Oficina de comercialização reúne grupos de consumo responsável do país
April 22, 2014 4:17 - no comments yetFonte: http://institutokairos.net

Grupos de Consumo Responsável são organizações autônomas de pessoas que apoiam a produção agroecológica e se juntam para viabilizar a compra conjunta de alimentos que são produzidos, distribuídos e comercializados levando em conta preocupações com o meio ambiente, a sociedade e a saúde. Dessa maneira, esses grupos buscam facilitar a chegada principalmente de hortaliças e não-perecíveis até as famílias na cidade.
Entre os dias 3 e 7 de abril de 2014 estiveram reunidos na Oficina de Comercialização de Produtos da Agricultura Familiar e da Economia Popular Solidária, organizada pelo Instituto Kairós e pela Capina, representantes de 19 grupos de consumo responsável, vindos das 5 regiões do país. O objetivo dessa oficina foi trabalhar questões sobre comercialização, em diálogo com a prática dos participantes, apresentando ferramentas para a realização das compras coletivas, bem como trazendo à tona discussões acerca da sustentabilidade desses grupos e temas afins.
Através de metodologia participativa, os grupos puderam olhar para o caráter político-educativo de suas práticas e para o tipo de abordagem que costumam utilizar quando realizam atividades nessa esfera. Para além disso, tal metodologia possibilitou a troca de informações a respeito das experiências de cada grupo, assim como a reflexão sobre suas potencialidades enquanto Rede de Grupos de Consumo Responsável.
O reencontro entre os grupos que haviam participado do II Encontro Nacional, realizado no mês agosto de 2013 em Parelheiros (São Paulo/SP) e a presença de novos coletivos deram a liga aos momentos de discussão sobre a Rede que renderam encaminhamentos mais consistentes, como organização para logística integrada e reconhecimento da importância de compartilhar sistematizações e tecnologias.
A oficina ainda contou com uma visita ao mutirão para entrega de produtos secos da Rede Ecológica, grupo de consumo responsável situado no Rio de Janeiro. A experiência se revelou proveitosa na medida em que os participantes puderam constatar a importância do engajamento e a força da cooperação entre os consumidores da Rede Ecológica, assim como a complexidade da logística desses mutirões, que exige grande organização e comprometimento entre seus membros.
Participaram da oficina os seguintes grupos de consumo responsável: Compras Coletivas Ecossolidárias (Florianópolis/SC), SISCOS (Alta Floresta/MT), Rede Ecológica (Rio de Janeiro/RJ), ComerAtivaMente (São Paulo/SP), Associação de Integração Campo Cidade - MICC (São Paulo/SP), Consumo Consciente ABC (S. Bernardo do Campo/SP), Coletivo de Consumo Rural Urbano (Diadema/SP), CSA Brasil (Bauru/SP), CSA São Carlos (São Carlos/SP), Recore (Limeira/SP), Rede Guandu (Piracicaba/SP), Direto da Roça (Piracicaba/SP), Trocas Verdes (Campinas/SP), Rede Agroecológica Caiçara (Ubatuba/SP), Rede Terra Viva (Belo Horizonte/MG), Raízes da Mata (Viçosa/MG), RedeMoinho (Salvador/BA), Feira Agroecológica do Benfica (Fortaleza/CE), Rede Tapiri (Manaus/AM).
O evento, que foi apoiado por projeto desenvolvido pelo Instituto Kairós com a Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES/MTE), ainda contou com a participação de representante do Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES) e com a colaboração de representante do Faces do Brasil em momento de apresentação e debate sobre o tema Comércio Justo e Solidário.
Confira fotos em: http://institutokairos.net/2014/04/oficina-de-comercializacao-reune-grupos-de-consumo-responsavel-do-pais/
O Veneno Está na Mesa 2, de Sílvio Tendler, estréia dia 16 de abril no Rio de Janeiro
April 14, 2014 3:05 - no comments yetFonte: http://www.contraosagrotoxicos.org

No próximo dia 16 de abril, o filme O Veneno está na Mesa 2 estreia no Rio de Janeiro. Será no Teatro Casa Grande, às 20h. Após a exibição, haverá um debate com o diretor, o membro da coordenação nacional do MST João Pedro Stédile, e com o pesquisador da Fiocruz e ex-gerente da ANIVSA Luiz Cláudio Meirelles. A entrada é gratuita.
Sinopse:
Após impactar o Brasil mostrando as perversas consequências do uso de agrotóxicos em O Veneno está na Mesa, o diretor Sílvio Tendler apresenta no segundo filme uma nova perspectiva.
O Veneno Está Na Mesa 2 atualiza e avança na abordagem do modelo agrícola nacional atual e de suas consequências para a saúde pública. O filme apresenta experiências agroecológicas empreendidas em todo o Brasil, mostrando a existência de alternativas viáveis de produção de alimentos saudáveis, que respeitam a natureza, os trabalhadores rurais e os consumidores.
Com este documentário, vem a certeza de que o país precisar tomar um posicionamento diante do dilema que se apresenta: Em qual mundo queremos viver? O mundo envenenado do agronegócio ou da liberdade e da diversidade agroecológica?
PPP-ECOS lança edital para apoio a projetos no Cerrado e na Caatinga
April 14, 2014 2:55 - no comments yetFonte:
O Instituto Sociedade, População e Natureza lança edital do Programa de Pequenos Projetos Ecossociais - PPP-ECOS para apoio a projetos de organizações de base comunitária e organizações não-governamentais.
Os recursos previstos para o presente edital somam US$ 1.070.000,00 (hum milhão e setenta mil dólares), valor correspondente a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) a serem repassados às organizações. São duas categorias de apoio a projetos. Pequenos Projetos de até US$ 35.000,00 (R$ 82.000,00) para o apoio a organizações de base comunitária, contemplando inclusive aquelas com pouca experiência na gestão de projetos e Projetos de Consolidação de até US$ 50.000,00 (R$ 117.000,00) para beneficiar organizações que já possuem experiência ou projeto com resultados e impactos positivos comprovados e que possam ampliar a escala de sua atuação, podendo ser replicados em outras comunidades.
