Quem é o suspeito número 1 no Caso Russomano?
2 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaNesta semana, o candidato à Prefeitura de São Paulo palo PRB, Celso Russomano, viu seu nome envolvido na CPI do Cachoeira.
O candidato foi citado por um dos investigados do esquema de Cachoeira em uma discussão sobre envio de dinheiro ao exterior, segundo informações do jornal Correio Braziliense. Segundo as denúncias, os suspeitos teriam procurado um contato em São Paulo para fazer a entrega do dinheiro. O jornal afirma que o contato, identificado pela polícia como Fábio, teria o controle do dinheiro de Russomanno no exterior.
As denúncias levaram o deputado Rubens Bueno, líder da bancada do PPS na Câmara, a convocar o candidato à Prefeitura de São Paulo para depor na CPI.
Ao se defender das acusações, Russomano proferiu a seguinte frase; “É só estar bem nas pesquisas para virar alvo, já sou alvo há muito tempo“.
Se estivesse na pele de Russomano faria uma verificação nas linhas telefônicas, analisava bem quem são as pessoas próximas a mim e ainda comprava uma boa réstia de alho e muita água benta.
Cito aqui três casos para justificar minha sugestão a Russomano:
Roseana Sarney
O dossiê mais conhecido contra um adversário teve como alvo a então candidata a presidente da República, Roseana Sarney, em 2002.
O jurista Saulo Ramos, que até onde consta não é um “blogueiro sujo”. No livro Código da Vida, revela que o dossiê foi motivado pelo crescimento de Roseana nas pesquisas. “E de repente, sem que estivesse previsto, o PFL lançou Roseana Sarney. Seu nome foi um impacto. Subiu nas pesquisas, Serra ficou para trás e, em todas as simulações de segundo turno, era a única capaz de derrotar Lula”. A partir daí ocorreu a investigação contra Roseana. “Uma das mais cínicas maroteiras da história republicana”, na opinião do autor.
O jurista descreve o caso: “Fernando Henrique Cardoso mandou montar um grupo especializado e treinado para fazer espionagem. A justificativa: vigiar o controle dos preços dos remédios, o cartel dos laboratórios. José Serra, então Ministro da Saúde, havia sido perseguido pelos militares. Sabia bem como os governos eram poderosos nessa especialidade. Fernando Henrique o convenceu a aceitar a maquinação porque dizia ser em favor de sua candidatura a Presidente da República. Serra caiu na conversa”. Saulo Ramos acrescenta: “O objetivo era montar a estratégia política da candidatura de Serra à Presidência da República e desenvolver ações de espionagem e denúncias contra possíveis opositores. Para tanto, Aloysio Nunes Ferreira, Ministro da Justiça [o mesmo do dossiê Tasso] mandou instalar uma estação de escuta em São Luís.
De acordo com Ramos, “essa “estação” foi descoberta, e o Ministro da Justiça justificou que se destinava a combater o narcotráfico. (…) São Luís nunca esteve na rota da cocaína. Nem no Rio de Janeiro havia uma estação como aquela”.
Depois que a revista Época, da editora Globo, publicou edição com o escândalo que envolvia Roseana, ela desistiu da candidatura à Presidência, apoiou Lula e candidatou-se ao Senado, sendo eleita.
Caso Tasso Jereissati
No dia 12 de junho de 2010, a jornalista Christiane Samarco revelou, em reportagem do Estado de S.Paulo, que o então governador Mário Covas, já adoentado, recebeu em 2000 a visita de Tasso Jereissati, na época governador do Ceará, comunicando-lhe que estava impedido de ser candidato a Presidência e o apoiava para o cargo, dizendo que “essa disputa vai ficar entre você e o Serra. E meu candidato é você”.
Além de Mário Covas, o ex-governador do Ceará tinha também o apoio do PFL de Antônio Carlos Magalhães, mas mesmo assim desistiu da candidatura.A reclamação de Jereissati foi a de que “setores do PSDB no governo” estariam dificultando a liberação de recursos para o Ceará e investigando sua vida.
De acordo com a reportagem, ao chegar ao palácio da Alvorada para comunicar sua desistência a FHC, Tasso se encontrou com o ex-ministro da Justiça e secretário-geral da Presidência, Aloysio Nunes Ferreira, a quem o ex-governador do Ceará atribuía uma operação da Polícia Federal que colocou agentes em seu encalço numa investigação de lavagem de dinheiro.
Nesse encontro, segundo o Estado de S. Paulo, houve um bate-boca entre Jereissati e Aloysio Nunes.
