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Assembleia Popular do Brasil

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Blog AssembleiaPopular.Org

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Licenciado sob CC (by-nc-sa)
A Assembléia Popular é um fórum brasileiro criado com o objetivo de construir o processo político de democracia direta e ser também um espaço de reunião e fortalecimento dos movimentos sociais. O objetivo é construir, por todas as localidades do país, fóruns de organização popular, as assembléias, em diversos níveis: bairros, municipais, estaduais e nacionais. Estas assembléias visam transferir poder político diretamente para a população. Todo o processo foi fruto de um sentimento de descrença na política representativa em seus diversos níveis.

A situação atual dos movimentos sociais

17 de Fevereiro de 2014, 19:33, por Rafael Pisani Ribeiro - 0sem comentários ainda

  Exatamente na data 17/06/2013 o Brasil entra em colapso. Congressos estudantis ocorreram dias antes e uma agitação veio também por parte dos estudantes. Houve uma organização interna dos grupos estudantis para a ocorrência de protestos sobre o aumento da passagem, mas que implicitamente, 20 centavos não bastam para tanto. Existem muito mais pautas mesmo entre os estudantes. Nos congressos nacionais e estaduais os estudantes se reuniram e elegeram seus representantes para as instituições nacionais e estaduais. A problemática desses congressos é a disputa oposição versus majoritária, isto é, quem ocupa os cargos. Existe uma questão  emocional entre eles, mas ainda um ponto racional. A oposição critica a majoritária e a majoritária se defende dos erros apontados na gestão. Deve haver um meio termo nessa critica no sentido de buscar uma melhora e não só como critica pura. Essa grande quantidade de emoção acaba polarizando o movimento em grupos separados criando um ponto fraco, mas ainda de outra visão aumenta sua força. Uma mudança que deve ocorrer nesse ponto é a união em prol de objetivos comuns. Nas diferenças um debate para o estabelecimento de um meio termo deve ser estabelecido. Essa união aparece ao menos em teoria nos discursos que apresentam um inimigo em comum, o neoliberalismo e suas conseqüências- afirmando um movimento estudantil sem sectarismo. Essa emoção leva os indivíduos em algumas situações a simplesmente criticar o outro sem base racional. As entidades de base como DCEs (Diretórios Central de Estudantes) e DAs (Diretórios acadêmicos) ou CAs (Centros Acadêmicos) e Grêmios estudantis são pautadas como fonte para levar a juventude junto a política. Só existe um problema quando se coloca essas entidades de base como ponte de atuação para grupos ideológicos específicos. Na realidade são fontes de atuação para o movimento estudantil como um todo, portanto, é bom que haja uma separação entre grupos ideológicos e entidades de base.

 

   Mesmo com intenções positivas vindo tanto da oposição quanto da majoritária, a configuração das eleições acaba por ser através da quantidade de votos adquiridos e ocupação de cargos. A intenção primária não é essa, mas a ocupação de cargos ajuda a efetivar os atos. Os discursos das chapas acabam atingindo só o grupo a qual a chapa veio representar, ou seja,  a oposição ou majoritária. São discursos que trazem a tona o emocional dos grupos, incluindo dentro da emoção as pautas políticas e racionais e as votações se pautam por isso.

 

E, na disputa por votos podem ocorrer eventos, intencionais ou não, com a consequência impedir a possibilidade de votação de outros. O problema é: será que se pessoas representantes de um grupo realizarem tais atos torna correta a generalização para todos os representantes daquele grupo? Isso ocorre sobre as criticas feitas pela oposição à majoritária, isto é, a UJS. Mesmo se certos membros da UJS fizerem isso talvez não justifique um julgamento a todos os representantes da entidade porque assim como qualquer outro, são compostos por pessoas, e pessoas são diferentes. Portanto, representantes em outros locais podem ter atitudes diferentes. Mesmo um histórico anterior de negatividades não justifica tal generalização. Na verdade tanto oposição quanto majoritária possuem qualidades e defeitos, concordâncias e discordâncias. Um equilíbrio entre esses termos é positivo de forma que as diferenças e semelhanças em métodos e idéias ajude a alcançar um objetivo em comum, sem ser necessário ninguém ceder a própria ideologia. Essa polarização acaba enfraquecendo o movimento, fortalecendo assim o inimigo em comum de ambos.

  Mas afinal, isso se dará em prática? Os grupos de diferentes ideologias devem se tornar complementares ao invés de opostos na luta contra um mesmo inimigo, o neo liberalismo. Deve ser considerado também as relações de da sociedade, afinal, todos temos um pouco de comportamento capitalista, inclusive estudantes que se dizem comunistas e policias responsáveis pela repressão. Se ali estão, é porque para eles uma perda grande há se não seguem as ordens de reprimir os movimentos sociais. É até mesmo possível eles se juntarem aos movimentos sociais se vistos como pessoas que sofrem dos problemas a qual ocorrem passeatas contra. 

 

 No entanto, de onde se iniciou a onda nacional de manifestações aonde 30 mil participaram em Belo Horizonte[1], 100 mil no Rio de Janeiro[2], 65 mil em São Paulo[3] e 2 a 3 mil pessoas em Porto Alegre.[4]? De forma geral, grandes manifestações ocorreram em várias cidades. Talvez tenham se iniciado pela organização dos estudantes em iniciar algo, mas a origem já não importa tanto, o fato é que tomou proporções que ninguém previu. Fato estranho é a mídia divulgar de forma positiva enquanto anteriormente em vários outros protestos julgavam os jovens como vândalos. Existe algo de errado nisso. Mas, a função da mídia em relação aos movimentos sociais fica para outra hora.

 

 Em suma, a explosão de manifestações em todo o Brasil é positiva e também um tanto preocupante por toda sua força e entrada da mídia como divulgadora positiva do ato. As consequências disso não são facilmente previsíveis, mas ao menos demonstra uma grande indignação do povo Brasileiro, uma grande reação. Da forma como ocorreu dificilmente pode ser parada a força bruta. Como foi explicado no texto “Sociedade, educação e movimentos sociais”   desse mesmo blog o método de ação é poderoso mas com efeito curto. Portanto, o movimento tem de ser forte o suficiente para não se perder e constantemente recuperar suas energias, partindo de alguma forma para o método educativo. Esperemos então para ver o que vai ocorrer e analisar a situação com calma.

 

Lembrem- se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.

 

Escrito por: Rafael Pisani

 

Observação: No servidor anterior foi postado no dia 17/06/2013 as 22:57. Na versão do novo servidor o “Referencais” foi corrigido para “Referencias”

 

Referencias:

 

Disponível em: http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2013/06/17/manifestantes-tomam-conta-de-bh-e-tentam-se-aproximar-do-mineirao.htm Bernardo Lacerda, Fernando Lacerda e Gabriel Duarte / http://copadomundo.uol.com.br. Data de acesso: 17 de junho de 2013

 

Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/noticia/2013/06/protesto-em-sao-paulo-reune-milhares-de-pessoas-no-centro-da-cidade.html Rogério Simôes e Erika Kokay/ http://revistaepoca.globo.com. Data de acesso: 17 de junho de 2013

 

Disponível em: http://www.jornaldeluzilandia.com.br/txt.php?id=24644 / http://www.jornaldeluzilandia.com.br. Data de acesso: 17 de junho de 2013

 

http://blogoosfero.cc/verdadeoumentira/verdade-ou-mentira/sociedade-educacao-e-movimentos-sociais

 



O problema do plebiscito para a redução da maioridade penal

14 de Fevereiro de 2014, 20:57, por Rafael Pisani Ribeiro - 0sem comentários ainda

De acordo com a constituição o poder de decisão deve vir do povo. Concordo que o plebiscito seja a forma de execução e demonstração da vontade do povo. O problema são as muitas variáveis envolvidas em um plebiscito, entre elas a vontade do povo e intenção dos políticos e capitalistas. Analisando essa “vontade do povo” percebe-se não ser especificamente dele, ao menos indiretamente. Assim aparecem os políticos. Segundo uma pesquisa do datafolha com 600 pessoas 93% responderam serem a favor da redução , generalizando isso aos paulistanos, alguns generalizam isso para o meio nacional. A questão é: de onde vem essa opinião? A maioria das pessoas não tem tempo disponível, ou vontade para pesquisar a totalidade dos fatos, e assim contam com os jornais para informar-lhes da verdade. Esses mostram cheios de sensacionalismo enfático em uma única notícia desconsiderando fatores relevantes a questão, fazem com os telespectadores generalizem através da visão de um único crime. Qual a intenção da redução? A burguesia quer manter-se no poder por qualquer meio, além de aliar-se com alguns políticos. Qual a vantagem da redução para eles? Uma manobra política em dois pontos: o problema da desigualdade social, educação, saúde etc… é desviado de foco e promove a candidatura de certos candidatos para a próxima eleição . Por exemplo, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin para o ano de 2014. Além de haver um lado lucrativo para a redução e encarceramento em massa. Pode ser uma mão obra explorada da forma mais precarizada possível. Se aprovada a redução, jovens na fase mais produtiva da vida seriam mão de obra legalizada e extremamente barata, além do lucro das penitenciárias privadas. Dessa forma o nível social do individuo que comete ou sofre um crime altera o valor e gravidade do ato. Esse é o poder da burguesia para manter-se ativa e conservada em sua posição, assim como a ajuda fornecida para eleição em cargos eleitorais. Existe nesse debate um tom maior sobre outros fatores do que propriamente a efetividade ou não, quase como a situação política. A simples pergunta: “reduzir ou não” é muito simples e reducionista considerando a complexidade do fato.

