Porém, há uma dúvida sobre a qual cidade sergipana pertence o local: Canindé de São Francisco ou Poço Redondo. A disputa começou em 1999, quando Canindé de São Francisco entrou com uma ação judicial, reivindicando 30% do território de Poço Redondo, sob a alegação de que a área lhe pertencia por uma lei de 1954.
Em 2011, Canindé de São Francisco entrou com outra ação contra o IBGE, alegando que o órgão errou o censo demográfico entre os anos de 2007 e 2010, e que deveria fazer um novo levantamento de acordo com a lei.
Em 2016, a Justiça Federal deu ganho de causa a Canindé de São Francisco, determinando que o IBGE fizesse uma nova perícia com um GPS preciso, para definir os limites territoriais entre os dois município.
Em 2023, a Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) começou a debater a polêmica sobre os limites territoriais entre Canindé de São Francisco e Poço Redondo, após um pedido de audiência pública feito pela prefeita de Poço Redondo, Aline Vasconcelos.
A prefeita de Poço Redondo afirmou que vai lutar para manter o seu território, que faz parte da sua história, identidade e povo, e que já perdeu povoados e assentamentos em zonas rurais para Canindé de São Francisco.
A prefeitura de Canindé de São Francisco não se pronunciou sobre o assunto, mas alega que tem direito sobre a Grota do Angico e outras áreas, por uma questão de justiça e legalidade.
A disputa entre as duas cidades ainda não tem uma solução definitiva, e pode afetar o desenvolvimento econômico e social da região do Xingó, que depende do turismo e da agricultura. Além disso, pode comprometer a preservação do patrimônio histórico e cultural da Grota do Angico, que é um símbolo da resistência e da bravura do povo nordestino.