
Alexandre Garcia é acusado de envolvimento em esquema de propina que teria desviado mais de 400 mil reais da autarquia
A CPI do Desmonte do DMAE ouvirá, na próxima segunda-feira (8), às 9h30, o ex-diretor-geral Alexandre Garcia, denunciado pelo Ministério Público por corrupção passiva. A oitiva, que deve ocorrer no Plenário Otávio Rocha da Câmara Municipal de Porto Alegre, é considerada um dos momentos centrais da investigação.
Garcia é apontado como beneficiário de um esquema de propina que teria desviado mais de R$ 400 mil em pagamentos envolvendo a empresa MG Terceirizações. Segundo o ex-diretor da companhia Luiz Augusto França, já ouvido pela CPI, Garcia exigia pagamentos ilegais para liberar valores de contratos, com apoio de aliados políticos e dirigentes do órgão.
A comissão também apura a omissão da Prefeitura, que teria recebido alertas sobre as irregularidades em 2021 por meio da Secretaria Municipal de Transparência. Mesmo assim, Garcia foi mantido no cargo por mais de um ano. O então secretário Gustavo Ferenci foi citado nesse contexto e chegou a ser cogitado pelos vereadores de oposição para depor, mas sua convocação foi rejeitada pela base do governo na última sessão.
Para a presidente da comissão, vereadora Natasha Ferreira (PT), a oitiva será decisiva para avançar nas apurações.
“Alexandre Garcia é peça-chave no escândalo de corrupção do DMAE. Ele deve explicações a Porto Alegre sobre o que aconteceu em sua gestão e por quê denúncias tão graves foram ignoradas. Essa é uma oportunidade para que a CPI mostre à população quem lucrava com o desmonte do saneamento na nossa cidade” , afirmou.
Além da corrupção, a CPI também investiga o desmonte administrativo do DMAE e falhas na gestão do sistema de proteção contra cheias, apontadas como determinantes para o agravamento das enchentes de 2024. Na mesma sessão, será ouvido o ex-reitor da UFRGS Carlos Bulhões, convocado pela base governista.