Gehe zum Inhalt

redecastorphoto

Zurück zu Blog
Full screen Einen Artikel vorschlagen

Para Entender Os Juros, Fora Dos Manuais

June 3, 2013 21:00 , von Castor Filho - 0no comments yet | No one following this article yet.
Viewed 54 times

 

 

 

Coluna Econômica - 04/06/2013

 


No final de semana passada, dois jornais importantes – o Estadão e a Folha – abriram editoriais de apoio à política econômica, os primeiros em muitos e muitos meses. Neles, afiançam que finalmente o Banco Central encontrou o caminho da racionalidade econômica, ao decidir aumentar a taxa Selic em 0,5 ponto. Pelo tom dos editoriais, parece que os problemas da economia foram resolvidos.


***


Desde fins de agosto de 2011, o governo Dilma Rousseff montou uma operação complexa para desarmar a armadilha dos juros e dos spreads (a diferença entre o custo de captação e de aplicação dos depósitos bancários).


Primeiro, bancou a aposta de redução taxa Selic.


Também deu início a um movimento gradativo de desvalorização do câmbio, para arrefecer parte do sufoco que as importações chinesas trouxeram para a produção interna.


Ao mesmo tempo, Dilma acionou os dois bancos públicos – Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal – a comandarem um movimento de redução dos spreads.


***


Os três movimentos iniciais foram bem sucedidos. No início do ano, pequenas empresas se surpreendiam com a visita de gerentes de bancos distintos, disputando sua conta através de um quase leilão de taxas de juros.


Parecia que a economia, pela primeira vez em décadas, retomava o caminho da normalidade, com o crédito farto e com taxas ainda distantes das internacionais, mas bem abaixo das taxas históricas, irrigando a economia.


***


Para se adaptar aos novos tempos, os bancos deram início a um rigoroso movimento de corte de custos. E esses cortes passaram pela redução das verbas de publicidade.


Para os jornais, desenhou-se o pior cenário. Numa ponta, perda de receita publicitária; na outra, a oneração de custos com a alta do dólar puxando os preços do papel.


***


Aí surgiu a oportunidade, um aumento de preços puxado pela alta das commodities. Criou-se um terrorismo econômico fantástico, impulsionado pela alta dos preços do tomate – que geraram duas capas, na Veja e na Época.


Diariamente o problema da inflação foi repercutida pelos jornais afim de criar um movimento de manada. A elevação de preços ampliou-se para outros produtos.


Na outra ponta, desde o momento em que o BC promoveu a primeira elevação da Selic – em meros 0,25 – a mudança de atitude sinalizou para todo o sistema bancário o fim da guerra de spreads. Os bancos passaram a elevar novamente o spread e a não aceitar disputas que pudessem reduzir sua margem de rentabilidade.


***


As empresas e pessoas físicas que dependem de crédito pagarão mais caro. O imposto juros recairá sobre todos os tomadores de crédito da economia.


Na outra ponta, a mídia torce para que, com parte da rentabilidade recuperada, as verbas publicitárias voltem aos níveis pré-queda de juros, objetivo final de sua campanha para a "volta da racionalidade do BC".


No mercado financeiro, mais informado e mais cético, atribuía-se a mudança de postura do BC – aumentando a Selic em 0,5 ponto – ao fato do governo ter “piscado” (termo que se usa para quando o governo vacila) depois que o candidato Aécio Neves inaugurou o horário gratuito com o tema da volta da inflação.


Em qualquer caso, demonstrou-se que o presidente do BC, Alexandre Tombini, no fundo, é menor do que a sombra inicial que projetava.

 

Email: luisnassif@ig.com.br

Blog: www.luisnassif.com.br 




"Todos os direitos reservados, sendo proibida a reprodução total ou parcial por meio impresso"


Visite o BLOG e confira outras crônicas

 


Quelle: Castor Filho

0no comments yet

    Einen Kommentar schreiben

    The highlighted fields are mandatory.

    Wenn Sie ein registrierter Nutzer sind, dann können Sie sich anmelden und automatisch unter Ihrem Namen arbeiten.

    Abbrechen