Constitui assim a vontade de empresários e políticos, não do povo. O povo exerce a vontade de outros achando ser dele. Faltam fontes para a maioria das pessoas e a situação acaba por se tornar dessa forma. Sou totalmente a favor de um plebiscito, mas de forma justa. Por isso um plebiscito se feito agora é um grande problema, principalmente porque a responsabilidade é dada a pessoas como o lixo para ser recolhido é dado para os garis, como se tivessem culpa de alguma sobre na rua. Acredito ter conseguido de forma simples dar uma opinião sobre o problema de um plebiscito na atualidade.

Lembrem- se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.

Escrito por: Rafael Pisani Observação: No servidor antigo foi postado no dia 10/06/2013

Referências: Disponível em: http://blogueirasfeministas.com/2012/12/reducao-da-maioridade-penal-para-a-protecao-de-que-ou-de-quem/ Cecília Olliveira/ blogueirasfeministas.com . Data de acesso: 09 de junho de 2013

Disponível em: http://csolpsol.org/conjuntura/por-que-nos-socialistas-temos-que-ser-contra-a-reducao-da-maioridade-penal/ Givanildo Manuel/ http://csolpsol.org/. Data de acesso: 09 de junho de 2013

Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/04/1263937-93-dos-paulistanos-querem-reducao-da-maioridade-penal.shtml Folha de São Paulo/ www.folha.uol.com.br . Data de acesso: 10 de junho de 2013

Disponível em: http://www.genizahvirtual.com/2013/05/reducao-da-maioridade-penal-mentira.html Eduardo Guimarães/ www.genizahvirtual.com. Data de acesso: 09 de junho de 2013



Tendência mundial sobre idadepenal

13 de Fevereiro de 2014, 20:30, por Rafael Pisani Ribeiro - 0sem comentários ainda

 

A veja publicou um artigo sobre Victor Hugo morto por um jovem a qual faltava 3 dias para fazer 18 anos  e a questão da redução da maioridade veio a tona. Após ou simultaneamente a matéria os jornais começaram a noticiar constantemente a morte do jovem como se fosse maioria e clamando pela redução. Um dos argumentos utilizados pelo autor Reinaldo Azevedo foi de a tendência mundial ser abaixo dos 18 anos. O foco será nesse aspecto. Segundo ele em Luxemburgo não há limite. Austrália e Irlanda 7 anos. Nova Zelândia, Inglaterra e GrâBretranha 10 anos. Canadá, Espanha, Israel e Holanda 12 anos. Alemanha e Japão 14 anos. Finlândia, Suécia e Dinamarca 15 anos. Bélgica, Chile, Cuba e Portugal 16 anos. Também mostra que na Inglaterra um garoto dois garotos de 11 anos raptaram um de 2 e foram condenados. [1]

  Antes de analisar a validade desses números suponhamos serem verdadeiros. Todas as idades citadas estão dentro do tempo de formação de um ser humano. Desde os 7 anos responsabilizar o indivíduo é algo complicado. A adolescência é uma fase de dúvidas. É correto afirmar que nessa fase a vida é passageira. Um dia se deseja ser policial, outro escritor, de repente muda para cantor. O humor oscila profundamente e paixões vem e vão, junto com elas tristezas e alegrias.  O interesse pode mudar de festas para estudos rapidamente, são mudanças constantes. À medida que se aproxima do fim tudo isso vai se consolidando, mas ainda não é um ser formado. Para esse fim nem existe psicologicamente uma idade fixa. Juridicamente instituir 16 ou 18 é em um âmbito jurídico generalizador. Sobre as crianças é ainda pior. Estão começando a viver, é bem provável não terem consciência de seu ato e darem um significado diferente a ele. Enquanto o adolescente busca novos modelos, a criança busca alguns para se espelhar-exemplos a seguir. Se por acaso sequestram alguém aprenderam isso em algum lugar ou momento. Esse fato reflete a educação da sociedade, ao menos para aqueles indivíduos. Atualmente crianças estão expostas a grande quantidade de filmes violentos com algum conteúdo adulto. A linha entre infância, adolescência que é algo cultural e adulto esta se tornando mais curta. Significa afirmar a perda da infância. Cada vez mais estímulos semelhantes estão disponíveis para pessoas de idades diferentes, ou seja, resultados diferentes, para pessoas em diferentes idades e fases. De forma geral essa discussão é mais profunda. Por isso não se pode simplesmente copiar outros modelos sem analisar profundamente as conseqüências, e foi essa a função dessa introdução sobre a fase jurídica que estabelece a culpabilidade penal, os argumentos acima não são finalizadores, e sim introdutórios.

  Outro fator a ser considerado na questão da tendência mundial é: devemos realmente seguir a tendência? Além do fator psíquico existem diferentes contextos em diferentes países. Se em algum funciona ou não, não significa que assim será em outro. É algo simplesmente inconcebível a cópia de algum modelo para o Brasil. O contexto aqui é diferente de outros países. No mínimo , caso haja cópia deve haver uma análise muito pormenorizada das conseqüências da mudança no país e ainda assim haveriam adaptações.

 

Análise dos números

Não sei exatamente de onde Reinaldo Azevedo tirou esses dados, mas em uma pesquisa da UNICEF com a tabela no seguinte link: http://www.unicef.org/pon97/p56a.htm mostra uma lista de 42 países com idade penal de 6 a 18 anos. Esperava encontrar na fonte dados favoráveis sobre isso na possibilidade da redução, no entanto o documento contrasta esses dados com a situação do país em relação a isso e situações humanitárias como saneamento básico, nutrição para bebês, combate a AIDS, educação para crianças, violência a mulheres e meninas, quantidade de população por países, dinheiro desviado para guerras ao invés do social, taxas de desemprego na Espanha, Áustria e Suíça, utilização de bebidas alcoólicas por jovens, sociedades saudáveis com crianças saudáveis e a questão da maioridade penal. Felizmente, ou infelizmente constata muita diferença entre vários paises sobre essas situações, ficando uns com muito outros com poucos. Na situação da idade penal em vários países constatou injustiças. Na Jamaica crianças de 10 anos ficam presas por tempo indeterminado, no Egito crianças usadas para comércio sexual são penalizadas tão duramente quanto adultos, quase como dupla punição.  Na Austrália crianças Indígenas são 18 vezes mais punidas que não indígenas. No Sudão sujeitas a açoitamento, amputação e execução. No Quênia 120 crianças por semana são presas pelo crime de ser “sem teto”. Nos EUA foram 173 os jovens executados por penas de morte por causa de crimes cometidos antes dos 18 anos. Esse mesmo país em uma dia comum tem 100 mil jovens detidos, enquanto na Itália são 650. Embora a China tenha proibido a pena de morte aos 18, aos 16 pode ser condenado e o individuo espera a punição até os 18. Muitas vezes o adolescente é acusado por nada, ou por crimes pequenos e ficam por longo tempo esperando o julgamento. No Líbano é esse o caso, na qual 90 por cento das crianças encarceradas esperam por julgamento, alguns ate por dois anos. Poucos governos têm estatísticas da quantidade de jovens envolvidos com o sistema criminal, enquanto mantém  para quantas nasceram abaixo do peso, estão na escola ou imunizadas. De foram sintética é o que afirma a pesquisa. A idéia é seguir uma tendência ruim como essa? Não parece dar resultados positivos. Aconselho uma leitura completa da pesquisa, além de lembrar que foi feita em 1997. O link para leitura é: http://www.unicef.org/pon97/mainmenu.htm

  Vejam também essa outra tabela:

Tabela comparativa em diferentes Países:
Idade de Responsabilidade Penal Juvenil e de Adultos

Países

Responsabilidade Penal Juvenil

Responsabilidade Penal de Adultos

Observações

Alemanha

14

18/21

De 18 a 21 anos o sistema alemão admite o que se convencionou chamar de sistema de jovens adultos, no qual mesmo após os 18 anos, a depender do estudo do discernimento podem ser aplicadas as regras do Sistema de justiça juvenil. Após os 21 anos a competência é exclusiva da jurisdição penal tradicional.

