Não tenho tempo
21 de Abril de 2014, 9:02 - sem comentários ainda
Diariamente, em conversas casuais ouço essa frase: “Não tenho tempo”, e é sobre isso que vamos tratar essa semana. Se um convite é feito para ir ao cinema você diz: “Não tenho tempo”, se alguém chama para uma festa durante a semana você diz: “Não tenho tempo”, se alguém chama para uma festa no fim de semana você diz: “Não tenho tempo”, se alguém faz um convite para ir a um clube no fim de semana você diz: “Não tenho tempo”, se alguém te chama para ir a casa de um parente em dia de semana você diz: “Não tenho tempo”, se o mesmo convite é feito em um fim de semana você diz: “Não tenho tempo”, se alguém te chama para fazer academia você diz: “Não tenho tempo”, se alguém te chama para fazer alguma atividade física [1] você diz: “Não tenho tempo”, se alguém te chama para estudar você diz: “Não tenho tempo”, se alguém te chama para dar um tempo a si mesmo você diz: “Não tenho tempo”. Se alguém te chama para viver você diz: “Não tenho tempo”. O que dizer mais sobre isso? Vamos a algumas estatísticas:
Uma pesquisa foi realizada pelo data folha em 2012 com 800 mulheres com idade entre 18 e 64 anos em nove capitais brasileiras além de Brasília, com mulheres com algum tipo de trabalho remunerado. O resultado foi que 7 em cada 10 mulheres afirmaram faltar tempo no dia a dia e 75% delas acreditam que a conciliação de trabalhos domésticos e trabalho deixa a rotina cansativa. Muitos dos elementos que faltavam tempo era cuidar de si mesmas com 58%, ficar com a família 46% e tempo para se divertir 42%. Ainda assim 91% afirmaram que o trabalho é fundamental para a vida, 5% discordaram e 4% não souberam responder. [2] Para não haver muito aprofundamento em dados vamos parar por aqui com eles, agora vamos à diferença entre tempo objetivo e subjetivo.
Tempo objetivo é definido como o tempo em si, isto é, um minuto tem 60 segundos, 1 hora tem 60 minutos, um dia tem 24 horas e assim por diante, e esse é igual para todo mundo. O tempo subjetivo é que difere de um sujeito para outro, ou seja, o tempo que um sujeito pode levar para executar uma ou mais tarefas específicas pode ser diferente para outro sujeito e dessa forma o “espera um pouco”, ou “já estou chegando” pode ser 1 hora para sujeito A ou 10 minutos para sujeito B. O tempo da consciência difere do tempo dos relógios, sendo ela o tempo subjetivo que é um tempo próprio, sem regularidade e homogeneidade, enquanto o tempo dos relógios é o objetivo. [3]Dependendo a forma como o tempo subjetivo se organiza, ou se desorganiza pode ser que de fato o sujeito se considere sem tempo, já que não sabe organizar o próprio tempo. Outro por saber organizar pode ter tempo de sobra, ou não, já que muita organização pode significar tudo em seu lugar específico, sem tirar nem colocar e isso é de fato ambíguo. Ainda assim de forma geral o fato de “não ter tempo” pode conter aspectos do tempo objetivo e subjetivo. Todos esses dois tempos acabam se misturando no que chamamos de rotina.
Pode ser preciso se afastar da rotina usual para ver o que é necessário. O costume com a rotina pode nos tornar cegos e fazer seguir a vida no automático, não tendo a percepção de que uma ou mais “coisas” não estão indo bem. Nesse sentido cada um possui sua rotina e tem sua própria forma de lhe-dar com ela, havendo um contraste entre o tempo subjetivo e objetivo. Essa situação pode gerar uma sensação de impotência, conformismo ou até mesmo doença mental e física. Nesse sentido parece realmente valer a pena sair da rotina, ter conhecimento dela e olha-la de fora, como se não pertencesse a você e basta simplesmente sair da inércia, a roda da rotina. [4]
Por fim parece valer a pena analisar que a rotina não é composta apenas de atividades principais como trabalho, escola ou faculdade, mas além disso um monte de mini tarefas as quais não tomamos consciência como conversas jogadas fora no trabalho, ligações telefônicas, aparelhos telefônicos que nem mesmo podem ser chamados mais de telefone, pois já assumiram funções de fazer pagamentos, fotografar, filmar, enviar mensagens[5] e utilizar redes sociais, parecendo que o ato de telefonar se tornou só mais uma função, e a internet com certeza entra nesse bolo. Como foi dito no primeiro parágrafo: Se alguém te chama para viver e você diz: “Não tenho tempo” isso traz a pergunta que não quer calar: temos tempo? O tempo responde: “Quanto tempo o tempo tem? O tempo respondeu ao tempo: tenho tanto tempo quanto o tempo tem”. O que mais há para dizer sobre isso?[6]
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Escrito por: Rafael Pisani
Observação: No servidor anterior foi postado no dia 17/10/2014 as 21:10.
