Água Potável é vida e por ser indispensável a vida humana, é Direito de todos. Ou não? Pois aos Yanomami foi roubada a água limpa dos rios, contaminada pelo mercúrio do ilegal garimpo que busca o ouro que no fim enriquece mais ainda aos bilionários e ofusca a mente da classe média com seu brilho. A tragédia se mostra nos corpos esquálidos de indígenas que tiveram suas terras invadidas, suas águas contaminadas e a água potável negada, como já não é mais possível esconder e a mídia estampa em jornais.
A Privatização de empresas Públicas de tratamento e distribuição de água, desenha tempos sombrios, onde a água passa a ser mercadoria, e como tal, vendida a quem tem condições de comprá-la.
Aqui falo da CORSAN que ainda não teve seu processo de venda concluído, como infelizmente outras Estatais de água já foram entregues e o que sai de suas torneiras hoje, já não é mais a água como direito, mas como mercadoria, ainda pública na origem, mas vendida como mercadoria na sua distribuição.
Ainda pública, por que vem dos nossos rios e fontes que são mananciais naturais e como tal deveriam pertencer a humanidade e no nosso caso, aos gaúchos e brasileiros.
Olhando assim, parece não ter a ver uma coisa com a outra. Mas é só emendar os pontos: A distribuição de água na mão das empreiteiras e os reservatórios de água na mão de outras, muitas vezes de propriedade dos mesmos donos bilionários, logo estará disponível apenas a quem tiver o dinheiro para pagar por ela.
Que o digam os Yanomami, aos quais lhes foi negada a água de forma explicita. Que o digam também os milhares de Pequenos agricultores gaúchos atingidos sistematicamente por secas e que tem dificuldade de acessar o apoio público para ter convenientes cisternas ou reservatórios de água, enquanto os grandes sojicultores e arrozeiros durante anos se aproveitaram dos mananciais de água para construir seus próprios e privados reservatórios de água que nunca deveria ter deixado de ser pública, já que da natureza.
Infelizmente boa parte do povo, mesmo dependente dos serviços públicos como a água, acha que não há problema em transformar á agua em mercadoria nas mãos de capitalistas.
Vendem a ideia ao povo, de que o problema é a gestão e não o direito.
Mas que problema pode haver na gestão pública de uma empresa como a CORSAN, que coloca água e saneamento para milhões de habitantes de quase 300 cidades do Rio Grande do Sul, e mesmo assim tem significativos lucros?
Assim como na CORSAN, no DMAE de Porto Alegre e outras empresas do gênero, os gestores abençoados pela grande mídia, g escondem então estes resultados e salientam problemas localizados como se fossem gerais e criam narrativas de que o único interesse pela manutenção pública destas empresas seria dos funcionários destas e não mostram a gravidade que representa a entrega delas para o futuro de parcela do povo.
A Água é da Natureza. Poluí-la como fazem na Terra Indigena Yanomami, num ensandecido buscar de mais dinheiro para quem muito já tem, ou se apropriar dela, e ainda por cima a preço vil, como estão fazendo com a CORSAN e os Reservatórios das Hidrelétricas da CEEE é da natureza autodestruidora do insano capitalismo que tanto ilude corações e mentes com a ideia de que todos podem e devem “chegar lá”.
A maioria não chegará se continuarmos transformando direitos naturais de todos em mercadorias de propriedade de poucos.
Os que mandam Bolsonaro, Damares e sua corriola matar Yanomamis, são os mesmos que mandam Eduardo Leite lhes vender a troco de banana, os mesmos bens naturais.
Ou alguém acha que garimpeiro vira banqueiro pra ser o dono final do ouro ou um gerente privado de uma empresa privada vira banqueiro por que feito capitão do mato, cerceará o acesso a água potável a quem não puder pagá-la nas cidades gaúchas e inclusive na capital Porto Alegre?
Pois é . É só ligar os pontos. A matança dos Yanomami e a falta de acesso a água a quem não tiver dinheiro para pagá-la, leva ao mesmo lugar e as mesmas poucas gentes que tem a pretensão de dominar o mundo. E isentos de Impostos ainda por cima.
Só não vê quem não quer, ou melhor, só não vê quem aceita as viseiras que o neoliberalismo capitalista distribui grátis, aos milhões, diariamente através da mídia tradicional e das redes sociais.
Qual é a marca preferida pra tua viseira?
O que me animou a escrever este artigo foi esta contundente entrevista que fiz ontem com o Presidente do SINDIÁGUA para a RS para a Rede Soberania, que pode ser revista clicando no link https://fb.watch/iij7zMao9m/ .São 10 minutos de uma didática fala de quem precisa de argumentos pra convencer desavisados e iludidos. Clique e assista:
