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Verão

17 de Novembro de 2014, 14:34 , por Mais Poemas e Outras Artes dos Sentimentos - | No one following this article yet.
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A certeza de que logo corpos de todos os tipos, especialmente aqueles preparados nas academias e já tostados nas câmaras de sol artificial e em jatos alaranjados, ficarão ao alcance dos olhos em Jurerê ou na Felipe Schmidt em brevíssimo tempo está na minha cozinha. O gato saltou de um lado a outro na madrugada. Mas faria isso por qualquer isca. Uma borboleta e ele passaria semanas alisando-a com as patas. Se o cheiro da brisa do Inverno na Hercílio Luz é outro; se o calor do sol na pele já não fica mais na pele, mas se afunda, ardendo; se ao olhar a Mauro Ramos vê-se mais do que o movimento, porque enche-se o pulmão de um ar cozido que se solta do asfalto, e se tudo isso pode também ser indício de um dia que em meio ao Inverno acontece somente para desmoralizá-lo, já não se pode dizer do verdadeiro Verão que se anuncia sobre as pedras do chão da cozinha. Inertes e quase transparentes centenas de asas desprendidas: os vorazes cupins finalmente chegaram. Receberam a o recado da Natureza da de que o frio, mortal, se foi.
Fonte: http://poemaseoutrasartes.blogspot.com/2014/11/verao.html