gente do mundo inteiro interessada em conhecer nosso sistema. O Brasil, com isso, dá demonstração de que em qualquer setor o país pode dar certo. Tem gente interessada como os servidores da Justiça Eleitoral, muito interessados, muito comprometidos. Até mesmo nos períodos de greve eles continuavam trabalhando. Ainda que não marcassem ponto, alguns continuavam trabalhando. Chamavam de greve responsável, o que é algo extraordinário em termos de comprometimento com a causa pública porque sabiam que tinha uma eleição à frente. Tudo isso me dá a ideia de que é um exemplo do que pode acontecer em todos dos setores da vida pública brasileira.

ConJur — Como é administrar eleições em 5.568 cidades?
Cármen Lúcia — O processo de administrar eleições é muito trabalhoso, principalmente as municipais, com 5.568 municípios, cada um de um jeito. Cada eleição é uma e as paixões são acirradas no processo de eleição municipal, não no nacional. Porque aí realmente é a vida da pessoa, a praça aonde ela vai, o conhecido que ela não quer. É muito mais difícil. É uma grande experiência, mas um desafio portentoso. A Justiça Eleitoral, na parte administrativa, é administração pública, feita por servidores que têm uma obrigação. A de entregar no dia certo e com hora certa um produto para o Brasil: a eleição a ser realizada. A grande aflição de quem dirige o tribunal é essa.

ConJur — Não é possível admitir atraso...
Cármen Lúcia — Nada na vida até aqui, que eu tinha vivido, nem como advogada, nem como juíza, é parecido. Eu tinha um dia certo na Procuradoria para fazer a contestação, mas me davam prazo. A única coisa que eu sei que tem data certa e hora certa é eleição. A Nasa vai lançar um ônibus espacial, mas se algo sai errado adia, aborta, refaz. Steve Jobs ia lançar o iPad e adiou não sei quantas vezes. O presidente dos Estados Unidos vai lançar um programa de saúde, adia não sei quantas vezes porque ficou faltando algo. Uma empresa de automóvel vai lançar um novo modelo, mas há algo errado, adia. Eleição não!

ConJur — Tem de estar pronto e ponto final!
Cármen Lúcia — Mesmo se tiver que ficar sem dormir dez dias, varar noites. Porque às oito horas da manhã o eleitor estará na porta da zona eleitoral, com o título, dizendo: “Eu quero votar”. E vai ter hora para acabar. Eu não posso atrasar o início e ele não pode chegar 17h15, porque não votará. Para quem dirige, é alucinante. E o eleitor nem pensa que pode dar errado porque está para ele como algo automático. Mas não é automático. Tem um trabalho enorme. As reuniões, a preocupação. Três dias antes das eleições eu começo a receber boletins meteorológicos porque temos de nos preparar para reverter uma possível queda de energia. Fizemos um comitê de contingência com representantes da ONS, da Anatel, conversei com as empresas de telefonia, porque não pode dar errado. Os governadores de alguns estados tiveram que parar obras de escavação durante o domingo das eleições, porque se pegar em uma fibra ótica pode interromper a transmissão e atrasar o resultado. Quer dizer, há uma operação gigantesca por trás. E nós ficamos monitorando o tempo. Sabíamos, no primeiro turno, que iria chover no Rio Grande do Sul. Houve a chuva forte, caiu a energia em seis pontos de zonas eleitorais. Mas foi restabelecida porque havia um planejamento estratégico já montado. O primeiro turno das eleições de 2012 terminou com a diferença de quase 12 horas em relação às últimas eleições, a menos. E só não foi antes, às 22h, porque duas urnas do Acre demoraram a chegar. A pessoa viajou loucamente para conseguir chegar e 1h40 da manhã nós terminamos a totalização. E o Brasil é isso, é a Avenida Paulista e o interior do Acre. E isso tudo dá certo. Significa que tudo no Brasil pode funcionar, porque com tanta adversidade e diversidade a democracia funciona com a maior tranquilidade, desde que tenha servidores comprometidos, uma administração toda voltada para isso e com muita responsabilidade.

ConJur — Como foi organizar as eleições e presidir o TSE com quatro sessões semanais no Supremo, em meio a um processo complexo como a Ação Penal 470? A senhora chegou a pensar que não daria conta?
Cármen Lúcia — Não pode pensar. Eu aprendi que algumas coisas na vida, nós temos de viver, assumir que estamos vivendo. É como a dança: se você pensar qual é o passo seguinte que precisar dar, é porque não estava preparado. Se pensar que está em um cargo cuja responsabilidade é monstruosa, não está preparado. Não pense. Faça! Na vida, quando a gente está pensando na coisa, é porque a coisa não está introjetada. Como digitar, falar uma língua estrangeira, dançar, como viver. Se pensar muito, não vive. Então, é melhor viver tudo que tiver que viver, pensando apenas que você tem alguns princípios e, dentro disso, continuar vivendo.
Rodrigo Haidar é editor da revista Consultor Jurídico em Brasília.
Revista Consultor Jurídico




