A rede Globo, através do Fantástico deste domingo continuou sua senda fascista ao publicar uma reportagem que tem por único objetivo criminalizar o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. O que é usual nos Movimentos, de sustentar de forma cooperativa e coletiva as ações, como no caso da contribuição financeira para o pagamento da Energia Elétrica e a divisão de tarefas, como a manutenção da segurança dos assentamentos e acampamentos, para a Globo e a polícia seriam “crimes”. Aliás, a manipulada e politizada polícia de Beto Richa, que não teve pruridos em espancar professores em praça pública agride constantemente os movimentos sociais é o pivô deste ataque, ladeado pela Polícia de Alckmin, que invadiu a Escola Florestan Fernandes, atirando e agredindo violentamente alunos, professores e até vizinhos da Escola. Neste Blog tenho alertado sobre a instalação do fascismo no Brasil. Esta é só mais uma prova. O fascismo entrou pela porta aberta pela grande mídia, que 24 horas por dia tem atacado os movimentos sociais e o PT como se criminosas fossem as instituições e movimentos. O que já ocorria antes do Golpe Parlamentar, só se ampliou depois do golpe. O fascismo já não esta mais nas entrelinhas. Ele esta nas cabeças e mentes de parcela da população, que não quer saber de discussão e se presta a repetir as mentiras que a grande mídia lhe conta mil vezes, parecendo-lhe verdades. Esta história a gente já viu na Alemanha, quando o “culto” povo alemão também foi enganado pela grande mídia e seguia cegamente o Führer (Condutor). Aqui a Globo e a grande mídia ainda não conseguiram construir um “condutor”. Mas continuam tentando. E enquanto não conseguem, vão disseminando a sensação de insegurança e de medo, que gera o isolamento, o ódio e a violência. Já esta mais do que na hora das forças de esquerda e as forças e personalidades democráticas do país constituírem Frentes em Defesa da Democracia e Contra o fascismo.
A Direção do MST e o conjunto do Movimento foram previamente avisados de que haveria esta matéria do Fantástico. A matéria mostrou aos brasileiros o que não foi revelado aos acusados, as acusações. A Globo e a Polícia Política de Richa e Alckmin agem acima e por fora da lei. Isto fica claro na nota que o MST fez publicar ainda durante o dia de ontem.
Leia a nota abaixo.
Nota MST
Em relação às ações da Polícia Civil do estado do Paraná no âmbito da denominada “Operação Castra” em Quedas do Iguaçu no dia 04/11/2016, os advogados do caso esclarecem:*
1 – O MST é um movimento social popular legítimo, conforme afirmado pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento realizado no dia 18/10/2016. Todos os cidadãos brasileiros têm o direito de organização e de reunião, inclusive para lutar pela Reforma Agrária, bem como para que as propriedades rurais e urbanas do país cumpram sua função social. É ilegal e abusivo utilizar da Lei n. 12.850/13 (Lei de organizações criminosas) pelo simples fato de pessoas serem militantes do MST.
2 – Embora os autos dos Inquéritos ainda não estejam disponíveis para a equipe de advogados, da análise dos documentos a que foi possível acesso, constata-se que as armas apreendidas no âmbito da Operação Castra pertencem à EVALDO DE AZEVEDO, que foi preso dias antes, noutra operação, e não guarda nenhuma relação com o Movimento Sem Terra ou com o Acampamento Dom Tomás Balduíno.
3 – A tentativa de criminalização do MST na região de Quedas do Iguaçu ocorre há anos devido ao grande número de conflitos decorrentes da grilagem de terras na região. Desde maio de 2014 aproximadamente 3 (três) mil famílias ocupam áreas da União griladas ilegalmente pela empresa ARAUPEL. A Justiça Federal declarou que as terras pertencem à União e que devem ser destinadas às famílias que aguardam pela Reforma Agrária.
4 – O judiciário de Quedas do Iguaçu e a Polícia Civil do Paraná têm agido de forma parcial para criminalizar a luta social na região. Em abril deste ano dois trabalhadores rurais foram assassinados Polícia Militar quando estavam dentro do acampamento do MST, e até o presente momento ninguém foi denunciado por tais crimes.
5 – As ilegalidades cometidas no curso da Operação Castra são graves e flagrantes. São7 injustificáveis os abusos policiais praticados na Escola Nacional Florestan Fernandes – ENFF, em São Paulo, na qual, Policiais Civis do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos – GARRA, não identificados, sem mandado judicial, invadiram a sede da escola disparando armas de fogo com armamento letal e proferindo ameaças de todas as ordens, inclusive de morte aos estudantes, professores e trabalhadores presentes. Na ocasião a cantora Guê Oliveira e o bibliotecário Ronaldo Valença, de 64 anos, que possui Mal de Parkinson, foram presos e agredidos pela Polícia sem qualquer motivo.
6 – As ações e recursos cabíveis já estão sendo elaborados para revogação das prisões arbitrárias e denúncia das ilegalidades cometidas.
Giane Alvares, Juvelino Strozake, Luciana Pivato , Diego Vedovatto e Paulo Freire.
São Paulo (SP), 06 de novembro de 2016.”.