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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | 1 person following this article.
Um revolucionário decente! 
 
Sou estudante de filosofia, organizador de projetos sociais, culturais, acadêmicos, de pesquisa, etc.. , ex-apresentador de rádio e professor de filosofia. Sou da Juventude!

 


Emenda do vereador Claudio Fonseca protege escolas públicas do pacote de privatizações de João Doria

4 de Maio de 2017, 13:37, por Fernando Gaebler

Avança mais uma etapa do programa de privatizações do prefeito João Doria: a Câmara Municipal de São Paulo debateu e aprovou nesta quarta-feira, ainda em primeira votação, a criação do Conselho Municipal de Desestatização e do Fundo Municipal de Desenvolvimento.


PL 240/2017, do Executivo, foi aprovado com 38 votos favoráveis, 8 contrários e 1 abstenção. Deverá ser pautado para segunda e definitiva votação na próxima semana, quando está previsto um novo pacote de projetos de vereadores e também antecipando a posse do vereador Milton Leite como prefeito interino por seis dias.

Entre as atribuições do Conselho está a elaboração e gerência do Plano Municipal de Desestatização, que tratará dos modelos e programas de PPPs (Parcerias Público Privadas), concessões e privatizações anunciadas pelo prefeito João Doria. O Conselho deve ser composto pelos secretários de Governo, Justiça, Fazenda, Planejamento, Desestatização e Relações Internacionais.

Já o Fundo Municipal de Desenvolvimento terá seus recursos oriundos deste pacotão de privatizações e, de acordo com o prefeito, será destinado para investimentos nas áreas de saúde, educação, mobilidade urbana, habitação e segurança pública.

O PL foi aprovado com duas emendas ao texto original, uma de autoria de diversos vereadores que inclui os artigos 13 e 112 da Lei Orgânica do Município, ressaltando a obrigatoriedade da aprovação da Câmara nos processos de PPPs, concessão e privatização.

A segunda emenda aprovada é de autoria do vereador Claudio Fonseca (PPS), que exclui dos programas de desestatização as unidades educacionais, atuais e futuras, pertencentes à rede municipal de ensino. Ou seja, impede a "privatização da educação", como temem educadores e profissionais do ensino.

“Incluindo este artigo na Lei, afasta-se qualquer possibilidade de privatização de equipamentos da educação, sejam eles equipamentos de educação infantil, escolas municipais de educação fundamental e média, e escolas destinadas a deficientes”, explica o vereador Claudio Fonseca, que é também professor.

Compensação para débitos tributários

Outro projeto aprovado - este em segunda e definitiva votação - que contribui para o caixa da Prefeitura é o 272/2016, de autoria do Executivo (desde a gestão Haddad), prevê a inclusão da compensação de créditos tributários com débitos tributários para quitar dívidas com a Prefeitura.

O texto aprovado, com emenda da liderança do governo, permite que o contribuinte faça o encontro das contas a pagar com os crédito a receber, desburocratizando a quitação das dívidas. A proposta segue para sanção do prefeito João Dória.

(Com informações do Câmara Man)


Pelo fortalecimento da Republica

3 de Maio de 2017, 17:40, por Fernando Gaebler

É sabido que vivenciamos tempos estranhos, anomalias e paradoxos em nosso tempo corrente, que vivenciamos inovações existenciais. Causa-nos a toda a nossa lógica pública, um aprofundamento da crise em que vivenciamos, que não apenas é uma crise apenas do capital em sua expressão neoliberal na economia brasileira, muito menos de valores morais e éticos em nossa vivencia política coletiva, mas vivenciamos sobretudo uma crise que se aprofunda, na ruptura entre os poderes sociais e econômicos, criando-se uma situação de crise revolucionária (que em chinês também representa oportunidades) de refundarmos a república brasileira. Qual será o resultados dos rumos adotados pelos atuais governantes, pela reformulação através de algumas reformas e nova política adotada pelo governo Federal, saberemos no decurso de nossa história recente, claro que atravessados de várias perspectivas e uma abertura a instauração de uma ampla crítica pública, salutar para todos nós, brasileiros que somos, brasileiros que por não decair em um descrédito, ainda seguem firmes na luta social e política.

Por maior que seja, as divisões contraditórias na elaboração da atual política econômica (expressão na prática, de nossa política oficial adotada), por um lado uma reforma trabalhista que reforça o modelo neoliberal na condução da política econômica, por outro uma reforma da Previdência Social, de características de uma esquerda democrática, invertendo a perspectiva, o que se verifica na composição da atual correlação das forças políticas, de partidos de apoio crítico ao atual governo Federal, por um lado PSDB ressentido ainda por quatro eleições em que fracassaram como força política, mesmo tendo-se uma ampla base na economia neoliberal, por outro PPS em sua luta interna, para a sua consolidação como força e representante de uma esquerda democrática - que representa os ideais de uma refundação da república, com a formação da Frente Parlamentar de Apoio ao Parlamentarismo.

