Psicóloga comportamental explica sobre a autossabotagem, por que isso ocorre e como evitar.
No início do ano, todos planejam metas. Questionamentos como “por que existem pessoas que conseguem atingir suas metas e por que há aqueles que simplesmente não conseguem ser bem-sucedidos?” vem à tona. Esse fracasso traz uma sensação de que a pessoa não tem sorte e que não sabe fazer as próprias escolhas, seja de namorado, marido, trabalho, carreira ou diante de alguma situação financeira.
São muitas as variáveis que podem interferir nisto. Uma delas são as contingências a que a pessoa está habituada, ou seja, a forma de agir em relação aos conflitos, relações pessoais, entre outras escolhas que acabam levando-a ao mesmo resultado negativo e a pessoa não consegue perceber isto.
Priscilla Souza, psicóloga comportamental, explica que às vezes o ser humano usa sua própria atitude para se preservar a curto prazo, mesmo que seja uma situação que causa muito desconforto. São nossos mecanismos de defesa atuando, mas essas atitudes prejudicam nossas escolhas. Quando não há conscientização, a longo prazo, esses mecanismos fazem com que a pessoa se sinta pior.
A especialista acrescentou dizendo que é preciso entender que o ser humano é incentivado a ter medo e insegurança, sobretudo os brasileiros quando crianças. Quando ensinamos a criança a se comparar com o outro, e não compreender suas próprias atitudes, ela aprende a ver só o sucesso do outro e não se enxerga como alguém capaz de ser bem sucedido. Conforme o indivíduo chega na fase adulta, é preciso recuperar a autoestima para aprender a lidar com os obstáculos e conflitos que aparecem no dia a dia. Sendo assim, é preciso ter autoconhecimento para reagir em relação a tudo isso.
O medo mais frequente é de que as coisas não dêem certo: “Caso algo passe a ocorrer de maneira diferente, a pessoa se assusta. Assim, existe um mecanismo de autossabotagem ou autoboicote e o medo faz com que a pessoa tome atitudes para não chegar no objetivo, por mais que seja algo muito desejado” - completou Priscilla.
Para evitar o autoboicote, é necessário ter claro o objetivo, qual o caminho para chegar e, eventualmente, o preço a ser pago. As pessoas que têm baixa autoestima, que deixam o medo e a insegurança tomarem conta não conseguem agir diferente. A atitude passa a ser diferente quando há consciência na forma de agir. A partir da percepção de que “você é responsável pelo seu autoboicote”, há uma grande chance da mudança.
Por: Eneida e Laura.