Referencias:
Disponível em: http://jus.com.br/artigos/23107/o-tempo-subjetivo-e-as-emocoes-negativas-na-duracao-do-processo-penal Sebastião Raul Moura Júnior/ http://jus.com.br . Data de acesso: 16 de março de 2014
Disponível em: http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=15602
Instituo AION/ http://somostodosum.ig.com.br . Data de acesso: 16 de março de 2014
Disponível em: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/viverbem_falta_de_tempo.htm
Eliza Kozasa/ http://www2.uol.com.br . Data de acesso: 16 de março de 2014
Disponível em: http://www.renatoscarpin.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=174:a-falta-de-tempo&catid=34:blog-da-semana Renato Scarpin/ http://www.renatoscarpin.com.br . Data de acesso: 16 de março de 2014
Disponível em: http://www.trabalhando.com/conteudo/noticia/20987/falta-de-tempo-e-cansaco-atingem-7-em-cada-10-brasileiras.html Trabalhando.com/ http://www.trabalhando.com . Data de acesso: 16 de março de 2014
[1] Fonte da atividade física: http://www.renatoscarpin.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=174:a-falta-de-tempo&catid=34:blog-da-semana
[2] Fonte desses dados: http://www.trabalhando.com/conteudo/noticia/20987/falta-de-tempo-e-cansaco-atingem-7-em-cada-10-brasileiras.html
[3] Fonte do tempo da consciência e do tempo do relógio: http://jus.com.br/artigos/23107/o-tempo-subjetivo-e-as-emocoes-negativas-na-duracao-do-processo-penal
[4] Fonte da questão da rotina: http://www2.uol.com.br/vyaestelar/viverbem_falta_de_tempo.htm
[5] Fonte das novas funções do telefone até aqui: http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=15602
A loucura sob os olhos de “O alienista” 2
18 de Abril de 2014, 17:52 - sem comentários aindaSobre o livro “O alienista” e o tema loucura relacionado a ele foram feitos dois textos. O primeiro tratou do termo loucura traduzido por Simão Bacamarte pelo sujeito com comportamentos exóticos, fora do normal. Esse vai tratar de outra classificação de loucura dada no texto-a loucura da perfeição moral e termos afins. Ainda assim é preciso repetir o trecho com a definição de loucura e razão dadas pelo doutor, que seguem por todo o livro. Loucura era “... uma ilha perdida no oceano da razão: começo a suspeitar que é um continente.”[1] e razão “... o perfeito equilíbrio de todas as faculdades; fora daí insânia, insânia, e só insânia.”.[2] e dizia que “... a loucura e a razão estão perfeitamente delimitadas. Sabe-se onde uma acaba e onde a outra começa. Para que transpor a cerca?”[3] Partindo disso veremos o que é a loucura da perfeição moral e termos afins.
Nesse novo conceito não bastava um dito ou um fato para que alguém fosse recolhido á casa verde, e sim um vasto e longo inquérito do passado e presente do sujeito, levando em alguns casos até 40 dias para o recolhimento ao ponto de que em 5 meses estavam alojadas apenas 18 pessoas. A partir desse método e a nova teoria todos os que foram recolhidos antes foram libertados e foi possível recolher a casa o juiz da cidade e um advogado com características morais e mentais tão aguçadas que era perigoso que ficasse na rua. Pelo método exigir maior pesquisa foi pedido a Bacamarte uma experiência para comprovar o estado de tal advogado, e no fim ele foi colocado à prova, sendo o teste provar que um atestado de herança falso era verdadeiro, e mesmo sabendo disso foi capaz de provar judicialmente que era verdadeiro, por essa razão não foi recolhido a casa verde. Em contra partida o agente que pediu o experimento caiu na classificação original dada ao advogado e foi logo levado á casa verde. Disso partiu uma nova divisão das classes dos loucos.
