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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Licenciado sob CC (by)

Democratização da Comunicação, Reformas de Base e Direitos Humanos.


Future-se: Tecnocracia ultraliberal a serviço do capital

24 de Julho de 2019, 8:57, por #BlogueDoSouza

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Talvez um pouco inspirados na destrambelhada estratégia do superministro Paulo Guedes, quando apresentou a proposta inicial de Reforma da Previdência no início do ano. Naquele caso, a taxa de maldades por página era de tal ordem, que o texto votado em primeiro turno pela Câmara dos Deputados havia sido expressivamente desidratado.

O programa “Future-se” foi sendo plantado aos poucos para alguns responsáveis de confiança nos meios de comunicação, sempre na via privilegiada da informação em “off”. No entanto, ninguém tinha acesso efetivo à íntegra dos materiais. O clima de expectativa foi sendo acalentado, mas os documentos secretos seguiam desconhecidos dos reles mortais. Afinal, esse conjunto deveria de fazer referência a emendas à Constituição, a projetos de lei complementar, a minutas de alteração em leis ordinárias e até mesmo a portarias e decretos de responsabilidade do Ministro da área.

O calendário definido pelos dirigentes da pasta não poderia ter sido mais apropriado. Escolheram a semana em que estava sendo realizado o 57º Congresso da UNE para plantar a notícia. O resultado foi uma ampla maré de indignação que se formou desde então. Os estudantes incluíram a denúncia da intenção de Weintraub & associados na extensa pauta em defesa da educação pública. Com isso, foi reforçada a ampliação do número de entidades e associações na jornada nacional de luta em 13 de agosto. A nova direção da entidade, presidida por Iago Montalvão, já conclamou a sociedade brasileira a se somar a todos no verdadeiro tsunami pela educação. Como a votação do segundo turno da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados está marcada para o dia 6 de agosto, imagina-se que o mês considerado como de “cachorro louco” na sabedoria popular promete ser mesmo emocionante.

Os riscos de destruição.

O programa do Ministério da Educação se mantém em absoluta sintonia com as demais medidas de desmonte e destruição de políticas públicas que vem sendo praticadas desde o impedimento de Dilma Roussef. Os tecnocratas encarregados de sua elaboração e implementação são da mesma fornada dos que vem implodindo o Estado brasileiro a partir de seu interior. Em muitos casos são servidores públicos que estão à frente de órgãos estratégicos do governo federal desde antes do início do austericídio. Continuaram com o segundo mandato de Dilma, atravessaram Temer e estão agora com Bolsonaro. Não importa a cor do gato, o importante é que ele tenha capacidade de caçar o rato. Parece que pegaram a conhecida frase do líder comunista chinês, Deng Xiao Ping, como guia de orientação. O verdadeiro intuito seria o de acabar com as capacidades estatais em nosso País. E para isso vale qualquer coisa.

Assim fizeram com o terrorismo criado em torno da necessidade de austeridade fiscal extrema desde 2015. Assim foi feito com a Emenda 95, que congelou os gastos orçamentários por 20 anos. Assim tentaram fazer com o arremedo de reforma previdenciária de Temer, que felizmente não avançou. Assim fizeram com os comitês draconianos de corte de gastos espalhados por toda a Esplanada, cuja missão precípua era cortar despesas essenciais para liberar recursos para o superávit primário. Assim fizeram com a destruição das políticas de assistência social, saúde, previdência social e tantas outras, com a identificação do “verdadeiro responsável” pela crise fiscal: o pobre usuário do benefício criado pela política pública.

A apresentação oficial do programa foi um quadro de tragicomédia. ministro e secretário apresentando o produto de sua criatividade como se estivessem vendendo novas marcas de xampu para cabelo ou sabão para lavar roupas. Eficiência, empreendedorismo e lucro foram os termos mais ouvidos no evento. "O professor universitário poderá ser muito rico. Vai ser a melhor profissão do Brasil", chegou a afirmar o responsável pelo ensino superior em nosso País em um lampejo de indisfarçável entusiasmo e demagogia.

Tecnocracia ultraliberal a serviço do capital.

Esse é o mesmo comportamento dos que passam a tesoura horizontal nas verbas da saúde, apenas para cumprir metas burocráticas estabelecidas. F*#*-se se há pessoas doentes na outra ponta que deixarão de ser assistidas por essa medida. São os mesmos que passam a tesoura horizontal nas despesas previdenciárias, sem que haja nenhum critério objetivo. F*#*-se se isso implica que deficientes e idosos devam se apresentar em condições terríveis nas agências do INSS - vale tudo para pegar o privilegiado e o impostor. São os mesmos que morrem de ódio de direitos básicos como abono salarial, salário desemprego e auxílio doença, sugerindo sempre que os mesmos sejam extintos. F*#*-se se isso implica em tragédia pessoal e familiar para dezenas de milhões de trabalhadores que recebem salários de fome ou questão desempregados.

Pois agora uma parte dessa tecnocracia se colocou como missão destruir a estrutura universitária pública, que vem sendo construída há décadas com muito projeto, esforço e recursos federais. A estratégia malandra sempre aparece em momento de crise. Como as administrações das universidades e institutos federais estão com seus orçamentos à míngua, os problemas de gestão são mesmo enormes. E então, magicamente, is que surge a proposta redentora. Tchan, tchan, tchan! As universidades agora estarão “livres” para passar o pires junto ao grande capital privado. Bancos, grandes corporações e grupos multinacionais poderão oferecer seus recursos diretamente para o custeio das instituições de ensino superior. Uma loucura!

Mas atenção! Os mesmos tecnocratas que estão patrocinando a venda das empresas estatais federais nos garantem que no caso do “Future-se” não se trata de privatização. Ufa! - suspiramos todos aliviados com tamanho anúncio tranquilizador. A partir de agora, o grande capital privado passou a ser imbuído do dom da filantropia e vai servir de forma neutra e isenta aos interesses maiores da grande maioria da população brasileira. Eles passarão a se comportar exatamente como deve ser feito pelo Estado: vão destinar recursos a fundo perdido para educação, ciência, tecnologia e inovação sem nenhuma exigência de contrapartida desse gesto benemérito e generoso. A comunidade, emocionada, agradece e chora.

Vaias na SBPC.

O impacto da medida, porém, parece ter ultrapassado o limite do imaginado pelos responsáveis. A reação da comunidade científica tem sido bastante dura e contra as intenções dos dragões da maldade em sua dimensão universitária. Em atitude inédita, o ministro evitou participar da abertura da reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Com isso as vaias todas foram direcionadas ao seu representante no evento, o Secretário de Ensino Superior.

A grande maioria das entidades representativas da comunidade universitária e científica também já se manifestou contra a medida. Documentos e manifestos assinados por UNE, UBES, ANDES, FASUBRA e outras estão circulando por todo o território nacional. A reação parece estar um tom acima do imaginado pelos estrategistas da destruição.

