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Luiz Muller Blog

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Na Porto Alegre dos tucanos, constroem um muro para que crianças pobres não cheguem a escola

13 de Agosto de 2018, 10:17 , por Luíz Müller Blog - | No one following this article yet.
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Pobres em guetos, escondidos por muros, que inclusive impedem as crianças chegarem a escola. É em Porto Alegre da gestão tucana de Marchezan. E olha que a a mtéria que publicarei a seguir é da Zero Hora, que não é nenhum blog de esquerda. Esta é a mesma cidade onde escolas estaduais e municipais foram fechadas no 1º semestre, por que segundo o governo “é preciso reduzir gastos”. Pobres escondidos atrás de muros e seus filhos impedidos de chegar a escola é só uma parte da triste história que assola o povo pobre de Porto Alegre e do Brasil inteiro desde o golpe contra democracia. E aí os argumentos chegam ao absurdo de dizer que impedir as crianças de passarem pelo muro, ´para “a segurança das crianças”. Entendi. A gente dificulta a vida das pessoas e põe dificuldades para que crianças cheguem a escola, para “segurança” delas.

Leia a matéria da Zero Hora:

Mães dizem ter sido algemadas após furar muro de obras no Salgado Filho para crianças irem à escola

Sem a passagem que dava acesso ao local, crianças não vão à aula desde terça-feira

 

Mateus Bruxel / Agencia RBSLideranças comunitárias dizem que 15 crianças estão sem acesso à escola desde terça-feira, quando o buraco foi fechadoMateus Bruxel / Agencia RBS

Desde terça-feira (7), 15 crianças moradoras da Vila Dique não vão à aula. Isso porque o acesso à Escola Municipal de Educação Infantil Vila Floresta, que fica a apenas dois quilômetros da comunidade, está bloqueado pelo muro erguido para a realização das obras da ampliação do Aeroporto Salgado Filho. Um buraco feito pelos moradores há mais de um ano para que as crianças passassem foi fechado no começo da semana, e a tentativa de abrir um novo teria terminado com cinco mães algemadas pela Brigada Militar na noite de segunda-feira (6).

— Agora, olhando assim, parece o muro da Faixa de Gaza — observa a líder comunitária Scheila Motta ao mirar as duas passagens interrompidas.

Avó de cinco crianças que frequentam a escola, a mais próxima da vila com maternal, Scheila conta que o primeiro buraco, aberto há mais de um ano, foi a única solução encontrada pelas mães para garantir que os filhos, com idades entre zero e cinco anos, pudessem ir à escola diariamente. Sem a passagem, o jeito é levar os alunos de ônibus, o que acarreta um gasto diário de mais de R$ 17 —  valor alto para as condições financeiras de boa parte dos moradores da comunidade —, além de aumentar o trajeto de cerca de 15 minutos, que, de coletivo, leva quase uma hora.

A passagem improvisada parecia ter resolvido o problema até a tarde de segunda-feira, quando um grupo de mães deu de cara com o buraco murado quando pretendiam buscar as crianças. Não tiveram dúvidas: com a ajuda de alguns homens da comunidade munidos de marretas, cinco mulheres voltaram ao local à noite para abrir uma nova passagem. Foi quando, de acordo com os moradores, seis viaturas da Brigada Militar teriam estacionado no local.

Arquivo Pessoal / Arquivo PessoalMoradores utilizaram marretas para abrir buracoArquivo Pessoal / Arquivo Pessoal

Enquanto os homens conseguiram fugir, as mulheres teriam sido detidas, algemadas e obrigadas a dar explicações aos policiais, que as teriam liberaram cerca de um hora mais tarde. Procurada pela reportagem, a BM disse não ter registro de ocorrência no local na noite de segunda-feira. Na manhã de terça-feira, lideranças comunitárias tentaram interceder junto à Fraport, que administra o aeroporto, e teriam sido orientadas a procurar a administração da companhia no Aeroporto Salgado Filho.

— A gente foi até lá, procurou por eles e não encontrou ninguém. Fechar (o buraco), é como fechar uma escola. Desde o começo da semana, as crianças não estão indo na aula — diz Vera Lúcia Fernandes, avó de um menino de três anos que frequenta a escola.

Na tarde de terça-feira, o novo buraco já havia sido murado. Para evitar novas transposições, foram colocados rolos de arame farpado sobre a estrutura.

A comunidade acionou a Defensoria Pública, que buscou a Procuradoria-Geral do Município (PGM), e, nos próximos dias, pretende denunciar ao Ministério Público a dificuldade de acesso das crianças à escola. Por meio de sua assessoria de imprensa, a PGM disse que “entende que não é possível manter a circulação de pessoas da comunidade em área de obra, sob pena de risco da própria segurança dessas pessoas”.


Fonte: https://luizmuller.com/2018/08/13/na-porto-alegre-dos-tucanos-constroem-um-muro-para-que-criancas-pobres-nao-cheguem-a-escola/

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