Argentina

16

18

O Sistema Argentino é Tutelar.
A Lei N° 23.849 e o Art. 75 da Constitución de la Nación Argentina determinam que, a partir dos 16 anos, adolescentes podem ser privados de sua liberdade se cometem delitos e podem ser internados em alcaidías ou penitenciárias.***

Argélia

13

18

Dos 13 aos 16 anos, o adolescente está sujeito a uma sanção educativa e como exceção a uma pena atenuada a depender de uma análise psicossocial. Dos 16 aos 18, há uma responsabilidade especial atenuada.

Áustria

14

19

O Sistema Austríaco prevê até os 19 anos a aplicação da Lei de Justiça Juvenil (JGG). Dos 19 aos 21 anos as penas são atenuadas.

Bélgica

16/18

16/18

O Sistema Belga é tutelar e portanto não admite responsabilidade abaixo dos 18 anos. Porém, a partir dos 16 anos admite-se a revisão da presunção de irresponsabilidade para alguns tipos de delitos, por exemplo os delitos de trânsito, quando o adolescente poderá ser submetido a um regime de penas.

Bolívia

12

16/18/21

O artigo 2° da lei 2026 de 1999 prevê que a responsabilidade de adolescentes incidirá entre os 12 e os 18 anos. Entretanto outro artigo (222) estabelece que a responsabilidade se aplicará a pessoas entre os 12 e 16 anos. Sendo que na faixa etária de 16 a 21 anos serão também aplicadas as normas da legislação.

Brasil

12

18

O Art. 104 do Estatuto da Criança e do Adolescente determina que são penalmente inimputáveis os menores de 18 anos, sujeitos às medidas socioeducativas previstas na Lei.***

Bulgária

14

18

-

Canadá

12

14/18

A legislação canadense (Youth Criminal Justice Act/2002) admite que a partir dos 14 anos, nos casos de delitos de extrema gravidade, o adolescente seja julgado pela Justiça comum e venha a receber sanções previstas no Código Criminal, porém estabelece que nenhuma sanção aplicada a um adolescente poderá ser mais severa do que aquela aplicada a um adulto pela prática do mesmo crime.

Colômbia

14

18

A nova lei colombiana 1098 de 2006, regula um sistema de responsabilidade penal de adolescentes a partir dos 14 anos, no entanto a privação de liberdade somente é admitida aos maiores de 16 anos, exceto nos casos de homicídio doloso, seqüestro e extorsão.

Chile

14/16

18

A Lei de Responsabilidade Penal de Adolescentes chilena define um sistema de responsabilidade dos 14 aos 18 anos, sendo que em geral os adolescentes somente são responsáveis a partir dos 16 anos. No caso de um adolescente de 14 anos autor de infração penal a responsabilidade será dos Tribunais de Família.

China

14/16

18

A Lei chinesa admite a responsabilidade de adolescentes de 14 anos nos casos de crimes violentos como homicídios, lesões graves intencionais, estupro, roubo, tráfico de drogas, incêndio, explosão, envenenamento, etc. Nos crimes cometidos sem violências, a responsabilidade somente se dará aos 16 anos.

Costa Rica

12

18

-

Croácia

14/16

18

No regime croata, o adolescente entre 14 e dezesseis anos é considerado Junior minor, não podendo ser submetido a medidas institucionais/correcionais. Estas somente são impostas na faixa de 16 a 18 anos, quando os adolescentes já são considerados Senior Minor.

Dinamarca

15

15/18

-

El Salvador

12

18

-

Escócia

8/16

16/21

Também se adota, como na Alemanha, o sistema de jovens adultos. Até os 21 anos de idade podem ser aplicadas as regras da justiça juvenil.

Eslováquia

15

18

 

Eslovênia

14

18

 

Espanha

12

18/21

A Espanha também adota um Sistema de Jovens Adultos com a aplicação da Lei Orgânica 5/2000 para a faixa dos 18 aos 21 anos.

Estados Unidos

10*

12/16

Na maioria dos Estados do país, adolescentes com mais de 12 anos podem ser submetidos aos mesmos procedimentos dos adultos, inclusive com a imposição de pena de morte ou prisão perpétua. O país não ratificou a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança.

Estônia

13

17

Sistema de Jovens Adultos até os 20 anos de idade.

Equador

12

18

-

Finlândia

15

18

-

França

13

18

Os adolescentes entre 13 e 18 anos gozam de uma presunção relativa de irresponsabilidade penal. Quando demonstrado o discernimento e fixada a pena, nesta faixa de idade (Jeune) haverá uma diminuição obrigatória. Na faixa de idade seguinte (16 a 18) a diminuição fica a critério do juiz.

Grécia

13

18/21

Sistema de jovens adultos dos 18 aos 21 anos, nos mesmos moldes alemães.

Guatemala

13

18

-

Holanda

12

18

-

Honduras

13

18

-

Hungria

14

18

-

Inglaterra e Países de Gales

10/15*

18/21

Embora a idade de início da responsabilidade penal na Inglaterra esteja fixada aos 10 anos, a privação de liberdade somente é admitida após os 15 anos de idade. Isto porque entre 10 e 14 anos existe a categoria Child, e de 14 a 18 Young Person, para a qual há a presunção de plena capacidade e a imposição de penas em quantidade diferenciada das penas aplicadas aos adultos. De 18 a 21 anos, há também atenuação das penas aplicadas.

Irlanda

12

18

A idade de inicio da responsabilidade está fixada aos 12 anos porém a privação de liberdade somente é aplicada a partir dos 15 anos.

Itália

14

18/21

Sistema de Jovens Adultos até 21 anos.

Japão

14

21

A Lei Juvenil Japonesa embora possua uma definição delinqüência juvenil mais ampla que a maioria dos países, fixa a maioridade penal aos 21 anos.

Lituânia

14

18

-

México

11**

18

A idade de inicio da responsabilidade juvenil mexicana é em sua maioria aos 11 anos, porém os estados do país possuem legislações próprias, e o sistema ainda é tutelar.

Nicarágua

13

18

-

Noruega

15

18

-

Países Baixos

12

18/21

Sistema de Jovens Adultos até 21 anos.

Panamá

14

18

-

Paraguai

14

18

A Lei 2.169 define como "adolescente" o indivíduo entre 14 e 17 anos. O Código de La Niñez afirma que os adolescentes são penalmente responsáveis, de acordo com as normas de seu Livro V.***

Peru

12

18

-

Polônia

13

17/18

Sistema de Jovens Adultos até 18 anos.

Portugal

12

16/21

Sistema de Jovens Adultos até 21 anos.

República Dominicana

13

18

-

República Checa

15

18

-

Romênia

16/18

16/18/21

Sistema de Jovens Adultos.

Rússia

14*/16

14/16

A responsabilidade fixada aos 14 anos somente incide na pratica de delitos graves, para os demais delitos, a idade de inicio é aos 16 anos.

Suécia

15

15/18

Sistema de Jovens Adultos até 18 anos.

Suíça

7/15

15/18

Sistema de Jovens Adultos até 18 anos.

Turquia

11

15

Sistema de Jovens Adultos até os 20 anos de idade.

Uruguai

13

18

-

Venezuela

12/14

18

A Lei 5266/98 incide sobre adolescentes de 12 a 18 anos, porém estabelece diferenciações quanto às sanções aplicáveis para as faixas de 12 a 14 e de 14 a 18 anos. Para a primeira, as medidas privativas de liberdade não poderão exceder 2 anos, e para a segunda não será superior a 5 anos.

 

Nessa tabela 8 países dentre os 53 estão abaixo dos 18, entre eles Bélgica, Bolívia, Canadá, Dinamarca, Escócia, Estados Unidos, Estônia e Rússia.

12 estão entre os países que mantém de alguma forma maior de 18 ou aumentaram para. Entre eles, Romênia, Portugal, Países Baixos, Japão, Itália, Inglaterra e países de Gales, Grécia, Espanha escócia e Alemanha. Sobram então 33 países com a maioridade penal aos 18.