PT vence todas as disputas diretas com PSDB

октября 28, 2012 22:00, by Unknown - 0no comments yet
ELEIÇÕES 2012


O PT e o PSDB saíram da disputa do segundo turno das eleições neste domingo (28/10) com a administração de mais três capitais cada partido. Os petistas venceram em Rio Branco (AC), com Marcus Alexandre, em João Pessoa (PB), com Luciano Cartaxo, e em São Paulo, onde Fernando Haddad levou o PT ao comando da principal capital do país depois de oito anos. O PSBD venceu com Artur Neto em Manaus (AM), com Zenaldo Coutinho em Belém (PA) e com Firmino Filho em Teresina (PI).
Os dez partidos que mais elegeram prefeitos, no primeiro e segundo turnos, foram: o PMDB (1.031), PSDB (702), PT (636), PSD (497), PP (467), PSB (443), PDT (311), PTB (294), DEM (277) e PR (273).
Os petistas disputaram o comando de seis das 17 capitais nas quais houve segundo turno. E ganharam justamente nas três cidades em que disputaram os votos diretamente com o PSDB. Em nenhuma das três capitais em que os tucanos saíram vencedores a disputa foi com os petistas.
O PSB também ganhou a disputa do segundo turno em três capitais. E mostrou que na disputa direta com o PT, se sai muito melhor do que os tucanos. Mauro Mendes venceu o petista Lúdio em Cuiabá (MT) e Roberto Cláudio ganhou do petista Elmano em Fortaleza (CE). Em Porto Velho, Dr. Mauro Nazif ganhou de Lindomar Garçon (PV).
As eleições ocorreram com tranquilidade, com 100% das urnas apuradas às 21h55. Foi a apuração mais rápida já registrada pelo TSE. Não foi necessário fazer votação manual em nenhuma das mais de 88 mil seções eleitorais. Apenas 303 urnas apresentaram problemas, mas foram substituídas prontamente.
Não foram registradas ocorrências de crimes eleitorais com candidatos e o número de prisões de militantes e cabos eleitorais também foi pequeno, se comparado a eleições anteriores. No total, foram registradas 474 ocorrências de irregularidades eleitorais, que resultaram em 118 prisões.
Já o índice de abstenção foi recorde: 19,11%. O número mostra a abstenção vem subindo a cada eleição. Nas eleições municipais de 2004, as abstenções somaram 17,88% em segundo turno. Em 2008, foi de 18,09%. A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, demonstrou preocupação com o dado. “Cabe avaliar os motivos porque é, sim, preocupante o aumento”, afirmou a ministra. Para Cármen Lúcia, as abstenções não são boas porque quanto maior o comparecimento do eleitor às urnas, mais legítimo se torna o resultado da eleição.
A ministra também informou que o tribunal está em esforço concentrado para decidir todos os processos referentes às eleições de 2012 antes da diplomação, cujo prazo é 19 de dezembro. Cármen Lúcia disse que restam cerca de dois mil recursos pendentes de decisão no TSE. 
Confira os resultados do segundo turno nas capitais
CapitalCandidatoPartido% de votosN° de votos
Rio Branco (AC) 1º Marcus AlexandrePT50,77%90.557
2º Tião BocalomPSDB49,23%87.818
Manaus (AM)1º Artur NetoPSDB65,95%603.483
2º Vanessa GrazziotinPCdoB34,05%311.607
Macapá (AP)1º ClécioPSOL50,59%101.261
2º RobertoPDT49,41%98.892
Salvador (BA)1º ACM NetoDEM53,51%717.725
2º PelegrinoPT46,49%623.734
Fortaleza (CE)1º Roberto CláudioPSB53,02%650.607
2º ElmanoPT46,98%576.435
Vitória (ES)1º Luciano RezendePPS52,73%98.937
2º Luiz PauloPSDB47,27%88.687
São Luís (MA)1º Edivaldo Holando JúniorPTC56,06%280.809
2º CasteloPSDB43,94%220.085
Campo Grande (MS)1º Alcides BernalPP62,55%270.927
2º GirotoPMDB37,45%162.212
Cuiabá (MT)1º Mauro MendesPSB54,65%169.688
2º LúdioPT45,35%140.798
Belém (PA)1º Zenaldo CoutinhoPSDB 56,61% 438.435 
2º Edmilson RodriguesPSOL 43,39% 336.059 
João Pessoa (PB)1º Luciano CartaxoPT 68,13% 246.581 
2º Cícero Lucena PSDB 31,87% 115.369 
Teresina (PI)1º Firmino Filho PSDB 51,54% 212.741 
2º Elmano Férrer PTB 48,46% 200.062 
Curitiba (PR)1º Gustavo Fruet PDT 60,65% 597.200 
2º Ratinho Junior PSC 39,35% 387.483 
Natal (RN)1º Carlos Eduardo PDT 58,31% 214.687 
2º Hermano Moraes PMDB 41,69% 153.522 
Porto Velho (RO)1º Dr. Mauro Nazif  PSB 63,03% 142.937 
2º Lindomar Garçon PV 36,97% 83.828 
Florianópolis (SC)1º Cesar Souza Júnior PSD 52,64% 117.834 
2º Gean Loureiro PMDB 47,36% 106.013 
São Paulo (SP)1º Fernando Haddad PT 55,57% 3.387.720 
2º José Serra PSDB 44,43% 2.708.768 
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral
Rodrigo Haidar é editor da revista Consultor Jurídico em Brasília.
Revista Consultor Jurídico




5 mil assassinos à solta enquanto processos abarrotam Justiça

октября 27, 2012 22:00, by Unknown - 0no comments yet



Mais de 5 mil processos relativos a homicídios anteriores a 2009 estão parados na Justiça mineira. Enquanto aguardam pronúncia de sentença ou julgamento, os acusados continuam em liberdade. Para evitar que mais assassinos ficassem impunes, um mutirão do Tribunal de Justiça finalizou mais da metade dos casos, que chegaram a 11.934 em todo o Estado. O restante deve ser resolvido até maio de 2013.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou o encerramento dos processos em metas da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp). Porém, vários acabaram suspensos porque testemunhas e muitas vezes os próprios suspeitos não foram localizados e o crime prescreveu.