O prazo para envio das propostas é até dia 6 de junho de 2014.
Acesse fomrulários em: http://www.ispn.org.br/ppp-ecos-lanca-edital-2014/
Gt Juventude do Fórum Potiguar torna-se referência nacional
April 14, 2014 2:33 - no comments yetFonte: http://www.edigarabencoado.com/2014/04/gt-da-juventude-do-forum-potiguar-de.html

Representantes do GT da Juventude do Fórum Potiguar de Economia Solidária, marcam presença no encontro estadual do Fórum durante os dia 10 e 11 de abril. O evento aconteceu em Mossoró-RN. A juventude deu uma verdadeira demonstração de força, contribuindo para a construção do planejamento das atividades em 2014.
Dênis de Moraes: Reforma Agrária foi o que mais preocupou as classes dominantes
April 11, 2014 8:56 - no comments yetPor José Coutinho Júnior
Da Página do MST
O período que precedeu o golpe militar foi marcado por intensas lutas sociais no campo. As Ligas Camponesas e os sindicatos rurais mobilizavam os camponeses para exigir que os direitos dos trabalhadores rurais fossem cumpridos.
Na esteira dessas mobilizações, o governo de João Goulart realiza diversas medidas que beneficiam os trabalhadores, além de anunciar que priorizaria a Reforma Agrária nas reformas de base, conjunto de medidas planejadas para garantir direitos sociais e desenvolver o país.
Pouco tempo depois de anunciar as reformas de base, João Goulart foi deposto por um golpe militar, apoiado pelos setores mais conservadores da sociedade. Para o jornalista e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Dênis de Moraes, a Reforma Agrária foi um dos pontos que mais incomodou as classes dominantes.
"Goulart apontou reformas de base em várias áreas, mas uma das que mais preocupava as classes dominantes eram as medidas em relação à Reforma Agrária e as grandes linhas para o desdobramento da democratização do campo".
Em entrevista à Página do MST, Dênis de Moraes analisa o papel das lutas sociais no campo durante o governo Goulart, no período da ditadura militar e a diferença na luta pela terra daquele período com as de hoje. Confira:
Que fatores levaram ao surgimento das reformas de base?
Para entendermos a dimensão das medidas tomadas por Goulart, precisamos analisar a crise agrária da época.
Havia predominância absoluta do latifúndio: propriedades com mais de 1000 hectares representavam mais da metade do total do território agricultável. Os produtos agrícolas originários do latifúndio eram os principais itens da nossa pauta de exportação.
A luta de classes se intensifica, porque o lucro dos grandes proprietários rurais ultrapassava os limites, mas o arrocho salarial e as condições semifeudais que presidiam as relações sociais no campo revoltavam os setores mais mobilizados e conscientes dos trabalhadores rurais.
Ocorre um surto de mobilizações do campo que se materializou, no governo Goulart, no reconhecimento dos sindicatos dos trabalhadores rurais pelo Ministério do Trabalho.
Ele não foi só o homem que anunciou as principais reformas de base e se comprometeu a lutar por elas, ele tomou medidas para beneficiar os trabalhadores antes disso. Os benefícios da previdência social foram estendidos aos camponeses.
É no governo Goulart que é criada a Superintendência de Reforma Agrária (Supra) e se aprova o estatuto do trabalhador rural, uma espécie de CLT para os trabalhadores do campo.
Em relação às reformas de base, nenhum presidente foi tão longe no elenco de medidas para tentar conter o latifúndio e desapropriar terras improdutivas.
Ele mostrou consciência de que as terras devolutas da União deveriam ter uma destinação social para fixar o homem na terra, permitindo a pequena produção agrícola.
As reformas de base, no sentido do que elas representaram em grandes metas, continuam atuais porque simplesmente não tivemos até a presente data nenhum governo que se debruçasse com a coragem necessária ao problema do campo.
As reformas de base eram medidas estritamente capitalistas, ou representavam algo mais?
Temos que lembrar que o governo Goulart não era de esquerda. Era um governo que hoje podemos classificar de centro esquerda com viés progressista.
Mesmo não sendo de esquerda, e sem nenhum compromisso explícito para uma transição de caráter socialista, ele conseguiu avanços consideráveis, que governos posteriores que se apresentavam com plataformas socialistas, como foi o caso do inicio do governo Lula, não fizeram.
Esses avanços importantes do governo assustaram os setores conservadores, tanto na sociedade civil como nas forças armadas.
Goulart apontou reformas de base em várias áreas, mas uma das que mais preocupava as classes dominantes eram as medidas em relação à Reforma Agrária e as grandes linhas para o desdobramento da democratização do campo.
A burguesia em nenhum momento apoiou o governo Goulart?
O que ocorreu foi a ruptura de um pacto social que envolvesse a burguesia nacional, associada ao capital estrangeiro e ao imperialismo. Até 1963 uma parte da burguesia nacional tinha uma expectativa em relação ao governo.
Com o aprofundamento da concentração golpista, que penetrou de maneira muito forte em setores da classe média, no empresariado e no latifúndio, se configurou um quadro em que a animosidade contra as reformas de base se expandiu, apesar de ter apoio consistente de setores populares.
Os golpistas veem que o presidente precisava se apoiar cada vez mais nas classes populares e setores mais politizados da classe média e deixam patente que não haveria possibilidade de um pacto social que buscasse acomodar interesses divergentes, vendo na conduta do governo e na pressão organizada que crescia na sociedade ameaças aos seus privilégios e intentos de dominação política.
Por que a esquerda não se opunha fortemente à burguesia?
Uma das ilusões fundamentais da esquerda naquela fase foi a de que a burguesia poderia participar de uma aliança com os setores populares não só no sentido de assegurar a governabilidade, mas em ter um pacto de classes que permitisse um processo de transição para um país mais evoluído, menos desigual.