Por essas e por outras, o governo acabou recuando um pouco do ímpeto inicial. O grande estardalhaço de mudança estrutural imediata acabou cedendo lugar à divulgação das intenções do desmonte para serem submetidas a uma consulta pública na página do Ministério na internet. Todos nós sabemos que se trata apenas de um recuo estratégico, pois esse governo nunca apresentou a menor preocupação em ouvir as partes interessadas em políticas públicas ou em construir consensos.

O material em consulta é bem menos ambicioso do que a alardeada intenção inicial. O que se encontra ali é um único projeto de lei ordinária, mas que promove alterações em 17 leis existentes e que tratam de matéria educacional. As antenas de preocupação emitem sinais de alerta em tonalidade vermelha. Muito perigo à frente! Risco de destruição iminente logo após a curva à direita!

Consulta pública em modo Bolsonaro.

O foco principal é a mudança sutil - mas muito perigosa - no estatuto jurídico das instituições federais de ensino. A administração das mesmas ficaria a cargo de uma organização social criada em cada uma delas com esse fim. Esse é o modelo vigente na área da saúde, inclusive com o uso da EBSERH (malfadada experiência, por meio de uma empresa criada na gestão Dilma Roussef para cuidar da administração de recursos humanos dos hospitais universitários em todo o país). Com isso, as universidades ficarão livres das amarras das regras de licitação ou de contratação de pessoal. Professores serão chamados em concursos e seus salários não obedecerão às regras do serviço público. As pesquisas serão financiadas pelo capital privado.

Ocorre que ensino universitário e pesquisa não podem ser tratados como mercadorias a exemplo de banana, tomate ou abacaxi. Trata-se de um sistema que envolve necessariamente a presença do Estado, uma vez que os recursos investidos não apresentam o retorno esperado pelo investidor privado. A carreira de professor não é para tornar seus integrantes “muito ricos”, como pretende o nada ingênuo responsável pelo programa. Por isso o programa já vem ganhando apelidos criativos, como “fature-se” ou literalmente “f*#*-se”. Seja por demonstrar o lado privatizante do modelo proposto (só medido em $$$) ou o lado de despreocupação total do governo do capitão para com o ensino superior.

O único caminho para evitar mais essa tentativa de desastre é a ampliação da denúncia e a incorporação de amplos setores da sociedade em torno dos estudantes e da comunidade científica na defesa da educação pública e de qualidade. E isso significa um gigantesco NÃO ao “Future-se”.

*Paulo Kliass é doutor em economia e membro da carreira de Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental do governo federal.

Com informações do Portal Vermelho

#BlogueDoSouza - Democratização da Comunicação, Reformas de Base e Direitos Humanos.



Fernando Haddad estreia programa e entrevista Guilherme Boulos

23 de Julho de 2019, 8:21, por #BlogueDoSouza

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Guilherme Boulos, em entrevista a Fernando Haddad: “Em qualquer lugar do mundo, Moro teria caído, e o ex-presidente Lula já teria sido libertado”

São Paulo – A impunidade quanto ao conluio entre o ex-juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol representa a escalada do arbítrio no país, afirmou na noite desta segunda-feira (22) o coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, ex-candidato à presidência pelo Psol . “Em qualquer parte do mundo, o ex-juiz e agora ministro da Justiça e Segurança Pública teria caído, enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso, já teria sido libertado”, disse. “O grau de anomia no país é impressionante, é sinal da crise democrática”, completou.

Boulos foi entrevistado pelo ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato à presidência pelo PT, Fernando Haddad, que estreou programa de entrevistas pelas redes sociais, veiculada pela produtora AllTV.

Durante a entrevista, o líder do MTST foi crítico com setores da esquerda. “Uma coisa que me incomoda um pouco é uma tendência enorme de parte da esquerda de falar da realidade do povo, mas muitas vezes não estar lá e viver e conferir essa realidade.” Mas enfatizou que a “índole” do governo Bolsonaro estimula um processo de criminalização dos movimentos sociais, citando o caso das prisões, há quase um mês, de integrantes do Movimento dos Sem Teto do Centro, de São Paulo, sem nada que a justifique, e baseadas em um processo que nada tem a ver com a atuação desse movimento.

“A Preta Ferreira e a Cármem Silva são pessoas sérias dentro do movimento e que são acusadas de praticar extorsão. O inquérito foi aberto pela Polícia Civil de São Paulo a partir daquela tragédia (anunciada), do Largo do Paissandu. Houve denúncias depois do desabamento do prédio que havia um processo de extorsão das famílias. E nós sabemos muito bem que oportunista tem em todo canto. Em não conheço nenhum lugar que não tenha”, observa Boulos.

“De todo modo, a gente não pode aceitar o flagelo do movimento de moradia, porque tem muito mais oportunista por metro quadrado no Congresso Nacional do que em qualquer movimento social do Brasil. Tem muito mais oportunistas no Judiciário, como o Intercept está mostrando, do que no movimento social de moradia. Mas não é por isso que vamos ser contra a instituição. Tem que saber separar o joio do trigo”, define, explicando que o processo que persegue lideranças como Preta Ferreira é uma carona em uma caso muito específico, o do prédio do Paissandu, para criar uma imagem de que todas as lideranças de movimento de moradia são oportunistas.

“O processo de criminalização desvirtua um problema real que precisa ser combatido, acaba não separando o joio do trigo e pegando pessoas respeitadas que não deveriam estar presas.”

Ao ser perguntado por Haddad sobre o que explica esse processo de escalada do arbítrio no país, Boulos diz que um dia antes do primeiro turno das eleições de 2018, no Campo Limpo, zona sul de São Paulo, onde ele mora, foi abordado por um jovem que elogiou sua atuação na campanha, mas disse que votaria em Bolsonaro. “Você é legal, você foi ao ponto, e se eu não fosse votar no Bolsonaro, eu votava em você”, disse Boulos, citando a frase que ouviu do jovem.

Segundo Boulos, há vários fatores por trás desse fato, que podem ajudar a compreender a conjuntura pela qual o país passa. Ele cita como primeiro fator a crise econômica desde 2008, “quando o Castelo caiu”, como disse. “O recado dessa crise é que agora não tem lugar para todos no capitalismo”.

Ele lembra também a crise política manifestada em junho de 2013, e a crise na Espanha, na Itália, enfim, a crise nas democracias liberais por conta da apropriação do Estado pelas corporações.

Boulos disse ainda que a Operação Lava Jato, no caso do Brasil, potencializou o sentimento de antipolítica para que aparecesse uma figura como Bolsonaro.

Além disso, lembrou da crise da violência no país, concorrendo também entre todos os fatores para criar um caldo de cultura favorável a um cidadão como o presidente que hoje dirige o país.

Acompanhe íntegra da entrevista de Boulos a Haddad 




Com informações da RBA
#BlogueDoSouza - Democratização da Comunicação, Reformas de Base e Direitos Humanos.