Entre os homicídios ajuizados até 31 de dezembro de 2008 que aguardam pronúncia, 1.375 foram suspensos. O mesmo aconteceu com 1.559 casos pronunciados até 31 de dezembro de 2007 e que deveriam ter sido julgados, o que não aconteceu. Na prática, somente 3.803 receberam o devido encaminhamento pedido pelo CNJ. Os outros 5.197 continuam nos tribunais.

Lentidão
O acúmulo de processos se deve principalmente a dois fatores, diz o coordenador-executivo do Programa Novos Rumos do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Luiz Carlos Rezende e Santos. “Um dos problemas foi a lei processual, que não permitia levar a júri popular réus que não tinham sido localizados. Regra que mudou há dois anos e agora evita o congestionamento”, afirma o juiz. “O outro é a demora na investigação dos casos, causando impactos na fase judicial”.

Após mais de quatro anos sem saber se os acusados vão a julgamento ou sem que o júri aconteça, fica mais difícil fazer com que o culpado pague pelo crime.

FONTE: BLOG DOS PRACINHAS




TRAIÇÃO DOS OFICIAIS - COMANDO DA PM PODE PROVOCAR CRISE ENTRE PRAÇAS E OFICIAIS

октября 27, 2012 22:00, by Unknown - 0no comments yet




QUEREM TRAIR OS PRAÇAS



O Comando da PM, a exemplo de 97, quer buscar benefícios somente para oficiais em detrimento das praças. O Projeto de Promoção busca corrigir imperfeições nas promoções dos oficiais, mas deixa de lado os problemas nas promoções dos praças.Os maiores beneficiados seriam os majores, uma vez que as vagas de Tenentes Coronéis aumentariam em quase 200% (a PM vai ter que inventar lugar para tantos Tenentes Coronéis).

Enquanto em 10 anos um aspirante chega a capitão e em alguns casos até a Major, um soldado só consegue ter uma promoção e chegar a Cabo. Já os cabos não conseguem ser convocados em 10 anos para o CEFS.

É esse tratamento diferenciado que vamos dar neste projeto?

Um 3º Sgt para ser SUBTEN demorará de 19 a 24 anos. Para que os Sargentos sejam SubTenentes teríamos que partir do principio que todo praça será 3º SGT antes de completar 5 anos de caserna. Isso acontece? Não.

O projeto trouxe revolta entre os praças, principalmente SD, CB e 3º Sgt. Os praças prometem fazer greve branca e até lotar as galerias da Assembléia Legislativa para mostrar aos Deputados Estaduais que o projeto pode gerar uma grande crise.

Fiquem atentos, os que defendem este projeto são traidores das praças.

O Governador Anastásia e o Secretário Danilo de Castro terão reunião esta semana com o CABO JULIO que os alertará sobre o risco de uma grande crise que está por vir.

Pontos que não abrimos mão:

1 – Promoção dos CB e SD com 5 anos de graduação;

2 – CFO como concurso interno para que todos os integrantes da PM e BM possam progredir na carreira;

3 – Curso de Bacharel em Direito como critério para promoção a Coronel (se para ser cadete precisar ser bacharel, para ser coronel 2º Grau?);

4 – CHO com vagas divididas em 25% para 3º Sgt, 25% parta 2º Sgt, 25% para 1º Sgt e 25% para SubTen.

5 – Promoção de oficiais com 5 anos em cada posto.

6 – Não aceitamos aumento do tempo de interstício de 1 para 2 anos.



NÃO VAMOS ACEITAR GOLPE.

Fonte: Blog dos pracinhas




Desde janeiro, mais de 80 policiais foram mortos em SP, confirma PM

октября 27, 2012 22:00, by Unknown - 0no comments yet





São Paulo – Desde o começo deste ano até a última quinta-feira (26), 85 policiais foram mortos em todo o Estado de São Paulo. O dado oficial, confirmado pela Polícia Militar, ainda não contabiliza a morte de um policial em folga, ocorrida na noite da última quinta-feira (25) na capital paulista. Segundo a Polícia Militar, 67 destes policiais mortos eram da ativa e 18 aposentados. O número já é bem superior ao que foi registrado em todo o ano passado. Em 2011, de acordo com a PM, 56 policiais foram assassinados, tanto da ativa quanto os aposentados. Em 2010 foram 71 policiais militares, informou o órgão, que não comenta o balanço.

Na última quinta-feira (25), o governador de São Paulo Geraldo Alckmin informou que 117 pessoas foram presas nos últimos dois meses sob suspeita de participação nos ataques contra os policiais militares. Segundo o governador, outros 28 suspeitos estão sendo procurados e 19 morreram em confrontos com a polícia. “O governo não retroage. Não vai voltar um milímetro. O que ganha um criminoso quando ataca a polícia? Ele (criminoso) está querendo criar intimidação”, disse o governador, defendendo a ação policial no enfrentamento contra o crime no estado.