Foi uma ilusão grave, porque conduziu a uma ideia de que era possível conter a mobilização nas cidades e no campo para que não houvesse um quadro de acirramento da luta de classes, e com isso seria possível acomodar ou conciliar os interesses do trabalho e do capital.
Isso se revelou trágico, porque muito antes do golpe militar, a burguesia nacional estava onde sempre esteve: do lado do interesse do grande capital, da mercantilização generalizada. Parte da esquerda só na semana que antecedeu o golpe mostrou ceticismo no caráter de progressismo da burguesia nacional.
Qual foi o papel das Ligas Camponesas nesse período?
A trajetória das Ligas é um dos momentos mais significativos em termos de mobilização dos trabalhadores rurais do país. Esse movimento vem desde Juscelino Kubitschek, com o acirramento dos conflitos no campo e a brutalidade dos proprietários em não reconhecer os direitos elementares sociais, trabalhistas e previdenciais dos trabalhadores.
As Ligas representaram um momento extraordinário de convencimento, conscientização e organização de áreas importantes do meio rural, no sentido de fazer valer direitos no processo de enfrentamento cada vez maior dos grandes proprietários. Além disso, ocorria o processo de sindicalização dos trabalhadores.
A partir da influência cada vez maior da Revolução Cubana e de movimentos de libertação em outros países, as ligas radicalizavam seu ideário e métodos de ação política. Não foi uma radicalização negativa no sentido de atropelar o estado de direito democrático e a legalidade constitucional.
Mas a direita apresentava a mobilização dos trabalhadores rurais como uma quebra de princípios constitucionais, como se os trabalhadores não pudessem reivindicar condições e direitos básicos. Para a direita rural, os trabalhadores rurais eram como escravos, pois lhes eram negados de maneira quase absoluta os direitos.
Essa radicalização precisa ser analisada, pois em certos momentos as Ligas acreditavam ter mais poder do que de fato tinham. A partir de 1963, elas tem uma guinada à esquerda, com palavras mais revolucionárias, perdendo de vista que a sociedade vivia uma intensificação da luta de classes em um processo cada vez mais difícil, complexo e violento.
Antes do golpe, talvez as lideranças do movimento camponês tivessem perdido a bússola da correlação de forças. Consideravam que a balança pendia para o lado dos trabalhadores, quando o que existia era um cabo de guerra.
De um lado as forças dominantes, lideradas pelos grandes proprietários rurais, apoiados pelo conservadorismo e golpista; de outro o movimento dos trabalhadores rurais, tentando fazer cumprir seus direitos.
E os trabalhadores não dispõem dos recursos que a classe dominante tem. Ao lado dos proprietários estava a grande imprensa, que transformava as ligas e o sindicato em "adversários da democracia", criminalizando o movimento, não diferente do que ocorre hoje em relação ao MST e outras organizações da sociedade civil que lutam pelos direitos dos trabalhadores.
Era uma disputa feroz e que pendia para o lado conservador, na medida que tinha apoio maciço dos meios de comunicação e do congresso nacional, muito conservador, que tornava difícil a aprovação de leis aos trabalhadores.
E depois do golpe, o que ocorreu com a luta no campo?
A história se concentra muito na repressão urbana, mas as Ligas Camponesas sofreram uma repressão barbárica, com prisões, torturas e perseguições das mais hediondas aos líderes. Os sindicatos rurais foram fechados, e os atos do presidente Goulart e da Supra anulados.
Esse processo não teve fim até a reabertura política, o que resultou numa involução de todo o processo de organização e mobilização feito pelas Ligas e sindicatos.
Por outro lado, assistimos ao fenômeno que resultou na versão mais perversa do agronegócio, que aumentou a concentração fundiária e preservou os interesses dos grandes proprietários. A entrada de capital estrangeiro nas atividades agrícolas do país encontrou na ditadura militar um estímulo e alavanca.
O processo pós golpe teve uma dupla violência, no sentido de desmantelar a organização dos trabalhadores do campo e suprimir os avanços em vigor no governo Goulart, além de permitir uma presença indiscriminada dos monopólios da terra, que já vinham de antes, mas que foram reforçados.
Hoje ainda há no Brasil alta concentração de terra, criminalização dos movimentos, forte presença do capital financeiro no campo... o que mudou do período da ditadura para cá?
A mudança mais benéfica é o surgimento de organizações que foram aos poucos recuperando os ideais das Ligas Camponesas e sindicatos rurais no sentido de conscientizar, organizar e mobilizar essa população tão desamparada, submetida a regimes de exploração no campo.
É doloroso reconhecer que mesmo os governos Lula e Dilma avançaram tão pouco nessa questão. Inclusive o governo Dilma investiu menos na Reforma Agrária do que o segundo governo FHC, o que é uma vergonha, uma demonstração de falta de prioridades.
Ao contrário, o agronegócio foi endeusado, a presença do capital estrangeiro tem sido incentivada.
A luta foi novamente posta como prioridade pelos trabalhadores, e não podemos negar que as necessidades e carências do campo estão postas perante a sociedade.
O que me parece ser um dramático mais do mesmo é verificarmos na segunda década do século XXI que grande parte das questões majoritárias que envolvem a concentração fundiária nesse país continuam intocadas.
A concentração de terras continua presente, com vertentes do agronegócio que não tem o menor compromisso com o país e, por incrível que pareça, merecem apreço por parte de partidos que antes defendiam a Reforma Agrária, que quando chegaram ao poder rasgaram suas biografias e passaram a se conciliar com esses interesses a pretexto de que isso é a "modernização no campo".
A modernização não pode ser feita em detrimento das garantias e direitos que o trabalho precisa ter. Hoje criamos uma modernização de rentabilidade dos processos produtivos, mas nos conservamos na vanguarda do atraso em termos de proteção social e defesa dos direitos humanos no campo.
Se isso é muito triste de constatar, mais razões temos para lutar, mesmo que seja um longo e árduo processo. Milton Santos costumava dizer que nossa tarefa enquanto militantes sociais é ter a luta como valor central, e não podemos nos abater com esse cenário.