Flávio Dino explica o sucesso da educação pública maranhense: “Investimento público”

22 de Julho de 2019, 9:10, por #BlogueDoSouza

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Na contramão do governo Bolsonaro (PSL), que defende a redução dos investimentos públicos em educação, o Maranhão tem quebrado recordes em salários de professores, inaugurações de novos prédios e desempenho dos estudantes.
Governador desde 2015, Flávio Dino (PCdoB) recebeu a reportagem do Brasil de Fato no Palácio dos Leões, sede do Poder Executivo estadual e prédio histórico da capital São Luís (MA), para debater saídas para a crise que o país atravessa.
Em quatro anos, o Maranhão saltou de zero para 51 escolas de ensino integral funcionando regularmente na rede pública. Os professores com licenciatura e jornada de 40 horas recebem o maior salário de uma rede estadual do país – R$ 5.750,84 – e as notas na avaliação do ensino médio subiram 21%.
Além de falar sobre educação, Dino analisou temas relevantes da conjuntura, como a reforma da Previdência proposta pelo governo federal e os vazamentos da operação Lava Jato.
Confira a entrevista na íntegra:
Brasil de Fato: Enquanto o país enfrenta um corte de gastos na Educação, promovido pelo governo federal, o Maranhão é reconhecido por ter políticas progressistas nessa área. Qual o quadro da Educação hoje no estado, em comparação com esse cenário de retrocessos no governo federal?
Flávio Dino: De fato, é um contraste muito nítido entre o caminho que nós acreditamos e aquele que infelizmente tem sido praticado nesses anos mais recentes no Brasil. Nós consideramos que o principal problema da nossa nação é a profunda desigualdade social e temos a clareza de que só é possível superá-la mediante investimentos consistentes, sérios e continuados na temática da educação, da ciência e da tecnologia. É a política que consegue cuidar do hoje e prospectar o amanhã mais justo.
Baseados nisso, nós temos travado várias batalhas simultaneamente. É claro que nós partimos de indicadores educacionais historicamente baixos no nosso estado. Nós tivemos um êxito significativo no que se refere ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) – índice que mensura a qualidade das escolas públicas estaduais –, com um crescimento quase de 30% em um período relativamente curto nesse primeiro mandato.
Nós vamos continuar essa trajetória de crescimento e temos trabalhado para isso mediante políticas de correção de deficiências infraestruturais nas escolas – reformas, reconstruções, construções de prédios. A essa altura, já passamos de 850 inaugurações na área educacional, de escolas que foram construídas ou transformadas mediante investimentos públicos, alavancados por um fundo, que é o fundo Escola Digna.
Ao mesmo tempo, apostamos na valorização dos docentes. Nós estamos completando um período bastante longo e inédito em que não há greve de professores, exatamente porque nós temos permanentemente dialogado, negociado e consolidado conquistas, hoje expressas no reconhecimento geral de que nós praticamos o salário mais alto para os professores, de 40 horas e de 20 horas no país – mais de duas vezes e meia o valor do piso nacional. Isso é porque acreditamos que os docentes são fundamentais para que possamos qualificar e aprimorar a educação como nós desejamos.
A bandeira do projeto Escola Sem Partido é profundamente ideológica
Temos um conjunto de programas de bolsas de pós-graduação, dobramos o número de bolsas, ampliamos o número de vagas nas universidades estaduais em mais de 40%, temos apoio aos municípios com o programa Pacto Estadual pela Aprendizagem. É um cardápio bastante amplo que, somado, espelha essa prioridade verdadeira, não apenas retórica, que nós conferimos à temática da educação. É a forma prática que nós temos de contrastar com essa visão puramente fiscalista, às vezes hostil à educação, que em alguns setores da política brasileira está instaurada.
Essa hostilidade se traduz em questões como subfinanciamento na área educacional, mas também em bandeiras ideológicas absolutamente equivocadas, como essa suposta Escola Sem Partido. É como se fosse uma bandeira supostamente neutra, quando na verdade é profundamente ideológica porque tenta aniquilar a reflexão, o pensamento crítico, a filosofia, uma atitude de construção de modelos de sociedade diferente que não tem necessariamente vinculação à um projeto partidário, mas que é um modo pelo qual os educadores procuram colaborar para que as novas gerações possam ter uma percepção, compreensão e formação adequada aos desafios tecnológicos, ambientais e sociais que o Brasil atravessa.
Aqueles que propõem a chamada Escola Sem Partido visam, na verdade, que nós tenhamos uma escola ineficiente, uma escola ineficaz, uma escola que não prepara os estudantes para a vida.
Como você e seu governo lidam com o projeto Escola Sem Partido?
Pela minha experiência como professor na Universidade Federal do Maranhão desde 1994, há 25 anos, eu digo que o professor não pode impor o seu ponto de vista ou censurar os estudantes. Mas, evidentemente, como um ser humano, ele tem suas convicções e é impossível não externá-las.
Se eu vou falar, por exemplo, do federalismo do Brasil ou dos direitos sociais ou individuais, é claro que eu não posso fazê-lo sem levar em conta um conjunto de patrimônios de reflexão que compõem a minha própria formação.
Eu participo do debate nessa perspectiva e, ao mesmo tempo, como governador do estado, editei um decreto de garantia e segurança jurídica aos professores. É um decreto que explicita aquilo que está na Constituição, que é exatamente a liberdade do ato de ensinar, de aprender. Enfim, a liberdade de cátedra, que é a garantia que os professores da rede estadual do Maranhão têm de que eles, de forma alguma, serão em momento algum, enquanto eu estiver no governo, punidos em razão de praticarem o ato finalístico próprio da função de professor, que é ministrar os conteúdos. É um decreto que visava garantir, e garante, que não haverá censura nas escolas do Maranhão.
Outro tema relevante na conjuntura é a reforma da Previdência. O senhor vem se posicionando em relação ao tema tanto nas redes sociais, quanto em entrevistas, publicamente, então gostaria que explicasse quais os pontos centrais na sua interpretação sobre essa proposta.
Acho que deveria ter sido colocada em primeiro lugar uma reforma tributária que fosse mais justa e que tratasse da questão do financiamento do Estado e da crise fiscal de modo mais global. Porque a reforma da Previdência se volta sobre as rendas do trabalho, e não as rendas do capital.
A reforma tributária permitiria uma visão de conjunto e uma solução mais sistêmica e mais organizada da crise fiscal do Estado brasileiro em todos os níveis. Temáticas como a progressividade do sistema tributário – ou seja, quem pode mais paga mais –, impostos sobre lucros e dividendos – as rendas do capital, que são absurdamente isentas no Brasil – deveriam ser tratadas neste momento, em vez de discutirmos a imposição de sacrifícios àqueles que menos têm.
A reforma da Previdência infelizmente, desde o seu nascedouro, tem essa marca da injustiça e do aprofundamento das desigualdades. Nós procuramos desde o primeiro momento mostrar isso, logo que a proposta foi apresentada. No dia em que foi apresentada, eu já me posicionei no sentido de que havia um conjunto de disposições antissociais, concentradoras de renda e voltadas à privação de renda daqueles que já têm tão pouco. Eu me refiro, por exemplo, aos trabalhadores rurais, ao benefício de prevenção continuada, a chamada capitalização, que iria empurrar o conjunto dos trabalhadores brasileiros para os bancos, para o capital financeiro.
Apresentamos uma oposição a esses conteúdos em um documento mais amplo, que foi a carta dos governadores do Nordeste, que foi aprovada exatamente nesta sala. Foi o documento em que os nove governadores do Nordeste se posicionaram contra esses retrocessos. É importante sublinhar isso, que as nossas teses, expostas nessa carta e aprovadas aqui no Maranhão foram vencedoras [na Câmara].
