O tratamento via DBS, que passa a integrar o rol de serviços disponibilizados pelo HCP, é bastante avançado, feito por meio da implantação de dois chips cerebrais ligados a um marcapasso, que permite controlar os sintomas do paciente. O método também pode ser usado para outras doenças como distonia, tremor essencial, transtorno obsessivo compulsivo, dor crônica, depressão e Síndrome de Tourrete.
“A estimulação cerebral profunda é uma importante modalidade terapêutica para pacientes, especialmente aqueles que não respondem adequadamente ao tratamento farmacológico, ou que apresentam efeitos colaterais significativos desses medicamentos”, informa o neurocirurgião responsável pelo procedimento, Anselmo Boa Sorte, especialista em neuromodulação e transtornos neurológicos do movimento.
Evolução
Ele explica que o DBS é uma evolução importante e uma alternativa aos métodos feitos anteriormente, com base em medicamentos ou com cirurgia, chamada ablativa, em que se queimava a região relacionada à doença. “A neuromodulação é uma das maiores promessas no tratamento de doenças de difícil controle que interferem na qualidade de vida do paciente. Dentre as técnicas de neuromodulação, o DBS é uma das mais expoentes, especialmente nos casos de Parkinson”, afirma o médico.
Entre as vantagens do tratamento com DBS estão a melhora dos sintomas motores, redução de medicamentos, alternativa para aqueles que não podem usar certos remédios, tratamento personalizado, e eficácia a longo prazo.
No caso do paciente do Cárdio Pulmonar, a alta médica foi 72 horas após o procedimento. Os cuidados do pós-operatório são a observação nas primeiras 24 horas, em unidade de terapia intensiva, cuidados com a cicatriz, reabilitação, e atividades leves por pelo menos 15 dias. A expectativa é de melhora dos sintomas, especialmente do tremor, e da qualidade de vida.
Equipe
No total, estiveram envolvidos diretamente na cirurgia, sete profissionais: dois neurocirurgiões, um técnico de estimulação, dois instrumentadores e dois anestesistas, além de toda a equipe de enfermagem do centro cirúrgico do hospital. A equipe de neurocirurgia que realizou o procedimento conta com os médicos Anselmo Boa Sorte, Leonardo Conrado, Raimundo Nonato, Marcelo Pereira e Yuri Andrade.
Sobre a importância de o HCP passar a disponibilizar o procedimento de DBS, o neurocirurgião Anselmo Boa Sorte destaca que só é possível devido à unidade hospitalar ter uma equipe multidisciplinar afinada, com experiência em transtornos de movimento e dispor de toda a infraestrutura necessária para a sua realização. Ele observa que no mundo já existem mais de 200 mil pacientes implantados para doença de Parkinson, com ótimos resultados.
Por: Bruno Ganen.