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Blog do Saito

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
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Um pouco de papo furado, filosofia de bar, teorias sem fundamento e quando sobrar um tempinho falamos sobre tecnologia.


Porquê devemos evitar as grandes redes (mídias) sociais

13 de Novembro de 2018, 11:22, por Emerson Sachio Saito - 0sem comentários ainda

Trabalho há anos com assuntos como criptologia (inclui criptografia), as questões de segurança em software, e também sou ativista do software livre (do inglês opensource). Durante muito tempo e até mesmo durante essas eleições fiz alertas ( as comunidades de software livre sempre fizeram) sobre a forma e o efeito maléfico e manipulador que as chamadas redes sociais (ex:Facebook, Instagram), causam nas atividades políticas e sociais, inclusive com a integração delas com o Whatsapp (aplicativo de mensagens), que são todos do mesmo dono.

Acreditei que escândalos como da Cambridge Analytica (https://brasil.elpais.com/brasil/2018/05/02/internacional/1525285885_691249.html) que influenciaram nas eleições estadunidenses ou outros mais antigos como a https://wikileaks.org fossem suficientes para que mesmos as pessoas que não estão acostumadas à tecnologia da informação pudesse ver o que os cerca, conseguissem “sair da Matrix”.

Mas não, as próprias redes sociais, os aplicativos e a velha grande mídia de sempre, já haviam os entorpecidos. Mesmos aqueles mais esclarecidos, com poucas exceções, conseguiram perceber que não devemos usar certas ferramentas para fazer ativismo.

Não entrarei no mérito neste texto, do uso de sistemas operacionais proprietários como windows, iOS (iPhone e Mac), que são tão maléficos quanto.

Vou me ater ao uso das redes sociais e aplicativos de mensagens como whatsapp e messenger.

 

A segurança.

 

Seria um bom motivo para evitarmos essas ferramentas que comentei, mas nem é o principal, por isso esclarecerei isso primeiro.

Muitos não sabem mas os EUA tem uma lei (https://oglobo.globo.com/mundo/eua-renovam-controverso-programa-de-espionagem-digital-da-nsa-22302760) que permite que a NSA (National Security Agency) tenham acesso às informações de qualquer sistemas de informação (Isso mesmo! Tudo, inclusive os sistemas operacionais aí entra Windows, iOS, MacOS).

Porém para isso ser possível, de alguma forma, todos os softwares que são produzidos por empresas Estadunidenses (é o caso do Facebook, do Instagram, Whatsapp, Microsoft, Apple, etc...) precisam, obviamente, de uma porta de entrada para acessar os dados quando isso é pedido. Claro que na lei diz que precisa de decisão judicial, que é um combate ao “terrorismo”. Mas a partir do momento que há uma porta, foi-se a segurança, pois tem um meio de como acessar. Essa inclusive foi a principal denúncia do WikiLeaks, essas brechas que permitem a espionagem.

Por outro lado os aplicativos que são feitos em outros países, ou pelo menos hospedados fora dos EUA, não são obrigados a seguir a essa lei e não precisam dessa porta, apesar de isso não ser uma garantia, por isso que os softwares livres ainda são a melhor opção, já comento sobre isso.

Para piorar toda a situação agora temos no Brasil uma iniciativa para criminalizar os movimentos sociais (https://theintercept.com/2018/11/07/lei-antiterrorismo), com essa lei aliada àquela americana, o governo terá como acessar os mesmo dados.

Como comentei, há outro fator, e não menos importante, que é a forma como os códigos são feitos. Softwares chamados proprietários, por exemplo whatsapp, tem o código fonte fechado, que faz com que ninguém fora da empresa conheça esse código. O que significa que quase ninguém sabe o que exatamente faz o aplicativo além das funcionalidades usadas pelos usuários. O que eles tanto querem esconder? Do outro lado, temos os softwares livres, como Telegram, Riot.im, Signal, entre outros que são de código aberto. Isso significa que qualquer um pode ver o código (por exemplo: https://github.com/riot/riot). Assim é possível saber exatamente o que faz o aplicativo. Comparo isso, a ir num restaurante. Em um você pode visitar/ver a cozinha e saber como é feita a comida e outro no outro é proibido, só para quem trabalha lá , em qual iria? Desconfiaria que tem algo estranho?