Não obstante reconhecermos isso, nós consideramos que, no Senado, é necessário refazer o debate, porque alguns temas particularmente me causam um especial incômodo. Especialmente, a forma como a aposentadoria é calculada. Porque houve um duplo sacrifício aos trabalhadores – não é questão apenas da idade mínima. A idade mínima é um debate, pela questão demográfica, no mundo inteiro, mas não foi apenas a questão da idade mínima que eles alteraram: houve uma dupla perda na forma como as aposentadoria serão calculadas.
Debate da reforma da Previdência não pode ser feito sem um senso básico de justiça social
Em primeiro lugar, em vez de calcular sob a média de 80% das maiores contribuições, passou a ser sob a média de todas as contribuições. Antes, o trabalhador tinha descartado do cálculo da sua aposentadoria as menores contribuições por uma questão de justiça, porque ao longo da vida se presumia que 80% seria algo mais justo do que a média de todas. Além disso, foi aprovado um redutor de 60% sob essa média, que já é baixa. O percentual é de 60% para quem tiver contribuição mínima, e só chega a 100% da média quem trabalhar por 40 anos. Então, de fato isso vai empurrar o valor das aposentadorias para baixo.
Vinculada a essa questão, temos regras absurdas sobre as pensões por morte. Acho um escândalo o que foi aprovado, porque o redutor aí é de 50%. Ou seja, se um trabalhador na ativa infelizmente falecer por uma circunstância própria da vida, imaginemos, a sua viúva terá uma pensão equivalente a 50% do que ele teria se ele tivesse aposentado. É 50% sob 60% da média, que já é baixa. É um valor muito baixo, podendo ser inferior ao salário mínimo. Isso, na minha avaliação, é inconstitucional, porque nenhuma renda do trabalho nos termos do artigo sétimo da Constituição pode ser menor do que um salário mínimo.
Espero que seja possível, na continuidade do voto parlamentar, que essas e outras questões sejam apresentadas para que nós tenhamos uma ponderação entre uma visão hegemônica, infelizmente, de que é preciso e urgente fazer a reforma da Previdência, mas ao mesmo tempo que isso não seja feito sem um senso básico de justiça social.
É bíblica essa temática das pensões por morte, está no livro de Isaías. Portanto, há alguns milênios há uma regra civilizacional segundo a qual as viúvas e viúvos merecem uma proteção da sociedade. A forma contemporânea pela qual essa proteção se manifesta não é propriamente a benemerência, a caridade, mas sim, a seguridade social.
O senhor tem formação em Direito, foi juiz, professor. Hoje, a forma como a Justiça opera está se desvelando para a sociedade, ainda mais depois dos vazamentos em relação à operação Lava Jato, aos procuradores – e em especial no caso do ex-presidente Lula (PT). Como o senhor vê esse cenário e como avalia o comportamento de setores do Ministério Público e do Poder judiciário? Que consequências deveriam ter os vazamentos da Lava Jato?
É uma conquista civilizacional, democrática, liberal, portanto mais do que secular, que um processo judicial seja conduzido por um juiz imparcial. Essa é uma construção que está nos principais livros de filosofia política, e que vem de Aristóteles, na filosofia grega. Então, é claro que se um processo judicial é conduzido por alguém que não tem imparcialidade, significa na prática que nós tivemos a anormalidade de um “processo judicial sem juiz”. Foi isso que aconteceu em relação ao ex-presidente Lula.
Não havia juiz ali. Havia só a acusação, porque o juiz jogava junto com o acusador.
Eu fui juiz federal por 12 anos, e qualquer pessoa sabe que tem que procurar ouvir ambas as partes e ponderar sobre aquilo que é dito pelas duas partes. Isso é uma garantia constitucional, está no artigo 5º, inciso 55 da Constituição da República.
A prova publicada por um jornalista é protegida constitucionalmente pelo chamado sigilo de fonte
O que nós tivemos ali: o juiz era quem aconselhava a acusação, orientava a acusação, coordenava a acusação, dirigia a acusação, ao mesmo tempo em que menosprezava a defesa. Em um dos diálogos, chega a chamá-la de "showzinho". Então ele não estava, com sinceridade, levando em conta o que ambas as partes estavam dizendo no curso do processo.
A consequência que deve daí ser extraída está no Código de Processo Penal há algumas décadas, que diz que, se um juiz aconselha uma das partes, ele deve ser considerado suspeito. Mais adiante, em outro artigo, está dito que Se uma sentença é proferida por um juiz em suspeição por sua parcialidade, essa sentença é nula.
Alguns argumentam que outras instâncias confirmaram [a condenação]. Não importa, porque a atividade de produção de provas no sistema jurídico brasileiro é feita apenas na primeira instância. Então, é como se fosse um vício que aderisse ao processo, e não importa onde o processo vai, ele vai com aquela nulidade insanável, insuperável, porque as provas foram produzidas de modo contaminado, porque foram produzidas e avaliadas originariamente por um juiz parcial.
Além disso, se argumenta que os vazamentos seriam ilegais. Em primeiro lugar, é preciso sempre lembrar: a prova publicada por um jornalista é protegida constitucionalmente pelo chamado sigilo de fonte.
Não basta eu dizer que uma prova é ilícita. Quem se sente prejudicado por uma publicação de uma reportagem deve provar que aquela prova é ilícita. Não basta alegar que é um hacker. Esse hacker não pode ser ficcional, não pode ser um fantasma.
Por que é necessária esta prova? Porque, em verdade, a obtenção desses conteúdos pode derivar de vários fatores. Havia várias pessoas ali, que tinham acesso. Outro detalhe: eram telefones e computadores funcionais, públicos. Nós temos jurisprudência no Brasil que até computadores de empregados em empresas são considerados como integrantes do patrimônio da empresa. E, portanto, os e-mails dos empregados transmitidos por um computador da empresa podem ser acessados pela empresa para produção de provas, inclusive. Há um precedente do TRF [Tribunal Regional Federal] da 4ª região que diz isso.
É o maior escândalo judicial da história deste país
Por ser um telefone e computador funcionais, portanto, públicos, isso pode ter passado pela mão de dezenas de pessoas. Então, são especulações. Não basta dizer que a prova é ilícita; isso teria que ser, de fato, comprovado. E, finalmente, mesmo que os vazamentos fossem considerados provas ilícitas, vamos imaginar que isso fosse verdade.
Ainda assim, juridicamente e legalmente falando, elas não podem ser jogadas no lixo, uma vez que há um entendimento de que as provas, mesmo que ilícitas, podem ser usadas quando se trata de defender e proteger a liberdade de alguém, que é o caso concreto. Ou seja, nessa última hipótese, demonstrado que houve um hacker e a ilicitude da prova, ainda assim o conteúdo dos diálogos pode e deve ser levado em conta quando da precessão de direitos de liberdade de pessoas que estivessem ou que estejam, como é o caso, injustamente presas.
Então, eu não tenho nenhuma dúvida quanto à relevância desse fato. E não adianta tentar impor pontos de vista. Há uma comunidade jurídica nacional e internacional assistindo escandalizada a isso que aconteceu. Sem dúvida, se nós pegarmos as últimas décadas, é o maior escândalo judicial da história deste país. É preciso dizer isso com todas as letras. Eu acho um desrespeito aos juízes e membros do Ministério Público deste país dizer que aquele tipo de coisa é normal, porque não é. Cotidianamente aquilo não acontece, porque é ilegal. Então essa defesa que eu tenho feito leva em conta, claro, esse conjunto de convicções jurídicas e o compromisso que todo cidadão deve ter, independentemente da sua preferência partidária. Não se trata aqui de gostar ou não do presidente Lula: se trata de respeitar ou não a Constituição.
Eu me insiro e me inscrevo nas fileiras daqueles que acreditam que a Constituição e as leis devem ser cumpridas por todos. De fato, a situação reclama uma atitude firme dos órgãos de controle quanto a esses abusos e, ao mesmo tempo, uma atitude cidadã mais ampla — independentemente de convicções ideológicas — de proteção das garantias que não são do ex-presidente Lula ou de qualquer outra pessoa, mas da sociedade. Foi isso que foi ferido nesse processo, infelizmente, viciado.