Pelo contrário, devemos nos fortalecer mais ainda apesar de todas as diversidades e obstáculos em uma luta que é essencialmente cidadã e civilizatória.
Outros países na América do Sul estão democratizando o campo, exercendo severo controle sob a produção agrícola, utilizando de medidas legais para atenuar, quando não modificar radicalmente, o problema da concentração do campo. Precisamos fazer o mesmo.
Você acredita que fatores como a repressão aos movimentos sociais, violência policial e campanha midiáticas a medidas mais progressistas do governo apontam para outra guinada conservadora na sociedade brasileira?
É difícil sustentar com elementos concretos a ideia de que a sociedade está se tornando mais conservadora, mas muitas observações podem ser comprovadas na realidade do país.
É fato que, desde a ditadura, o atual momento do Brasil seja o que há mais violência e repressão desde que terminou a ditadura. Isso é preocupante, porque mesmo num período democrático, uma série de direitos constitucionais são colocados em xeque por setores conservadores, que tem forte capacidade de influenciar a opinião pública pelos meios de comunicação.
A mídia não é a única responsável; o governo nada fez para democratizar as concessões públicas do país de rádio e TV, há uma inércia governamental que revela uma contradição enorme entre o discurso de alguns líderes da coalizão governamental.
O ex-presidente Lula, que sistematicamente se queixa das deturpações e mentiras dos meios de comunicação, nada fez concretamente, durante oito anos de governo, para reverter a concentração responsável pela prevalência dos valores irradiados pela mídia no imaginário social do país.
Vivemos em um tempo preocupante. Os avanços tem sido tímidos, há uma espécie de temor em enfrentar o conservadorismo da imprensa e do congresso, uma inércia em temas como a Reforma Agrária, saúde, educação, e todas as vezes que há uma iniciativa "menos tímida" para tentar resolver algum desses problemas, há uma reação completamente desproporcional por parte dos setores conservadores.
É preciso romper com essa cadeia de mentira, de medo, de ameaças que rondam propostas que representem avanços à população e de grandes questões. Buscar vontade política e coragem para enfrentar esse conservadorismo, mobilizando a sociedade, que não pode ficar passiva, atordoada diante do que acontece no país.
Temos que defender as liberdades democráticas e aplicar reformas de base, que possam rever o caminho do desenvolvimento de forma mais igualitária, mais justa e que coloquem a soberania nacional, a defesa dos recursos naturais, as identidades culturais do país a frente dos interesses mercantis.
Nassif levanta debate sobre economia solidária
April 11, 2014 6:56 - no comments yetPara debater o assunto, poste seu comentário em: http://www.jornalggn.com.br/noticia/economia-solidaria-como-deixar-esquerda-e-direita-indignadas#comment-278172
Nesta segunda ocorre oficina Cirandas com trabalhadoras/es da economia solidária
April 11, 2014 6:18 - no comments yetFonte: http://cirandas.net/fbes

Nesta segunda-feira, dia 14 de abril, das 10h às 13h, será realizada a Oficina presencial do Cirandas na UniLaSalle, em Canoas (RS).
A oficina é voltada para os empreendimentos ativarem seus sites no Cirandas. É indicado que quem for participar leve foto digital dos produtos/ serviços do empreendimento, o preço do produto/ serviço que estiver na foto, a logo ou foto digital do empreendimento.
A oficina será realizada no prédio A, no 3o. andar, perto da estação do metrô Canoas/ Unilasalle.
Para saber mais, acesse http://cirandas.net/valedosinos/noticias/cirandas-oficina-presencial-em-canoas-dia-14-de-abril
Movimento negro no debate sobre a reforma política
April 9, 2014 16:13 - no comments yetFonte: campanha pela reforma politico e o Plebiscito Popular pela Constituinte Exclusiva para a Reforma Política
A Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN), uma organização contemporânea do movimento negro brasileiro, preocupada com este debate, apresenta nesta audiência publica da Comissão Especial de Reforma Política da Câmara dos Deputados posicionamento para garantir mudanças reais no sistema político eleitoral capaz de ampliar a participação popular, aprofundar e fortalecer a democracia no Brasil.
Alertamos para o fato de que o debate da reforma política não deva ficar restrito apenas ao Parlamento e sim que ele deve se ampliar para os espaços públicos, os movimentos sociais, os sindicatos, os meios de comunicação e toda a sociedade dada a importância dessa discussão para o aprimoramento democrático do sistema político brasileiro.
A reforma política interessa à população negra, principalmente porque ela está subrepresentada nas instâncias políticas brasileiras e esse momento é especial para aprofundarmos o debate, refletirmos, alterarmos o quadro político nacional e criar mecanismos legais e regulatórios para ampliarmos a representação política de negros e negras nas instâncias municipais, estaduais e federal.
UMA HISTÓRIA DE EXCLUSÃO DA PARTICIPAÇÃO POLÍTICA.
Historicamente, o sistema político brasileiro sempre foi elitista, autoritário, censitário e excludente, o que impediu a participação dos negros, indígenas, juventude, mulheres e dos trabalhadores em geral.
Segundo o sociólogo Clóvis Moura, em sua obra "Rebeliões da Senzala", a eleição da Constituinte de 1823 garantia os interesses das elites escravocratas e estavam "sumariamente excluídos do direito de voto, os criados, jornaleiros, caixeiros, juntamente com todas as pessoas que tinham rendimentos líquidos inferiores ao valor de 150 alqueires de farinha de mandioca". "Para os eleitores de segundo grau, que escolhiam os deputados e senadores, exigia-se um rendimento de 250 alqueires, e para que o cidadão fosse candidato a deputado se exigia a soma de 500 alqueires e 1000 para senadores, além da qualidade de proprietário, foreiro ou rendeiro por longo prazo".[1] [1]
À época da Lei Áurea (1888) e às vésperas da Proclamação da República (1889), a maioria da população negra era analfabeta e desprovida de renda. O regime republicano não garantiu direitos sociais, políticos e humanitários aos negros e reafirmou sua subalternidade ao excluir do direito de voto o analfabeto.
