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Ainda Estou Aqui: General acusado de matar Rubens Paiva ganha R$ 35 mil por mês do Exército Brasileiro

3 de Março de 2025, 11:00 , por Luíz Müller Blog - | No one following this article yet.
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O Filme Ainda Estou aqui ganhou um Oscar muito comemorado. Que o resgate da memória trazida pelo Filme, também sirva pra mostrar que a impunidade dos assassinos de Rubens Paiva é alento para outros criminosos intentarem contra a Democracia, a vida e a cidadania.

Não da pra anistiar criminosos e golpistas. Esta é a lição que a memória resgatada de da Família de Rubens Paiva deveria trazer a nação. Que os militares criminosos do passado e do presente sejam condenados .

Em 2014, o MPF denunciou 5 militares pelo homicídio de Rubens Paiva, deputado torturado na ditadura militar. No entanto, o processo não avançou.

Em 2014, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou cinco militares por homicídio e ocultação do cadáver de Rubens Paiva, político cassado pela ditadura militar, que foi morto em janeiro de 1971 . No entanto, desde então, o processo não avançou e nem houve avanço . Um dos acusados ​​é o general José Antônio Nogueira Belham.

De acordo com o Portal da Transparência, Belham segue recebendo uma remuneração básica bruta de R$ 35.991,46 enquanto mora em Brasília, no Distrito Federal. O homem também aparece com uma patente de marechal, considerada uma honraria apresentada apenas aos oficiais do Exército Brasileiro que tiveram atuação excepcional durante períodos de guerras.

Na época do crime, o militar era o comandante do Destacamento de Operações e Informações (DOI) do 1º Exército, na zona norte do Rio, onde Rubens Paiva foi assassinado. Ele foi levado para unidades militares após ser preso, em casa, no Leblon, zona sul do Rio, por seis agentes do Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (Cisa).

Em 2013 O MPF indicou que os militares envolvidos, incluindo Belham, todos previamente ajustados e agrupados com unidade de design, mataram o ex-deputado.

Assassinato

Após a denúncia ter sido aceita, a defesa dos militares moveu uma permissão no Supremo Tribunal Federal ( STF ). Em setembro de 2014, o ministro Teori Zavascki concedeu liminar ao pedido e suspendeu o curso da ação penal.

Os acusados ​​são José Antônio Nogueira Belham; Jacy Ochsendorf e Souza; Raimundo Ronaldo Campos; Jurandyr Ochsendorf e Souza; e Rubens Paim Sampaio. Pelo menos os três últimos já faleceram. O major Jacy Ochsendorf e Souza ganha um salário bruto de R$ 23.457,15.

Com a morte de Zavascki, a ação passou a ser analisada por Alexandre de Moraes. O processo não era movimentado desde o final de 2018, mas o ministro do STF pediu um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o julgamento de cinco militares em outubro deste ano.

Rubens Paiva

Imagem colorida de homem sorrindo e usando chapéu - Metrópoles

O ex-deputado e engenheiro Rubens Paiva tem sua história contada no filme Ainda Estou Aqui, longa-metragem de Walter Salles inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, filho do político. Ele nunca mais foi visto após ser preso para prestar depoimento em 1971, período da ditadura militar.

Rubens Beyrodt Paiva, nascido em 26 de dezembro de 1929 em Santos, São Paulo, casou-se com Maria Lucrécia Eunice Facciola e teve cinco filhos com ela: Vera Sílvia Facciolla Paiva, Maria Eliana Facciolla Paiva, Ana Lúcia Facciolla Paiva, Maria Beatriz Facciolla Paiva e Marcelo Rubens Paiva.

A carreira política de Paiva teve início em 1962, quando foi eleito deputado federal por São Paulo pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Durante a ditadura, Paiva se tornou um símbolo de resistência contra o regime antidemocrático e chegou ao confronto público com o então governador paulista, Ademar de Barros, que apoiou o golpe.

Paiva também integrou a CPI destinada a investigar as atividades do IPES-IBAD, instituições acusadas de financiar palestras e artigos que alertavam para a chamada “ameaça vermelha” no Brasil. Essa atuação sob o custóu do mandato, que foi cassado em abril de 1964.

Rubens Paiva foi exilado na Iugoslávia, na França e em Buenos Aires após ter o mandato cassado. Ele retornou ao Brasil e sua família deixou São Paulo para morar no Rio de Janeiro. O patriarca da família Paiva não voltou a trabalhar com a política, mas manteve contato com exilados enquanto seguia a carreira como engenheiro.

Prisão e morte

Em 1969, Rubens Paiva passou ao Chile para prestar auxílio a Helena Bocayuva Cunha, que foi exilada após se envolver no sequestro do embaixador Charles Burke Elbrick. Algum tempo depois, pessoas que portaram cartas de Helena para o ex-deputado foram detidas, e Paiva acabou sendo vinculado a Carlos Alberto Muniz, que, por sua vez, tinha ligações com Carlos Lamarca, o homem mais procurado do país na época.

Em 20 de janeiro de 1971, seis homens invadiram a casa de Rubens no Rio de Janeiro fortemente armados e levaram o político para prestar depoimento. Eunice, esposa de Paiva, e Eliana, filha do casal, foram presas no dia seguinte.

Rubens foi torturado e morto no Destacamento de Operações Internas (DOI), no quartel da Polícia do Exército. Segundo Amílcar Lobo, médico do DOI, Paiva morreu devido aos ferimentos sofridos nas sessões de tortura. Na época, os órgãos oficiais alegaram que Paiva havia sido fugido durante a transferência de prisão e nunca mais fora encontrado.

Eunice Paiva, liberada depois de 12 dias presa no DOI, passou a brigar para que o desaparecimento do marido fosse investigado. Somente em 2014 foi revelado que a fuga de Rubens havia sido inventada pelo ex-major Raimundo Ronaldo Campos e outros dois companheiros.

Em 1996, depois da sanção da Lei dos Desaparecidos pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, foi emitido o atestado de óbito do ex-deputado, ficando assim oficialmente reconhecido a sua morte. O corpo nunca foi encontrado.


Fonte: https://luizmuller.com/2025/03/03/ainda-estou-aqui-general-acusado-de-matar-rubens-paiva-ganha-r-35-mil-por-mes-do-exercito-brasileiro/

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