É preciso respeitar as pessoas, a história de vida e trajetória delas, e é possível, sim, dizer tudo isso que eu estou dizendo, com convicção, e, ao mesmo tempo, continuar a ser como eu sou: um militante de defesa da probidade e da moralidade administrativa.
Nós, que viemos de outras regiões do país, olhamos os governos estaduais do Nordeste como uma espécie de cordão de oposição ao governo federal. Quais são essas articulações que vocês vêm promovendo aqui no Nordeste? O Fórum de Governadores do Nordeste pode criar alguma esfera de proteção mínima ou de, pelo menos, crítica em relação a algumas políticas em nível nacional? 
Na verdade, são múltiplas faces que se organizam e articulam visando exatamente à proteção de conquistas que o Brasil viveu essencialmente desde a Constituição de 1988. Há vários governadores, não só do Nordeste, que têm também se alinhado com essa concepção de defesa da institucionalidade democrática.
É muito importante que haja articulações que transcendam os limites da esquerda política. A própria experiência do Fórum de Governadores do Nordeste é positiva nesse sentido. São vários partidos políticos a governadores, de quatro ou cinco partidos diferentes, mas que atuam em sentido convergente com esse ponto de interseção que é a proteção daqueles que menos têm e a proteção da democracia.
Nós temos, portanto, uma face de interlocução nacional, de política mais ampla e, ao mesmo tempo, a atividade de governança, do exercício concreto da função de governar nossos estados. Intercambiamos também visões, experiências e práticas. O Consórcio se presta a isso, os vários consórcios que hoje existem.
No caso do Consórcio Nordeste, nós procuramos também fazer exatamente esse reforço mútuo em que nós nos apoiamos reciprocamente, inclusive do ponto de vista administrativo.
Teremos agora, nesses dias, mais algumas reuniões nessa direção, porque o federalismo cooperativo e a cooperação horizontal entre os estados são um caminho também de ajudar a otimizar recursos públicos, de gastar menos e melhor, de nós vermos coisas que deram certo aqui e podem dar certo em outro estado, e vice-versa. Então, procuramos sempre intervir conjuntamente, seja na dimensão política, seja na dimensão administrativa.
Em algumas entrevistas, o senhor demonstra predisposição a projetar seu nome, se houver convergência, como futuro candidato a presidente. Que perspectivas o senhor enxerga para o futuro do país? Como o senhor se vê dentro da perspectiva da unidade da esquerda ou das forças progressistas? 
Esperança e desespero são conceitos-chaves de compreensão da realidade neste momento. É preciso, portanto, alimentar a plantinha da esperança, todos os dias, para evitar exatamente a sua antítese, que é a perda de perspectiva de que mudar a conjuntura é possível.
Eu sou militante da esperança e da mudança. É uma conjuntura hostil, árida e desafiadora em todos os aspectos, não só no sentido estrito da arena institucional, do Estado, do governo A ou B.
Nós temos também desafios sociais, de convencimento, de debates sociais. Porque, em muitos momentos, nós vimos emergir valores de extrema direita e fascistas que, às vezes, até nos surpreendem, porque são marcados pela agressividade. Agora, até eventos literários e culturais são objeto desse tipo de agressividade, de tentar impedir as manifestações legítimas de pensamento e opinião.
Principal desafio é manter a esperança e o coração sintonizado com os explorados, oprimidos e desvalidos
Realmente é uma conjuntura muito grave, não há dúvida. Mas, com tudo isso, eu acho que nós temos um patrimônio que nos autoriza a alimentar a esperança, que é esse patrimônio de conquistas, de vitórias, de articulações mais amplas de organizações da sociedade civil. E, no plano da política também, nós tivemos agora mesmo na reforma da Previdência uma prova de que, apesar de uma correlação de forças terrivelmente desfavorável, é possível ter vitórias, evitar retrocessos, obter conquistas. Então, mesmo no pior momento, você consegue exercer uma resistência que não seja apenas simbólica, uma resistência eficaz e efetiva que produz resultados.
Então, por tudo isso, eu procuro sempre alimentar essa ideia da esperança em um Brasil soberano, justo e que não naturaliza as desigualdades sociais e regionais. Mas, pelo contrário, que se indigna com as desigualdades sociais e regionais e mantém, portanto, a emotividade e o coração sintonizado com as pessoas mais pobres, com aqueles mais desvalidos, e autenticamente sente a dor do outro como sua também –  o que é, ao meu ver, um paradigma fundamental para se ter uma atitude transformadora.
Quando eu viajo pelo Brasil, eu vejo essas realidades sociais tão duras que existem em meu estado e em todos os estados brasileiros. Há pouco tempo, por exemplo, em São Paulo, caminhando pela Avenida Paulista e vendo legiões de desempregados e o que isso produz: aumento da população de rua, famílias inteiras sendo destruídas pela terrível mácula econômica do desemprego.
Eu acho que esse é o principal desafio: manter a esperança e o coração sintonizado com os explorados, oprimidos e desvalidos. Porque esses são a razão de ser da nossa atuação política, a nossa defesa sincera, contundente, apaixonada de que eles possam ter acesso a direitos. Com tudo isso, mantendo esses paradigmas, eu acho que nós estamos vivendo um hiato histórico, ou seja, um intervalo de tempo que vai passar. Como eu disse, com efeitos, infelizmente, deletérios e perenes, mas é um período. Eu vejo assim. É como uma tempestade.
Vocação do nosso povo é sonhar e sorrir, com esperança e alegria
Por isso, nós temos que atualizar o nosso programa e olhar para frente. É claro que é impossível construir uma plataforma progressista e democrática para o Brasil sem se apoiar em tradições importantes tão enraizadas na sociedade: o trabalhismo com inspiração varguista – mas também o trabalhismo de João Goulart, de Leonel Brizola – e, de outro lado, o lulismo.
Eu acho que são as duas correntes populares que demandam sempre um olhar respeitoso de quem atua politicamente. São plataformas inafastáveis para que a gente possa atualizar o nosso programa sobre essas experiências históricas, nos apoiando nelas, corrigindo erros, mas prospectando, sobretudo, um discurso que tenha aptidão de mobilizar a sociedade falando para frente: o Brasil que a gente quer.
Não é esse Brasil que esmaga e maltrata os que menos têm. É o Brasil que se compadece com a dor deles e é o Brasil que, portanto, mobiliza recursos públicos, o orçamento público e energia social para que essas pessoas possam ter sua cidadania e seus direitos respeitados.
Atualização programática, diálogo e união. Esse hiato ou essa tempestade só passa se nós conseguirmos melhorar o ambiente, como temos melhorado, creio eu, entre os vários partidos do campo popular e, sobretudo, aquelas pessoas que não têm partido político, mas que, em algum momento, caminharam conosco e não deixaram de caminhar. Nós temos que ter uma atitude respeitosa em relação a todas as pessoas que pensam diferente e, aí sim, é como eu me situo hoje e vou continuar a me situar. Procurando ajudar nesse processo de união, aglutinação e convergência, naquilo que me cabe, em meu estado, no Maranhão, no Nordeste, e como militante da causa social, popular e democrática, que é o que eu fui e sou a vida inteira.
Portanto, não me imagino necessariamente com figurino de candidato, com o papel de candidato. Eu posso ser candidato, posso não ser e isso não vai mudar nada em minha vida pessoal ou atuação. Eu vou continuar atuando como sempre atuei e me coloco como uma pessoa que está à disposição para ajudar mediante o diálogo com outros tantos para que a gente possa virar a página terrível desses últimos anos e conseguir, de fato, fazer o Brasil sonhar e sorrir de novo com esperança e alegria, porque é essa a vocação do nosso povo.
* Colaboraram Bruna Caetano e Emilly Dulce.
Edição: Daniel Giovanaz