Os modestos, os tolerantes, os verídicos, os símplices, os leais, os magnânimos, os sagazes, os sinceros e etc... O tratamento se dava atacando a qualidade moral predominante de frente, trazendo de forma gradual conforme a idade, posição social e temperamento do enfermo a qualidade oposta, portanto ao tratar-se se um modesto buscava-se a imprudência, no lugar do tolerante a intolerância, dos leais a deslealdade e etc... Houve o caso de um modesto tão grave que foi preciso a ele dar um lugar de importância na sociedade onde recebia o melhor tratamento possível. Ao fim de 5 meses e meio após a entrada dos novos loucos todos já estavam curados.
É possível concluir, que na primeira teoria onde loucura era algo fora do comum, um comportamento estranho ou bizarro o normal era quem não tinha características desse tipo marcantes. Nessa segunda teoria a relação já se torna oposta, o sujeito com muito controle moral e mental de uma ou mais características específicas era tratada como um louco, como o caso das classificações novas dadas por ele que mudaram de alucinações diversas, delírios, hábitos extravagantes e monomanias religiosas a características morais, sendo o sujeito dentro do “perfeito equilíbrio de todas as faculdades...” [4]aquele que tinha algum descontrole sobre suas características, havendo portanto, uma inversão entre as duas teorias do que é a loucura e a normalidade. A loucura se tornou a lucidez mental, e a tentativa de ser autêntico e coerente com posturas ideológicas faz o homem se isolar da maioria que vive segundo o parecer, a opinião. [5] Com isso o próprio conceito de razão inicial se inverte para loucura, e seu oposto vira normalidade. Apesar de tudo isso nosso ilustre doutor chegou a uma conclusão totalmente diferente.
Suas descobertas, os cérebros que havia curado, ou pensado que havia não foi nada mais que a descoberta que existe um perfeito desequilíbrio do cérebro? Se assim fosse, a suposta cura dada por ele nada mais foi do que algo latente na existência do cérebro dessas pessoas, mas ainda assim já existiam. É possível então concluir que todo o trabalho feito anteriormente foi inútil, não havia loucos em Itaguaí, nem mesmo um. Ainda assim continuou a pensar e descobriu que de tudo o que estudou, desde a primeira noção de loucura só havia um sujeito a que se enquadrava: ele mesmo. Procurou confirmar isso perguntando as pessoas da cidade e elas confirmaram ele ser um homem extremamente equilibrado. Entre essas três teorias o que é de fato loucura? O sujeito com comportamentos incomuns? O sujeito com algum controle moral e mental muito aguçada? Ou o sujeito extremamente equilibrado? O normal nessa história é o sujeito sem comportamentos incomuns, com comportamentos incomuns ou o sujeito com um desequilíbrio natural do cérebro? O que se sabe de fato é que esse caso pode ter sido a tentativa de procurar a loucura através de alguém que é louco, e só através desse processo se descobriu dessa forma, e de fato podemos algo é ou não loucura, mas será que não estamos nesse ato condenando e/ou negando nossa própria loucura? Esse foi o dilema que o Dr Simão Bacamarte ficou ao fim do conto, trancando a si mesmo na casa verde durante 17 meses e morrendo ali mesmo, saindo do mesmo jeito que entrou, sendo desde o começo o único louco de Itaguaí.
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Escrito por: Rafael Pisani
Observação: No servidor anterior foi postado no dia 10/03/2014 as 11:55. Nesse servidor houveram as seguintes alterações:
1. Retirada dos seguintes itens: [1] [2] [3] [4] [5]
Referências:
[5][5] Fonte desde “A loucura se tornou a lucidez...” até esse trecho: http://www.filologia.org.br/soletras/20supl/11.pdf
A loucura sob a ótica de “O Alienista”
18 de Abril de 2014, 17:48 - sem comentários ainda
Título curioso esse não é? Para quem não sacou a fonte desse texto, a dica é um livro de um autor da literatura clássica e para quem já sacou é fácil perceber que se trata de Machado de Assis em “O alienista”. Para quem não quis ou não teve a chance de ler indico a leitura, para quem já o fez espero comentários sobre o livro. Em respeito ás pessoas que não leram vou evitar detalhes, mas para a continuação do texto alguma descrição deve ser dada.