COM AS MULHERES NÃO FOI DIFERENTE.
Apenas na eleição para a Assembleia Nacional Constituinte de 1933 a mulher brasileira pode pela primeira vez votar e ser votada. A médica paulista Carlota Pereira de Queiróz foi a primeira deputada brasileira eleita. A segunda deputada brasileira eleita foi a bióloga e advogada Bertha Lutz. Fato inédito ocorreu em 1934, em Santa Catarina, quando a professora Antonieta de Barros foi a primeira mulher negra eleita deputada no seu estado e em todo o Brasil.
A PRESENÇA NEGRA NO CONGRESSO NACIONAL.
O Brasil é o país de maior população negra fora da África. Segundo o IBGE (2010), pretos e pardos, isto é, os negros e negras, representam 50,7% da população brasileira e estão extremamente subrepresentados na Câmara Federal e Senado brasileiro.
Na atual legislatura da Câmara Federal os parlamentares negros e negras são apenas 43 no universo de 513 deputados, significando apenas 8,5% das cadeiras da Câmara Federal. Nesse universo há uma maior representação dos negros e negras nos partidos políticos progressistas e de esquerda e uma menor participação nos partidos conservadores ou de direita: PT (14), PC do B (4), PSOL (2), PSB (1), PDT (3), PMDB (6), PRB (6), DEM (3), PSDB (1), PR (1), PSC (1), PTB (1). Mais grave e excludente é a participação de negros e negras no Senado. São apenas dois: Paulo Paim (PT/Rio Grande do Sul) e Magno Malta (PR/Espírito Santo).[2] [2]
É importante destacar que a população indígena não possui nenhuma representação no Congresso Nacional.
NOSSAS PROPOSTAS.
Cabe ao Estado brasileiro reconhecer a desigualdade de condições sociais e de representação política entre brancos e não brancos e do ponto de vista de uma reforma política que institua mecanismos de equidade de gênero e raça/cor no escopo da reforma, criando condições para alcançarmos paridade entre negros e brancos e entre mulheres e homens.
A nossa defesa intransigente é para ampliar de forma paritária a presença de negros e mulheres nos espaços da política e nas instâncias de poder do país.
A nossa defesa intransigente é por uma reforma política que garanta a fidelidade partidária e o financiamento público de campanha para controlar o poder econômico responsável pela subrepresentação da maioria da população brasileira.
Uma reforma política que garanta a lista pré-ordenada com paridade de gênero e raça/cor.
O Brasil é um país de grande dimensão territorial e com enorme diversidade cultural, características que encobrem as desigualdades sociais e explicam o empobrecimento da população negra, a discriminação e o preconceito racial e inúmeras formas de intolerância sofridas nos espaços ditos "universais", como na educação, saúde, no acesso à justiça, no mercado de trabalho, sistema de representação eleitoral e, finalmente, na invisibilidade da mulher negra em vários espaços sociais e de poder. Somos marcados pela herança da escravidão e até hoje parcela significativa da população brasileira ainda sofre com as desigualdades raciais, de gênero e classe.
É nesse contexto que a CONEN insere nessa audiência pública o debate sobre a reforma política que interessa ao Movimento Negro Brasileiro.
Afirmamos o princípio básico da igualdade como uma meta a ser alcançada pela sociedade brasileira. Segundo a nossa Constituição, o Estado deve se comprometer com a equidade de todos/as, e portanto propomos reforma política com equidade de gênero e raça/cor para a efetivação de uma sociedade verdadeiramente democrática e cidadã.
BRASÍLIA/DF - 13 DE JULHO DE 2011
* Texto apresentado por Gilson Nunes Vitório (Gilson Negão), da direção da CONEN/SP, na audiência pública realizada pela Comissão Especial de Reforma Política da Câmara dos Deputados, no dia 13 de Julho de 2011.
Avanza la Articulación de Movimientos hacia el ALBA
April 9, 2014 16:10 - no comments yetFonte: fpdscorrientenacional@gmail.com
Con la participación de 39 delegados y delegadas de 21 países del continente, la reunión tuvo como finalidad organizar y dar curso a los objetivos planteados en la Asamblea de ALBA Movimientos realizada en Brasil en mayo de 2013.
Durante cuatro intensas jornadas de trabajo, se debatió en torno a las acciones de solidaridad de la Articulación con las luchas del pueblo nuestroamericano; sobre la construcción de la integración y el internacionalismo, y sobre distintos ejes de trabajo como la formación y la comunicación. Objetivos centrales planteados por esta reunión fueron el fortalecimiento de las brigadas internacionales, el desarrollo de escuelas y encuentros de formación política y campañas de solidaridad con el pueblo y el gobierno de Venezuela; por el retiro de las tropas militares de la MINUSTAH de Haití; por la liberación de los cinco héroes cubanos presos en Estados Unidos; por la paz con justicia social en Colombia y por la liberación de los presos de la masacre de Curuguaty en Paraguay, entre otras.
Asimismo, se debatió en torno a la situación en Venezuela y el avance de los planes imperialistas de Estados Unidos para la región. En este sentido, se decidió emprender una campaña de visibilización mediática sobre la realidad de la situación en el país, donde en los últimos meses se han desarrollado planes de desestabilización por parte de sectores de derecha en consonancia con el gobierno de los Estados Unidos. Estas acciones fueron acompañadas por una fuerte estrategia mediática de los medios privados en América Latina, que contribuyó a desinformar y manipular a los pueblos del continente.
Los delegados y delegadas presentes se reunieron con Blanca Eekhout, vicepresidenta de la Asamblea Nacional; Elías Jaua, canciller de la República Bolivariana de Venezuela, y Nicolás Maduro, presidente constitucional de la República. En esta última reunión, se acordó en avanzar con el plan de trabajo propuesto por la Articulación, con el objetivo de fortalecer la construcción del poder popular en Nuestramérica, considerado por todos y todas las presentes como única forma de consolidar la construcción de un modelo alternativo al capitalismo, contra el imperialismo y por el socialismo latinoamericano.