Balanço divulgado na última quinta-feira (25) pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que entre janeiro e setembro deste ano 13 policiais militares e dois policiais civis foram mortos em serviço. No mesmo período do ano passado, 13 policias militares e oito civis foram mortos em serviço. Mas o balanço não contabiliza o número de policiais mortos enquanto estavam de folga.

Também entre janeiro e setembro deste ano, 28 pessoas morreram em confrontos com policiais civis e 369 por policiais militares, totalizando 397 pessoas mortas em confrontos com policiais no período. Isso significou aumento de 8,5% em comparação ao ano passado. Nos mesmo período de 2011, 30 pessoas morreram em confronto com policiais civis e 333 por policiais militares, totalizando 363 pessoas mortas em confrontos.

Os números da secretaria também revelaram aumento de 96% no número de homicídios na cidade de São Paulo no mês de setembro em comparação com o mesmo período do ano passado. Em setembro, a capital registrou 135 casos de homicídios, enquanto no mesmo mês de 2011 foram registrados 69 casos.

No acumulado entre janeiro e setembro, a alta foi de 22% na capital, com 920 casos de homicídios e 982 vítimas (o número de vítimas é maior porque pode haver mais mortes em um mesmo boletim de ocorrência). Em todo o estado, no mesmo período, o aumento foi de 8%.

Em entrevista concedida na manhã de sexta-feira (26), o secretário de Segurança Pública Antonio Ferreira Pinto disse não acreditar que a morte de policiais decorra de uma retaliação de organizações criminosas. “O que está incomodando é o combate efetivo ao tráfico de drogas. Há essa reação deles (criminosos), mas sem aspecto de retaliação”, disse. “A estratégia é exatamente essa: com policiamento mais efetivo. O combate é efetivo e temos certeza de que vamos reverter esse quadro adverso no momento”, disse ele.

Durante a entrevista, o secretário disse que a estratégia de combate à violência em São Paulo está correta. “Não há estratégia dando errada. A estratégia tem dado certo”, disse Ferreira Pinto.

Ele também descartou a necessidade de as Forças Armadas auxiliarem as ações policiais neste momento no estado. “São Paulo é auto-suficiente. A polícia de São Paulo é preparadam, tanto a civil quanto a militar”, falou.

Segundo o secretário, a maior parte dos autores dos homicídios contra os policiais já foi presa. “Temos apenas 10 (criminosos) computados que reagiram e acabaram morrendo”, disse.

Em entrevista à Agência Brasil, o coronel reformado da PM paulista José Vicente da Silva Filho, consultor de segurança e professor do Centro de Altos Estudos de Segurança da Polícia Militar de São Paulo, também analisa como correta a estratégia utilizada pela polícia no estado. “Neste ano, a polícia vem fazendo uma repressão muito severa ao tráfico e distribuição de drogas nas ruas da cidade o que tem suscitado uma ação mais intensa dos criminosos incomodados com isso”, falou.

Segundo ele, também é preciso analisar os números referentes às mortes de policiais, que indicam que a maior parte não ocorreu em consequência a confrontos com organizações criminosas. “O que a polícia tem percebido – e conversei sobre isso recentemente com o secretário e com o comandante-geral da PM (Roberval Ferreira França) – é que há uma variedade muito grande. Não se pode colocar tudo numa única cesta de casos e atribuir uma causa comum a isso. Temos aí uma quantidade expressiva de policiais que reagiram a um assalto e morreram, que somam mais de 20 casos, e casos de policiais que estavam executando algum trabalho no seu horário de folga (como vigilantes particulares, por exemplo) e acabaram morrendo. E temos também os casos com características de execução, que é um outro grupo”, disse.

Para o coronel, o aumento no número de mortes de policiais neste ano se deve a dois principais fatores: “Um é a intensificação muito grande da polícia ao tráfico de entorpecentes. Outro aspecto é que a polícia vem mantendo o ritmo pesado de prisão de criminosos”, disse. Segundo ele, o que pode estar ocorrendo também é que alguns criminosos têm aproveitado a onda de violência para “fazer ações contra seus principais desafetos”.

“Historicamente, o que se percebe é que o grande instrumento que existe para a polícia reduzir crimes é a reação competente dela ao criminoso. O bandido tem de ter medo da polícia. Medo de ser apanhado, de ser preso”, defendeu o coronel.

Já a socióloga e pesquisadora-associada do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP), Camila Dias, acredita que os números de mortes de policiais no estado revela “um contexto de desequilíbrio das relações entre criminosos, sobretudo do PCC (Primeiro Comando da Capital), e a polícia”.

Segundo ela, os números de mortes de policiais e civis são altos porque decorrem “de uma guerra entre a polícia militar e o PCC”. Para ela,  “Isto produziu um perverso círculo vicioso cuja expressão é a elevação das taxas de pessoas mortas, sobretudo com características de execução sumária”.

Para Camila, há erros na política de segurança pública estadual. “Há um 'mais do mesmo' que envolve o aumento do encarceramento e investimentos na Polícia Militar, com compra de equipamentos e armas e não se busca uma solução que vá além disto. Isto, aliás, não se limita a São Paulo”, disse ela.