A história se passa em Itaguaí e tem como personagem principal Dr Simão Bacamarte. O livro inteiro se passa sobre o tema loucura arquitetado sobre o tratamento indicado por ele na casa verde, onde os loucos eram tratados. Sem entrar em maiores detalhes sobre personagens e atos vamos na tipificação das loucuras as quais ele tratou, procurando pensar nesses tipos comparando a nossa sociedade. Foram estabelecidos dentro do livro critérios, mas antes disso é preciso dizer da definição de loucura e razão dadas pelo doutor.
Loucura era “... uma ilha perdida no oceano da razão: começo a suspeitar que é um continente.”[1] e razão “... o perfeito equilíbrio de todas as faculdades; fora daí insânia, insânia, e só insânia.”.[2] e dizia que “... a loucura e a razão estão perfeitamente delimitadas. Sabe-se onde uma acaba e onde a outra começa. Para que transpor a cerca?”[3]E assim vieram as seguintes classificações:
-Alucinações diversas: Um com delírios de ser estrela-d´alva esperando o sol sair para recolher-se, outro que sempre estava à procura do fim do mundo.
-Delírios: Um caso relatado é o de um sujeito que regularmente fazia um discurso acadêmico em várias línguas e com vários detalhes gramáticos.
-Hábitos extravagantes e fora do perfeito equilíbrio de todas as faculdades: Um boiadeiro de minas que distribuía varias cabeças de gado a cada um sem parar, ou um que recebeu uma grande herança mas ao invés de usar para si mesmo foi distribuindo a outros, mesmo estando em dívidas por isso, e ainda assim emprestava ao mesmo sujeito. Outro que todo dia parava em frente a sua janela e lá ficava durante uma hora e ainda outro que conseguia contar histórias magníficas e criativas, outro que a qualquer situação sempre cumprimentava as pessoas.
-Monomanias religiosas: Um com monomania religiosa e por isso prometia o reino dos céus a quem o adorasse e ainda um que nada dizia, pois acreditava que se proferisse uma palavra todas as estrelas cairiam do céu, esse era o poder dado por Deus a ele.
Destacando-se entre essas a maior razão de alojamentos na casa verde hábitos extravagantes. Serão as diferenças entre as pessoas alguma coisa tão fora da “normalidade”? Será que realmente a linha entre razão e loucura está definida? O que é o equilíbrio de todas as faculdades e como se define esse campo? A partir disso a idéia das monomanias religiosas, alucinações ou delírios podem passar a não ser tanta loucura como parecem. Cada definição dos termos “razão”, “loucura”, “equilíbrio de todas as faculdades” e a relação entre os três permite mais de uma noção da divisão do que é loucura ou normalidade. Talvez para os sujeitos com monomanias religiosas, o delirante com discursos acadêmicos ou a alucinação da estrela-d´alva, mas principalmente os sujeitos que distribuem cabeças de gado ou dinheiro a vontade, ficam sempre 1 hora parados na janela, ou com mente muito criativa sejam algo da loucura ou normalidade, são termos de difícil definição.
Vale salientar que essas supostas loucuras tem alguma relação com a vida do sujeito e mesmo um reflexo da sociedade, mas a sociedade vista da forma daquele sujeito. Alguma coisa originou as monomanias religiosas, o discurso acadêmico eloquente, a estrela-d´alva que não pode aparecer ao sol, á doação de gado ou dinheiro e etc... e não foi só o sujeito. O mais incrível de tudo é que isso tudo e mais um pouco foi tratado de forma poética e em uma história divertidíssima contada por Machado de Assis. O próximo texto vai tratar de outra classificação de loucura dada no texto- a loucura da perfeição moral e termos afins. Loucura essa história de loucura né? Para não tirar a surpresa do livro sem deixar o texto sem um objetivo fica a pergunta: O que é de fato a loucura para você?