A mesma pesquisa relata uma matéria do New York times na qual os Estados Unidos cometeram um grande erro ao aplicar as mesmas penas aos jovens infratores e adultos. Os promotores de tal política afirmavam que os jovens seriam retirados das ruas e os crimes seriam inibidos. Esses mesmos jovens ao serem aprisionados junto a adultos cometiam crimes mais violentos do que os anteriores se comparados aos julgados pela justiça juvenil especializada. A pesquisa foi feita pelo governo federal Americano e foi publicado no Jornal Americano de Medicina Preventiva e realizado pela Força Tarefa de Serviço Preventivo da Comunidade e a conclusão foi a mesma acima. Outro estudo realizado pela Campanha para Justiça Juvenil em Washington teve a conclusão que das 200 mil crianças julgadas pela justiça de adultos que cometeram atos de baixo potencial ofensivo poderiam ser mais eficazmente resolvidos pela Justiça Juvenis. A lei é aplicada injustamente. A maioria vai a julgamento sem defesa técnica adequada e de cada 4 jovens colocados em prisões de adultos 3 são negros. Quarenta estados do país fazem isso, e os legisladores agora acordam para os problemas dessa prática.  Projetos de lei estão sendo criados para impedir a transferência para a prisão de adultos ou que retornem a jurisdição juvenil se demonstrado ser um local inadequado a eles. Para um problema tão grande, tais leis podem não ser suficientes.  Um exemplo é um adolescente com 17 anos acusado de roubo de roupas de academia do colega e outro que fugiu da liberdade condicional por roubar a bicicleta do vizinho. Muitos desses jovens ficam presos em prisões de adultos por meses ou anos.[2]Por essa razão muitos estados americanos querem elevar a maioridade penal.[3]Tudo isso são os dados da pesquisa feita em 2007.

 

 Para finalizar é preciso dizer sobre a convenção internacional dos direitos da criança. Foi feita em 1989[4]. Define condições ideais para o crescimento de uma criança e no primeiro artigo define juridicamente uma criança como “todo ser humano com menos de dezoito anos de idade”. Trabalha sobre quatro princípios gerais: melhor interesse da criança, respeito à opinião das crianças de acordo com a idade e maturidade, não discriminação e por último direito a vida, sobrevivência e desenvolvimento. Assim, as quatro  preocupações e observações da convenção são prevenção de ofensa a criança, participação das crianças em suas próprias e destinadas decisões afetivas,  proteção da criança contra discriminação, desprezo e exploração em todas as formas e provisão de assistência as suas necessidades básicas. Foi ratificada por 192 ou 193 países. Os únicos dois países a não ratificar foram a Somália e os Estados Unidos. Desde 1990 mais de 70 países incorporaram na legislação nacional estatutos sobre o tema e fizeram reformas jurídicas baseadas nos dispositivos da convenção.[5]

 

Lembrem- se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.

 

Escrito por: Rafael Pisani

 

Observação: No servidor antigo foi postado no dia 03/06/2013

 

Referencias:

 

Disponível em: http://noticias.terra.com.br/mundo/estados-unidos/estados-americanos-querem-elevar-maioridade  penal,32394af60c6ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html .noticias.terra.com.br . Data de acesso: 02 de junho de 2013

 

Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/victor-hugo-deppman-19-anos-esta-morto-um-facinora-o-eca-o-codigo-penal-e-a-constituicao-deram-um-tiro-em-sua-cabeca-assassino-estara-livre-em-3-anos-faz-sentido-ou-cade-a-maria-do-rosario/ Reinaldo Azevedo/ veja.abril.com.br . Data de acesso: 03 de junho de 2013

 

Disponível em: http://www.crianca.caop.mp.pr.gov.br/arquivos/File/idade_penal/unicef_id_penal_nov2007_completo.pdf . Karyna Batista Sposato/http://www.crianca.caop.mp.pr.gov.br. Data de acesso: 02 de junho de 2013

Disponível em: http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/conven%C3%A7%C3%A3o-dos-direitos-da-crian%C3%A7a-direito-de-todos Williammoura/ http://www.egov.ufsc.br. Data de acesso: 02 de junho de 2013

 

Disponível em: http://www.unicef.org/pon97/mainmenu.htm Unicef. Data de acesso: 30 de maio de 2013

 

Disponível em: http://www.unicef.org/pon97/p56a.htm Unicef . Data de acesso: 02 de junho de 2013

 

Disponível em: http://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10120.htm . http://www.unicef.org . Data de acesso: 02 de junho de 2013

 

 

 



[2] Esse foi um resumo geral de toda a pesquisa. O link de origem para leitura é o da pesquisa realizada pela UNICEF, inclusive contendo o gráfico. A frente o link: http://www.crianca.caop.mp.pr.gov.br/arquivos/File/idade_penal/unicef_id_penal_nov2007_completo.pdf

[4] Fonte do ano da data de convenção : http://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10120.htm



Contra a redução da maior idade penal

10 de Fevereiro de 2014, 21:08, por Rafael Pisani Ribeiro - 0sem comentários ainda

Introdução

  É preciso dar alguns esclarecimentos antes de iniciar o debate. O método utilizado foi uma pesquisa por varias fontes com o objetivo de reunir o maior número possível de argumentos e os refutar. Mesmo sendo contra a redução procurei ser imparcial na pesquisa. Não considero nada escrito aqui de minha criação, ou de criação de alguém especifico. Por ter havido muitas leituras não pude mais diferenciar de onde vinha cada idéia porque muitas vezes várias fontes exprimem a mesma idéia, além de tudo isso se misturar com o que pensava antes da leitura. Mesmo o que pude diferenciar coloquei devidamente a referencia.

 

  Pretendo fazer desse texto uma fonte de debate. Não importa se faço algo ou não, se sigo ou não as idéias que afirmo. Em debate estão as idéias abaixo e não meu comportamento. Espero que isso não se transforme em um monólogo. Um debate na qual o indivíduo simplesmente diz o que quer e não da importância à opinião do outro. Espero um diálogo. Não afirmo que a análise abaixo é correta por simplesmente ser correta ou por um especialista afirmar, mas sim porque existe uma gama de argumentos para validá-la. Nessa lógica é que me baseio, toda idéia é válida com bons argumentos por trás dela. É esse o tipo de debate que espero sobre o tema e sem esquecer é claro, de evitar insultos.


 

Argumentos emocionais:

 

 

A vida no crime é fácil: Entrou na classe dos argumentos emocionais por encobrir um sentimento de vingança. Seu fator racional será abordado em outra classe, basta dizer nesse momento o sentimento de ódio encoberto por tal argumento.

 

Lei de talião: Podem sim votar e não ser punidos como adultos, mas e daí? Estamos falando de questões totalmente diferentes. A primeira foi uma conquista histórica da juventude e para o próprio Brasil. A segunda é algo a ser discutido e não pode de forma alguma ser igualada a conquista do voto. É a comparação de uma coisa com a outra como se comprovasse a necessidade ou eficácia da redução da maioridade. Se tratando então de situações totalmente diferentes o argumento perde seu valor, é a máscara desse argumento. Na realidade encobre na idéia um sentimento de vingança, por isso se integra no grupo de argumentos emocionais.

 

Menores podem votar, mas não podem ser punidos: Podem sim votar e ser punidos, mas e daí? Estamos falando de questões totalmente diferentes. A primeira foi uma conquista história da juventude e para o próprio Brasil. A segunda é algo a ser discutido e não pode de forma alguma ser igualada a conquista do voto. Esse argumento só compara uma coisa a outra como se a comparação comprovasse a necessidade ou eficácia da redução da maioridade. Se tratando então de situações totalmente diferentes o argumento perde seu valor. Essa é a máscara desse argumento. Na realidade está encoberto na idéia acima um sentimento de vingança, por isso se integra no grupo de argumentos emocionais.