Camila defende que uma das soluções para evitar esses conflitos é fazer uso da inteligência policial e de técnicas de investigação para identificar os responsáveis pelas mortes. “Mas não basta identificar e prender os acusados pelas mortes dos policiais. É evidente que isso é importante. Mas é fundamental, também, identificar os responsáveis pelas mortes de civis que aumentam exponencialmente quando ocorre execução de policiais e, muitas vezes, esse aumento se dá horas depois, no mesmo bairro. É preciso, assim, investigar seriamente esses crimes, principalmente se eles tiverem o envolvimento de policiais como muito deles parecem ter”.




A mexicanização de São Paulo

октября 26, 2012 22:00, by Unknown - 0no comments yet
A julgar pelas aparências, o Brasil ou, ao menos, o Estado de São Paulo caminha para "mexicanizar-se" em termos de violência.
O que a Folha chamou, adequadamente, de "explosão de assassinatos" ocorrida em setembro tem como uma das explicações "o acirramento do confronto entre policiais e criminosos", sempre segundo a Folha.
É a explicação que o governo mexicano sempre dá quando cobrado sobre a violência no sexênio de Felipe Calderón, prestes a se encerrar: das 55 mil mortes ocorridas no país, 80% pelo menos se deveriam ou a confrontos com as forças repressivas ou a ajuste de contas entre os carteis do narcotráfico.
O subtexto dessa explicação é sinistro: o cidadão comum, que nem veste farda nem é bandido, não tem porque ter medo porque suas chances de ser vítima são reduzidas. Tolice pura. O medo se instalou no México, como em São Paulo, porque a violência é parte indissociável do cotidiano.
Aliás, o número de vítimas de homicídio dolosos e de latrocínio no Estado de São Paulo, de janeiro a setembro, dá 3.826. Se se pudesse extrapolar para um período de seis anos, teríamos 30 mil vítimas só em um Estado, quando, no México inteiro, foram 55 mil - o que torna os dados desgraçadamente comparáveis.
Quando se transformam os números brutos em assassinatos por 100 mil habitantes, dá um infernal empate entre México e São Paulo (10 por 100 mil, com a diferença apenas depois da vírgula). Se se tomar o Brasil inteiro, piora para o Brasil: dados do Banco Mundial para 2011 apontavam, no Brasil, 26 mortes/100 mil habitantes, contra 11/100 mil no México.
Em ambos os casos, trata-se de uma epidemia ou de uma guerra civil não declarada que precisa ser enfrentada de outra maneira.
É impossível discordar da avaliação que Martim de Almeida Sampaio, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, fez para a Folha: "São números [os de setembro] assustadores. Revelam a face clara e contundente da falência da política de segurança pública. O governo tem razão em dizer que nunca se prendeu tanto, que nunca houve uma política igual para construção de presídios e que nunca se investiu como agora. Mas esses números revelam que nada disso funcionou".
O que fazer, então? Chamar o Exército, como o México o fez, com resultados controvertidos? Não sei, mas é um tema que precisa entrar no debate público. Afinal, o Rio parece sentir-se melhor agora que algumas (poucas) favelas foram "pacificadas" (o termo, por si só, indica que há uma guerra). E a "pacificação" mais midiática, a do favela do Alemão, só foi possível porque as Forças Armadas deram apoio à polícia.
O que definitivamente não resolve nada é a Secretaria de Segurança Pública dizer que houve "pequena alta" no número de homicídios. O que precisa haver é uma "grande queda". Qualquer outra coisa é fracasso. Ponto.




DESEMBARGADOR TOURINHO NETO INDIGNA POLICIAIS EM CONGRESSO DE SEGURANÇA PÚBLICA EM MG

октября 25, 2012 22:00, by Unknown - 0no comments yet







 

O Eminente e Culto Desembargador Fernando da Costa Tourinho Neto, Conselheiro do Conselho Nacional de Justiça, um dos palestrantes no Congresso Brasileiro de Direito e Política de Segurança Pública, no dia 24 de outubro, em BH, ao discorrer sobre o tema “o Poder Judiciário e a Segurança Pública, afirmou para uma platéia de policiais mineiros QUE PREFERE TOMAR UM CACHAÇÃO E ATÉ MESMO UMA FACADA DE UM BANDIDO À PASSAR PERTO DE UM POLICIAL, QUE A POLICIA PREFERE FAZER ESCUTA TELEFONICA ILEGAL A REALIZAR INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA E DE INTELIGENCIA PORQUE SÃO PREGUIÇOSOS,entre outras inverdades. Ofendidos em sua honra, os policiais(FOTO) escreveram um manifesto assinado por cerca de cem policiais civis e militares e representantes da sociedade civil. Antes de ser encaminhado formalmente para o Presidente do Congresso para que chegue ao desembargador, o documento foi lido e recebeu o aplauso da platéia de pé por três minutos. Os policiais mineiros não vão se calar diante de uma ofensa , ainda mais partindo de uma autoridade do CNJ que deveria se pautar pela verdade, respeito e justiça!