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Escrito por: Rafael Pisani
Observação: No servidor anterior foi postado no dia 08/02/2014 as 22:32 e no mesmo 22:32 o seguinte trecho foi adicionado a nota de rodapé 3: Capítulo IV: Uma teoria nova.
Referências:
Machado de Assis, Joaquim Maria, 1839-1908. O alienista/ Joaquim Maria Machado de Assis- Porto Alegre: L&PM, 1998. 88 p: 18 cm-- (Coleção L$PM Pocket)
Teorias psicológicas- o estruturalismo de Wundt
17 de Abril de 2014, 18:53 - sem comentários ainda
Para falar sobre a origem da psicologia até a formação das várias outras teorias, antes, é preciso explicar a própria origem da psicologia, estamos falando de Wundt. Ele foi o responsável por tornar a psicologia científica através da psicologia experimental e o pioneiro ao torná-la uma disciplina separada de outras, isto é, antes dele a psicologia estava ligada à filosofia, fisiologia e outras disciplinas [1], sendo sempre incluída nelas. Quando Wundt iniciou em seu laboratório de Leipzig (1879[2]) os primeiros estudos em Psicologia ele a considerava um misto entre ciências naturais e ciências da cultura e afirmava que o objeto de estudo da psicologia era a experiência imediata, isto é, a experiência antes de ter a consciência dela, sendo o conteúdo objetivo chamado de experiência mediata. Os métodos eram os mesmos das ciências naturais como à observação e o experimento resultando em métodos psicológicos de pesquisa da observação dos produtos mentais e análise experimental nos processos mais simples. Ele também se dedicou em sua psicologia cultural [3] a pesquisar a linguagem, religião, costumes, mitos, magia e fenômenos semelhantes, considerando que não podiam ser explicados em termos de consciência do indivíduo. Apesar disso o maior método de pesquisa em laboratório era a introspecção.[4]
Ela consistia em descrever as percepções resultantes de estímulos visuais, auditivos e tácteis por sujeitos treinados por ele mesmo. Sua forma de ser feita era mais quantitativa que qualitativa, sendo usada nesse sentido pelos seus alunos Tichener e Kulpe. Enquanto Wundt utilizava um metrônomo para medir as relações fisiológicas[5] seus alunos faziam experimentos produzindo assim julgamentos conscientes acerca do tamanho, intensidade e duração de estímulos fisicos.[6] Sua formação em química que o inspirou a pensar nos átomos e decompor a mente em seus elementos mais simples- as sensações.[7] No fim o objetivo da psicologia de Wundt era estudar a consciência e os processos mentais.[8] Outra parte importante é sua formação em medicina.
Essa formação o influenciou a se utilizar da fisiologia em sua psicologia, sendo que era dividida quando o individuo era enfocado para dentro era psicologia, para fora fisiologia e isso o levou a dividir sua psicologia em psicologia fisiológica e psicologia social e embora fossem projetos independentes eram relacionados.[9] Na introspecção tinha-se de fazer a divisão entre sensação e sentimento, sendo sensação quando um órgão dos sentidos recebia um estimulo e esse era enviado ao cérebro e sentimento a componente subjetiva da sensação colocando a emoção como um conjunto complexo de sentimentos. Afirmava também que a mente não é a mera soma de seus componentes, mas sim algo novo formado dela.[10] Por seus estudos terem abrangido os domínios da percepção, sentidos, sensação, atenção, associação, reação, e toda sua contribuição foi considerado por muitos como o pai da psicologia experimental.[11]O objetivo da psicologia de Wundt era estudar a consciência e os processos mentais [12], através da redução da mente aos seus mais simples elementos- as sensações. Assim era chamada de psicologia estruturalista e gerou a psicanálise, que foca o estudo do inconsciente.
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Escrito por: Rafael Pisani
Observação: No servidor anterior foi postado no dia 24/02/2014 as 17:52. Nesse servidor foram feitas as seguintes alterações:
- Alteração do trecho “Por tudo isso, incluindo a formação em química que o inspirou a pensar nos átomos e decompor a mente em seus elementos mais simples- as sensações.” Por “Sua formação em química que o inspirou a pensar nos átomos e decompor a mente em seus elementos mais simples- as sensações.”
