Do Site Brasil247,
Como é bom ter amigos, mesmo quando eles demoram um pouco a aparecer. Vinte e quatro horas depois de ter sido torpedeado pelo vazamento das denúncias do publicitário Marcos Valério à PGR, o ex-presidente Lula obteve socorro político. Até a manhã desta quinta-feira 12, apenas a presidente Dilma Rousseff, de pronto, e o PT, em nota, haviam saído em defesa do ex-presidente, acusado de ter suas despesas pessoais, em seu tempo no governo, pagas por Valério. Dilma, ontem, classificou os ataques como “uma tentativa lamentável de desgatar a imagem de Lula diante do povo”.
De Paris, em seguida, a própria presidente deu ordens a seus ministros para formarem um coro pró-Lula. Então, a solidariedade apareceu. E de maneira coordenada. Enquanto os titulares da Secretaria Geral da Presidência e do Ministério da Justiça, Gilberto Carvalho e José Eduardo Cardozo, respectivamente, tratavam de falar grosso para a mídia, o deputado Jilmar Tatto aprovou em comissão mista do Congresso convite ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para depor sobre a Lista de Furnas – a base documental do chamado mensalão do PSDB. Uma iniciativa que tende a ajudar a tirar foco sobre o ex-presidente petista.
Igualmente para tirar Lula das cordas, o presidente do PT, Rui Falcão, reforçou em entrevistas a posição manifestada inicialmente em nota de apoio. Agora, Falcão procurou mexer com as massas:
- Não apenas eu, como presidente do PT, mas eu acho que a maioria dos brasileiros e brasileiras está indignada neste momento. Indignada porque uma pessoa como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que mudou a face do Brasil e ajudou a tirar milhões de pessoas da miséria, é agora atacado por uma pessoa que está condenada, não tem nenhuma credibilidade, e calunia nosso presidente – afirmou ele.
A máxima ênfase também foi usada por Carvalho. Ele garantiu que Marcos Valério “nunca” esteve no gabinete de Lula da Presidência. Procurou, assim, quebrar uma das pedras angulares da denúncia do publicitário.
O ministro da Justiça, por seu lado, atuou com uma avaliação jurídica do depoimento. “Ele escolheu uma fase ‘curiosa’ do processo para fazer essas acusações. É muito importante observar que do ponto de vista jurídico, isoladamente, esse depoimento não tem nenhum significado. É peça produzida por uma pessoa que já estava processada e condenada em um julgamento e feita visivelmente na tentativa de ou tumultuar esse processo ou negociar uma redução de sua pena”, disse Martins Cardozo.
Alguns dos principais quadros do PT, assim, entraram de cabeça no tema. Ontem, no entanto, o senador Eduardo Braga, líder do governo no Senado, foi uma voz quase solitária a se solidarizar com Lula. E ele é do PMDB.
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