Com informações do Brasil de Fato
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Calma, Haddad vem aí

21 de Julho de 2019, 10:16, por #BlogueDoSouza

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"A boa notícia que o PT pode dar ao povo brasileiro a partir de novembro, quando termina a sua fase de congressos, é o chamamento ao Professor Haddad para assumir o comando do partido e a partir dele, chamar o país a união em torno de objetivos democráticos, de justiça e felicidade para o povo, que se traduzem em luta para que todos tenham Casa, comida e trabalho", diz Washington Quaquá, presidente do PT do Rio de Janeiro

Há um sentimento de perplexidade, quando não de pavor, da parte sadia da sociedade brasileira. Digo sadia mesmo, porque uma parte não pequena de nossa sociedade está doente.

Doente está um amplo setor da classe média que desenterrou os esqueletos do dinossauro do medo do comunismo. Doente o povo sofrido que tinha ascendido a padrões mínimos de consumo e dignidade e hoje vaga pelas ruas das cidades sem casa, comida e trabalho. Sem esperança. Sua esperança foi encarcerada em Curitiba e impedida de disputar a última eleição presidencial: Lula.

Aquele vento que move pra traz a história nos períodos de sombras, que antecedem o autoritarismo e o totalitarismo, como descrevia Walter Benjamim nas suas teses sobre a filosofia da história, tenta fazer e faz o Brasil retroceder para antes do pacto democrático da constituinte de 88. Faz com que nos reencontremos com nossa tradição de ditaduras, em especial com a militar de 1964.

Mas este vento também tenta fazer a esquerda regredir a uma posição de mera reação. A mero coadjuvante a exercer no máximo o direito do “jus esperniandi”. E o pior que a esquerda passa a se conformar com essa posição subalterna no tabuleiro nacional.

Com a vitória de Lula em 2002 o PT e a esquerda mudaram de patamar. Superaram a fase da reação e da negação e passaram à fase da construção e realização. Somos a esquerda que governa e que muda a vida das pessoas. A vida de milhões de pessoas.

De nós não é esperado mais apenas fortes reações às injustiças, mas também alternativas no campo da justiça social e da economia, subordinada aos objetivos de dar uma vida melhor ao povo.

Então a boa notícia que o PT pode dar ao povo brasileiro a partir de novembro, quando termina a sua fase de congressos, é o chamamento ao Professor Haddad para assumir o comando do partido e a partir dele, chamar o país a união em torno de objetivos democráticos, de justiça e felicidade para o povo, que se traduzem em luta para que todos tenham Casa, comida e trabalho!

Lula só será solto do cárcere político e injusto. A democracia e os direitos e garantias individuais só serão respeitadas e retornados. O emprego e a comida só voltarão a alegrar às famílias. A esperança só chegará aos lares braseiros; quando uma força política e social for capaz de mobilizar sim o povo. Ganhar as ruas. Organizar as periferias, fábricas e escolas. Mas sobretudo quando essa força organizada e potente se somar à setores mais amplos da nação.

Do congresso; das lideranças políticas de todos os estados e de varias colorações partidárias; dos setores econômicos do empresariado que queiram uma alternativa nacional e produtiva; dos militares que não são nem entreguistas e nem autoritários; dos setores não corrompidos pela politização e pelo autoritarismo no judiciário e no MP; ou seja, de quem esteja disposto a uma retomada democrática, com o Supremo e com tudo!