Desde Marea Popular y el Frente Popular Darío Santillán - Corriente Nacional, hemos estado presentes a lo largo de toda la reunión continental, junto con la Brigada Eva Perón de solidaridad con el pueblo venezolano, apostando a la construcción de la integración entre los pueblos, aportando militancia a la construcción del internacionalismo latinoamericano, convencidos y convencidas de la necesidad de caminar junto a los pueblos de Nuestramérica en la construcción de la patria grande. ¡CHÁVEZ VIVE! ¡LA LUCHA SIGUE!
Minas Gerais realiza Conferência Regional na Zona da Mata
April 9, 2014 7:32 - no comments yet Fonte: Enviado por Vinícius Monteiro Nascimento (viniguns@gmail.com)
A equipe da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da UFV e o Fórum Regional de Economia Popular Solidária da Zona da Mata Mineira apoiaram a realização da "III Conferencia Regional de Economia Popular Solidária: Construindo um plano Nacional da Economia Solidária" nos dias 5 e 6 de abril, na Universidade Federal de Viçosa, para defesa e promoção do direito de produzir e viver de forma associativa e sustentável. Estiveram presentes gestores públicos da região, representantes de empreendimentos de nove municípios da Zona da Mata Mineira, sendo eles Viçosa, Cajuri, Juiz de Fora, Leopoldina, Guarani, Bias Fortes, Cataguases, Matias Barbosa e Ubá. O evento contou também com a presença do Pró-reitor de Extensão e Cultura da UFV, Gumercindo Souza Lima, e apoio das entidades Educação, Informação e Tecnologia para Autogestão (EITA), Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), Fórum Mineiro de Economia Popular Solidária (FMEPS) e da Cooperativas de Deficientes Físicos (COOPDEF).
As conferências públicas são momentos privilegiados de participação ativa da sociedade nos debates sobre temas e questões relevantes que dizem respeito às mesmas, oferecendo subsídios para a formulação e avaliação de políticas públicas. As conferências regionais darão subsidio para a conferência Estadual que por sua vez contribuirá na Conferência Nacional. A Conferência Nacional tem o objetivo, de realizar o balanço sobre os avanços, limites e desafios da Economia Solidária; de promover o debate sobre o processo de integração das ações de apoio à economia solidária fomentada pelos governantes e pela sociedade civil; de elaborar planos municipais, territoriais e estaduais de economia solidária e por fim elaborar um plano Nacional de Economia Solidária contendo visão de futuro, diagnóstico, eixos estratégicos de ação, programas e projetos estratégicos e modelo de gestão para o fortalecimento da Economia Solidária no país.
A III Conferência Regional teve como objetivos principais:
I - realizar um balanço sobre os avanços, limites e desafios da Economia Solidária considerando as deliberações das Conferências Nacionais de Economia Solidária;
II - promover o debate sobre o processo de integração das ações de apoio a Economia Solidária fomentadas pelos governos e pela sociedade civil;
III - elaborar planos municipais, territoriais e estaduais de Economia Solidária; e
IV - elaborar um Plano Nacional de Economia Solidária contendo visão de futuro, diagnóstico, eixos estratégicos e modelo de gestão para o fortalecimento da Economia Solidária no país.
Aulas presenciais e gratuitas sobre o Cirandas no RJ e RS
April 8, 2014 9:06 - no comments yetPor Sabrina Stieler

O Fórum Brasileiro de Economia Solidária- FBES está realizando aulas presenciais sobre o site Cirandas.net. Os encontros já estão acontecendo e são gratuitos. Os estados de São Paulo, Bahia e Minas Gerais já tiveram as aulas e vários empreendimentos já estão utilizando as diversas possiblidades do site. Durante as oficinas os participantes conhecem mais sobre o Cirandas e aprendem as ferramentas básicas das páginas dos empreendimentos de economia solidária. Sabrina
No mês de abril é a vez do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul receber o mutirão de ativação do Cirandas. Dia 10, a aula será no Rio de Janeiro, no Cefet - Maracanã, Av. Maracanã, 229, das 13h30 às 17h30, haverá 15 computadores disponíveis. No Rio Grande do Sul o encontro acontecerá dia 14, no La Salle, em Canoas, das 10h às 13h.

Quem tiver interesse poder levar uma foto ou logo do empreendimento e fotos de produtos ou serviços. Para participar é preciso solicitar inscrição prévia por e-mail para a Oficina no Rio de janeiro: cirandas@fbes.org.br e no Rio Grande do Sul pelo link: http://cirandas.net/cirandeiros/blog/inscreva-se-aqui-para-o-mutirao-presencial-do-cirandas-no-rio-grande-do-sul. A atividade é uma parceria do FBES com a Cooperativa Eita, Unisinos e Senaes.
No site Cirandas.net é possível ver a aula virtual que mostra passo a passo as várias funcionalidades do site e como utiliza-las. Para visualizar acesse http://cirandas.net/.
Crescimento de nada!
April 7, 2014 4:40 - no comments yetPor Ângelo Cavalcante (angelocavalcante@yahoo.com.br)
Não adianta exigir crescimento econômico se os fundamentos da economia monopolizada e oligopolizada não permitem que o produto do trabalho seja distribuído para o conjunto da população. Não adianta mirar cegamente no fetiche do crescimento econômico se os oligopólios totalitários que governam o Brasil impedem mobilidade econômica e, portanto, social. De nada vale crescer infinitamente se a potência e a virtude desse crescimento não forem disseminadas para o conjunto dos produtores nacionais, o que inclui, inclusive, as famílias.
A crise é o instituto dos monopólios e oligopólios que represam os capitais, que impedem o fluxo benéfico dos capitais produtivos adentrarem fundo pelos poros da economia, garantindo-lhe vigor, força e possibilidade de participação produtiva na totalidade da economia nacional. Não bastasse essa muralha continental e classista, tem-se, ainda a artilharia bancaria e financista de alta resolução que sorve, parasitariamente, os rendimentos do trabalho real.