“Vocês jogam sujo!”, disse Tasso. (…) “Vocês quem?”, quis saber Aloysio. (…) “Você…o Serra… Vocês estão jogando sujo e eu estou saindo (da disputa presidencial) por causa de gente como você que está me fodendo nesse governo” reagiu Tasso. (…) “Jogando sujo é a puta que o pariu”, berrou Aloysio, já partindo para cima do governador. Fora do controle e vermelho de raiva, Tasso chegou a arrancar o paletó e os dois armaram os punhos para distribuir os socos. Foi preciso que o governador do Pará, Almir Gabriel, apartasse a briga, enquanto FHC, incrédulo, pedia calma.
Caso Paulo Renato de Souza
Quando Serra era ministro da Saúde e o ex-delegado da Polícia Federal e deputado, Marcelo Itagiba, cuidava da “inteligência” da pasta, circulou um dossiê contra Paulo Renato de Souza, então ministro da Educação. À época, Souza planejava disputar com Serra a indicação do PSDB à presidência. Serra levou a melhor e foi candidato em 2002.
Portanto, meus amigos, sem querer defender ou acusar quem quer que seja, quem você acha que é o suspeito número 1 de tramar o Caso Russomano?
No Blog do RovaiE agora? Responde essa Serra...
2 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaNo Brasil MobilizadoMentes insanas em corpos sãos
2 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaMais do que por recordes ou disputas espetaculares, os atuais Jogos Olímpicos de Londres vêm sendo marcados por demonstrações de racismo e xenofobia, que maculam frontalmente o espírito de congraçamento de nações que ainda se espera da competição, apesar de seu caráter mercadológico.
Mergulhada em profunda crise econômica, a Europa é campo fértil para a profusão de preconceitos e ideais extremistas, sobretudo de direita, como provam o crescimento de partidos fascistas, sobretudo nos países mais atingidos. O problema está no outro, no diferente, no estrangeiro. E assim, se deixa de lado o evidente causador do problema, geralmente protegido por essas forças obscuras.
Por conta da situação particular da Europa, as manifestações racistas e xenófobas na Olimpíada de Londres começaram por atletas de seus países. Uma triplista grega (foto) escreveu no Twitter que com tantos africanos na Grécia os mosquitos do Nilo, transmissores de doença, ao menos teriam comida caseira. É difícil imaginar que a brincadeira sem graça tenha sido elaborada pela atleta. Provavelmente, é uma dessas piadas apócrifas que circulam pela internet, e que ela reproduziu ignorando maiores consequências. Afinal, desprezava africanos, e quem iria defendê-los? A iniciativa, felizmente, partiu do próprio Comitê Olímpico grego, que a afastou da equipe, antes mesmo que os Jogos começassem.
Logo depois, circulou a versão de que uma atleta alemã, justamente a que carregou a bandeira do país no desfile de abertura dos Jogos, teria postado em seu Twitter a seguinte mensagem: “A Vila Olímpica está cheia de atletas gregos descalços. Quando os encontramos, tememos que nos peçam um empréstimo”. A história causou indignação em Atenas, e a delegação alemã nos Jogos garantiu que a declaração era falsa. Pode ter sido, mas alguém a acharia improvável?
O assunto mal tinha esfriado, quando um jogador de futebol suíço, após perder uma partida para a Coreia do Sul, escreveu em sua conta no Twitter: “Vou espancar todos os coreanos, vão todos para o inferno débeis mentais”. O jogador, que atua na Itália, retirou a mensagem, mas o jornal suíço Le Matin já tinha publicado imagens do Twitter do jogador. Como resultado, foi excluído dos Jogos e proibido de qualquer participação em Olimpíadas no futuro.
A manifestação de ideias racistas nos Jogos já era prevista pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU, que alertara para a possível presença de grupos extremistas entre os torcedores. A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, denunciou um mês antes dos Jogos “a alarmante recorrência de incidentes de racismo, discriminação racial e xenofobia numa série de países europeus”, especialmente em competições esportivas. O que ninguém poderia prever é que tais manifestações partissem dos próprios atletas e não de torcedores ou grupos extremistas.
O preconceito, no entanto, não se limita a países atingidos pela crise econômica. A judoca brasileira Rafaela Silva, foi vítima de ofensa racistas no Twitter após perder sua luta. A atleta foi chamada de macaca e desprezada por sua cor por um anônimo, que covardemente se esconde atrás de um apelido. O Ministério do Esporte disse que determinaria que a Polícia Federal investigasse o caso. É necessário que se identifique o agressor, mesmo que a atleta não queira dar prosseguimento ao caso, segundo nota do Comitê Olímpico Brasileiro. Como disse o ministro Aldo Rabelo, a indignidade não foi apenas com a atleta, foi com todo o povo brasileiro. Assim como os atletas punidos em Londres, o autor das ofensas contra a judoca precisa ser processado para que um crime como esse não fique impune.
Mair Pena NetoNo Direto da Redação