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A oposição caça Dilma

10 de Maio de 2014, 13:17 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:


A oposição não disfarça mais seu verdadeiro objetivo. É político e não econômico e, muito menos, preocupado com truísmos morais. O que se quer, na verdade, é a cabeça de Dilma e não apurar supostas irregularidades na Petrobras.

Nessa toada, os adversários bateram prontamente às portas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para responsabilizar judicialmente a presidenta por propaganda eleitoral antecipada em razão de um discurso habitualmente feito pelos presidentes no Dia do Trabalho.

O pronunciamento, transmitido em cadeia de rádio e televisão, não poderia fugir do contexto do tema do 1º de Maio. A presidenta, entre outras, falou da política de valorização do salário mínimo já na mira dos candidatos oposicionistas e de outras questões de interesse dos trabalhadores.

Em busca da cabeça de Dilma, a oposição, PSDB e DEM, anunciou que também recorreria ao Ministério Público Federal para pedir investigação de Dilma por improbidade administrativa. Tentaram o golpe contra Lula. Não deu certo.

“O interesse todo nessa história sou eu”, disse a presidenta, após tudo isso, a um grupo de jornalistas mulheres que recebeu para jantar.

A referida história tem na criação da Comissão Parlamentar de Inquérito a fantasia política exata. Para alcançar a opinião pública é preciso fazer barulho, como disse, recentemente, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). A CPI faz barulho e ajuda a consolidar a hipocrisia. Historicamente tem sido assim.

A falecida UDN, ancestral da oposição de agora, tentou derrubar Getúlio Vargas com a formação de uma CPI para apurar a criação da Última Hora, o único jornal que defendia o presidente. Os udenistas fizeram força igual, no governo JK, para instalar uma CPI com a suposta finalidade de conferir o uso de vidros na construção dos edifícios de Brasília.

O Partido dos Trabalhadores, no seu nascedouro, também agiu assim. Leonel Brizola colou naquele PT o apelido de “UDN de macacão”. Em 1992, a CPI foi instalada para apurar supostas corrupções no governo de Fernando Collor de Mello. Isso determinou o impeachment do presidente. Fez-se muito barulho e não se apurou nada com consistência.

Agora, 22 anos depois do acontecido, baseados na precariedade das provas, os ministros do Supremo Tribunal Federal absolveram o ex-presidente. Essa situação traz à mente do colunista a reação do advogado criminalista Evaristo de Moraes Filho. Numa tarde nublada, diante do repórter que o importunava no escritório, ele fechou os volumes do processo que consultava, e, com branda contrariedade, interrompeu a entrevista.

“Muito bem. Você insiste. Saio dos meus cuidados e, na intimidade desta sala, confesso a você que nunca votaria nele para presidente. Nesta maçaroca de papéis não existem provas convincentes”, falou ele, um dos maiores criminalistas brasileiros, para um repórter que argumentava sem bons argumentos.

O advogado estava certo. A prova é o resultado da votação no STF. Naquela ocasião nunca o PT foi tão bem acolhido pela mídia conservadora. O partido, interessado nos objetivos imediatos, alimentou a cobra que hoje pode picá-lo. A guerra, ensinou Clausewitz, é a continuidade da política por outros meios. Guerra e política. Para os dois casos pode-se usar, sem medo de errar, o velho bordão: a primeira vítima é a verdade.

Fonte: http://altamiroborges.blogspot.com/2014/05/a-oposicao-caca-dilma.html

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