“— Três dos mortos eram estupradores, os demais eram rivais internos que, segundo informações iniciais, haviam traído os demais. Como falamos popularmente, seria um acerto interno, o que não retira em momento algum a gravidade do fato — disse Moraes.” (Zero Hora, 06/01/2017)
O fascismo vai se adonando das estruturas do Estado Brasileiro. O Ministro da Justiça disse nesta frase que há uma explicação para o assassinato destes presos, que será também a explicação para o assassinato de outros. O Estado não tem responsabilidade nas mortes. Se não há guarda que os contenha quando estão presos e nem justiça para julgar os que são provisórios, que eles, os presos, resolvam as encrencas deles lá dentro. E sua fala ainda dialoga com a opinião do senso comum, desvirtuada por uma mídia que mente e condena por antecedência nos seus noticiários sanguinários e promotores do medo, do ódio e insufladores da “justiça pelas próprias mãos” ao só mostrarem a parte ruim da segurança pública, que agora será definitivamente esfacelada. A mídia que só mostra as coisas ruins da política, também o faz com relação a saúde, educação e segurança. E culpa a corrupção por tudo que há de ruim. Corrupção que não é dela, que vive de polpudos recursos públicos e privados de empresas falcatruas, que vendem gato por lebre.A corrupção para a mídia e para o senso comum que ela deturpa, é sempre do outro. O que esta acontecendo com a Segurança Pública no Brasil é deliberado. Já instalaram o caos na política e no mundo do trabalho, ao destruírem boa parte da Construção pesada, construção naval e industria petrolífera brasileira. O Supremo Tribunal Federal a soldo sabe-se la de quem, autoriza o golpe que permite que as gangs de corruptos assumam o poder e vendam de forma desavergonhada todo o patrimônio nacional. O desemprego campeia solto e o governo vai desmontando os programas sociais. A educação e a saúde públicas definham rapidamente. A anarquia se instala. Só falta um “fuhrer” condutor para conduzir as massas ensandecidas pela grande mídia a perseguirem supostos corruptos e bandidos e matá-los sistematicamente, por que ainda não de forma organizada, os justiçamentos já ocorrem em todos os cantos do Brasil. Vide por exemplo o caso de ontem de três guardas da Igreja Assembléia de Deus espancando um Morador de Rua por ser…Morador de Rua. A burguesia nacional não tem projeto capaz de resolver o problema que ela criou ao dar o golpe. Ou a Esquerda propõe a constituição de uma Frente Ampla Anti Fascista, que reúna todos os defensores da nação, desde movimentos sociais, trabalhadores e até mesmo empresários nacionalistas e desenvolvimentistas, ou a barbárie destruirá o que ainda temos de nação.
Vai a matéria da Zero Hora na íntegra
Na madrugada desta sexta-feira, 33 presos foram encontrados mortos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, a maior do Estado de Roraima
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse nesta sexta-feira que a rebelião em um presídio de Roraima, que deixou 33 mortos, foi um “acerto interno”. Segundo Moraes, as informações repassadas pelo governo do Estado dão conta de que o massacre não se trata de uma guerra entre facções rivais.
— Três dos mortos eram estupradores, os demais eram rivais internos que, segundo informações iniciais, haviam traído os demais. Como falamos popularmente, seria um acerto interno, o que não retira em momento algum a gravidade do fato — disse Moraes.
O massacre na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, a maior do Estado de Roraima, é o segundo da semana em presídios. Entre domingo e segunda-feira, duas rebeliões no Amazonas deixaram 60 mortos.
— A situação não saiu do controle, mas é outra situação difícil — afirmou o ministro Moraes.
Durante a semana, Moraes havia afirmado que o governo fazia um monitoramento das penitenciárias para tentar evitar novas rebeliões. A Penitenciária Monte Cristo já era motivo de preocupação. Em outubro do ano passado, uma briga entre facções rivais dentro da cadeia terminou com dez presos mortos no local.
Segundo o ministro, após as rebeliões de outubro, houve separação de presos por facções. Por isso, todos os mortos em Roraima pertenceriam ao PCC. As declarações do ministro vão de encontro à avaliação do secretário de Justiça e Cidadania de Roraima, Uziel de Castro Júnior, que disse em entrevista a uma rádio local acreditar que os crimes haviam sim sido cometidos por membros do PCC como vingança pelas 56 mortes ocorridas em Manaus, já que a Família do Norte é ligada ao Comando Vermelho.
Apesar dos dois massacres que ocorreram em menos de uma semana, Moraes, negou que o país esteja vivendo uma onda de rebeliões no sistema prisional. Segundo ele, as trocas de informações com os secretários estaduais de segurança descartam esse risco.
O ministro afirmou que o que está acontecendo no país é o que se chama, no sistema prisional, de “morte oportunista”, quando, a partir de uma rebelião, os presos começam a querer agir contra os seus desafetos.
Responsabilidade
Em meio à sequência de massacres, o ministro da Justiça tentou minimizar a responsabilidade do governo federal sobre os episódios e disse que a gestão do sistema prisional cabe aos Estados.
Segundo ele, o controle dos presídios estaduais não cabe ao governo federal e seria “impossível constitucionalmente, legalmente e financeiramente” a União substituir Estados nessa atividade.
— O governo federal não tem pessoas dentro do sistema penitenciário estadual. O sistema prisional é autonomia do próprio Estado — afirmou.
As declarações do ministro foram dadas durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto, após a apresentação do Plano Nacional de Segurança elaborado pelo governo.
*com informações do Estadão Conteúdo
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