Embora a mídia insista em dizer o contrário, a taxa de desemprego no Brasil ainda é uma das menores do mundo
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
As manchetes dos noticiários brasileiros insistem em pintar um quadro apocalíptico para o Brasil em todas as áreas, não poderia ser diferente quando o assunto é desemprego. Não podemos negar que enfrentamos um momento de dificuldade econômica no país, mas essa dificuldade é um reflexo do que acontece no mundo, porque a realidade da economia brasileira está atrelada a realidade da economia mundial.
O desemprego, no Brasil, atingiu 8,3% no segundo trimestre de 2015, a maior taxa da série histórica, iniciada em 2012, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE. Em 2013 e 2014 essa taxa chegou a atingir 4,5%, é verdade, entretanto, nós ainda temos o menor índice de desemprego mundial porque, como eu já disse, a crise não é brasileira, ela é mundial, compare:
- Bósnia-Herzegóvina.......................................................................43.02
- Kosovo...........................................................................................35.30
- Namíbia..........................................................................................28.10
- Macedônia......................................................................................27.32
- Angola............................................................................................26.00
- Palestina.........................................................................................25.60
- África do Sul...................................................................................25.00
- Grécia.............................................................................................24.99
- Espanha..........................................................................................22.37
- Sudão..............................................................................................19.50
- Sérvia..............................................................................................19.20
- Armênia...........................................................................................19.10
- Albânia............................................................................................17.30
- Chipre..............................................................................................16.20
- Croácia............................................................................................15.90
- Tunísia.............................................................................................15.00
- República Dominicana.....................................................................14.90
- Jamaica............................................................................................14.20
- Montenegro......................................................................................13.48
- Jordânia............................................................................................12.90
- Egito..................................................................................................12.70
- Itália...................................................................................................12.70
- Eslovênia...........................................................................................12.00
- Portugal.............................................................................................11.90
- Eslováquia.........................................................................................11.50
- Zona do Euro.....................................................................................11.10
- França................................................................................................10.30
- Polônia...............................................................................................10.10
- União Europeia.................................................................................. 9.60
- Bélgica................................................................................................8.60
- Finlândia.............................................................................................8.40
- Brasil...................................................................................................8.30
- Cuba....................................................................................................2.70
É claro que devemos ficar sempre de olhos abertos quando o assunto é desemprego, no entanto, em maio de 2003, o índice de desemprego no país era 12,9%. Os números atuais ainda não podem ser considerados alarmante.
No Brasil da última década, o mais importante instrumento de inclusão social foi o acesso ao trabalho e, especialmente, o trabalho com carteira assinada. O emprego com carteira assinada concede direitos, de férias, de 13º salário, de seguro-desemprego etc. E oferece, além disso, a possibilidade da compra a crédito. Por exemplo, permite a compra de forma parcelada de uma máquina de lavar, que é essencial em uma casa, porque possibilita mais horas para o descanso, o lazer e para a família.
Sim, é preciso reduzir o déficit do ano passado que foi de 6,7% do PIB. Tal déficit não foi produzido por uma “gastança” pública dirigida a programas sociais. Foi produzido devido à baixa arrecadação, já que o crescimento econômico foi pífio, e devido aos gastos do governo feitos para beneficiar empresários e rentistas. Aos empresários, foi feita uma transferência, na forma de desonerações, de mais de R$ 100 bilhões (2,1% do PIB). Ao rentistas, foram pagos mais de R$ 300 bilhões (6,1% do PIB).
O que o governo federal deve focar daqui por diante, é na taxação das grandes fortunas, que pagam os mesmos percentuais de impostos que os assalariados.
com informações d Carta Capital