Para além destes aspectos sociais, econômicos, precisamos sim refundar a república brasileira, mas fortalecendo por um amplo parlamentarismo (em gestação com atual golpe parlamentar ao campo democrático e popular), mas preocupado com os rumos das quais este parlamentarismo poderá adotar, advogo por um parlamentarismo de esquerda, tendo-se como orientações socialistas, mas atualizados com a nova política, pelo fortalecimento da república brasileira, evitando-se assim recair em um retrocesso monarquista, em uma expressão marxística. 



Reforma da Previdência, por deputado Arthur Maia.

1 de Maio de 2017, 22:35, por Fernando Gaebler

O Roda Viva recebe o deputado federal Arthur Maia (PPS-BA), o qual é o relator da comissão de reforma da Previdência na Câmara, para uma discussão sobre as novas regras para a aposentadoria propostas pelo governo federal, entre outros assuntos.



#REDE 23 - A Rede da Esquerda Democrática

1 de Maio de 2017, 19:10, por Fernando Gaebler


Em resumo, o conceito da #REDE23 - adotado oficialmente pelo PPS desde 2011 - é o seguinte:

Na democracia contemporânea os partidos não se bastam. Dependem, para fazer política, do estabelecimento e manutenção de redes de relações com movimentos, instituições, grupos na internet e até com personalidades influentes nos temas que trabalham. 

O partido não pode manter mais a posição de vanguarda da época da circulação restrita de informação e deve assumir a postura de interlocutor dos movimentos, co-formulador de suas reivindicações, à luz de suas diretrizes mais gerais, e seu tradutor na linguagem das leis e das políticas públicas.

Para tanto, surge a #REDE23, um movimento de discussão e mobilização em torno de objetivos comuns, que abrange outras siglas partidárias, entidades, organizações, sindicatos, associações, cidadãos interessados e grupos organizados na internet. 


#REDE e a #NovaPolítica não são exclusividade de uma só legenda, uma única liderança ou um grupo restrito. É uma iniciativa que reúne gente de bem, de dentro e de fora dos partidos!

#REDE23 = Partido é interlocutor dos movimentos, co-formulador de suas reivindicações e tradutor na linguagem das leis e políticas públicas.


Devemos sair da "zona de conforto" e avançar, dialogar, agregar esforços, idéias e pessoas neste movimento transformador. Que venha a política em #REDE.

A #REDE não substitui a participação física do cidadão, sua presença na rua, o compromisso com a mudança, assumido com responsabilidade pessoal.

Em termos de participação política, a #REDE torna possível mobilização instantânea, sempre que agenda formulada encontre eco na sua motivação.

Não subestimemos potencial de mudança revolucionário que novas tecnologias da informação trazem aos cidadãos em #REDE


A política deixa de ser monopólio dos partidos, embora as eleições no Brasil ainda o sejam. Esse é o maior desafio a ser enfrentado em #REDE.

Há crise de representação política em todos os países democráticos. #REDE = Cidadão não quer mais intermediários para atender suas demandas.

#REDE deve ser capaz de colocar o Brasil na rota do desenvolvimento sustentável e gerador de riquezas para distribuir com justiça a renda nacional.

Objetivo da #REDE23 é debater nas ruas e nas redes com cidadãos interessados, movimentos, instituições, outras siglas partidárias e entidades diversas.

Em #REDE devemos defender mudanças estruturais profundas: reforma do Estado, reforma tributária, reforma política, reforma do Judiciário.

Fazemos política em #REDE por via alternativa para governar o país, fortalecer a democracia e desenvolver o poder local.

Podemos e queremos ser protagonistas desta #NovaPolítica, tanto na forma quanto no conteúdo. 


Atuamos em #REDE para proporcionar ação eficaz e revolucionária daqueles que já fazem (ou que pretendem fazer) política também por fora dos partidos.

#REDE torna factível a oportunidade de consolidar uma nova formatação política diante da crise do atual modelo partidário (aqui e no mundo).

Política em #REDE para livrar os partidos das armadilhas burocráticas e das amarras hierárquicas; Política em #REDE verdadeiramente acessível e inteligível para a sociedade.

Muito se fala da #NovaPolítica, da falência do atual modelo partidário e da crise de credibilidade das instituições. Faça parte da #REDE23
!

 

Desde o Congresso Nacional do PPS em 2011, foi adotado esse conceito da #REDE23, por sugestão do Blog do PPS, que desde 2007 é fonte de informação e referência para jornalistas, militantes partidários e cidadãos em geral que buscam notícias confiáveis e opiniões coerentes.

Ou seja, apesar de vinculado a um partido político, o Blog do PPS faz política em #REDE, mantém a sua independência, defende e exercita a plena liberdade de expressão e a pluralidade ideológica, contribuindo para o aperfeiçoamento constante da democracia, com princípios e valores republicanos compartilhados para a construção de uma sociedade mais justa, solidária, democrática e sustentável.

Também o #ProgramaDiferente, na TVFAP.net, surgiu baseado nestes princípios.


Assim, a #REDE23 tem três funcionamentos práticos (que constam desde 2011 dos Estatutos do PPS):

 

1) como instância partidária, e tal como qualquer ação em rede, é horizontal, não tem estrutura nem hierarquia; todos entramos ou saímos dela, espontaneamente, e fazemos valer a nossa voz!;

 

2) como instrumento de consulta online e posicionamento dos dirigentes do partido sobre qualquer questão, pode ser convocada imediatamente;

 

3) transmitindo online, a todos os dirigentes, todas as reuniões do partido.