Referencias:
A Psicologia no Brasil; Antonio Rodrigues Soares-conselheiro federal; Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932010000500002 . Local de publicação: PSICOLOGIA: Ciência e Profissão; dezembro de 2010, volume 30 numero especial. Brasília/RS-Brasil; Data de acesso: 24 de fevereiro de 2014
Disponível em: http://caminhodapsicologia.webnode.com.pt/wundt/ Adriana Lopes e Andréia Nicolau/ http://psitendenciagrupal.blogspot.com.br . Data de acesso 23 de fevereiro de 2014
Disponível em: http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/12402/wundt-da-psicologia-experimental-fisiologica-a-psicologia-dos-povos colunista portal educação/ http://www.portaleducacao.com.br. Data de acesso 23 de fevereiro de 2014
Disponível em: http://psicologado.com/psicologia-geral/historia-da-psicologia/wundt-e-a-criacao-do-primeiro-laboratorio-de-psicologia-na-alemanha Joviane moura/ http://psicologado.com. Data de acesso 23 de fevereiro de 2014
Disponível em: http://psicologiaxxi.blogs.sapo.pt/941.html PSICOLOGIAXXI/ http://psicologiaxxi.blogs.sapo.pt. Data de acesso 23 de fevereiro de 2014
[1]Fonte das disciplinas onde era incluída: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932010000500002
[2] Fonte da data: http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/12402/wundt-da-psicologia-experimental-fisiologica-a-psicologia-dos-povos
[3] Fonte da psicologia cultural: http://psicologiaxxi.blogs.sapo.pt/941.html
[4] Fonte de todo o resto que não foi marcado: http://psicologado.com/psicologia-geral/historia-da-psicologia/wundt-e-a-criacao-do-primeiro-laboratorio-de-psicologia-na-alemanha
[5] Fonte de Wundt utilizar um metrônomo: http://psicologiaxxi.blogs.sapo.pt/941.html
[6]Fonte de como seus alunos utilizavam a introspecção: http://caminhodapsicologia.webnode.com.pt/wundt/
[8] Fonte do objetivo da psicologia de Wundt: http://psicologiaxxi.blogs.sapo.pt/941.html
[9] Psicologia social aqui não se refere a termologia moderna de psicologia social, e sim para Wundt que deram origem ao que pode-se chamar de psicologia social e comunitária atualmente. Fonte: http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/12402/wundt-da-psicologia-experimental-fisiologica-a-psicologia-dos-povos
[10]Fonte da formacao em medicina: http://psicologiaxxi.blogs.sapo.pt/941.html
[11] Fonte da abrangência dos estudos e consideração do pai da psicologia experimental: http://caminhodapsicologia.webnode.com.pt/wundt/
[12] Fonte do objetivo da psicologia de Wundt: http://psicologiaxxi.blogs.sapo.pt/941.html
A teoria ideal e absoluta
17 de Abril de 2014, 18:50 - sem comentários ainda
Toda instituição e teoria é ideal e absoluta. Afirmação absurda? Veremos. Será trabalhado aqui com o conceito de teorias definidas idealmente pelo seu objetivo, sendo teoria qualquer idéia que represente algo. O mesmo vale para instituições que na verdade tem um objetivo prático, de forma geral. Será feita uma divisão de dois objetivos: comprovação de uma ideia e prática de uma ideia.
Na primeira opção se a teoria é de senso comum como: “manga com leite faz mal”[1] teorias pessoais como: “se não for até a cozinha 10 vezes algo de ruim vai ocorrer” ou teorias sociológicas, antropológicas, psicológicas etc.. que como Rousseau visam provar que o homem é bom por natureza [2] ou Hobbes que o homem é mal por natureza [3] todas tem algo em comum- visam comprovar algo. Para que isso ocorra uma série de argumentos precisam ser criados ou acoplados na idéia a ser comprovada, e esses argumentos vão justificar a idéia. Talvez a maior representante dessa categoria seja a filosofia, dito que ao longo de sua história sempre foi validade e defendida pela razão, pelo simples fato de na época em que predominava haver pouco ou nenhum método prático. Dessa forma foi possível a ela se desenvolver até o ponto em que originou a ciência. Não é que a ideia assim estruturada seja necessariamente verdadeira, mas com certeza é justificada, mesmo que a teoria seja uma negação de outra.