Ter grupos de discussão e até de organização estratégica em whatsapp, facebook, etc, só compromete a segurança de todos, ainda mais quando um presidente recém eleito diz que vai perseguir e prender quem for de oposição.

 

A manipulação nas redes sociais.

Mas o problema não está só na segurança, mas também na forma como esses programas trabalham e se comunicam e com isso conseguem fazer a manipulação da opinião das pessoas.

Para fazer isso esses softwares precisam mapear os perfis das pessoas, saber a que grupos pertencem, como agem, quais suas atividades, etc. A partir dessas informações é que os softwares trabalham. E nenhum software tem toda a informação necessária dentro dele ao ser criado. A forma como essas ferramentas captam e analisam essas informações são técnicas chamadas de Aprendizado de Máquinas (do inglês Machine Learning) https://en.wikipedia.org/wiki/Machine_learning é um pouco diferente de Inteligência Artificial (https://medium.com/data-science-brigade/a-diferen%C3%A7a-entre-intelig%C3%Aancia-artificial-machine-learning-e-deep-learning-930b5cc2aa42).

Aí que está o “perigo” de pessoas com perfil progressista, militante de causas sociais, etc, usarem essas redes e seus aplicativos. Nós mesmos estamos ajudando a aperfeiçoar essas ferramentas que foram (e serão) usadas contra nós mesmos. As ferramentas sozinhas não teriam capacidade de traçar perfis tão bons sem essas informações e não haveriam como incluir e manter as informações sem a ação dos seus usuários. Inclusive para saber as mudanças de comportamentos, de estratégias, de ações que ocorrem por exemplo durante um período eleitoral.

Alguns vão dizer que é importante estar nas redes para ser o contraponto à essas técnicas. Mas não. É Justamente o contrário, quanto mais estamos lá mais eficientes serão contra nós.

As redes se especializam de tal forma que conseguem evitar que as informações relevantes cheguem às pessoas com perfis mais neutros.

As publicações conservadoras, fake news, etc, dificilmente vão chegar naqueles que poderiam se contrapor a elas, e já o contrário, quando é uma publicação esclarecedora ela chega somente aos que já a conhecem e naqueles que irão rapidamente repudiá-la e atacá-la. Essa é uma técnica chamada de bolha de isolamento.

Assim é ineficiente e inútil achar que vale fazer militância redes sociais, vá trazer algum resultado positivo. Quanto menos informações passarmos as essas redes, menos eficientes elas serão. O pouco de divulgação que conseguimos é boicotada e superada.

E pode ter círculos de amizades? Propaganda política?

Em alguns caso sim. Se os círculos de amizades tem familiares e pessoas de ideologias diferentes, e não se discutem esses assuntos lá! É uma forma de reunir, mas mesmo assim há alternativas livres, mas não seria tão negativo usar. Já a propaganda política mesmo, divulgação de campanha por exemplo, é uma total perda de tempo e dinheiro, pois elas são direcionadas de tal forma que só atingem aqueles que já são os eleitores daquela linha política (já que esses perfis já estão mapeados). Então não seria bem melhor já ficar isolado em uma rede livre de espionagem? O melhor caminho para campanhas, é e sempre foi, a rua, a conversa face a face. Esse ano gerei dados geo-processados (em forma de mapas) de uma campanha em Curitiba que prova essa farsa da propaganda em redes sociais, pois os votos ficaram quase que exclusivamente onde houve panfletagem. A rede que teóricamente não tem fronteiras, fez justamente o efeito bolha.

Partidos políticos, lideres, e movimentos sociais criando grupos de discussão, eventos, nessas ferramentas para tratar assuntos estratégicos é ainda mais danoso, pois expõe muitas vezes a organização tática e estratégica.

Ninguém está pedindo que abandonem as redes sociais (o que seria muito melhor), mas que as deixem apenas para as futilidades.

Há outros meios, outras formas, inclusive alternativas no mundo digital. Mas aqueles meios pertencentes a uma pessoa (caso de facebook, instagram, whatsapp) ou grandes corporações (microsoft, apple, etc), isso, desde que a sociedade moderna existe, sabemos que não são voltadas as causas sociais.

 

Enfim, sabemos bem porque foi uma luta desigual, mas iremos ou não reagir?

É preciso militância e organização do forma digital? Obviamente que sim!