 

É isso que aprovamos no Congresso de 2011 e está formalmente nos Estatutos do PPS.


Leia também:

"Nova Política": PPS inaugura a era da #REDE23


Algumas ações concretas para a "nova política"

Muito se fala da "nova política", da falência do atual modelo partidário e da crise de credibilidade das instituições políticas. O processo congressual do PPS, que concluiu pela "refundação" do partido e a reafirmação do sonho de reunir a sociedade em um novo movimento, somado à tese bastante semelhante que foi apresentada por Marina Silva na sua desfiliação do PV e na busca de um Movimento por uma Nova Política, são fatores convergentes que permitem uma visão otimista sobre a oportunidade de mudança gerada pelo momento de crise.

Há uma proposta ousada defendida dentro e fora do PPS, quase utópica, que é avançar para a política em "REDE", livrar o partido das armadilhas burocráticas, das amarras hierárquicas e abrir verdadeiramente as suas decisões para a sociedade. Trata-se do princípio da "radicalidade democrática", definição genérica que pode enfim ter um significado concreto com a transição do PPS para #REDE 23, sigla e símbolo emblemático desta “nova política”.

Está lançada a oportunidade de consolidar a nova formatação política que vinha sendo proposta desde 1992, com o surgimento do PPS, e que agora se torna factível diante da crise do atual modelo partidário (aqui e no mundo) e da atuação eficaz e revolucionária daqueles que já fazem (ou que pretendem fazer) política por fora dos partidos.

Podemos ser protagonistas desta “nova política”, tanto na forma quanto no conteúdo.

Como colocar em prática a #REDE 23 – Rede da Esquerda Democrática

Estamos propondo cinco medidas bastante simples, práticas e concretas para iniciar a implementação “radicalmente democrática” desta #REDE23, promovendo a interação nas redes sociais, descentralização, transparência e democratização das decisões de uma ação política coletiva com direção compartilhada:

1) Implantação da consulta online sobre os temas em pauta, tanto em reuniões presenciais do Diretório como em conferências virtuais, permitindo o voto “sim”, “não” ou “abstenção”, e sua justificativa, desde que devidamente identificado (membros titulares e suplentes de cada instância têm direito ao voto como se estivessem presentes fisicamente; demais militantes e simpatizantes também se manifestam e o resultado obtido por maioria simples será contabilizado como um voto válido para deliberação naquela instância, contando inclusive como primeiro critério de desempate, ou voto de minerva).

2) Conferências virtuais e consultas online para tratar de temas de interesse do partido e da sociedade podem ser propostas a qualquer tempo, por convocação do Presidente, da Comissão Executiva, do líder da bancada parlamentar ou por requerimento da maioria simples dos membros do Diretório.

3) Criação da Coordenação ou Secretaria de Redes Sociais, para garantir a interação permanente por todos os meios virtuais disponíveis com todos os dirigentes, detentores de mandato, militantes e simpatizantes, incluindo a realização de conferências virtuais e consultas online (que podem ser requeridas e efetuadas num prazo mínimo de 48 horas, de acordo com a urgência do tema).

4) Divulgação e transmissão de todas as reuniões do Diretório e/ou de sua Comissão Executiva, com interação de militantes e simpatizantes, assim como a disponibilização permanente, em todos os meios de comunicação do partido, de um espaço livre e democrático para o debate e a formulação de propostas.

5) Escolha, por meio das redes sociais, do “vereador virtual” em 2016, representante do partido que se comprometa a realizar uma campanha diferenciada - terá custo zero, apenas com apoiadores voluntários e nenhuma utilização de material que suja a cidade (panfletos, faixas, pintura de muros, carros de som) – e, se eleito, um mandato coletivo (a atuação do vereador ou da vereadora virtual será toda pautada por consulta direta à população, em tempo real, através da internet ou de outros recursos tecnológicos). Veja detalhes da idéia lançada na última eleição pelo PPS/SP: www.vereadorvirtual.blogspot.com

A contribuição de São Paulo ao Congresso do PPS

A definição da linha política do PPS começou a ser traçada no 17º Congresso Nacional do partido, intitulado “Por uma Esquerda Democrática para Mudar o Brasil”, realizado em São Paulo nos dias 9, 10 e 11 de dezembro, e já estava sintetizada no Documento para Debate elaborado pela Comissão Executiva do Diretório Nacional, a partir de contribuições recebidas no Fórum criado exclusivamente para este fim.

Assim, neste receituário genérico da “Esquerda Democrática para mudar o Brasil”, como propõe utopicamente o Congresso, estamos parcialmente atendidos pelo documento inicial.

Porém, o PPS de São Paulo entende que pode contribuir mais concretamente com este processo, detalhando alguns pontos práticos de mudanças propostas e reafirmando outros princípios, conceitos e valores que devem nortear a nossa atuação cotidiana.

Com este objetivo, os diretórios do PPS paulista, presidido por Davi Zaia, e paulistano, sob a presidência de Carlos Fernandes, nomearam uma Comissão de Sistematização de Propostas (composta por Alberto Aggio, Dina Lida Kinoshita, Maurício Huertas, Moacir Longo e Soninha Francine) para elaborar esta contribuição de São Paulo para o conjunto partidário - aprovada por unanimidade nos dois congressos (municipal e estadual).