DO PERFIL NO FACEBOOK DO DR. EDSON JOSE PEREIRA
 Noticias da PC 

Fonte: Blog da Renata




A vertigem do supremo

октября 24, 2012 22:00, by Unknown - 0no comments yet

Artigo sugerido por Luiz Rodriguez

Louvo todo o esforço do Raimundo, mas o julgamento do mensalão foi político, a cronometragem incrível para cair na véspera das eleições não engana ninguém, portanto da mesma maneira que as camisetas do PT foram colocadas nos sequestradores do Abílio Diniz, a história da Miriam Cordeiro e a edição do debate Collor x Lula só foram esclarecidos no futuro, a história do mensalão só será esclarecida devidamente no futuro. Neste momento qualquer argumentação, só servirá para dizer que petistas estão defendendo o indefensável.

O grande problema dos conservadores é que a maioria do povo não acreditou e está votando contra suas teses, dando uma banana aos jornalões, a Rede Globo e demais Tvs, já não estão mais formando opiniões como gostariam.

Um abraço
Luizinho

Os ministros do STF deliraram: não houve o desvio de 73,8 milhões de reais do Banco do Brasil, viga mestra da tese do mensalão. Acompanhe a nossa demonstração

Por Raimundo Rodrigues Pereira, da revista Retrato do Brasil

A tese do mensalão como um dos maiores crimes de corrupção da história do País foi consagrada no STF. Veja-se o que diz, por exemplo, o presidente do tribunal, ministro Ayres Britto, ao condenar José Dirceu como o chefe da “quadrilha dos mensaleiros”. O mensalão foi “um projeto de poder”, “que vai muito além de um quadriênio quadruplicado”. Foi “continuísmo governamental”, “golpe, portanto”. Em outro voto, que postou no site do tribunal dias antes, Britto disse que o mensalão envolveu “crimes em quantidades enlouquecidas”, “volumosas somas de recursos financeiros e interesses conversíveis em pecúnia”, pessoas jurídicas tais como “a União Federal pela sua Câmara dos Deputados, Banco do Brasil-Visanet, Banco Central da República”.

Britto, data vênia, é um poeta. Na sua caracterização do mensalão como um crime gigante, um golpe na República, o que ele chama de Banco do Brasil-Visanet, por exemplo? É uma nova entidade financeira? Banco do Brasil a gente sabe o que é: é aquele banco estatal que os liberais queriam transformar em Banco Brasil, assim como quiseram transformar a Petrobras em Petrobrax, porque achavam ser necessário, pelo menos por palavras, nos integrarmos ao mundo financeiro globalizado.

De fato, Visanet é o nome fantasia da Companhia Brasileira de Meios de Pagamento, responsável, no Brasil, pelos cartões emitidos com a chamada bandeira Visa (hoje o nome fantasia mudou, é Cielo). Banco do Brasil-Visanet não existia, nem existe; é uma entidade criada pelo ministro Britto. E por que, como disse no voto citado, ele a colocou junto com os mais altos poderes do País - a União Federal, a Câmara dos Deputados e o Banco Central da República? Com certeza porque, como a maioria do STF, num surto anti-corrupção tão ruim quanto os piores presenciados na história política do País, viu, num suposto escândalo Banco do Brasil-Visanet, uma espécie de revelação divina. Ele seria a chave para transformar num delito de proporções inéditas o esquema de distribuição, a políticos associados e colaboradores do PT, de cerca de 50 milhões de reais tomados de empréstimo, de dois bancos mineiros, pelo partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No dia 13 de julho de 2005, menos de um mês depois de o escândalo do mensalão ter surgido, com as denúncias do deputado Roberto Jefferson, a Polícia Federal descobriu, no arquivo central do Banco Rural, em Belo Horizonte, todos os recibos da dinheirama distribuída. Delúbio Soares, tesoureiro do PT, e Marcos Valério, um empresário de publicidade mineiro, principais operadores da distribuição, contaram sua história logo depois. E não só eles como mais algumas dezenas de pessoas, também envolvidas no escândalo de alguma forma, foram chamadas a depor em dezenas de inquéritos policiais e nas três comissões parlamentares de inquérito que o Congresso organizou para deslindar a trama.

Todos disseram que se tratava do famoso caixa-dois, dinheiro para o pagamento de campanhas eleitorais, passadas e futuras. Como dizemos, desde 2005, tratava-se de uma tese razoável. Por que razoável, apenas? Porque as teses, mesmo as melhores, nunca conseguem juntar todos os fatos, sempre deixam alguns de lado. A do caixa-dois é razoável. O próprio STF absolveu o publicitário Duda Mendonça, sua sócia Zilmar Fernandes e vários petistas, que receberam a maior parte do dinheiro do chamado valerioduto, porque, a despeito de proclamar que esse escândalo é o maior de todos, a corte reconheceu tratar-se, no caso das pessoas citadas, de dinheiro para campanhas eleitorais. E a tese do caixa-dois é apenas razoável, como dissemos também, porque fatos ficam de fora.

É sabido, por exemplo, que, dos 4 milhões recebidos pelo denunciante Roberto Jefferson - que jura ser o dinheiro dele caixa dois e o dos outros, mensalão - uma parte, modesta é verdade, foi para uma jovem amiga de um velho dirigente político ligado ao próprio Jefferson e falecido pouco antes. Qualquer criança relativamente esperta suporia também que os banqueiros não emprestaram dinheiro ao PT porque são altruístas e teria de se perguntar porque o partido repassou dinheiro ao PTB, PL e PP, aliados novos, e não ao PSB, PCdoB, aliados mais fiéis e antigos. Um arguto repórter da Folha de S. Paulo, num debate recente sobre o escândalo, com a participação de Retrato do Brasil, disse que dinheiro de caixa-dois é assim mesmo. E que viu deputado acusado de ter recebido o dinheiro do valerioduto vestido de modo mais sofisticado depois desses deploráveis acontecimentos.