Mas que tal https://diasporabrazil.org/ ao invés de Facebook?

Telegram, Riot.im, Signal (olha quanta alternativa) ao invés de whatsapp?

https://www.limesurvey.org/ ao invés de google forms?

 

Os caminhos que levam a uma saída existem, basta querermos trilha-los. E sim, depois de ter andado tanto no caminho errado é preciso voltar um bom tanto para poder achar o correto. Mas na vida nada é simples, tudo tem seu custo. Se não fizermos algo enquanto há tempo, depois não adianta lamentar. Até porquê já temos muito a lamentar.

 

 

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Eis as reformas que irão lhe transformar em um semi-escravo

10 de Junho de 2017, 3:09, por Emerson Sachio Saito - 0sem comentários ainda

Atualmente estão em curso algumas mudanças na leis trabalhistas de irão trazer sério impacto nos direitos dos trabalhadores. Direitos estes conquistados com muita luta e que levou muito tempo, e agora na base da "canetada" irão ser ceifados. Separadamente, a maioria das pessoas não percebe o quanto isso irá afetá-las.

Escrevo este texto para que muitos o guardem para a posteridade, pois não é por falta de aviso que não estão lutando por seus direitos, mas por comodidade. Há quem pense que os que hoje estão no poder têm algum tipo de consideração pelo trabalhador, mas se enganam pois o objetivo destas reformas é a de "colocar o reles trabalhador no seu devido lugar".

A primeira mudança já está pronta, que é a tal lei da terceirização que foi sancionada pelo presidente ainda em exercício (http://www2.planalto.gov.br/acompanhe-planalto/noticias/2017/03/presidente-temer-sanciona-parcialmente-lei-da-terceirizacao), com esta lei é possível agora contratar de forma terceirizada qualquer tipo de funcionário. Até então isso só era permitido para o que não era área fim da empresa (área fim é atividade principal da empresa), por exemplo um empresa de construção civil só poderia contratar um engenheiro civil de forma "registrada" como dizem no polular. Ou seja, somente com carteira assinada e não como terceiro. Da forma que querem mudar, a empresa poderá contratar outra empresa ou mesmo um engenheiro como autônomo para fazer seus projetos. E assim em diante, até o ponto em que não haja mais nenhum empregado efetivo. Há quem diga que a justiça trabalhista não permitiria esse tipo de situação. Mas além de estarem tentando fragilizar a justiça trabalhista (http://justificando.cartacapital.com.br/2017/03/08/rodrigo-maia-diz-que-justica-do-trabalho-nao-deveria-nem-existir/), até mesmo hoje em dia sendo totalmente ilegal é comum ver noticias de trabalho escravo no Brasil , imagine com as reformas então?

A segunda é a realmente chamada reforma trabalhista, que "flexibiliza" uma série de direitos (http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/129049 ). Em conjunto com a primeira torna a relação de trabalho extremamente frágil e ruim para o trabalhador. Pois permite, por exemplo, que tudo que for "combinado/acordado" entre o patrão e o empregado esteja acima de qualquer lei trabalhista existente. Ou seja, basta combinar que está valendo. E onde o mais fraco é trabalhador fica fácil perceber quem vai ter que ceder.

A terceira e não menos importante é a reforma da previdência, que por si só já é um absurdo, mas que também servirá para jogar por terra o que restar dos direitos dos trabalhadores. Pois tira um dos principais beneficios que o trabalhador tem que é a aposentadoria, que por sua vez é um dos principais motivos para se ter uma carteira assinada.

Agora vou explicar as consequências disso na sua vida.

Vamos considerar que todas as mudanças acima foram aprovadas e você não fez nada para evitá-las, porquê viu na globo as propagandas do governo dizendo que seriam boas para você.

Um belo dia, você estará trabalhando tranquilamente com sua carteira assinada, e seu patrão irá chamá-lo para uma conversa.

O inicio dela pode ser porque a situação da empresa não esteja boa, ou o mercado não esteja bom, ou simplesmente porque tem uma oferta interessante a lhe fazer.

Seu salário pode ser desde o mínimo, até o de um gerente de uma grande empresa. Mas vamos supor que seja algo em torno de uns R$ 2.000,00 que já é um valor bom para um profissional com um certo tempo de mercado.