 

Não quer punir? Leve um menorinfrator para casa: Esse argumento cai na mesma linha do “Queria ver se fosse com você”. É algo bastante emocional e poderia também não ser uma solução, voltando à estaca zero.  Apesar de ser um método para que haja uma mudança no indivíduo, ainda que arriscado. Existe um filme de um caso verídico mostrando uma chance de eficácia desse método. O filme trata do garoto Roberto Carlos Ramos, filho de família pobre com nove irmãos e morador de favela. Por uma propaganda da televisão a mãe vê um local onde o filho terá estrutura e poderá inclusive se tornar um doutor, a FEBEM. Ela o leva para lá e não percebe a mentira da propaganda. A ala infantil, onde é colocado inicialmente é tranquila. Quando é transferido para outra começa a sofrer agressões e encontra saídas nas drogas e pequenos furtos. Após certo período passa a ser considerado “irrecuperável”. Subitamente chega uma pedagoga Francesa chamada Margherit Duvas que o adota. Loucura? O filme retrata que ela sofreu alguns furtos e teve de correr atrás de muita coisa para poder ficar com o menino. Levou algum tempo até ele se adaptar e confiar nela, sendo esse tempo um período difícil. Resultado? Uma criança tida como “irrecuperável” teve sua recuperação e voltou a sociedade. Prova disso? O filme é uma história real e é contada inclusive pelo próprio Roberto que agora adota várias crianças ditas “irrecuperáveis” para ajudá-las. Então, o que há de se concluir? Isso até poderia ser uma solução, de alguma forma demorada e arriscada sem totais chances de sucesso, mas ainda há alguma chance. O problema dela é ter de trazer a responsabilidade para nós e sacrificar nossa zona de conforto, estaríamos dispostos a isso? A resposta é individual. Negar isso é uma forma de jogar a responsabilidade para o outro. O argumento foi refutado e em possibilidade alguma serve para comprovar como correta ou validar a redução da maior idade penal.

 

Noção do que faz: Esse é um argumento desleal. O grande fator não é esse. Não é por ter consciência do fato que deve ser punido. Esse argumento restringe o fato ao indivíduo em si, contrastando com toda uma história de vida, algo social. É uma argumento falho justamente porque desconsidera esse fator. Talvez o individuo também não saiba o que faz. Em outras palavras, ele pode até ter consciência, mas para ele isso possui diferente significância. Isso porque somos humanos e diferentes, afinal cada um possui uma história de vida.

 

O povo está ficando nervoso com essa situação: Reflete assim como no “Queria ver se fosse com você” e no “Não quer punir? Leve um menor criminoso para casa” uma sede de vingança, algo emocional e não passível de racionalidade, portanto não valida nem comprova como correta a redução da maioridade penal. Muitas vezes é desse sentimento que parte a não aceitação da impunidade. Com “o povo” a referencia é específica aos assalariados. Possuem poucos bens e lutam por sua vida com o mísero salário que ganham. Por isso ficam nervosos com os roubos e a falta de segurança nas ruas. Assim os menores criminosos são um impedimento a sua evolução e crescimento profissional na possibilidade de adquirir bens. Dessa forma vem o pensamento partindo do senso comum. O problema é a desconsideração do conflito burguesia x proletariado e o lado emocional vingativo desse argumento. É como ajudar a manter a si mesmo para a subjugação da burguesia, é tentar derrubar a si mesmo, afinal a desigualdade social causada por ela tem influencia para que isso ocorra.

 

Queria ver se fosse com você: Esse é um argumento que de tão ruim nem deveria ser considerado. Sendo seres humanos é comum ficarmos com muita raiva e agirmos sem pensar em certas situações. Porém, muitas das vezes que assim agimos estamos errados e não racionalizamos as conseqüências. Muitos ficariam dessa forma caso ocorresse, porém isso não invalidaria toda uma gama de argumentos. É simplesmente uma reação emocional descontrolada. E mesmo apesar da raiva o caso da jornalista mostrada no link dá a idéia de quem nem todos agiriam assim.  Invertamos então a relação. E se disséssemos: “e se o menor fosse seu filho?”.  São os dois lados desse argumento emocional. Se esse mesmo indivíduo mata alguém de sua família a situação fica ainda mais paradoxal.

 

Segurança social: É por si só é um bom argumento. O que o faz ser facilmente derrubado é acobertar um sentimento de vingança, por isso entrou na classificação de argumento emocional. Haverá outro dele na próxima seção.

 

Argumentos de ordem ideológica

 

A noção de crime e bandido: Dando para a palavra uma simples definição diria ser alguém ou um grupo fora da lei. No entanto, fazer isso é quase um crime contra o pensamento. É uma forma muito rasa de definição. Fazendo uma abstração um crime é algo ocorrido no “espaço” de domínio de uma regra contrário a essa regra. Portanto, para essa regra isso é um crime. Isso então nos coloca frente a moral, um estudo sociológico. O roubar é um crime porque está fora da lei e é imoral, afinal por meios desonestos estamos tomando vantagem diante da exploração ou aproveitamento do outro. A contrariedade é que vários atos desse tipo como empréstimos bancários, mesmo constituindo aproveitamento pela ingenuidade do outro não são considerados crimes, afinal estão dentro da lei. O capitalismo prega o sucesso a partir da exploração do outro. Então, algo há de errado nessa noção de crime. O crime então se classifica como exploração do outro em um contexto e sujeito específicos. Dito de outra forma, certas explorações são permitidas, legalizadas e morais, sendo executados por sujeitos específicos em contextos específicos. Certas explorações não o são porque ocorrem em um contexto e sujeito específicos. Tudo isso permeado pelos conceitos subjetivos da sociedade. O contexto e sujeito específicos são justamente pessoas da classe baixa e a cultura lá formada. Vindo desse grupo tudo parece ser criminalizado. Por isso desconfiamos de ser ladrão aquele vestido de forma simples e suja e confiamos naquele vestido de terno ou algo equivalente a boa aparência, ou seja, visual elitista, da classe alta. Basta essa explanação sobre o tal do “bandido” para concluir o que desejava, um texto específico irá falar sobre o “crime” e o “bandido”.

  Portanto, não se tratam de bandidos os agiotas e emprestadores de empréstimo a juros. Estão dentro da lei e representam a classe alta e honrosa da sociedade, a burguesia. O que há então, a se questionar? São eles os representantes do ideal de nossa sociedade. Os heróis quando mais precisamos. Sempre a postos para nos emprestar dinheiro quando necessário. São também os filantropos doando suas fortunas para ajudar a outros. Criadores de campanhas humanitárias, sempre dispostos a se sacrificarem por outros. Por isso sempre dão um jeito de “criar” criminosos ou grandes problemas a se combater.  Em 1964 os comunistas. Em seguida inflação, migração nordestina, programas sociais, corrupção, impostos etc.. Agora demonstram como solução a redução da maioridade penal.[1]

 

A questão do individualismo: Entra nesse debate sobre dois pontos. Um é o sucesso sob a exploração do outro e o segundo a necessidade do individualismo para o capitalismo. O sistema capitalista é baseado na lógica do lucro. Uma empresa tira seu lucro pagando pouco a seus funcionários. Esse pouco para alguns pode parecer muito, mas sempre visa o lucro não o indivíduo. Por isso grandes empresas tem seus donos ricos enquanto seus empregados ganham salário baixo, ou mesmo o mínimo. Essa política se repete nas relações pessoais no dito “jeitinho Brasileiro”, quando infringimos pequenas regras e nos achamos expertos. Portanto, mesmo os roubos entram nessa categoria. A diferença cai na gravidade do ato de passar por cima de alguém e valor social dado a isso. Há um paradoxo. O que é considerado ruim pelo capitalismo existe e possui um principio semelhante, a individualidade.

 

Argumento social: Esse argumento equivale ao “Trata o efeito e não a causa” e difere muito pouco do argumento “proteção ao capital”. Demonstra assim como no argumento “proteção ao capital” o contraste entre as duas posições. As desigualdades sociais são conseqüências do capitalismo. Portanto, a pobreza também o é. Isso inclui desde os direitos básicos aos mais diversos. A afirmação não é “pobreza causa crime”. O estado de pobreza é a forma na qual se organizam as classes renegadas pela elite.  O argumento “Manobra politica” demonstra como há um desvio das atenções para eles enquanto o real problema é escondido- a causa da pobreza. Há acumulo de um lado e falta de outro.  A falta são as desigualdades sociais. Por nossos próprios costumes mantemos esse sistema quando compramos nossos excessos, como no argumento “proteção ao capital”. Como no capitalismo o individualismo é algo muito cultuado, a classe renegada também usa do principio. Por meios legais não há possibilidade. Portanto, façamos de outra forma. Vamos ao roubo, ao crime. A própria noção de crime deve ser explicada. Por isso o argumento “A noção de crime e bandido”.  Também existe a tal “escolha do crime”. As escolhas do indivíduo se tornam fechadas. Nem todo pobre é criminoso, muitos inclusive não são. Podem sim haver exceções para “criminalidade” e “sucesso na vida”, mas são exceções e nada mais. O grande ponto desse é a criminalidade ser causa das desigualdades sociais, e ignorar essa relação é não ver a realidade. É tirar a responsabilidade de si mesmo tentando manter a sociedade como é sem seus efeitos colaterais. Por isso é um dos argumentos mais usados.