Ao desespero e a desesperança que esse desgoverno nos enseja devemos responder com sabedoria. Com organização popular e mobilização sim. Mas sobretudo com política e democracia. Calma! Haddad vem aí! Washington Quaquá é cientista social e presidente do PT do RJ. Foi eleito deputado federal com 74.175 votos mas impedido de tomar posse por uma decisão absurdamente ilegal e injusta do TSE.   - 247

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Ex-ministros de dez governos se unem contra retrocessos da gestão Bolsonaro

20 de Julho de 2019, 11:39, por #BlogueDoSouza

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Quatro dezenas de ex-ministros e ex-ministras de sete presidentes diferentes deixaram de lado as diferenças ideológicas e se uniram em defesa da Constituição, além de denunciarem as ameaças à democracia e ao desenvolvimento nacional por parte do governo Jair Bolsonaro

Pedro Biondi, Brasil de Fato - Cinco cartas e coletivas de imprensa, quatro dezenas de ex-ministros e ex-ministras, três décadas e meia de história. Os seis meses de governo Bolsonaro provocaram uma reunião inédita de figuras centrais da política, da administração pública e das políticas públicas brasileiras. O denominador comum parece ser a defesa da Constituição Federal e da contínua construção do arcabouço jurídico-institucional para a efetiva implementação de muitos dos direitos ali previstos.

Titulares de pastas de sete presidentes deixaram de lado diferenças ideológicas e de gestão – que, em alguns casos, constituem divergências históricas – para denunciar ameaças à democracia e ao desenvolvimento nacional. Participam desses chamados à razão representantes dos governos José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer. Nada menos que dez gestões, levando em conta as reeleições e considerando os governos dos vices como gestões próprias.

O conjunto de signatários reúne, por exemplo, um político que votou pelo impeachment de Dilma, Cristovam Buarque (como senador pelo PDT-DF), um jurista que participou centralmente da articulação do processo, Miguel Reale Jr., e um dos principais responsáveis pela defesa da ex-presidenta, José Eduardo Cardozo. Ou candidatos que se enfrentaram na disputa do ano passado, a exemplo de Fernando Haddad e Marina Silva.

Contra o “desembarque”

Com forte repercussão internacional, a primeira dessas reuniões a vir a público denunciou, em maio, o desmonte da governança socioambiental no Brasil, “em afronta à Constituição”. A escalada recente é descrita como “uma série de ações, sem precedentes, que esvaziam a sua capacidade de formulação e implementação de políticas públicas do Ministério do Meio Ambiente”.

O manifesto lembra dos compromissos internacionais em torno do esforço de conter o aquecimento global. Destaca a pressão sobre as populações indígenas, quilombolas e outros povos tradicionais e a estimativa de 1 milhão de espécies sob risco de extinção no planeta. Constata que, com discurso contra os órgãos de controle ambiental, os comandantes do país estão dando a “senha” para mais desmatamento e mais conflitos violentos.

“Reafirmamos que o Brasil não pode desembarcar do mundo em pleno século 21. Mais do que isso, é preciso evitar que o país desembarque de si próprio”, alertam Marina, Rubens Ricupero, Gustavo Krause, José Sarney Filho, José Carlos Carvalho, Carlos Minc, Izabella Teixeira e Edson Duarte.

O grupo se reúne e debate questões da área desde a polêmica do Código Florestal, e que se manifestou em outubro em artigo contra o ensaio de “descriação” da pasta e a saída do Brasil do Acordo de Paris.

“Somos gestores que vêm de posições político-partidárias distintas e resolvemos nos pronunciar após sucessivas manifestações colocando em xeque diversas políticas e todo o modelo de gestão ambiental pública do país”, situa Izabella Teixeira, que comandou a área de 1º de abril de 2010 a 12 de maio de 2016 (primeiro e segundo governos Dilma).

Ela recorda a trajetória de construção da política nacional da área e da estrutura para colocá-la em prática – leis, agências federais e nacionais, instâncias de consulta e participação, convênios com outros países, programas e projetos.

“Tudo isso remonta a 1989 [o ano seguinte à sanção da Constituição], no projeto Nossa Natureza, do governo Sarney”, recorda, acrescentando que seu primeiro cargo foi no Ministério do Meio Ambiente (MMA), em 1985, e ela trabalhou com todos os presidentes desde então. “Todos os governos da Nova República, com diferentes bandeiras, cumpriram a Constituição. E a cumpriram no processo de construção de novas políticas públicas dentro do quadro democrático, tendo o Estado como regulador.”

A bióloga, mestre em planejamento energético e doutora em planejamento ambiental, lembra que cada gestor elegeu prioridades, mas mantendo como pressupostos a proteção das riquezas naturais e a descentralização federativa. “O governo atual fala como se nada tivesse acontecido e fôssemos todos corruptos.”

O atual titular do MMA, Ricardo Salles, divulgou uma nota de resposta à carta dos antecessores no mesmo dia. Ele nega riscos para as unidades de conservação e a imagem do país e afirma que os problemas em curso decorrem de um passivo de má gestão e corrupção. Também fala em “permanente e bem orquestrada campanha de difamação promovida por ONGs e supostos especialistas”. Quanto à linha que seguirá, finaliza: “Essa é a missão de conciliação da preservação e defesa do meio ambiente com o necessário e impostergável desenvolvimento econômico, determinada pelo Sr. Presidente da República, que este Ministério do Meio Ambiente, juntamente com os demais órgãos do Governo, se dispõem a cumprir”.

“Dialogar é também ouvir”, diz Izabella Teixeira, lembrando que durante o debate do novo Código recebeu, com Dilma, o grupo de notáveis do qual hoje faz parte. “E quando construímos as NDC [contribuições nacionalmente determinadas] para o acordo do clima, conversei com vários ex-ministros e outras lideranças políticas e técnicas.” Segundo Izabella, as interlocuções com a presente gestão só encontram canais no Ministério da Agricultura e da Pecuária, de posições hoje ultrarruralistas, e o da Economia.

Mais violência

Dá para dizer que o período de extrema-direita se opõe a todos que o precederam desde Sarney, no sentido de ser o primeiro que opta abertamente por uma desconstrução das estruturas que implementaram a Constituição, em vez de dar continuidade a tal sequência?

“É uma interpretação válida”, responde José Carlos Dias, titular do Ministério da Justiça (MJ) de julho de 1999 a abril de 2000, nos segundo governo FHC.

“Questões fundamentais, por exemplo, referentes ao problema das armas: esta é uma posição que nos une a todos”, ilustra o advogado criminalista. “Todos nós temos uma posição absolutamente contrária a essa política armamentista que é a marca do atual governo.”

Ele redigiu a “Carta aberta pelo controle de armas” com dez pares que ocuparam o posto no período democrático, mais Raul Jungmann, que foi ministro extraordinário da Segurança Pública – pasta criada em 2018 por Michel Temer e extinta neste ano por Bolsonaro.

“Esse compromisso nosso com o respeito à Constituição, isso não existe”, reforça Dias. “A atual política é absolutamente contrária a esse respeito absoluto e rigoroso à Constituição.”

Além dos decretos pró-armas de fogo – depois derrubados pelo Senado e parcialmente restabelecidos com outros decretos que favorecem a compra e o porte, rejeitados pela maioria da população –, o documento de 4 de junho opõe-se ao autointitulado “pacote anticrime” de Moro. Foi divulgado em ato que lançou campanha de mais de 70 entidades, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim) e a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), para as quais o conjunto proposto de medidas vai aumentar os índices de violência.

