ruídos mastigados de dentes rangendo e rangendo as gengivas e as línguas e os sangues coagulados nos sisos e dos olhos talvez lágrimas escorrendo para dentro abaixo da pele e penetrando nos vasos e endurecendo artérias e soldando um ou dois ou três pensamentos e as mãos espalmadas nas aparentes costelas no volvebatur do corpo amolecendo e as memórias ocupadas em segurar bolhas de ar coloridas que dançam diante da retina e quando se afastam explodem em luzinhas e somem em pontos escuros e ninguém escuta o ruído de dentes roendo dentes e os olhos abertos parados na janela e além da janela nos prédios sombrios e os olhos parados olhando aquilo e vendo nada e de dentro brotando universos em estalos elétricos consumindo a lágrima que nunca saiu e a tristeza tão triste que rói os dentes e range nas gengivas e escorre sobre a pele e penetra nas veias e entope de lágrimas e as mãos espalmadas buscam ar e bolhas e cores que se viram em cinzas e de dentro nascem borboletas e luzinhas de plenas vidas curtas e mutantes e mãos espalmadas buscam e buscam e buscam e as luzes se afastam e se retraem e desaparecem e os olhos se perdem nas janelas e nas sombras além delas morrendo e morrendo e morrendo.
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