 

A sociedade caiu em um vazio: A questão é ainda mais profunda. Não só a classe renegada é vitima. Tais problemas como as drogas e a criminalidade caíram na classe média. Demonstra um vazio na sociedade na qual o consumismo é muito incentivado abrindo ainda mais o abismo social. Se alguém que supostamente possui tudo comete alguma atrocidade há alguma razão, algo falta. O consumismo é incentivado sem limites, e essa falta de limites pode ser a lacuna. Pessoas de todas as classes sociais buscam o auge na vida capitalista, sendo que poucas irão chegar a esse ponto. Essas tentativas podem ocorrer por meios “ilegais”. Assim é plantado na sociedade o germe da mudança.

 

A vida no crime é fácil: Diz-se ser escolhido pelos menores delinqüentes a vida do crime por sua facilidade. A questão não é tão simples, existe o “argumento social” e dito dessa forma é ignorado. Mas o ponto desse argumento é outro. O crime é organizado e, mesmo se feito de forma desordenada possui seus riscos. As relações entre os que vivem nesse meio produz um mundo perigoso. Usuários de drogas são diariamente mortos por estarem em divida com os bandidos chefes do crime. Existe o risco da policia, constantes ameaças de morte etc... Um crime é constituído de escolha, em outro caso é acidente. No entanto dizer dessa forma é muito simplista. Existem outras incógnitas em vista sobre tais escolhas, talvez falta de opções. A questão é mais profunda que isso. A motivação para o crime também pode não ser só a impunidade, mas também a falta do que perder. Mesmo a punição para alguns pode ser considerado um reforço para que o crime seja cometido.

 

 

Cultura do isolamento social e punição: Temos a tradição de punir aquilo  considerado errado. Esse tipo de atitude não ensina novos comportamentos, simplesmente mostra o que é errado. Portanto, não ensina o que é o certo. Assim abre margem para outros comportamentos serem executados.[2] Esses podem ser considerados errados e novamente punidos, continuando o ciclo. No fim essa é uma tradição histórica. A intenção para esse argumento é mostrar o efeito disso. O isolamento da sociedade serve como punição. De forma simples é o isolamento do indivíduo quando não serve para a sociedade. Utilizemos dois exemplos para aplicar tal situação. Houve o caso do menor de 16 anos que roubou o ônibus e estuprou uma mulher que estava dentro dele. Segundo o indivíduo, ao fazer isso estava sob efeito de drogas e desejava dinheiro para ir a uma festa, comprando para o assalto uma arma por 450 reais. [3] Puni-lo de nada iria adiantar. Considerando como verdadeiro seu discurso a causa é clara.  Se for uma declaração falsa a causa é outra. Existem muito mais fatores do que a punição para impedi-lo de roubar, estuprar ou matar. O outro caso é de um garoto que agrediu um funcionário do DEGASE (Departamento geral de ações socioeducativas) e quase o deixou cego. [4]Talvez a própria punição em uma entidade socioeducativa equivalente a uma prisão tenha sido o motivo para tal ato. Isso não é motivo para mandá-lo a uma prisão, o caso só iria piorar. Então a solução é punir? Só se o desejo é o isolamento social. A solução é outra. O ponto desse argumento é o seguinte: existe uma cultura de punição. Ela não ensina comportamentos novos, só ensina o que é errado sem ensinar o certo, dando margem a outros comportamentos considerados errados, continuando o ciclo. Feita dessa forma não considera as causas e trata o efeito por si só. A principal razão para se punir é a imediaticidade da punição. Por isso negamos a outras. Assim fecho esse argumento.

 

Entrega de responsabilidade ao estado e sensacionalismo da mídia: Existe outra parte da questão social. O foco em alguns crimes sobre certas pessoas de certas classes. É o que a mídia faz. Diariamente muitas pessoas morrem e ela dá valor somente a certos casos tratando-os como maioria dando força total aquele caso como se fosse a única e pior coisa do mundo. É exatamente esse o caso do jovem Victor Hugo e da dentista queimada viva. Com todo o respeito a esses casos, imagino como é a dor de se perder um ente querido. Não importa quem seja vem o sentimento de raiva e vingança. Não podemos nos entregar a esse sentimento de raiva e vingança, principalmente o estado. Se a lei for proposta passa-se a responsabilidade para o estado e nos esquecemos de nossa função para que tudo isso ocorresse, principalmente ignorando o “Argumento social”. A questão é mais profunda que a mídia procura demonstrar. No argumento “Queria ver se fosse com você” já refutei a possibilidade de ocorrer pessoalmente. Esse argumento junta a sede de vingança guiada a um sensacionalismo vindo da mídia e com a responsabilidade passada ao estado. Victor Hugo era de classe média e foi morto. Todo esse alvoroço veio por ele. Não afirmo ser sem valor sua vida, mas porque então não dizer nada sobre a morte de varias outras pessoas por varias outras causas? É como se sua vida tivesse mais valor que outras. Percebendo implicitamente nisso a idéia do lucro e individualismo passamos a responsabilidade sem nos sacrificar. A desigualdade social é causa do capitalismo. Se alguém dissesse para reduzir as compras desnecessárias o individuo poderia refutar dizendo que os impostos já são pagos para isso, é função do governo. No entanto, o governo também segue a lógica do lucro. A desigualdade social é necessária ao capitalismo. Portanto, de forma sintética esse argumento sustenta que ocorre a passagem de responsabilidade a outros.

 

Limite da maioridade penal: Procura-se atualmente a redução para a maioridade penal com um série de argumentos para validar a opção. A mudança pedida é para 16. Durante as pesquisas vi comentários defendendo a mudança para 14 porque também já tem noção do que fazem, outros para 10 anos, e ainda pior, alguns defendem a punição efetiva independendo a idade. A cada vez procura-se o efeito e não a causa. Não sei onde irá parar. Talvez defendamos um dia a pena de morte.  Em defesa da redução dizem que os maiores de 18 anos pedem aos de 16 para roubar, afinal não haverá punição. Pode sim ocorrer isso, mas se a redução ocorrer o pedido será para os de 14 e assim por diante.

 

Manobra política:. Sabemos dos problemas sociais. Eles são o problema real e eclodem em tal situação. A burguesia luta ideologicamente para se manter. Para desviar os olhos dos problemas sociais nos trazem essa problemática se mantendo assim no poder, como os heróis da pátria. Inclusive sendo eles mesmos os causadores desses problemas.

 

Proteção ao capital: Juntando isso ao argumento “Manobra política” se torna algo bem simples. Os maiores denunciantes dos roubos são a mídia e os donos das grandes marcas, os grandes capitalistas. Ocorre ai uma proteção ao capital, não as pessoas. Diariamente os jornais mostram pessoas roubando diversos tipos de lojas colocando-os como o pior tipo possível de pessoas. Sendo roubadas, as marcas deixam de ter o próprio lucro e são prejudicadas. As pessoas acreditam estarem protegendo suas vidas e seus pertences que tanto lutaram para ter. É um paradoxo. O capital se acumula de um lado e falta de outro. Por isso as desigualdades sociais. Se isso passa a afetar negativamente o giro do capital deve ser dado fim. Essa é a razão de melhoras salariais, baixa dos preços e etc... Por isso reclamamos de tanto sermos roubados por “pivetes” e “marginais” e clamamos por punição. Se fazemos isso é porque estamos em uma classe mais ou menos boa da sociedade capitalista, afinal se não estivéssemos não teríamos tais coisas. A manobra de redução da maioridade penal é tanto uma manobra política para desviar atenção do real problema quanto outra para proteger ao capital e o mercado.

 

Segurança social: Desconsiderando o lado emocional desse argumento o analisemos. Ele afirma: “jovens que roubam e matam sem punição são um perigo a sociedade. Principalmente quando o roubo acontece com trabalhadores assalariados que lutam a vida inteira para comprar algo e são simplesmente roubados, afinal, roubar é mais fácil não é?” Esse argumento é composto de vários elementos. Nele é implícito que muitos jovens matam. Também coloca tais indivíduos como inimigos, os trabalhadores como vítimas, desconsidera o “Argumento social” e afirma que a vida no crime é fácil. Todas essa questões exceto o trabalhador como vítima e mortes causadas por jovens infratores possuem argumentos para si mesmas, e nessa questão entra o argumento. É fato, o trabalhador assalariado luta para comprar suas coisas, mesmo com baixo salário. No entanto, a questão é mais profunda. A situação existe não para o bem do trabalhador, e sim para a sustentação da burguesia. Portanto, o salário baixo já é uma situação na qual o indivíduo é uma vítima. Os “marginais”, “bandidos” e “pivetes” são também  conseqüência dessa relação. A diferença é estarem na parte mais baixa da pirâmide. Ocorre a recorrência ao roubo e as atenções se voltam para esses. No fim ocorre um conflito entre pessoas de classes próximas enquanto outra usufrui confortavelmente desse conflito. Portanto, fica em jogo a segurança social, mas não como é explicada pela mídia. É para manter a ordem como esta ignorando seus efeitos colaterais.