De outra forma, o desenvolvimento nacional passa pela superação desses blocos antimodernizantes e que tomaram a economia nacional de assalto com a participação e anuência de seu sócio menor, o Estado. Ou nos livramos desses grilhões ou a História nacional não segue, não avança.
E sobre o tema da produção livre e para todos, nada daquela cantilena velha, nefasta e monetarista de "deixar o bolo crescer para distribuir" tão cantada pela eminência parda de Delfim Neto na terra-sem-lei dos militares golpistas. Isso, terminantemente, não funciona. Já fora abundantemente provado e, tal experiência logrou duas décadas perdidas e infames do ponto de vista econômico catapultando o Brasil, por conseguinte, para a cloaca do neoliberalismo latino-americano, perverso em toda a sua estrutura, dinâmica e latitudes.
FHC é o herdeiro direto da lógica do "bolo que cresce"; esse bolo deu tamanho para um amorfo de seis milhões de desempregados; uma quebradeira geral das empresas nacionais; o maior endividamento interno já visto por aqui. A capacidade de investimento dos Estados se limitava a servir cafezinhos para banqueiros e financistas outros; legou-nos a pior e mais delicada vulnerabilidade externa dentre os chamados grandes países; neste período, o Brasil, fora intermitentemente vitimado por longas ondas de ataques especulativos e nunca os nós da dependência da banca internacional foram tão arrochados. Boa dica acerca deste Brasil alquebrado é a leitura de Brasil Privatizado I e II do muito sério e, lamentavelmente falecido, jornalista Aloysio Biondi.
O ciclo neoliberal brasileiro, ainda não superado, teve seu ápice de cinismos e bancarrotas com Fernando Henrique Cardoso (FHC), o Príncipe da Sociologia, que desmontou, por meio da venda, doação ou empréstimo, a estrutura produtiva do país sob o mito da modernização tecnológica e administrativa e, nesse movimento, ampliou os já vastos campos ociosos da produção nacional; piorou pela distância e indiferença o fundamental dialogo com a chamada sociedade civil e seus movimentos sociais e capou e recapou a governança nacional de suas possibilidades de regulação. Desta feita, o Brasil viu-se com as melhores condições para se tornar a maior praça de especulação financista do planeta.
O que viramos, em síntese: Um fazendão parturiente de commodities à custa de trabalho precarizado, degradado e escravo e o maior balcão de remuneração dos capitais especulativos, não-produtivos, gerador de desemprego, instabilidade social e migração. A bomba macroeconômica feita por FHC é de tão difícil compreensão e desmonte que, desfazer esse artefato de nitroglicerina pura é trabalho meticuloso e de gerações inteiras.
Então... Para a compreensão do que foram os anos Lula e este tempo de governo de Dilma Rousseff só decifrando as largas fissuras econômicas e institucionais propositadamente feitas pelo vendilhão FHC e sua camarilha de banqueiros, agiotas planetários e correntistas "gold" de paraísos fiscais.
Finalmente, o crescimento nos tem sentido se a macroeconomia honrar a microeconomia. Se os grandes e altos níveis de produtividade da "plantation" brasileira se submeterem a alguma regulação séria e efetiva e garantir o conceito universal de que crescimento se converte em desenvolvimento pela ampliação e democratização da produção, pelo alargamento e incorporação de novos agentes produtivos e pela multipolaridade econômica que descentraliza capitais, viabiliza regiões e integra o próprio país.
* Ângelo Cavalcante - Economista, Cientista Político e Professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), campus Itumbiara.
Debate sobre viabilidade e sensibilização de consumo responsável ocorre no Rio de Janeiro
April 5, 2014 10:44 - no comments yetPor Secretaria Executiva do FBES

O que é a viabilidade no contexto dos Grupos de Consumo Responsável (GCR)? Quais as etapas para consumir um produto, seja ele com uso de intermediários ou diretamente do produtor/a? Qual o cálculo para formar o preço de venda de um produto? Estas e outras questões foram debatidas entre representantes de Grupos de Consumo do país nesta quinta, sexta-feira e sábado, na cidade do Rio de Janeiro.
Em muitas das experiências dos GCR as parcerias para espaço de entrega e a militância para o trabalho de gestão dos coletivos encobrem alguns custos que não são desembolsados, mas existem no fluxo de atuação dos Grupos de Consumo. Tais custos merecem serem conhecidos para a adequada viabilidade e conhecimento da dimensão econômica e da gestão dos GCR.
O preço justo entra neste debate, sendo qualificado como uma busca a ser praticada num mercado injusto e desigual, aonde a plena realização da proposta é um desafio e uma imperfeição. Os princípios e valores de comunicação, transparência, justiça, democracia, entre outros, foram destacados para a prática do preço justo, além do respeito aos trabalhadores e ao meio ambiente este processo de produção, comercialização e consumo. A proposta de financiar a produção dos agricultores familiares e empreendimentos de economia solidária é uma proposta dos GCR que foge da lógica no mercado capitalista, com o desafio de levantar a prática do preço justo junto as políticas públicas, além da sensibilização e conscientização de mais consumidoras/es, tanto urbanas, quanto rurais para o consumo responsável.
Foi destacado que é fundamental realizar atividades formativas com as/es agricultoras/es familiares sobre a compreensão e composição de preço, para consciencização do valor e dos custos de produção e de vendas, facilitando o processo informativo e de autonomia da agricultura familiar e economia solidária.
Neste sentido, a sensibilização e conscientização de sair da lógica do ganha-perde, da concorrência e da exploração nas práticas comerciais e nos fluxos que ela envolve, é um requisito fundamental para expandir e ampliar a prática do consumo responsável, saindo de iniciativas de nicho de mercado e de pequenos grupos isolados. A estratégia da Rede de Grupos de Consumo Responsável é fundamental para isso, para articular, ampliar e fortalecer as iniciativas existentes.
Outro debate levantado foi relativo a formalização destas iniciativas, pois segundo a legislação vigente não é possível formalizar uma cooperativa que seja de consumidoras/es e de produtoras/es ao mesmo tempo. Por outro lado, foi colocado por alguns CGR que a não legalização é também uma forma de protesto perante a estrutura estatal e regulatória existente.