A partir da produção dos membros desta Comissão, enriquecida pela participação essencial de militantes do PPS que merecem ser mencionados, como os dirigentes nacionais Caetano Araujo e Raulino Oliveira, e os coordenadores da Juventude, Tiago Franco Toledo e Peterson Ruan, bem como o vereador Claudio Fonseca e seu chefe de gabinete, Paulo Cesar de Oliveira, entre outros, apresentamos a sistematização das propostas recebidas.

Como afirma o presidente de honra do PPS/SP, Moacir Longo, precisamos de um projeto concreto para os municípios do Estado de São Paulo e para o País, acompanhado de uma proposta de mudança na nossa atual formação partidária.

Nós, e as demais forças de esquerda, democráticas e progressistas de oposição ao atual sistema de Poder implantado pelo "lulopetismo", estamos carentes de um programa objetivo e construtivo para sair da perplexidade e da passividade.

Precisamos criar uma via alternativa para governar o Brasil, fortalecer a democracia, desenvolver o poder local e distribuir melhor a renda nacional, entre outros avanços de caráter social, econômico e cultural que contemplem a cidadania.

O PPS defende mudanças estruturais profundas: reforma do Estado, reforma tributária, reforma política, reforma do Judiciário, que serão detalhadas em documentos específicos.

A intenção do PPS de São Paulo é oferecer esta contribuição ao debate nas ruas e nas redes com cidadãos interessados, movimentos, instituições, outras siglas partidárias, entidades e associações para chegar à formulação de um projeto transformador, capaz de colocar o Brasil na rota de um desenvolvimento sustentável e gerador de riquezas para melhor distribuir, com justiça, a renda nacional.

Esse novo movimento, juntamente com o passo firme na direção de uma nova formação partidária, precisa não apenas demonstrar para a sociedade brasileira que é de oposição consciente ao atual governo federal e ao sistema de poder por ele montado, mas também – e principalmente – que é portador de um projeto de mudanças e de desenvolvimento do País que sirva de base para construção da nova sociedade que todos almejamos.

Sem essa iniciativa na construção de uma formação partidária mais ampla e na formulação de um programa objetivo de mudanças, não conseguiremos interromper o declínio que o nosso partido - e os demais partidos ideológicos - vem experimentando, claramente demonstrado nas seguidas quedas de votação e redução da nossa influência no processo político.

Identidade oposicionista, identidade partidária

O PPS conseguiu sucesso em afirmar a sua identidade nacional oposicionista junto ao eleitorado. Nesse ponto, o eleitor sabe, com clareza, onde estamos e a quem criticamos. Não tem a mesma clareza sobre o que propomos. Ou seja, não tivemos o mesmo sucesso na afirmação de nossa identidade programática, política e partidária.

Qual a nossa diferença em relação aos demais partidos oposicionistas? Os eleitores ignoram. Hoje o eleitor descontente vota no PPS muito mais em razão do mérito pessoal dos candidatos que da afirmação clara de uma proposta partidária diferenciada.

Esta é a grande questão do Congresso, que precisaremos enfrentar. Para isso teremos que debater temas como a atualidade e o significado da oposição entre esquerda e direita, a velha e a nova política, o fracasso histórico dos modelos formados na esquerda, o fim do revolucionarismo e a insuficiência do estado de bem-estar social num mundo globalizado, que assiste à retração do trabalho assalariado tradicional.

A procura da equidade e da justiça social por meio da política continua a ser a questão central da esquerda, que dela se desviou na ilusão dos atalhos autoritários. Os objetivos da esquerda continuam radicais e, nesse sentido, revolucionários. Mas o caminho da mudança passa necessariamente pela construção de acordos progressivos, no espaço da institucionalidade democrática. Mudança sem democracia, sem deixar aberta a porta da correção de rumo, não é sustentável.

Nova política, novo partido

Há uma crise da representação política em todos os países democráticos, provocada pela revolução havida na informação. O cidadão não precisa hoje de intermediários para levar suas demandas aos representantes eleitos.

Com isso, a política deixa de ser monopólio dos partidos, embora as eleições no Brasil ainda o sejam. O resultado é a queda no número de filiados de todos os grandes partidos do Ocidente e em suas contribuições financeiras, com o conseqüente aumento dos recursos públicos no financiamento da política.

Há uma crise de representação adicional no Brasil, devido à nossa legislação eleitoral, que se traduz em partidos frágeis, mandatos personalizados, fraqueza do Legislativo (ou, como explicita Soninha Francine: "o Legislativo que chantageia o Executivo até que a maioria se integre à ´base governista´, sob condições que conhecemos bem - sendo a ocupação de cargos por pessoas sem a mínima condição para tal a mais visível delas-, formando então um rolo compressor que massacra a oposição"), eleições caras e descrédito popular. Esse modelo funciona à base de práticas de financiamento já inaceitáveis para a opinião pública e tornou-se uma fábrica de crises.