Seu patrão (ou o representante dele, quando for grandes redes ou multinacionais), irá lhe dizer assim: Veja fulano, o seu salario hoje é R$ 2.000,00. É um bom salário para o mercado, e mostra que a empresa lhe valoriza. Mas a situação não permite que possamos melhorá-lo muito nos próximos anos e talvez até nem possamos manter todos os nosso funcionários desta forma. Veja só:  Os R$2.000,00 que lhe pagamos, para nós representa praticamente o dobro por causa da "parte do governo" (é geralmente esse o termo que os empresários usam).  Esse dinheiro poderia estar nas mãos dos trabalhadores e com os empresários gerando empregos. O que temos a propor é algo que irá garantir o seu emprego, mas também irá gerar outros no futuro. Podemos fazer um acordo, para que não saia muito pesado para a empresa. Nessa acordo você abre mão de algumas indenizações, mas ao mesmo tempo você poderá ter acesso ao seu fundo de garantia que está lá parado engordando as contas do governo. Ao lhe recontratar como terceiro, poderemos lhe pagar uns R$ 3.000,00, e com esse dinheiro você mesmo pode geranciar seus benefícios. Veja, com a mudança da previdência vai ser complicado se aposentar, então para quê vamos ficar pagando isso?

Daí você irá aceitar, pois não terá opção e até mesmo porquê achará que estará ganhando mais.

O problema para o trabalhador, é que no inicio parecerá bom pois terá mais dinheiro na mão, mas com o tempo não terá poder de negociação, nem um sindicato para protegê-lo pois não fará parte de nenhuma categoria formal.

Muitos dos que lerem esse texto, irão passar por isso nos próximos anos. Vão achar que estarão melhor, mas o tempo os ensinará.

Seu salário não irá aumentar como deveria, você não terá como tirar férias, e nem mesmo poderá ficar doente, pois não terá licença médica. Se aposentar então, nem em sonhos, apesar de que com as mudanças vai ser bastante complicado.

E se engana aquele pequeno empresário (mais ou menos até uns 50 funcionários), achando que irá lucrar com essas mudanças. Pois se hoje os grandes já tem uma enorme vantagem "competitiva" ficarão ainda mais. E vai ser mais dificil conseguir mudar o  regime de todos os funcionários pois apesar de haver a possibilidade não terá dinheiro nem argumentos suficientes. Já os grandes vão poder simplesmente impor isso aos seus empregados.

Com o tempo, haverão ainda menos empregos pois os pequenos quebrarão e o ciclo vicioso não terá fim até que só os grandes permaneçam e até quem um dia foi patrão não terá como trabalhar. Então se hoje você é trabalhador assalariado, ou pequeno empresário, ou autônomo seu futuro está em risco.

O que me parece, é que a maioria não entende que fortalecer a economia deve começar com fortalecer os trabalhadores que por sua vez são os consumidores.

No futuro próximo nem poderei aconselhar a não aceitar as propostas de seu empregador, pois você não terá escolha mesmo. Sua chance seria lutar agora, mas isso pouca gente fará. Assim, sejamos todos bem vindos a um novo regime de escravatura que está para ser criado.

Se está lendo este texto e acha que é um exagero, convido-o a ver esse vídeo que mostra a sitação na qual estão os trabalhadores do Japão, que é visto como um exemplo para muitos:

https://youtu.be/efFQb3VEqQM

No próximo texto, irei explicar alguns dos outros objetivos destas reformas

 

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 Fonte Imagem: http://www.esquerdadiario.com.br/IMG/arton13661.jpg

 



Brasil: A cultura do ódio precisa acabar

19 de Março de 2015, 5:41, por Emerson Sachio Saito - 0sem comentários ainda

Não é de hoje, mas pelos acontecimentos mais recentes que acontecem no nosso país, que constato que temos em nós e talvez até na humanidade uma tendência cultural ao ódio.

Já vi dezenas de vídeos na internet que mostram como é a reação e convivência de crianças de pouca idade, que dificulmente demonstram atitudes egoístas ou odiosas. O que talvez prove que não é de nossa natureza, mas algo aprendemos com o meio em que vivemos, ou seja é uma cultura.