Os ex-ministros recordam a mobilização que aprovou o Estatuto do Desarmamento, sua execução “universal” e a queda da taxa de homicídios nos primeiros anos de sua vigência.

“Independentemente dos partidos que estavam no poder e da orientação dos governos dos quais fazíamos parte, nosso compromisso sempre foi o de fortalecer avanços que consolidassem o Brasil como uma referência de regulação responsável de armas e munições para a América Latina e para o mundo”, registra o texto, subscrito por Aloysio Nunes, Eugênio Aragão, José Eduardo Cardozo, José Gregori, Luiz Paulo Barreto, Miguel Reale Jr., Milton Seligman, Tarso Genro e Torquato Jardim, além de Dias e Jungmann.

Para o entrevistado, embora representem diferentes pensamentos e tenham divergido em várias posições, eles viam de maneira semelhante o papel do Ministério da Justiça, “uma instituição absolutamente primordial num governo democrático”. Na sua avaliação, a postura do ministro mais popular do bolsonarismo (apesar de afetado pelas revelações da Vaza Jato) não honra essa tradição.

“Todos que passamos pelo Ministério da Justiça percebemos que as manifestações do ministro [Moro] estão absolutamente em desacordo com o espírito que esteve presente em nós quando exercemos o cargo”, pontua.

“A maneira como vemos a questão da segurança pública, principalmente, a atuação da Polícia Federal, são questões que são um ponto em comum. Ele faz parte de um governo que tem uma pregação absolutamente em desacordo com o nosso pensamento, que não tem nenhum traço em comum com o nosso pensamento.”

Responsável pela pasta de Ciência e Tecnologia entre 15 de março de 1990 e 21 de agosto de 1991, e pela de Educação entre 22 de agosto de 1991 e 4 de agosto de 1992, o físico José Goldemberg assinou as mensagens de ambas as áreas, mas declinou do convite para endossar a do Meio Ambiente, que também liderou no governo Collor – quando as três áreas estavam vinculadas à Presidência da República como secretarias com status ministerial.

Ele, que integra o grupo ambiental e participou do artigo pós-segundo turno, avalia que pontos como a relação com os conselhos, as escolhas para a chefia dos órgãos e os contingenciamentos fazem parte daquilo que cada mandatário tem legitimidade para definir, da organização da administração de acordo com uma determinada visão.

“Como cidadão, acho que o governo tentou fazer coisa demais ao mesmo tempo. Como ex-ministro, a gente precisa ser um pouco cauteloso”, argumenta.

“Não nos cabe dizer o que o atual responsável deve fazer, e sim usar nossa experiência para alertar para sobre determinados aspectos do problema”, delimita, exemplificando com a crítica aos cortes sem critério e à interrupção de bolsas de estudo, bem como à falta de atenção à educação básica. Apesar da ressalva, o físico reconhece que o ineditismo dessa união de forças mostra a gravidade de certas situações.

“O que é fundamental é que vários membros do atual governo têm feito declarações obscurantistas, contrariando o que a ciência nos diz. Isso é algo que precisa ser enfrentado com firmeza. Negar a Teoria da Evolução e o aquecimento global, negar que a Terra é redonda, isso não pode ser tolerado”, defende o professor emérito da Universidade de São Paulo (USP). Na sua avaliação, a disseminação das ditas “pós-verdades” prejudica toda a atividade de pesquisa fomentada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelos órgãos de apoio.

“Retrocesso sem paralelo”

A situação orçamentário-financeira é central em ambas as declarações conjuntas. “CT&I em Estado de Alerta” prevê o risco de “um retrocesso sem paralelo na história da Ciência brasileira”, área sublinhada como essencial ao desenvolvimento econômico e social e à soberania.

“Invariavelmente, as nações desenvolvidas são aquelas que têm Ciência e Tecnologia próprias e capacidade aprimorada de inovação”, assinala a carta, subscrita por mais nove antecessores do astronauta Marcos Pontes: Luiz Carlos Bresser-Pereira, Ronaldo Sardenberg, Sergio Rezende, Roberto Amaral, Aloizio Mercadante, Marco Antonio Raupp, Clélio Campolina, Aldo Rebelo e Celso Pansera. O eixo é o entendimento de que o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação constitui uma política de Estado, somado à necessidade de embasar as políticas públicas nas evidências científicas.

“Vivemos hoje a maior das provações da nossa história”, afirmam os autores, mencionando a fuga de cérebros (perda de pesquisadores para o exterior), os ataques às universidades públicas e a intenção de privatizar empresas estratégicas. Eles conclamam: “Esta bandeira pelo conhecimento não tem partido e não pertence somente à comunidade científica, acadêmica e empresarial, mas deve ser levantada por toda a sociedade”.

A preocupação com a autonomia universitária também permeia o texto relativo à Educação, divulgado como nota de repúdio. Outro ponto é a discussão do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), mecanismo de financiamento que precisa ser revisto até o ano que vem.

“Contingenciamentos ocorrem, mas em áreas como educação e saúde, na magnitude que estão sendo apresentados, podem ter efeitos irreversíveis e até fatais”, alerta a nota, segundo a qual as últimas décadas consolidaram um consenso que reconhece o avanço educacional como a grande prioridade nacional.

Tal priorização é mencionada como condição para alavancar da economia e como “a chave” para a inserção na sociedade do conhecimento: “Numa palavra, a educação se tornou a grande esperança, a grande promessa da nacionalidade e da democracia. Com espanto, porém, vemos que, no atual governo, ela é apresentada como ameaça”.

Os seis ex-ministros (Goldemberg, Murilo Hingel, Cristovam Buarque, Fernando Haddad, Aloizio Mercadante e Renato Janine Ribeiro) criaram o Observatório da Educação Brasileira e propõem a articulação de uma frente nacional em defesa da área.

Identidade, direito e vetor de desenvolvimento

Mais recente da série de manifestos ministeriais, o dos ex-titulares do MinC expressa preocupação com “a desvalorização e hostilização à cultura brasileira” e destaca a garantia da plena liberdade de expressão como responsabilidade número 1 do Estado. Seus signatários reafirmam a importância da cultura “como expressão da nossa identidade e diversidade, como direito fundamental e como vetor de desenvolvimento econômico”.

O texto divulgado em 2 de julho pede a restituição do ministério, o descontingenciamento do fundo nacional que irriga a área e o fim da “demonização” das leis de incentivo, em especial a Rouanet. A mensagem reúne Marta Suplicy, Juca Ferreira, Francisco Weffort, Luiz Roberto Nascimento Silva e Marcelo Calero.

“O Estado tem responsabilidades intransferíveis para a garantia do desenvolvimento social e cultural do país e para a realização dos direitos culturais do povo brasileiro”, defendem os participantes, denunciando o que seria uma tentativa de enfraquecer as conquistas que o Brasil alcançou no período democrático e pedindo respeito às leis.  -  247

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