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Eis as reformas que irão lhe transformar em um semi-escravo

Giugno 10, 2017 3:09 , by Emerson Sachio Saito - 0no comments yet | No one following this article yet.
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Atualmente estão em curso algumas mudanças na leis trabalhistas de irão trazer sério impacto nos direitos dos trabalhadores. Direitos estes conquistados com muita luta e que levou muito tempo, e agora na base da "canetada" irão ser ceifados. Separadamente, a maioria das pessoas não percebe o quanto isso irá afetá-las.

Escrevo este texto para que muitos o guardem para a posteridade, pois não é por falta de aviso que não estão lutando por seus direitos, mas por comodidade. Há quem pense que os que hoje estão no poder têm algum tipo de consideração pelo trabalhador, mas se enganam pois o objetivo destas reformas é a de "colocar o reles trabalhador no seu devido lugar".

A primeira mudança já está pronta, que é a tal lei da terceirização que foi sancionada pelo presidente ainda em exercício (http://www2.planalto.gov.br/acompanhe-planalto/noticias/2017/03/presidente-temer-sanciona-parcialmente-lei-da-terceirizacao), com esta lei é possível agora contratar de forma terceirizada qualquer tipo de funcionário. Até então isso só era permitido para o que não era área fim da empresa (área fim é atividade principal da empresa), por exemplo um empresa de construção civil só poderia contratar um engenheiro civil de forma "registrada" como dizem no polular. Ou seja, somente com carteira assinada e não como terceiro. Da forma que querem mudar, a empresa poderá contratar outra empresa ou mesmo um engenheiro como autônomo para fazer seus projetos. E assim em diante, até o ponto em que não haja mais nenhum empregado efetivo. Há quem diga que a justiça trabalhista não permitiria esse tipo de situação. Mas além de estarem tentando fragilizar a justiça trabalhista (http://justificando.cartacapital.com.br/2017/03/08/rodrigo-maia-diz-que-justica-do-trabalho-nao-deveria-nem-existir/), até mesmo hoje em dia sendo totalmente ilegal é comum ver noticias de trabalho escravo no Brasil , imagine com as reformas então?

A segunda é a realmente chamada reforma trabalhista, que "flexibiliza" uma série de direitos (http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/129049 ). Em conjunto com a primeira torna a relação de trabalho extremamente frágil e ruim para o trabalhador. Pois permite, por exemplo, que tudo que for "combinado/acordado" entre o patrão e o empregado esteja acima de qualquer lei trabalhista existente. Ou seja, basta combinar que está valendo. E onde o mais fraco é trabalhador fica fácil perceber quem vai ter que ceder.

A terceira e não menos importante é a reforma da previdência, que por si só já é um absurdo, mas que também servirá para jogar por terra o que restar dos direitos dos trabalhadores. Pois tira um dos principais beneficios que o trabalhador tem que é a aposentadoria, que por sua vez é um dos principais motivos para se ter uma carteira assinada.

Agora vou explicar as consequências disso na sua vida.

Vamos considerar que todas as mudanças acima foram aprovadas e você não fez nada para evitá-las, porquê viu na globo as propagandas do governo dizendo que seriam boas para você.

Um belo dia, você estará trabalhando tranquilamente com sua carteira assinada, e seu patrão irá chamá-lo para uma conversa.

O inicio dela pode ser porque a situação da empresa não esteja boa, ou o mercado não esteja bom, ou simplesmente porque tem uma oferta interessante a lhe fazer.

Seu salário pode ser desde o mínimo, até o de um gerente de uma grande empresa. Mas vamos supor que seja algo em torno de uns R$ 2.000,00 que já é um valor bom para um profissional com um certo tempo de mercado.

Seu patrão (ou o representante dele, quando for grandes redes ou multinacionais), irá lhe dizer assim: Veja fulano, o seu salario hoje é R$ 2.000,00. É um bom salário para o mercado, e mostra que a empresa lhe valoriza. Mas a situação não permite que possamos melhorá-lo muito nos próximos anos e talvez até nem possamos manter todos os nosso funcionários desta forma. Veja só:  Os R$2.000,00 que lhe pagamos, para nós representa praticamente o dobro por causa da "parte do governo" (é geralmente esse o termo que os empresários usam).  Esse dinheiro poderia estar nas mãos dos trabalhadores e com os empresários gerando empregos. O que temos a propor é algo que irá garantir o seu emprego, mas também irá gerar outros no futuro. Podemos fazer um acordo, para que não saia muito pesado para a empresa. Nessa acordo você abre mão de algumas indenizações, mas ao mesmo tempo você poderá ter acesso ao seu fundo de garantia que está lá parado engordando as contas do governo. Ao lhe recontratar como terceiro, poderemos lhe pagar uns R$ 3.000,00, e com esse dinheiro você mesmo pode geranciar seus benefícios. Veja, com a mudança da previdência vai ser complicado se aposentar, então para quê vamos ficar pagando isso?

Daí você irá aceitar, pois não terá opção e até mesmo porquê achará que estará ganhando mais.

O problema para o trabalhador, é que no inicio parecerá bom pois terá mais dinheiro na mão, mas com o tempo não terá poder de negociação, nem um sindicato para protegê-lo pois não fará parte de nenhuma categoria formal.

Muitos dos que lerem esse texto, irão passar por isso nos próximos anos. Vão achar que estarão melhor, mas o tempo os ensinará.

Seu salário não irá aumentar como deveria, você não terá como tirar férias, e nem mesmo poderá ficar doente, pois não terá licença médica. Se aposentar então, nem em sonhos, apesar de que com as mudanças vai ser bastante complicado.

E se engana aquele pequeno empresário (mais ou menos até uns 50 funcionários), achando que irá lucrar com essas mudanças. Pois se hoje os grandes já tem uma enorme vantagem "competitiva" ficarão ainda mais. E vai ser mais dificil conseguir mudar o  regime de todos os funcionários pois apesar de haver a possibilidade não terá dinheiro nem argumentos suficientes. Já os grandes vão poder simplesmente impor isso aos seus empregados.

Com o tempo, haverão ainda menos empregos pois os pequenos quebrarão e o ciclo vicioso não terá fim até que só os grandes permaneçam e até quem um dia foi patrão não terá como trabalhar. Então se hoje você é trabalhador assalariado, ou pequeno empresário, ou autônomo seu futuro está em risco.

O que me parece, é que a maioria não entende que fortalecer a economia deve começar com fortalecer os trabalhadores que por sua vez são os consumidores.

No futuro próximo nem poderei aconselhar a não aceitar as propostas de seu empregador, pois você não terá escolha mesmo. Sua chance seria lutar agora, mas isso pouca gente fará. Assim, sejamos todos bem vindos a um novo regime de escravatura que está para ser criado.

Se está lendo este texto e acha que é um exagero, convido-o a ver esse vídeo que mostra a sitação na qual estão os trabalhadores do Japão, que é visto como um exemplo para muitos:

https://youtu.be/efFQb3VEqQM

No próximo texto, irei explicar alguns dos outros objetivos destas reformas

 

Arton13661 9da49

 Fonte Imagem: http://www.esquerdadiario.com.br/IMG/arton13661.jpg

 


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