Os partidos brasileiros, inclusive o PPS, sofrem as conseqüências combinadas dessas duas crises. Para enfrentar a segunda, o PPS apresentou uma série de propostas de reforma, entendidas como primeiro passo para reformas mais amplas, na política e no Estado.

Para enfrentar a primeira crise, é preciso discutir seu caráter. Não subestimemos o potencial de mudança, revolucionário, que as novas tecnologias da informação, em especial a internet, atualizam todos os dias. A questão está no seu significado.

Em termos de participação política, a comunicação em rede torna possível a mobilização instantânea, sempre que a agenda formulada na rede encontre eco na motivação dos manifestantes.

A primavera árabe é o exemplo mais recente, de maior repercussão. Mas a comunicação na rede não substituiu, nesse e em outros casos, a participação física do cidadão, sua presença na rua, o compromisso com a mudança, assumido com o risco de violência, prisão ou morte.

Entendemos que o mesmo se dá com a representação. O significado da crise de representação não é a demanda por seu fim, pela participação pura, em condições tecnológicas que garantiriam sua viabilidade, e sim a demanda de outra representação, de qualidade maior.

Se o argumento está correto, o papel dos partidos e sua organização interna mudam por completo. Partidos não mais são os delegados de classes e segmentos sociais, para os quais formulam, decidem e implementam políticas. Partidos são definidos por diretrizes políticas gerais e formulam políticas específicas na interlocução com movimentos interessados em cada assunto. Partidos formulam em conjunto e transportam para o mundo da representação, da produção das leis, a política assim elaborada. Nesse processo, a rede é fundamental.

Nessa lógica, que defendemos, o PPS precisa atuar em duas frentes. A primeira é renovar o “partido para dentro”, a organização partidária tradicional, definida em lei e por ela mantida, o partido composto, em sua grande maioria, por militantes interessados de uma ou outra forma na disputa eleitoral. Isso significa aumentar a transparência, aperfeiçoar o processo de prestação de contas das direções, generalizar a prática da direção coletiva.

A segunda é construir o partido para fora, o espaço de interlocução com políticos, partidos, movimentos, instituições, comunidades na rede, indivíduos. Sem esse partido para fora não há formulação de propostas de políticas publicas, não há capacidade de mobilização, sequer há sucesso eleitoral, pois está mais do que claro que militância hoje não é suficiente para vencer eleições. Eleições são decididas pela confiança do cidadão, ou pelo recurso a meios escusos.

A idéia de partido para fora estava no fundo da proposta, nunca realizada, de nova formação política do PPS desde 1992. Talvez hoje a #REDE23 seja o caminho.

#REDE23 - A REDE DA ESQUERDA DEMOCRÁTICA

A transição do PPS para #REDE23

Sair da "zona de conforto" para ser protagonista


"(...) PPS, antigo Partido Comunista Brasileiro: serve uma excelente retórica de esquerda somada a uma prática frágil. O PPS subsistirá, mas, como vários partidos, sua vocação é ser coadjuvante - o que não é desonra alguma: também coadjuvantes recebem o Oscar."

A análise acima é do renomado Renato Janine Ribeiro, professor de ética e filosofia da USP, no artigo "O PSDB hoje é uma nau sem rumo", publicado no jornal Valor Econômico de 11 de julho de 2011.

Juntemos esta visão de sermos meros coadjuvantes, que não é apenas o modo como a maioria nos vê de fora, mas também como muitos nos enxergamos aqui dentro, com as diversas manifestações que temos feito sobre a crise do atual modelo político-partidário, a falta de credibilidade dos políticos, a necessidade de "refundação" do PPS e da esquerda democrática, e teremos a centelha desta "nova política" que buscamos.

Ou seja, devemos sair da "zona de conforto" e avançar, dialogar, agregar esforços, idéias e pessoas neste movimento transformador, enfrentar a crise de credibilidade dos políticos e de representatividade dos partidos, mudar a forma de atuação e nos abrirmos verdadeiramente para a sociedade. A oportunidade de mudança está lançada. Seremos coadjuvantes ou protagonistas?

Em linhas gerais:

1) É essencial entender a falência da atual política-partidária brasileira. A fórmula atual está esgotada. Política, hoje, se faz nas redes sociais, nas ONGs, OSCIPs, no mundo do trabalho (à parte de sindicatos), nas escolas (fora da fábrica de carteirinhas da UNE). Os partidos são vistos (e quase sempre são assim mesmo) como um mero agrupamento de interesses corporativos, insensíveis à grande maioria da sociedade.

2) Dito isto, entendemos que o PPS precisa igualmente ser refundado. Podemos repensar nome, forma e conteúdo. Se estamos propondo um novo Movimento - em vez de só mais uma legenda - uma REDE que reúna de maneira mais moderna e eficaz a sociedade, os jovens, a classe média, gente que hoje detesta a política e os partidos, que seja realmente novo e antenado a estas redes sociais, sugerimos um novo conceito, "diferente" e emblemático: #REDE23.

3) Como primeira ação desta Rede da Esquerda Democrática, devemos fazer um grande Congresso (aberto a todas as correntes de pensamento político), e como gesto simbólico ter candidatos a prefeito em todas as capitais do país e em todas as regiões metropolitanas, na construção do Programa Cidades Sustentáveis.

