Ir para o conteúdo
ou

Thin logo

 Voltar a TV Cidade Livre
Tela cheia Sugerir um artigo

Velhos podem estudar?

19 de Janeiro de 2015, 11:24 , por Rafael Pisani Ribeiro - | No one following this article yet.
Visualizado 106 vezes
Licenciado sob CC (by-nc-sa)

Esse texto é o terceiro do tema “Escolha de carreira”, escolhido devido ao início de um novo ano e ao ingresso de muitas pessoas a universidade. O objetivo da série de textos não é dar respostas, e sim mostrar as variáveis que incidem no processo. Já explorou-se as [1]variáveis da escolha e o [2]processo de preparação. Este, visa analisar uma questão quase tabu.: Terceira idade e universidade. 

  Como dito no primeiro texto, a questão da maioridade e os 18 anos tem grande significado na vida do jovem. É a entrada na vida profissional e formação da identidade em âmbito sexual, ideológico e profissional. Nesse momento, o significado da Universidade é a formação da identidade profissional, ou em outras palavras: onde irei trabalhar? Isso faz frente ao valor dado as pessoas na sociedade em que vivemos, isto é, a sociedade capitalista, que visa ao capital.

A partir daí, destaca-se à comparação jovem x idoso. O jovem está no auge produtivo de sua vida, acaba de ingressar no mercado de trabalho e/ou se prepara para ele. Parafraseando Charles Chaplin em Tempos modernos, é o jovem que movimenta as engrenagens do capitalismo. É o jovem sendo explorado pelo capital. A partir disso, se abrem mercados menos custosos como o programa Jovem aprendiz, estágios e outros. Não é uma crítica ou aprovação aos programas, e sim mostrar que nesse sentido é possível se ingressar no mercado de trabalho cada vez mais cedo. Mas o problema é: esse jovem envelhece.

E o idoso, apesar de ter sido produtivo durante toda sua vida agora perdeu valor, isto é,[3] não é mais produtivo e, portanto, inútil. Por isso,ocorre o fenômeno de os filhos não cuidarem de seus pais [4]quando estão doentes. A  mesma questão incide sobre a [5]violência ao idoso, o abandono em uma Instituição de longa permanência ou simplesmente largá-lo frente à uma [6]televisão. Há muitas dificuldades quanto aos idosos, mas dentre tudo isso o valor de que são sujeitos não produtivos se esconde. Portanto, “Porque cuidar desses sujeitos não produtivos?”. Sabendo de tudo isso, é possível ter outro olhar sobre os sujeitos.

Não mais um olhar puramente produtivo, e sim do que é, o que pode aprender e ainda ensinar. Um olhar mais humano, menos capital. Assim, ir a uma universidade pode ter um outro paradigma. Não mais uma profissão, mas o conhecimento, e esse conhecimento ser utilizado. Pelo acaso da história esse “uso” é chamado profissão e já tem função dada.

Portanto, o objetivo do idoso na universidade é socializar, continuar parte da sociedade e aprender.  Dessa forma ele não vai à uma universidade para conseguir trabalho e sim para aprender, exercitar a mente, se integrar novamente a sociedade, que nega isso a ele constantemente. Lá incluso, pode ser possível ele aprender, ainda que com mais dificuldade em comparação aos jovens. Mas também ensinar, devido a sua experiência, que também pode facilitar o aprendizado.

O idoso pode tirar tanto ou até mesmo, mais proveito da universidade quanto o jovem.  A questão colocada ai é outra. O errado não é o idoso tentar se emancipar mesmo que dentro de seus limites. Errada é a ideia e os atos que visam impedir essa emancipação, percebendo o idoso meramente como ser improdutivo.

Lembrem- se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.

Escrito por: Rafael Pisani

 

Referências:

 

Disponível em: http://cev.org.br/biblioteca/impactos-improdutividade-velhice-o-papel-possivel-educacao-fisica/  Carolina Vilas Boas/  http://cev.org.br . Data de acesso: 14 de Janeiro de 2015

Disponível em: http://www.cuidardeidosos.com.br/o-perigo-mora-em-casa/   Luciene C. Miranda/ http://www.cuidardeidosos.com.br . Data de acesso: 14 de Janeiro de 2015 

Disponível em: http://www.cuidardeidosos.com.br/os-filhos-nao-querem-cuidar-de-seus-pais/  Luciene C. Miranda/ http://www.cuidardeidosos.com.br . Data de acesso: 14 de Janeiro de 2015 

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u2829.shtml   Foha de S. Paulo/ http://www1.folha.uol.com.br . Data de acesso: 14 de Janeiro de 2015 

 


[4]Fonte de não cuidar dos pais quando estão doentes: http://www.cuidardeidosos.com.br/os-filhos-nao-querem-cuidar-de-seus-pais/

[5]Fonte da violência ao idoso e Instituição de Longa permanência: http://www.cuidardeidosos.com.br/o-perigo-mora-em-casa/

[6]Fonte do “largá-los em frente a televisão”: http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u2829.shtml

 


Fonte: Rafael Pisani Ribeiro