Em um momento de onda de ódio ao Partido dos Trabalhadores, o ex-presidente Lula, fundador do partido, articula com dirigentes petistas uma frente popular de centro-esquerda que possa diluir o desgaste da sigla e preservar parte de seu poder eleitoral conquistado até aqui – três décadas e meia.
O objetivo não seria necessariamente viabilizar uma candidatura de Lula em 2018. Caso a frente se viabilize, o PT poderia apoiar outro nome na disputa dentro do movimento. Ao menos é o que dizem dirigentes da legenda, segundo reportagem da jornalista Malu Delgado sobre a frente.
O plano é ter o apoio de movimentos sociais mais antigos, com ligações históricas com o partido, como MST, CUT e UNE. Quanto aos movimentos mais jovens, mais ligados ao PSOL ou mesmo o MTST, de Guilherme Boulos, há uma certa resistência ao atual governo da presidente Dilma Rousseff.
Pontapé inicial do projeto, a “Carta de Salvador”, divulgada em julho no 5º Congresso Nacional do PT, propõe uma “nova coalizão, orgânica e plural, capaz de organizar a mobilização social, o enfrentamento político-ideológico, a disputa de hegemonia e a construção de uma nova maioria nacional”.
“O programa de reformas estruturais pressupõe a construção de frente democrática e popular, de partidos e movimentos sociais, do mundo da cultura e do trabalho, baseada na identidade com as mudanças propostas para o período histórico em curso”, diz ainda o documento oficial do encontro, que dedicou dez de seus 80 itens para tratar do tema. O presidente da legenda, Rui Falcão, tem participado de reuniões com movimentos sociais para discutir a formação das frentes de esquerda. Outro nome que trabalha para a formação da frente é o assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia, também dirigente histórico do partido.
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