 

Prisões cheias e escolas do crime: Não é preciso dizer como está ruim o sistema prisional brasileiro. Reduzir a maioridade penal significar colocar os jovens de 16 anos nesse mesmo local que não ajuda a reabilitar ninguém, na verdade é uma verdadeira escola do crime. Tornando a medida efetiva somente no sentido de exclusão do indivíduo da vivencia na sociedade. Em São Paulo de seus 77 presídios 28 possuem população que ultrapassa o permitido, assim como no Carandiru que possuía 7257 em uma capacidade de 3,5 mil pessoas. De 1992 aos dias de hoje o número de unidades penitenciarias passou de 32 para 156 enquanto a taxa de presos por 100 mil habitantes foi de 94,4 para 481. Portanto, a quantidade de locais aumentou 4,75 e o número de presos 5,9. Um número assustador. [5] “De acordo com a pesquisa “O Brasil Atrás das Grades”, a população carcerária do país é de aproximadamente 514 mil pessoas, a quarta maior do mundo, e desses 56,3% tem de 18 a 29 anos. Ou seja, a maior parte dos presos no Brasil é formada por jovens. Fazendo uma análise mais pormenorizada na pesquisa, pode-se constatar que a maioria dos crimes está relacionada a crimes contra o patrimônio, com 57% dos presos condenados por furto e roubo. A expressão popular que diz que nos presídios temos apenas “ladrões de galinha” não está tão longe da verdade como parece. O fato é que a população carcerária do Brasil é a que mais cresce no mundo. Nos últimos 20 anos, atingiu um percentual de 350% de aumento o número de presos. Seguindo esse ritmo de crescimento, em mais de 40 anos, a população carcerária no país atingiria a espantosa marca de 10 milhões de presos.” [6] Ou seja, com uma maioria de população jovem nas prisões e a população cada vez mais aumenta e com a redução iria ainda mais aumentar, alongando ainda mais a resolução do problema. É comum haver adolescentes sendo encarcerados, torturados e sexualmente violados em instituições sócioeducativas. Assim pagam pelos seus crimes de forma semelhante aos “adultos”, agradando aos anseios de vingança dos defensores da redução. Segundo a pesquisa do CNJ, em 34 instituições brasileiras, pelo menos um adolescente foi abusado sexualmente nos últimos 12 meses, em 19 há registros de mortes de jovens sob a tutela do Estado, e 28% dos entrevistados disseram ter sofrido agressões físicas dos funcionários. Sem contar que, em 11 estados, as instituições operam acima da sua capacidade. [7]

  É necessária uma melhora na qualidade das prisões ou uma estratégia diferente caso seja adotado como lei. Disso estamos longe. Caso alguém ainda defenda ser melhor isola-lo representa um sentimento de vingança sem muita racionalidade no que diz, principalmente dessa forma. Assim essa situação representa um duplo impedimento para que ocorra a redução.

 

 

 

Só não trabalha e estuda quem não quer: Não importa se existem muito empregos com vagas a serem preenchidas. Suponhamos em um mundo ideal que existam 1 milhão e meio de vagas a serem preenchidas. Mesmo todas cheias ainda muita gente ficaria sem sua vaga, afinal isso é um número pequeno em relação ao todo. Segundo dados do IBGE do censo demográfico realizado em 2010 a população Brasileira era de 190.755.799 habitantes. [8] Portanto, dizer que vagas de emprego não preenchidas eliminaria o crime perde seu valor, é o dito exército de reserva de Marx.

 

 

Conclusão

  Se com tudo acima coloquei argumentos afirmando não ser positiva a redução e nem a solução uma missão vem a min. Propor uma nova solução. Porém antes é preciso dizer sobre algumas conseqüências se a mudança for feita.

  A primeira coisa é a necessidade de investigação dos crimes. Já é difícil investigar os atuais, colocando outra classe fica ainda mais difícil. Vamos supor por um momento que assim fosse, apesar de ser só um ideal. Onde colocar os jovens que serão presos? Se for em prisões comuns irão ficar juntos aos “adultos” ou serão separados por idade? Será um sistema educativo? Devemos olhar também as conseqüências disso no crime organizado.  Suponhamos por um momento que a punição fosse efetiva. Os criminosos poderiam passar a usar de jovens abaixo de 16 anos. A solução é propor uma nova redução? Assim sempre haverá reduções constantes. Apareceriam então outras problemáticas e a situação continuaria próxima a atual. Dessa forma a origem do problema estaria novamente sendo ignorada e o ciclo de ação no efeito e não na causa continuaria. Devemos pensar também que a redução da maioridade aos 16 anos levaria a outras conseqüências. Se um garoto ou garota de 16 anos é considerado adulto ele ou ela podem legalmente fazer filmes pornôs, participarem de revistas pornográficas e outras coisas que podem ser feitas por um adulto, afinal seria dizer que se é adulto aos 16 anos.  O tema das conseqüências da mudança, estatísticas de mortes de menores, feitas por menores, sobre o ECA, o custo de um preso e um indivíduo em instituições sócio educativas, constitucionalidade da mudança, a eficácia de medidas repressivas, quantidade de paises com maioridade penal baixa ou alta e modelos de prisão serão tratados em outros textos. O fato é que esses temas requisitam estatísticas, coisas mais difíceis de serem trabalhadas.

   Qual a solução? Suponhamos que não roubem mais e “batalhem” diariamente por sua vida de “forma honesta”. Isso significa a aceitar a exploração por parte da burguesia e não seria solução para sua vida. Na pratica é necessário dar mais educação, melhores escolas, prisões mais educativas e atuações na raiz do problema. Porque as pessoas de Brasil não lutam por mais educação ao invés de redução da maioridade? É porque buscamos um imediatismo ilusório para a resolução os problemas. Educação e novos modelos de prisões são necessários. Devemos largar o individualismo e nos responsabilizar por nossos atos vendo a situação como um todo e talvez algo mude. De forma generalista é essa a solução. Abarca tanto ações comunitárias quanto ações individuais. Pode ser feita de tantas formas como trabalhos voluntários, ações políticas, manifestações, acompanhamento de votação de projetos nas câmaras etc... Por fim termino este texto.

 

Lembrem- se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.

 

Escrito por: Rafael Pisani

 

Observação: No servidor antigo foi postado no dia 27/05/2013. Neste servidor houveram as seguintes alterações:

 

-A palavra “afirma” do trecho Não importa se faço algo ou não, se sigo ou não as idéias que afirma.” virou “afirmo”.

 

-A letra “a” do trecho “Um debate na qual o indivíduo simplesmente diz o que quer e não da importância a opinião do outro.” virou “à”.

 

-A palavra “valida-la” do trecho “Não afirmo que a análise abaixo é correta por simplesmente ser correta ou por um especialista afirmar, mas sim porque existe uma gama de argumentos para valida-la.” virou “validá-la”.

 

-A letra “a” do trecho “É algo bastante emocional e poderia também não ser uma solução, voltando a estaca zero.”  virou “à”.

 

-Colocação de : no título “Queria ver se fosse com você ”.

 

-Retirada do link penal.htmlhttp://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/04/estuprada-por-adolescente-jornalista-e-contra-a-reducao-da-maioridade-penal.html do meio do título “Queria ver se fosse com você ”.