O problema não é com a tese do caixa-dois, no entanto. Essa é a tese dos réus. No direito penal brasileiro, o réu pode até ficar completamente mudo, não precisa provar nada. É ao ministério público, encarregado da tese do mensalão, que cabe o ônus da prova. E essa tese é um horror. No fundo, é uma história para criminalizar o Partido dos Trabalhadores, para bem além dos crimes eleitorais que ele de fato cometeu no episódio. O escândalo Banco do Brasil-Visanet, que é o pilar de sustentação da tese, não tem o menor apoio nos fatos.

Essencialmente, a tese do mensalão é a de que o petista Henrique Pizzolato teria desviado de um “Fundo de Incentivo Visanet” 73,8 milhões de reais que pertenceriam ao Banco do Brasil. Seria esse o verdadeiro dinheiro do esquema armado por Delúbio e Valério sob a direção de José Dirceu. Os empréstimos dos bancos mineiros não existiriam. Seriam falsos. Teriam sido inventados pelos banqueiros, também articulados com Valério e José Dirceu, para acobertar o desvio do dinheiro público.

Essa história já existia desde a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios. Foi encampada pelos dois procuradores-gerais da República, Antônio Fernando de Souza e Roberto Gurgel, que fizeram os trabalhos da acusação. E foi transformada num sucesso de público graças aos talentos do ministro Joaquim Barbosa na armação de uma historinha ao gosto de setores de uma opinião pública sedenta de punir políticos, que em geral considerada corruptos, e ao surto anticorrupção espalhado por nossa grande mídia, que infectou e levou ao delírio a maioria do STF.

Por que a tese do mensalão é falsa? Porque o desvio dos 73,8 milhões de reais não existe. A acusação disse e o STF acreditou que uma empresa de publicidade de Valério, a DNA, recebeu esse dinheiro do Banco do Brasil (BB) para realizar trabalhos de promoção da venda de cartões de bandeira Visa do banco, ao longo dos anos 2003 e 2004. E haveria provas cabais de que esses trabalhos não foram realizados.

A acusação diz isso, há mais de seis anos, porque ela precisa de que esse desvio exista. Porque seria ele a prova de serem os 50 milhões de reais do caixa dois confessado por Delúbio e Valério inexistentes e de os empréstimos dos bancos mineiros ao esquema Valério-Delúbio serem falsos e decorrentes de uma articulação política inconfessável de Dirceu com os banqueiros. Ocorre, no entanto, que a verdade é oposto do que a acusação diz e o STF engoliu. Os autos da Ação Penal 470 contêm um mar de evidências de que a DNA de Valério realizou os trabalhos pelos quais recebeu os 73,8 milhões de reais.

No nosso site na internet, RB está apresentando, a todos os interessados em formar uma opinião mais esclarecida sobre o julgamento que está sendo concluído no STF, um endereço onde pode ser localizada a mais completa auditoria sobre o suposto escândalo BB-Visanet. Nesse local o leitor vai encontrar os 108 apensos da AP 470 com os trabalhos dessa auditoria. São documentos em formato pdf equivalentes a mais de 20.000 páginas e foram coletados por uma equipe de 20 auditores do BB num trabalho de quatro meses, de 25 de julho a 7 de dezembro de 2005 e depois estendido com interrogatórios de pessoas envolvidas e de documentos coletados ao longo de 2006.

A auditoria foi buscar provas de que o escândalo existia. Mas, ao analisar o caso, não o fez da forma interesseira e escandalosa da procuradoria geral da República e do relator da AP 470 Joaquim Barbosa, empenhados em criminalizar a ação do PT. Fez um levantamento amplo do que foram as ações do Fundo de Incentivo Visanet (FIV) desde sua criação em 2001.

Um resumo da auditoria, de 32 páginas, está nas primeiras páginas do terceiro apenso (Vol. 320). Resumindo-a mais ainda se pode dizer que:

* As regras para uso do fundo pelo BB têm duas fases: uma, de sua criação em 2001 até meados de 2004, quando o banco adotou como referencial básico para uso dos recursos o Regulamento de Constituição e Uso do FIV da Companhia Brasileira de Meios de Pagamento (CBMP); e outra, do segundo semestre de 2004 até dezembro de 2005, quando o BB criou uma norma própria para o controle do fundo.

*Entre 2001 e 2004, a CBMP pagou, por ações do FIV programadas pelo BB, aproximadamente 150 milhões de reais – 60 milhões nos anos 2001-2002, no governo Fernando Henrique Cardoso, portanto; e 90 milhões nos anos 2003-2004, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. E, nos dois períodos, sempre 80% dos recursos foram antecipados pela CBMP, a pedido do BB, para as agências de publicidade contratadas pelo banco.