Além disso, a oficina também contou com a visita à separação de produtos perecíveis (verduras, frutas e legumes) e produtos beneficiados da agroecologia e da economia solidária de núcleos da Rede Ecológica e feiras o que permitiu a interação e o conhecimento da experiência na cidade do Rio de Janeiro, num processo rico de troca, mutirão, conhecimento e reforço da proposta.
OIT promove Academia sobre Economia Solidária
April 4, 2014 3:44 - no comments yetDivulgado por Leandro Morais (lpmorais@gmail.com)
O Centro Internacional de Formação da OIT, com sede em Turim, Itália, está organizando em conjunto com CIRIEC, CESE, FACAMP, BNDES, SEBRAE,SENAES, UNISOL e FecomercioSP a terceira edição da: "Academia sobre a Economia Social e Solidária: para um desenvolvimento inclusivo e sustentável" que se realizará de 28 de julho a 1 de agosto de 2014 em Campinas, SP.
Data limite para inscrição é até 13 de junho de 2014
Este ano, a Academia irá centrar-se especialmente no valor acrescentado das Organizações da Economia Social e Solidária (OESS) em termos de inclusão e sustentabilidade, bem como no papel que a ESS pode desempenhar no debate da agenda de desenvolvimento do pós-2015. A Academia foi desenhada para responder às necessidades e interesses de diferentes participantes: profissionais e atores de entidades da Economia Social e Solidária assim como decisores políticos e parceiros sociais.
A participação na Academia inclui também uma fase de formação a distância articulada em cinco módulos sobre a ESS. O primeiro módulo introdutivo será disponibilizado gratuitamente a todos os interessados no tópico e na Academia. Para mais informações sobre o acesso à plataforma de aprendizagem a distância por favor contatar socialeconomy@itcilo.org
A Academia será realizada em Português, Espanhol e Inglês.
O custo da participação é de 1.500 Euros (inclui o pacote do evento, materiais de formação e seguro). As despesas de alojamento e alimentação, assim como de viagem, NÃO estão incluídas.
Está disponível um número limitado de bolsas parciais, até ao montante máximo de 1.000 Euros.
Para mais informações sobre a Academia, clique aqui: http://www.ilo.org/empent/Eventsandmeetings/WCMS_237666/lang--en/index.htm
Inscrições através do: http://intranetp.itcilo.org/STF/A957031/pt
Índios, as maiores vítimas da ditadura
April 3, 2014 10:32 - no comments yetFonte: http://amazonia.org.br/2014/03/%C3%ADndios-as-maiores-v%C3%ADtimas-da-ditadura/
Os índios são apenas 0,47% da população brasileira. Ainda assim, mais indígenas morreram por decisões da ditadura iniciada há 50 anos do que as vítimas de outros grupos, armados ou não. Um único povo do Amazonas perdeu mais habitantes pela violência da imposição da construção de uma estrada em suas terras, a partir de 1971, do que todos os não índios mortos segundo as maiores estimativas. Como esse, inúmeros outros grupos foram vítimas do lado mais brutal e, até hoje, menos conhecido daqueles anos de chumbo.
A Comissão da Verdade, que investiga crimes cometidos pelo governo ou agentes do regime autoritário, suspeita que tenham sido mil mortos ou desaparecidos políticos entre 1964 e 1985. A construção de estradas na Amazônia, no governo do general Garrastazu (1969-1973), matou 8 mil índios, segundo estima a comissão.
Quando considerados os mortos indígenas relativamente à população das etnias, os resultados apontam para um genocídio. No Amazonas, os Waimiri-Atroari habitavam área em que o governo quis passar a rodovia Manaus-Boa Vista; perderam 75% de sua população entre 1971 e 1985. Os Panará (ou Krenhakarore), cuja saga inspirou uma música no primeiro disco solo de Paul McCartney (1970), estavam no traçado da rodovia Cuiabá-Santarém (Pará); eram cerca de 450 no contato, em 1973; em dois anos restavam 74 (-84%).
Ainda considerando apenas exemplos relacionados às estradas do Programa de Integração Nacional (PIN, o PAC dos anos 1970): os 200 Parakanã contatados em 1971, em área da Transamazônica no Pará, foram reduzidos a 94 em dois anos (-53%); em Roraima, 14 aldeias Yanomami no rio Ajarani, foram reduzidas a uma única maloca de 71 sobreviventes (-90%, pelo menos); outro conjunto de aldeias, no rio Catrimani, perdeu 50% de sua população para uma epidemia de sarampo introduzida por trabalhadores da rodovia Perimetral Norte.
As agressões aos índios na ditadura estão sendo apuradas por um núcleo da Comissão da Verdade liderado pela psicóloga Maria Rita Kehl. Ainda que esse passado seja agora expiado, o atropelo dos direitos indígenas por interesses de setores da sociedade abrangente persiste no Brasil atual. Quando se trata de realizar obras decididas em Brasília, impô-las goela abaixo dos índios ainda é a norma. Antes era PIN, agora PAC, mas vale a lógica expressa pelo ex-governador de Roraima: "Uma área rica como essa, com ouro, diamantes e urânio não pode dar-se ao luxo de conservar meia dúzia de tribos indígenas que estão atrasando o desenvolvimento do Brasil" (gen. Fernando Ramos Pereira, "O Estado de S. Paulo", 1.mar.1975). É exemplar o caso da hidrelétrica de Belo Monte: as obras seguem sem respeito ao rito legal que prevê consultas prévias e compensações aos povos indígenas afetados. Questionamentos judiciais à construção são barrados com base no mecanismo de "suspensão de segurança", criado na ditadura, pelo qual o Executivo derruba decisões do Judiciário sob alegação de "ocorrência de grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas".
Para os índios, o regime autoritário, iniciado em 1964, ainda sobrevive na lógica desenvolvimentista, no descaso por seus direitos e no uso de leis daquele tempo.