Na comunidade de Mata do Milho, situada no município de João Dourado, um grupo de mulheres está reescrevendo sua história por meio de agulhas e linhas. Graças ao Projeto Corte e Costura, essas mulheres encontraram uma nova fonte de renda e, ao mesmo tempo, desenvolveram suas habilidades criativas e técnicas.
Os investimentos foram direcionados para a aquisição de 20 máquinas de costura, incluindo máquinas simples, industriais, de bordado e uma galoneira. Além disso, foram adquiridos uma mesa com cavalete, prensa e recursos para a compra de tecidos. As máquinas e equipamentos possibilitaram que as mulheres produzissem uma variedade de produtos, desde tapetes de retalho, panos de prato, crochê, bolsas, além da sublimação de camisetas, boné, blusas, copos.
O grupo de mulheres, recentemente, confeccionou 1.280 bolsas para um evento realizado na capital baiana. Esse marco não apenas demonstra o potencial produtivo do grupo, mas também reflete a importância de um projeto como esse em uma comunidade onde há menos oportunidades de emprego.
O Projeto Corte e Costura em Mata do Milho, chamado de ‘Tecendo o Amanhã’, está transformando vidas, capacitando mulheres, gerando renda e combatendo a exclusão social. Gildenalva da Cruz Silva, uma das beneficiárias do projeto, fala sobre sua experiência: "Foi graças a esse projeto que ganhei uma nova atividade. Um projeto como esse, em uma comunidade com poucas opções de trabalho, é muito importante. Espero que venham mais encomendas para que tenhamos mais renda”.
Marinete Viana da Silva destaca a importância para a comunidade quilombola de receber a oficina de costura. “Eu não sabia costurar, mas aprendi e foi gratificante. Nossa renda já aumentou um pouquinho. Fizemos nossa primeira grande entrega para a capital e tenho certeza que logo vamos agregar mais mulheres".
A ação inovadora representa um passo significativo na direção da autonomia econômica e social das mulheres de Mata do Milho. Esse era um sonho de longa data de Antônia Barbosa da Cruz. "Eu sempre tive o sonho de ser costureira, mas aqui era muito difícil. Minha mãe era costureira e eu sempre fui apaixonada por costura. Eu tinha uma máquina antiga. Mas agora, o projeto trouxe máquinas de última geração e realizou meu sonho de me tornar costureira”.
O projeto conta com parcerias com empresas públicas e privadas, bem como com a Prefeitura de João Dourado, na oferta de cursos de corte e costura para fortalecer ainda mais o potencial dessas mulheres.
Foto: Geraldo Carvalho