4) É prioritário que busquemos na sociedade e nos demais partidos (todos em crise) os "órfãos" de uma representação política verdadeiramente digna, ética e coerente. Em linhas gerais, se querem rotular (e para nos diferenciar do novo PSD que prega não ser de direita, de esquerda ou de centro), que nos rotulem como uma nova Rede da Esquerda Democrática.

Um partido para a juventude e para a classe média

(Ou um partido para os inconformados, os indignados, os idealistas, os excluídos... e até para quem não quer ouvir falar de partido nenhum!)

Enquanto se observa a criação mercantil e descompromissada de novos partidos no Brasil e as atuais legendas se sobrepõem numa sopa de letrinhas rala, insossa e indigesta, sem nenhuma "sustança" ideológica, é chegada a hora de "refundar" o PPS como um partido para a juventude e para a classe média, erroneamente identificada como vilã pelos "intelectuais" rancorosos, desorientados, esquizofrênicos e com DNA golpista da máquina governista do PT. 


Sabe-se que o Partido Popular Socialista (PPS), herdeiro legítimo do velho Partidão, tem um lastro histórico  de lutas pela democracia, pela cidadania plena e por justiça social. O xis da questão é transportar esse passado glorioso para a atualidade, mantendo a coerência, a ética e a unidade, expandindo nossos horizontes e desbravando novos caminhos para o desenvolvimento econômico, político e social do Brasil.

O que a sociedade espera, hoje, de um partido político? E o que o PPS tem a oferecer aos cidadãos brasileiros para atender a essa expectativa?

Primeiro, é preciso entender que o atual modelo político-partidário brasileiro está esgotado. Não é à toa a crônica falta de credibilidade dos políticos, dos partidos e das instituições vinculadas aos três poderes.

O povo brasileiro carece de um partido verdadeiramente moderno, com políticos sensíveis às demandas sociais e comprometidos com o bem comum. Mas exige, além de um programa viável para o país, que todo esse arcabouço teórico seja traduzido em ações práticas e de fácil assimilação.

Não basta pensar o país e o mundo, é preciso transformá-los. Da solução para um buraco de rua, a implantação de um corredor de ônibus ou a necessária poda de uma árvore à globalização econômica e à paz mundial, cada cidadão tem um amplo arco de interesses e procura um partido que lhe represente e se identifique com estas causas.

O PPS, portanto, tem que ser mais visível, sensível e inteligível à população. Tem que levantar bandeiras que sejam claramente identificadas pelos setores da sociedade que pretendemos atingir. E quais são esses setores? A quem o PPS quer servir?

O PPS é um partido moderno, antenado com o mundo e as novas tecnologias, composto em grande parte por uma nova geração de políticos éticos e comprometidos sobretudo com o que se convencionou chamar de "classe média" no Brasil.

E o que é um partido de "classe média"? Traduzindo: o PPS não é um partido das classes dominantes, das oligarquias, dos banqueiros e dos grandes empresários. Por outro lado, não é um partido assistencialista, que faz da exploração da miséria a sua razão de ser. É o partido do cidadão comum, como eu e você, que batalha no dia-a-dia e tem um senso crítico desenvolvido, espírito contestador e que não se satisfaz com os atuais modelos de governo e de oposição.

O PPS é o partido da juventude, dos aposentados, das famílias que se preocupam com o futuro, com uma educação de qualidade, com a preservação do meio ambiente, com a redução de impostos, com a melhoria dos transportes, com um sistema único de saúde amplo e funcional, com empregos dignos, estabilidade financeira, cultura e lazer.

É o partido do trabalhador que não se vê atendido pelo atual governo federal, por partidos e centrais sindicais subservientes, que se contentam com favores irrisórios para manter as benesses do poder.

É o partido do jovem que está nas redes sociais e não se vê representado no movimento estudantil oficial, nas instituições que viraram fábricas de carteirinha escolar e que só funcionam como máquinas arrecadadoras de verbas governamentais.

É o partido do aposentado que manifesta a sua indignação com o desrespeito a que é submetido no dia-a-dia, na falta de valorização de toda uma vida de trabalho e dedicação ao país, que acaba se traduzindo na desatenção à saúde e na falta de uma assistência compatível às suas necessidades especiais.

O PPS é o partido contra todas as imposições absurdas à sociedade: contra o voto obrigatório, contra o alistamento militar obrigatório, contra a corrupção, contra impostos e taxas que se multiplicam indefinidamente sobre o bolso do contribuinte.

O PPS é o partido do imposto único, do incentivo ao primeiro emprego, do voto facultativo, do voto distrital misto, da internet grátis. Do acesso universal à cultura e à educação. Do mundo sem fronteiras. É o partido do salário mínimo digno. Da faculdade gratuita e de qualidade à população mais carente. Da prioridade ao transporte público. Da redução do trânsito. Do combate ao tráfico de drogas. Da luta por saúde e segurança. Da mulher feminista, feminina. Da igualdade. Das liberdades. Da qualidade de vida.


