
Em um mundo marcado por desafios globais, como as inseguranças geradas pela política externa norte-americana e a urgência da descarbonização da economia, as cidades brasileiras emergem como atores chave na construção de agendas multilaterais. A governança climática, especialmente com a preparação para a COP 30, destaca a necessidade de acelerar ações contra a crise climática.
Um exemplo concreto de retrocesso foi a saída de Donald Trump do Acordo de Paris, que ampliou os impactos de eventos climáticos extremos nas comunidades urbanas. Nesse contexto, é essencial que prefeitos e prefeitas do Brasil colaborem para atrair investimentos na reversão da crise climática e na criação de novos mercados para o país.
São Lourenço do Sul, município gaúcho conhecido por suas paisagens diversificadas, tem se posicionado de forma proativa nesse cenário. A cidade integra o Pacto Global de Prefeitos pelo Clima, faz parte da rede mundial de cidades pelo desenvolvimento sustentável do ICLEI e estabeleceu um memorando de entendimentos com a ONU Habitat.
Esses esforços não são recentes: em 2008, durante a gestão do atual deputado estadual Zé Nunes, foi firmado um acordo de cidades-irmãs com Sponheim, na Alemanha.
Agora, o foco se volta para o Oriente, com tratativas avançadas para uma cooperação com o Distrito de Longhai, na China.A organização dos BRICS tem sido fundamental para abrir rotas alternativas de negócios ao Brasil e aos demais membros do bloco.
Nesse espírito, na sexta-feira, 15 de agosto, ocorreu um encontro produtivo em Brasília, na Embaixada da República Popular da China. O prefeito de São Lourenço do Sul reuniu-se com o Ministro Xing Wenju para discutir a cooperação entre os dois municípios. Os temas incluíram a importância dos BRICS, o multilateralismo climático e medidas de intercâmbio e integração.
Durante a reunião, a Embaixada da China manifestou total apoio ao intercâmbio cultural e à troca de experiências. Foram destacadas semelhanças entre São Lourenço do Sul e Longhai, como a relação costeira, a produção de agricultura familiar e agronegócio, além de oportunidades em setores como educação, saúde e negócios internacionais.
Essa parceria representa um passo concreto para fortalecer laços econômicos e culturais, alinhados à defesa da soberania brasileira.Os estados subnacionais, como municípios, devem atuar em sintonia com o governo federal para promover investimentos internacionais no multilateralismo climático.
A ampliação de recursos em prevenção, adaptação e mitigação é crucial para que países em desenvolvimento atinjam as metas do Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
São Lourenço do Sul exemplifica essa abordagem proativa, consolidando um ciclo de paz, esperança e oportunidades em sua “terra de todas as paisagens”.
Essa iniciativa não apenas diversifica as relações internacionais do Brasil, mas também reforça o papel das cidades na luta global contra as mudanças climáticas, promovendo um futuro mais sustentável e integrado.