*O BB decidiu, em 2001, por motivos fiscais, que os recursos do FIV não deveriam passar pelo banco. A CBMP pagaria diretamente os serviços através de agências contratadas pelo BB. A DNA e a Lowe Lintas foram as agências, no período 2001-2002. No final de 2002 o BB decidiu especializar suas agências e só a DNA ficou encarregada das promoções do FIV. Os originais dos documentos comprobatórios das ações ficavam na CBMP, não no BB, em todos os dois períodos.

*O fato de o BB encomendar as ações mas não ser o controlador oficial das mesmas fez com que, nos dois períodos, 2001-2002 e 2003-2004, fossem identificadas, diz a auditoria, “fragilidades no processo e falhas na condução de ações e eventos”, que motivaram mudanças nos controles de uso do fundo. Essas mudanças foram implementadas no segundo semestre de 2004, a partir de 1 de setembro.

*O relatório destaca algumas dessas “fragilidades” e “falhas”. Aqui destacaremos a do controle dos serviços, para saber se as ações de promoção tinham sido feitas de fato. Os auditores procuraram saber se existiam os comprovantes de que as ações de incentivo autorizadas pelo BB no período tinham sido de fato realizadas. **Procuraram os documentos existentes no próprio banco – notas fiscais, faturas, recibos emitidos pelas agências para pagar os serviços e despesas de fornecedores para produzir as ações. Descobriram que, para os dois períodos 2001-2002 e 2003-2004 igualmente, somando-se as ações com falta absoluta de documentos às com falta parcial, tinha-se quase metade dos recursos despendidos.

**Os auditores procuraram então os mesmos documentos na CBMP, que é, por estatuto, a dona dos recursos e a controladora de sua aplicação e dos documentos originais de comprovação da realização dos serviços. A falta de documentação comprobatória foi, então, muito pequena - em proporção aos valores dos gastos autorizados, de 0,2% em 2001, 0,1% em 2002, 0,4% em 2003 e 1% em 2004.

*Dizem ainda os auditores: com as novas normas, em função das mudanças feitas nas formas de controlar o uso do dinheiro do FIV pelo BB, entre janeiro e agosto de 2005 foram executadas sete ações de incentivo, no valor de 10,9 milhões de reais e se pode constatar que, embora ainda precisassem de aprimoramento, as novas regras fixadas pelo banco estavam sendo cumpridas e os “mecanismos de controle” tinham sido aprimorados.

Ou seja: o uso dos recursos do FIV pelo BB foi feito, sob a gestão do petista Henrique Pizzolato, exatamente como tinha sido feito no governo FHC, nos dois anos anteriores à chegada de Pizzolato ao banco. E mais: foi sob a gestão de Pizzolato, em meados de 2004, que as regras para uso e controle dos recursos foram aprimoradas.

Mais reveladora ainda é análise dos apensos em busca das evidências de que os trabalhos de promoção dos cartões Visa vendidos pelo BB foram feitos. E essas evidências são torrenciais. Uma amostra dessas promoções que devem ser do conhecimento de milhares e milhares de brasileiros estão no quadro abaixo.

Em toda a documentação da auditoria existem questionamentos, são apresentados problemas. Mas de detalhes. Não é disso que se tratou no julgamento da AP 470 no entanto. A acusação que se fez e que se pretende impor através do surto do STF é outra coisa. Quer apresentar os 73,8 milhões gastos através da DNA de Valério como uma farsa montada pelo PT com o objetivo de ficar no poder, como diz o ministro Britto, “muito além de um quadriênio quadruplicado”. Essa conclusão é um delírio. As campanhas de promoção não só existiram como deram resultados espetaculares para o BB tendo em vista os objetivos pretendidos. O banco tornou-se o líder nos gastos com cartões Visa no Brasil.

Em 2003, o banco emitiu 5,3 milhões desses cartões, teve um crescimento de cerca de 35% no seu movimento de dinheiro através deles, tornou-se o número um nesse quesito entre os associados da CBMP. No final do ano, 18 de dezembro, às 14h30 horas, em São Paulo, no Itaim Bibi, rua Brigadeiro Faria Lima 3729, segundo andar, sala Platinum, de acordo com ata do encontro, os representantes dos sócios no Conselho de Administração da CBMP se reuniram e aprovaram o plano para o ano seguinte. Faturamento esperado nas transações com os cartões Visa para 2004, 156 bilhões de reais. Dinheiro do FIV, ou seja: recursos para as promoções dos cartões pelos vários bancos associados, 0,10%, ou seja 1 milésimo, desse total: 156 milhões. Parte a ser usada pelo BB, que era, dos 25 sócios da CBMP, o mais empenhado nas promoções: 35 milhões de reais.

Pode-se criticar esse esquema Visanet-BB. O governo está querendo que as taxas cobradas dos estabelecimentos comerciais pelos uso dos cartões sejam reduzidas. Na conta feita no parágrafo anterior, dos 156 bilhões de reais a serem movimentados pelos cartões em 2004, o dinheiro que iria para o esquema Visanet-BB seria de 4% a 6% desse total, ou seja, ficaria entre 6 a 10 bilhões de reais (ou seja, a verba programada para o fundo de incentivos na promoção dos cartões foi pelo menos 40 vezes menor). A procuradoria da República e o ministro Barbosa sabem de tudo isso. Se não o sabem é porque não quiseram saber: da documentação tiraram apenas detalhes, para criar o escândalo no qual estavam interessados.