A democracia e a modernidade

O PPS entende que a política é uma vocação que pede sempre o concurso do pensamento, é uma atividade que deve ser exercida tendo como base a formação permanente e que busca uma identidade que se fundamenta e se faz a partir de uma cultura e uma sensibilidade compartilhada entre seus dirigentes e militantes. Para o PPS a política é concebida e praticada em todas as suas dimensões como uma política democrática que busca a renovação progressista do Estado bem como a melhoria da vida social no seu conjunto.

O PPS busca ser também um partido que não fale apenas de política no sentido convencional do termo. Ele deve se abrir à reflexão e mesmo à expressão de temas que manifestem os dilemas e ao mesmo tempo dinamizam a sociedade contemporânea tais como a real emancipação das mulheres, as questões transversais que marcam as novas subjetividades nas questões de gênero, as perspectivas de sustentabilidade de uma nova economia, etc. Desta forma, o PPS deve ser entendido, visto e compreendido como um organismo inovador e pluralista que abre espaço e amplia o diálogo e a expressão cultural junto aos novos e emergentes sujeitos sociais.

Para o PPS não há antagonismo entre democracia representativa e democracia participativa. A nossa visão da democracia é a da sua reforma permanente. Democracia é a institucionalização do conflito no âmbito das instituições do Estado e também as legítimas manifestações que emergem da sociedade, o pulsar que vem de fora das instituições e que lhe dá vida, renovando o sistema e as formas da política bem como a sociedade em seu conjunto.

O desafio presente do PPS reside na construção de uma alternativa aos dilemas do atual ciclo de “modernização sem modernidade” que ganhou corações e mentes entre os brasileiros nos últimos anos. A modernidade sempre foi um fascínio para a sociedade brasileira. O PPS busca fundir modernidade com política democrática para que ambas se tornem efetivamente uma conquista irreversível de todos nós.

Por que, afinal, um cidadão de bem faz política?

Desconfiança é a palavra-chave da política. Aquele que ousa se filiar a um partido, então, é praticamente execrado. Não é difícil entender os motivos de tanta aversão da sociedade pelos políticos. Basta uma passada de olhos pelo noticiário do dia. Porém, toda generalização é injusta - como toda unanimidade é burra.

No conceito geral, fazer política é praticamente uma confissão de culpa: o sujeito deve estar metido em algum trambique. Mas será mesmo que todo mundo que entra para a política é mal intencionado ou quer tirar alguma vantagem ilícita? O que leva, afinal, um cidadão de bem a se aventurar nesse mundo da política-partidária?

A #REDE23 - Rede da Esquerda Democrática - será praticamente uma trincheira da boa política. Travaremos uma luta diária por mais democracia, justiça, solidariedade, cidadania, ética, igualdade de direitos e de oportunidades entre as pessoas, liberdade de ação, expressão e pensamento, respeito ao ser humano e ao meio ambiente, valorização da família e da comunidade, e uma defesa intransigente do direito à vida.

Dentro do possível, manteremos a isenção e o distanciamento crítico no acompanhamento do dia-a-dia da política. Porém, a ação de qualquer um na luta para que as pessoas tenham casa, comida, emprego, saúde, educação, segurança e sejam tratadas com respeito, dignidade e humanismo, fica bastante limitada se não houver um envolvimento direto no palco central dos acontecimentos: o meio político-partidário.

Isso não significa que fazer política seja concordar com as práticas usuais dos políticos, o fisiologismo, a burocracia, a improbidade administrativa, os esquemas de corrupção, a hipocrisia, a demagogia e o populismo, os desmandos e a preocupação com a defesa de interesses escusos e mesquinhos de grupos ou partidos em detrimento da maioria da população.

Temos por aqui vários exemplos de gente que, mesmo dentro da política, não perdeu a sua integridade, seriedade, honestidade, competência, coragem e arrojo na fiscalização das irregularidades cometidas pelos políticos e pelo poder público. Gente que permanece inabalável na defesa de seus princípios e ideais.

Ao contrário de pessoas que entram na política por interesse ou por vaidade, para ganhar fama e poder ou para garantir privilégios, há uns poucos que pretendem retribuir o que a vida e o trabalho honesto têm lhe proporcionado.

É possível desempenhar um papel político para garantir à maioria dos cidadãos um pouco das oportunidades, da felicidade e da qualidade de vida que hoje uma minoria possui. Se cada um fizer a sua parte com bom senso e boa vontade, podemos juntos atingir mais rapidamente os objetivos e ideais de uma sociedade mais justa, renovada, solidária, íntegra, pacífica e feliz.

Agora, se todos esses argumentos não bastarem, é sempre oportuno recorrer ao dramaturgo alemão Bertolt Brecht, em seu "O Analfabeto Político":

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.


Cada cidadão, uma voz. E os partidos definham...

O sucesso da campanha presidencial de Marina Silva e a recente debandada de seu grupo do PV, bem como as mudanças que ocorrem mundialmente nos partidos políticos, todos enfraquecidos e desacreditados, são frutos em grande medida da revolução implementada pelas redes sociais.

É evidente que a sociedade - e a juventude, principalmente - não se sente mais atraída ou representada pelos atuais partidos políticos. Hoje em dia a política não se faz necessariamente - ou exclusivamente - pelos partidos.