Quanto a objetivos práticos, incluindo também as instituições existe um estágio além, isto é, ideias comprovam os objetivos da instituição, mas a prática é de maior importância. A prática complementa os argumentos e vice-versa. Se uma empresa de Marketing possui o slogan “trabalhando para divulgar sua marca” existe um escopo teórico [4] que permite a divulgação, mas o que define a empresa é seu objetivo, isto é, “trabalhando para divulgar sua marca”. O mesmo vale para instituições estudantis, teorias políticas, científicas etc... desde que com objetivos práticos e na prática se encontra sua maior força, sendo que dessa forma a empresa vai ser divulgada pelos trabalhos bem feitos. Talvez a maior representante dessa categoria seja a ciência, dito que o inicio foram às ciências naturais e essas só se comprovam na prática através de experimentos.[5] O erro está em desconsiderar as falhas.
Elas precisam ser consideradas para que o objetivo seja alcançado e assim a ocorrência de uma maior proximidade da definição ideal, se assim não for é um obstáculo. Isso vale também para objetivos pessoais e movimentos sociais em seu sentido prático. A partir disso é possível diferenciar discursos políticos teóricos de discursos políticos práticos. A pessoa que discorda ou concorda com algo, se caso fizer um discurso que visa comprovar a própria ideia e colocar a si mesma em uma zona de conforto para provar estar certa é um discurso político teórico, já que se comprova na teoria e nada mais. Já o discurso político prático vai além disso, visto que procura ver sua validação ou não na prática, e nela se baseia para ver resultados. Mesmo para quando o sujeito fala de si mesmo essas duas classificações são válidas, apesar de as variáveis envolvidas em definições pessoais serem outras. É comum as pessoas fazerem discursos a qual parece prático, mas na verdade visa apenas o falar e a chegada de outro sujeito que concorde, e assim o sujeito alcança uma zona de conforto, em resumo: “faça o que eu falo, mas não o que eu faço”. Apesar disso é mais prazeroso viver dessa máscara ideal e propagá-la.
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Escrito por: Rafael Pisani
Observação: No servidor anterior foi postado no dia 17/02/2014 as 9:48 e no mesmo dia da postagem as 00:00 foi feita uma atualização com a troca de “validade” no trecho “Talvez a maior representante dessa categoria seja a filosofia, dito que ao longo de sua história sempre foi validade e defendida pela razão...” por “validada”.
Referencias
Disponível em: http://atalhocognitivo.blogspot.com.br/2011/08/marketing-e-ciencia-arte-ou-ciencia-de.html Nice de Paula / http://atalhocognitivo.blogspot.com.br . Data de acesso: 17 de fevereiro de 2014
Disponível em: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/jean-jacques-rousseau-2-o-homem-e-bom-por-natureza.htm Jose Renato Salatiel/ http://educacao.uol.com.br . Data de acesso: 17 de fevereiro de 2014
Disponível em: http://elisadetal.blogspot.com.br/2013/06/manga-com-leite.html Elisa / http://elisadetal.blogspot.com.br . Data de acesso: 17 de fevereiro de 2014
Disponível em: http://elisadetal.blogspot.com.br/2013/06/manga-com-leite.html Elisa / http://elisadetal.blogspot.com.br . Data de acesso: 17 de fevereiro de 2014
Disponível em: http://vicentecient.blogspot.com.br/2006/01/experimentao.html Vicente Risi Júnior / http://vicentecient.blogspot.com.br . Data de acesso: 17 de fevereiro de 2014
[1] Sobre a manga com leite: http://elisadetal.blogspot.com.br/2013/06/manga-com-leite.html
[2] Fonte sobre Rousseau: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/jean-jacques-rousseau-2-o-homem-e-bom-por-natureza.htm
[3] Fonte sobre Hobbes: http://www.brasilescola.com/filosofia/hobbes-estado-natureza.htm
[4] Sobre o marketing como ciência: http://atalhocognitivo.blogspot.com.br/2011/08/marketing-e-ciencia-arte-ou-ciencia-de.html
[5] Fonte sobre as ciências naturais: http://vicentecient.blogspot.com.br/2006/01/experimentao.html