Por isso vejo essa cultura do ódio em nosso país. Somos conhecidos em boa parte do mundo como cordiais e o país do futebol. Bom vamos começar falando de futebol então. É mais que conhecido que uma boa parte da população brasileira gosta de futebol e alguns de nós são apaixonados por seus times. Mas também é sabido por nós que é justamente no fubetol que o ódio tem prevalecido à paixão. Como é comum vermos nos noticiários que torcedores de times rivais entram em conflito sem qualquer motivo aparente. Ninguém se conhece mas se odeia. As vezes é pior, já se conheciam mas por causa do resultado de um jogo ou um campeonato, perdem a amizade. Isso há um tempo atrás, infelizmente não vivi esse tempo, dizem que não era assim e que as torcidas além de se respeitarem cultivavam amizade. Antes o que era "tiração de sarro" hoje chega em muitos casos à ofensa pessoal e violência física.

Na religião também está começando a ficar assim no Brasil, se a pessoa não é da daquela crença (cristão, judeu, mulçumano, candomblé, etc) ou até mesmo da daquela corrente (católico, evangélico, moderado, xiita, etc) é passível de ódio por parte do outro. Também já fomos mais tolerantes com isso.

Por fim chegamos à política, começamos com esquerda X direita, vamos para partido X partido e até candidato X candidato. O debate que antes eram de idéias e propostas é um ring de acusações. Não que não devem haver denúncias, mas isso não deve ser o motivo para incitar o ódio.

O que pode ser visto em imagens e vídeos das manifestações, e sem entrar em mérito de qual tinha mais ou menos, sempre aparecem as mais evidentes declarações ou incitações ao ódio.  O que era para ser pedidos de mudanças e melhorias, virou rixa. Como se cada um na sua bolha, não é afetado pelo atitude do outro.

O tal mundo virtual tem piorado tudo, hoje em dia as pessoas escrevem em suas redes sociais como se estivessem cantando no banheiro, como se não houvessem pessoas lendo aquilo que poderiam se incomodar ou se ofender. Bom, tem casos em que cantar no banheiro também incomoda algum vizinho. Mas no virtual as pessoas não se limitam em nada. Agridem, ofendem de forma totalmente gratuíta. Já ouvi e li dizerem que o virutal é como a bebida para alguns, pois libera aquilo que está "escondido" nas pessoas. Não sei se é isso, talvez seja a necessidade por seguir uma onda, se sentir incluído em algum grupo.

O que agrava a situação, é que o que era antes atitude dos seguidores (tanto no futebol, religião e politica) está sendo tomado por seus líderes. Antes eram os primeiros que recomendavam o não enfrentamento, hoje alguns são os que incentivam.

Meu receio é que esse ódio "virtual" todo passe para o mundo "real", que vá para as ruas. No futebol já está se tornando comum.

Se continuarmos assim, vamos chegar ao ponto de não nos suportaremos mais uns aos outros. Pois em algum ponto teremos uma opinião diferente do outro.

Esse ódio tem se tornado genérico, pois se não torce pelo mesmo time, não segue a mesma religião ou não vota nos mesmos candidatos é suficiente para ser odiado.

Não imagino um mundo perfeito, pois sempre haverão aqueles que são mesmo totalmente incompatíveis, mas não é preciso se odiar tanto. Precisamos de um pouco mais de tolerância. Teremos nossas rivalidades, e algumas vezes as inimizades por motivos claros.

Não é questão de saber perder ou ganhar, pois invariavelmente ou em pouquissimas situações há perderes ou ganhadores. No fubetol quem ganha ou perde é o time não torcedor. Na política quem ganha ou perde são os políticos não os eleitores. Na religião você não é melhor ou pior que o outro, só tem uma consciência diferente do que chamamos de mundo espiritual. E se misturamos tudo então, fica pior ainda.

Estamos desfazendo amizades, estamos dividindo familias.

Temos que torcer, buscar nossos direito, temos que protestar contra ou a favor. Mas temos que relembrar que precisamos nos tolerar. Acabar com um time, acabar com uma religião, ou acabar com um partido ou político, não irá melhorar nosso mundo em nada. Não é começo nem o fim de coisa alguma. E acabar com tudo também não é solução.

Há problemas no futebol, há problemas nas religiões, há problemas na política, principalmente. O que podemos fazer juntos, além nos matarmos, que irá mudar isso?

Precisamos, como diz o ditado, separar o joio do trigo. É muito fácil jogar a caixa fora do que tentar achar achar a maça podre, principalmente quando a caixa é grande.