Cada vez mais, a democracia deixa de ser representativa e passa a ser exercida de forma direta. Cada cidadão, uma voz. E a soma dessas vozes - muitas vezes de forma espontânea e livremente desorganizada - constrói uma nova realidade, que transpassa do mundo virtual para o mundo real instantaneamente, em questão de segundos (ou 140 toques no computador).

Os partidos continuam sendo instrumentos necessários para quem, atendendo as exigências da legislação vigente, pretende disputar uma eleição. Reunem ainda um número significativo de gente bem intencionada, preocupada com a coletividade e disposta a se organizar da forma tradicional, fazer valer seus direitos, chegar ao poder com visão republicana e transformar a sociedade de acordo com a vontade da maioria.

Mas a escassez de credibilidade dos partidos devido à infinidade de escândalos envolvendo políticos e a própria ineficácia e atuação errática das legendas afastam a maioria das pessoas da política-partidária e provoca verdadeira ojeriza aos cidadãos de bem.

Porém, nem todos que atuamos politicamente estamos resignados com a crise. A movimentação dos "marineiros" e a disposição radicalmente democrática do PPS, a partir de seus congressos internos, de promover uma "refundação" e se abrir para as redes sociais, demonstra que ainda há sinal de vida inteligente nos partidos. O que falta, talvez, é que os bons se unam e promovam as mudanças necessárias.

Como fazer política após a falência dos partidos?

Como é, afinal, a "nova formatação política" que o PPS propõe a partir de seus congressos, considerando a falência dos atuais modelos político-partidários no Brasil e no mundo?

Provavelmente não exista ainda - e talvez seja até melhor não haver - uma proposta pronta e acabada. Mas a soma de opiniões diversas, de dirigentes, militantes e simpatizantes, em reuniões presenciais e na participação em redes sociais, aponta exatamente para isso: a prática de uma política muito mais próxima do cotidiano da sociedade, mais ágil, dinâmica, transparente, radicalmente democrática, inovadora e transformadora.

Pesquisas recentes demonstram que 71% dos jovens brasileiros consideram possível fazer política usando a internet, sem intermediários (partidos e políticos). Outros 59% deles afirmam não ter nenhum partido político de preferência.

Quem compreender esta informação e abraçar esta idéia com sinceridade, coragem, ousadia e criatividade - inclusive com o desprendimento de reconhecer este esgotamento do modelo tradicional de organização e mobilização - dará um passo firme na conquista de novos adeptos e na legitimidade de tentar dar vez e voz principalmente aos jovens que não se sentem representados nos atuais partidos.

Internet é arma política para 71% dos jovens

Por: Daniela Lima - FOLHA DE S. PAULO (Segunda, 13 de junho de 2011)

Pesquisa mostra que rede se firma como ferramenta de mobilização alternativa

Descontentes com as instituições políticas tradicionais, os jovens brasileiros consolidaram a internet como instrumento alternativo para mobilização social, mostra pesquisa feita pelo Datafolha em parceira com a agência de publicidade Box.

Para 71% dos entrevistados, é possível fazer política usando a rede sem intermediários, como os partidos.

O dado, segundo especialistas ouvidos pela Folha, revela um esgotamento do modelo tradicional de mobilização e impõe um desafio aos que pretendem assumir a representação dos jovens.

A pesquisa compreendeu uma fase qualitativa, a que se seguiu um painel quantitativo. Neste, foram entrevistados 1.200 jovens com idade entre 18 e 24 anos, em cidades de quatro regiões do país.

"Esse jovem pensa a política de forma menos hierárquica e mostra uma descrença em relações às instituições formais, como partidos ou governo", diz Gabriel Milanez, pesquisador da Box.

O sociólogo e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirma que "a juventude se comunica diretamente". "Ela salta instituições. É preciso uma liderança que faça a ponte entre a sociedade e a necessidade de organização institucional", disse à Folha.

Exemplos desse "salto" ficaram frequentes no noticiário dos últimos meses.

No Egito, por exemplo, a imagem da praça Tahrir tomada por manifestantes organizados pela internet tornou-se símbolo da queda do ex-presidente Hosni Mubarak. No Brasil, em proporção ainda reduzida, o poder de mobilização das redes sociais também já aparece.

Por fora dos partidos e das organizações tradicionais da juventude, organizaram-se protestos como as marchas da Maconha e da Liberdade, assim como o Churrascão da Gente Diferenciada, contra moradores de Higienópolis, na capital paulista, que fizeram oposição à construção de uma estação de metrô.

Para o professor de filosofia da USP Vladimir Safatle, são eventos que apontam para um momento de transição.

"A forma partidária chegou a um esgotamento e as demandas vão se expressar de uma nova forma. Há, no entanto, uma questão em aberto, que diz respeito a como a sociedade vai se organizar a partir daí", diz.

Marco Magri, um dos coordenadores da Marcha da Maconha e ativista de outros movimentos organizados pela rede, reconhece a "falência" do que chama de "política institucional". "O descontentamento com esse modelo se reflete no tamanho das mobilizações que anônimos conseguem promover."

"Essa política tradicional está fadada a perder espaço. E a nós caberá o desafio de levar aqueles que se mobilizam na internet às ruas, que é o que provoca algum resultado", avalia.

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