Bresser Pereira e Claudia Costin, dois importantes políticos não petistas, acabam de declarar apoio à candidatura de Fernando Haddad em São Paulo. Seria um equívoco supor que se trata um episódio circunscrito às eleições paulistanas. O que há na realidade é uma crescente repugnância de intelectuais de um modo geral e de alguns antigos ícones tucanos em relação ao neofascismo explícito José Serra.
Na verdade, Serra ainda é o favorito nas eleições para a Prefeitura de São Paulo. E como a candidatura de Haddad ainda não decolou, não é absurdo supor que, num segundo turno, o tucano enfrente Gabriel Chalita que há três anos (apenas) migrou do PSDB paar o PMDB.
Aliás, foi com esse discurso neofascita que em 2010 Serra quase chegou à Presidência da República. Houve um momento em que ele teve chances reais de vencer já no Primeiro Turno. Mas que neofascismo é esse?
Há seguimentos e estamentos socais que, seja no Brasil, seja no Mundo, sempre estiverem muito próximos do fascismo.
No topo da sociedade temos toda uma “elite” urbana ou recém urbanizada que prima pela alienação mais boçal e fútil, pelo egoísmo animalesco e absoluta insensibilidade social. Para essa gente a pobreza (as pessoas pobres) é um estorvo a ser removido ou isolado.
Ainda no nesse topo, há todo um conjunto de corporações urbanas e rurais que se unem contra a eliminação de seus privilégios e contra a divisão (redistribuição) de suas posses e propriedades.
Nesse quesito, há uma ênfase especial na defesa da propriedade imobiliária, principalmente a rural que, via de regra e sintomaticamente, tem sua origem na grilagem e no roubo. É essa gente que vota no Serra hoje, como, pelas mesmas razões, votou no Lacerda e apoiou o golpe fascista e apátrida de 64.
Mas há ainda o fascismo dos setores intermediários e da baixa classe média. São os famosos pequeno burgueses. É gente mais tosca, porém igualmente egoísta. Não tem nenhuma noção sobre a solidariedade coletiva e defende sua propriedade acima de qualquer outra coisa. Muitas vezes faz isso a pretexto de proteger a família, mas mata um irmão por causa de um pedaço de terra.
A linguagem dessa raça é universal: Quem viu José Serra, durante a campanha presidencial de 2010, estigmatizar, da forma mais calhorda, os nossos irmãos paraguaios e bolivianos, verá que não há diferença para o discurso dos partidos europeus de ultra direita.
Eles também estigmatizam os imigrantes e exacerbam o ódio racial e religioso. E capricham mais se esses imigrantes forem não brancos e não ocidentais, embora muitos deles vivam ali há muitas gerações
no blog do Chico Barreira
0sem comentários ainda
Por favor digite as duas palavras abaixo