 

Referencias:

Disponível em: http://advogadosalvador.blogspot.com.br/2011/08/reducao-da-maioridade-penal-bom-ou-ruim.html . Doutor Lázaro/advogadosalvador.blogspot.com.br  . Data de acesso: 15 de maio de 2013

 

Disponível em: http://cesarmangolin.wordpress.com/2013/04/28/a-histeria-coletiva-do-momento-a-reducao-da-maioridade-penal/  .César Mangolin/http://cesarmangolin.wordpress.com/ . Data de acesso: 18 de maio de 2013

 

Disponível em: http://domonte.wordpress.com/2013/04/15/bastam-duas-razoes-para-reduzir-a-maioridade-penal/ .Domonte/ Blog do Domonte . Data de acesso: 20 de maio de 2013

 

Disponível em: http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/1-3-dos-pres%C3%ADdios-tem-superlota%C3%A7%C3%A3o-igual-ao-carandiru .Bruno Paes Manso, William Cardoso, Danielle Vilela, Diogo Cardoso e Luciano Bottini/ http://estadao.br.msn.com/ . Data de acesso: 22 de maio de 2013

 

Disponível em: http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/funcionario-do-degase-corre-risco-de-ficar-cego-apos-ser-agredido-em-fuga-de-internos-13052013 . http://noticias.r7.com . Data de acesso: 21 de maio de 2013

 

Disponível em: http://odia.ig.com.br/portal/rio/menor-acusado-de-estuprar-mulher-em-%C3%B4nibus-tem-16-anos-e-estava-na-casa-da-av%C3%B3-1.579337 .Maria Inez Magalhães/ O dia online . Data de acesso: 20 de maio de 2013

 

Disponível em: http://oglobo.globo.com/pais/para-especialistas-aumentar-punicao-menor-paliativo-8103964 . O globo . Data de acesso: 19 de maio de 2013

 

Disponível em: http://revistaforum.com.br/blog/2013/04/razoes-para-nao-reduzir-a-maioridade-penal/ .Vinicius Bocato/Revista fórum .  Data de acesso: 18 de maio de 2013

 

Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/victor-hugo-deppman-19-anos-esta-morto-um-facinora-o-eca-o-codigo-penal-e-a-constituicao-deram-um-tiro-em-sua-cabeca-assassino-estara-livre-em-3-anos-faz-sentido-ou-cade-a-maria-do-rosario/  .Reinaldo Azevedo/ Veja . Data de acesso: 14 de maio de 2013

 

Disponível em: http://www.brasilescola.com/brasil/a-populacao-brasileira.htm  .Eduardo de Freitas/ Brasil Escola . Data de acesso: 13 de maio de 2013

 

Disponível em: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=517417391651666&set=a.245848448808563.60905.100001502285703&type=1&ref=nf .Facebook . Data de acesso: 23 de maio de 2013

 

Disponível em: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=368110943309051&set=a.142473249206156.27029.142467302540084&type=1. Facebook .  Data de acesso: 25 de maio de 2013

 

Disponível em: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/04/discussao-sobre-maioridade-penal-no-brasil.html .Pragmatismo político  .  Data de acesso: 27 de maio de 2013

 

Disponível em: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/04/estuprada-por-adolescente-jornalista-e-contra-a-reducao-da-maioridade-penal.html . Pragmatismo político  .  Data de acesso: 27 de maio de 2013

 

Disponível em: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/04/maioridade-penal-pela-ampliacao-da-maioridade-moral.html . Pragmatismo político  . Data de acesso: 26 de maio de 2013

 

Disponível em: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/04/pela-nao-reducao-da-maioridade-penal.html . Vinicius Bocato/Pragmatismo político  .  Data de acesso: 25 de maio de 2013

 

Disponível em: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/04/qual-e-o-limite-da-reducao-da-maioridade-penal.html . Pragmatismo político  . Data de acesso: 24 de maio de 2013

 

Disponível em: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/05/reducao-da-maioridade-penal-provoca-histeria-coletiva.html . Pragmatismo político  . Data de acesso: 23 de maio de 2013

 

 

 



[1] Fonte da última frase: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/05/reducao-da-maioridade-penal-provoca-histeria-coletiva.html

[2] Equivale aos conceitos de Skinner sobre punição.

[3] Fonte do caso: : http://odia.ig.com.br/portal/rio/menor-acusado-de-estuprar-mulher-em-%C3%B4nibus-tem-16-anos-e-estava-na-casa-da-av%C3%B3-1.579337

[4] Fonte do caso: http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/funcionario-do-degase-corre-risco-de-ficar-cego-apos-ser-agredido-em-fuga-de-internos-13052013

[5] Fonde dos dados: http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/1-3-dos-pres%C3%ADdios-tem-superlota%C3%A7%C3%A3o-igual-ao-carandiru

[6] Fonte: Jornal A luta, ANO3- NÚMERO 05 Fevereiro e Março de 2013 feito pela UJR

[7] Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/04/maioridade-penal-pela-ampliacao-da-maioridade-moral.html  http://www.youtube.com/watch?v=xEXPiyBcSTI

[8] Fonte dos dados: http://www.brasilescola.com/brasil/a-populacao-brasileira.htm

 

 



A confecção de um texto

20 de Janeiro de 2014, 20:42, por Rafael Pisani Ribeiro - 0sem comentários ainda

O ato de escrever exige muitas etapas. A primeira é a vontade ou necessidade de escrever sobre certo tema. Dependendo do caso há a necessidade ou vontade. No caso deste blog há a vontade. Em provas de concurso, ENEM ou mesmo trabalhos de faculdade e escola há a necessidade. Nas duas formas ainda existe a vontade. Sendo ela pura para a escolha do tema se torna mais complexa e pode ter um resultado melhor, ou mesmo pior, depende o caso. Quando há a necessidade de escrita sobre certo tema para ser de qualidade deve-se ter vontade da escrita sobre o tema. A motivação para um bom texto é exatamente a vontade de produzi-lo com qualidade. Se a motivação é outra além do conhecimento advindo do texto tende a não ser de tanta qualidade. Mesmo sendo de tema obrigatório algo de qualidade pode ser produzido. Explicada a primeira etapa entra- se na fase de confecção do texto em si. Nessa fase surgem outras problemáticas. 1: O que escrever sobre o tema? 2: Com que linguagem? 3: Qual a metodologia usada? 4: Devo pesquisar ou tenho conhecimento prévio do assunto? 5: Se tenho, quais deles tiveram fontes específicas e quais foram deduzidos pelo autor de quem produz o texto?

Sabendo o tema é necessário um conteúdo para o texto. Para isso o autor deve questionar a si mesmo se possui conhecimento suficiente para a produção ou se necessita de estudar um pouco mais. Caso o conhecimento que possua previamente não seja suficiente não adianta tentar algo. Seria como “encher lingüiça” e tal fato se reflete no texto claramente com frases e idéias sem conexão. Passada essa parte respondemos a pergunta número 4. Hora de colocar as idéias no papel. Como fazê-lo? Para alguns essa tarefa é difícil e exaustiva. Uma boa estratégia é colocar as idéias no texto de forma desorganizada. A intenção desse método é ter como fechada a quantidade de conteúdo. Dessa forma a resposta da pergunta número 1 está dada. Hora de escolher a linguagem e metodologia. Por metodologia há referencia ao modo como as frases e idéias irão se organizar no texto, tanto em fatores gramaticais quanto a facilitação do entendimento de uma forma na qual as idéias se interliguem corretamente passando exatamente a intenção e sentido pretendidos pelo autor. A linguagem é algo mais complexa. Na realidade não há escolha para tal. Existe a forma de escrita de cada um. O principio geral é a transmissão exata do que o autor pretende. A questão é que para os leitores uma linguagem pode ser simples ou complexa dependendo seu costume com a leitura. A própria forma de escrita reflete a prática de leitura. Ou seja, para quem não lê é possível a grande dificuldade de escrita. Para os leitores a escrita pode passar a se tornar complexa, assim como para leituras simples a escrita pode passar a se tornar simples. Considerando a títulos o leitor ávido de “50 tons de cinza” terá uma escrita mais simples em comparação a um leitor ávido de Machado de Assis. Então, para boa escrita é necessário boas leituras e vice versa. Esse efeito se estende inclusive as regras gramaticais, afinal inconscientemente se aprende as regras e para a leitura isso se passa de forma automática. Respondida a pergunta número 2. Por fim nos aparece a questão número 5. Em casos de provas para concurso, ENEM ou coisa do tipo não é necessária a divisão da origem do conhecimento, a não ser se tal coisa é do interesse de quem escreve. Outros meios como trabalhos para faculdade ou textos a serem publicados exigem tal coisa. Plágio não é nada original e é coisa séria. Mesmo neste blog procuro referenciar as fontes. Universidades exigem isso de forma diferente, mas exigem em grande quantidade.

O que dizer para concluir? Tentei resumir a idéia e etapas para escrita de um texto de forma simples e curta, por isso inclusivo não foi um texto longo. Penso ter demonstrado alguma parte da generalidade do processo. De toda forma, leitura influencia escrita e vice versa. Não há uma receita para boas produções. A prática leva a perfeição. Por essa semana é hoje. Pretendo trazer algo mais complexo para a semana do dia 19/05/2013.

Lembrem-se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.

Escrito por: Rafael Pisani

Observação: No servidor antigo foi postado no dia 13/05/2013



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