Pesquisas mostram reversão no apoio popular enquanto deportações em massa e medidas restritivas se intensificam
Aprovação em Queda Livre: Apenas 35% dos americanos aprovam o manejo de Trump da imigração, contra 62% que desaprovam – queda de 11 pontos desde fevereiro.
"Foram Longe Demais": 55% consideram as deportações excessivas (+10 pts desde fevereiro), com 90% dos democratas e 15% dos republicanos compartilhando essa visão.
Rejeição a Políticas-Chave:
59% se opõem a deportar imigrantes sem antecedentes criminais
57% rejeitam novos centros de detenção para 100 mil migrantes
59% desaprovam o fim do Temporary Protected Status (TPS) para refugiados
Tabela 1: Aprovação das Políticas Migratórias de Trump (Julho 2025)
Política | Aprovação Total | Republicanos | Democratas |
---|---|---|---|
Uso de polícias locais em deportações | 50% | 80% | 25% |
Suspensão de pedidos de asilo | 39% | 75% | 10% |
Fim da cidadania por solo (birthright) | 41% | 76% | 13% |
Expansão do muro na fronteira | 45% | 88% | 27% |
Fonte: Dados consolidados do Pew Research, Gallup e CNN |
"Solução" Virou "Excesso": Com travessias na fronteira Sul em mínimas históricas, a percepção de "crise" deu lugar a críticas sobre brutalidade. Imagens de raids em locais de trabalho e famílias separadas dominam a mídia.
Impacto Econômico Temido: 53% acreditam que as políticas custarão mais aos contribuintes do que pouparão. Setores como construção (20% de força de trabalho imigrante) e agricultura (50%) alertam para escassez de mão de obra e inflação.
Reação Social: Protestos em cidades como Los Angeles ganham apoio de 55% da população, que os considera "justificados". 59% rejeitam uso da Guarda Nacional contra manifestantes.
Fim de Proteções Humanitárias:
Cancelamento do parole para 530 mil cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos, incentivando "autodeportação"
Revogação do TPS para venezuelanos – expondo retornados à crise política e econômica
Detenção em Massa e Militarização:
Uso da base de Guantánamo para detenção de migrantes e de tropas para deportações
Expansão da "Remoção Acelerada", permitindo deportações sem audiência judicial
Ataque a Direitos Fundamentais:
Fim da cidadania por solo para filhos de indocumentados – em desafio à 14ª Emenda
Restrições ao asilo e fechamento de escritórios de processamento de refugiados na América Central
"O DHS rescindiu políticas da era Biden que protegiam igrejas e hospitais de operações de imigração. Agentes agora realizam raids em escolas e abrigos religiosos, gerando relatos de famílias escondidas em 'redutos' urbanos".
A Divisão Partidária: Republicanos Apoiam, Mas Preocupações Surgem
Embora 78% dos republicanos apoiem a abordagem geral de Trump, apoio a políticas específicas varia:
83% aprovam deportações em geral, mas só 47% apoiam deportar imigrantes sem registros criminais
64% agora veem imigração como "positiva" (+25 pts desde 2024)
59% apoiam caminho para cidadania de imigrantes indocumentados – salto de 13 pontos
Risco Econômico: O corte de US$66 bilhões/ano em impostos pagos por imigrantes indocumentados, devido à cooperação ICE-IRS que quebra sigilo fiscal.
Desgaste Político: A imigração agora é a 2ª maior preocupação nacional (20%), com democratas reduzindo vantagem republicana no tema de 26 para 10 pontos.
Cenários: Especialistas preveem:
Status quo: ICE mantém raids, mas evita confrontos com empresários
"Carve-outs": Exceções para indústrias dependentes de imigrantes (ex: agricultura)
Reação judicial: 210 ações judiciais contra políticas migratórias já foram abertas em 2025
Trump cumpriu promessas de campanha: reduziu travessias, deportou milhares e desmantelou programas de refúgio. Mas, ao implementá-las, esbarra no paradoxo da eficácia: o que era "solução" tornou-se "excesso" para a maioria. Como resume Ramesh Ponnuru (*Washington Post):
"O público não quer ver todos os imigrantes deportados – especialmente quem criou raízes aqui. [...] A reação atual reflete a percepção de brutalidade desnecessária".
Ainda sem recuo, o governo enfrenta um dilema: continuar a política de "América Primeiro" e arriscar o custo econômico e político, ou ajustar táticas diante da erosão do apoio. O preço, como alerta o cientista político Romuald Sciora, "pode ser altíssimo".