2025 está sendo um dos anos mais difíceis da história. Ou, pelo menos, do século XXI. Dois acontecimentos positivos, no entanto, vão agitar os próximos, e últimos, meses de 2025. E podem ser definidores políticos do futuro do Brasil e até do mundo. Felizmente. Assim, por enquanto, como quer a direita conservadora e ultraneoliberal, não será a eleição presidencial de 2026 a dominar o cenário político e os debates no segundo semestre deste ano.

  Um Plebiscito Popular está sendo organizado por movimentos sociais e populares, Pastorais, partidos do campo democrático-popular, ONGs, Escolas e Universidades, com início no dia 7 de Julho, com meta de ouvir pelo menos 15 milhões de brasileiros até o dia 7 de setembro, dia do já conhecido e tradicional Grito das Excluídas e dos Excluídos.

O Plebiscito Popular em 7 de setembro de 2025 tem três temas, questões, perguntas e reflexões fundamentais para o momento histórico brasileiro, para os quais os participantes do Plebiscito Popular vão se posicionar, e dizer sim ou não: 1. A taxação dos super-ricos. 2. A redução da jornada de trabalho. 3. O fim da escala 6×1.

Em 2002, foi realizado o Plebiscito Popular sobre, ou contra, a ALCA, Associação de Livre Comércio das Américas. Aconteceu antes, portanto, da primeira eleição de Lula, tendo a participação mais que expressiva de 10.149.542 votantes, mais de 10 milhões de votantes, em 3.894 municípios de todo Brasil. Destes, 98% foram contra a adesão à ALCA. 

Em 2025, em tempos de guerras e ameaças à paz, em tempos de violência social, de ameaças à soberania e à democracia, os direitos de trabalhadoras e trabalhadores e a urgência de reformas estruturais estarão no centro do Plebiscito Popular, que está em organização em todo Brasil, já com expressiva participação popular no final de junho, final do primeiro semestre de 2025.

O desafio: fazer o debate e levar a muito maior participação que no Plebiscito de 2002. Espera-se a participação de pelo menos 15 milhões de brasileiras e brasileiros, num grande mutirão popular. Os milhões de votantes e participantes irão dizer se é necessária a taxação dos super-ricos, num país de grande desigualdade social e econômica, se é hora de reduzir a jornada de trabalho e de acabar com a escala 6×1. Assim, com respostas positivas às perguntas e questões do Plebiscito, e, como se espera, ampla e grande participação popular, o governo federal e o Congresso Nacional poderão, ou deverão, com amplo apoio político e social, implantar reformas estruturais, que vão contribuir na construção de um país mais justo, uma Nação com igualdade social e econômica e consolidação da democracia.   

Na sequência do Plebiscito Popular, acontecerá a COP 30 em novembro, a Conferência das Partes, Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. É um Encontro mundial pelo meio ambiente sobre as mudanças climáticas e a sustentabilidade global. E vai acontecer em Belém, no Pará, portanto na Amazônia, hoje o espaço-símbolo mundial dos cuidados com a natureza e o meio ambiente. O Brasil, seu governo, os movimentos sociais e populares têm central neste debate agora e no futuro do Planeta.

O cuidado com a Casa Comum nunca foi tão urgente e necessário, com os grandes desastres ambientais que se espalham, não só pelo Brasil, mas pelo mundo. Ninguém pode garantir hoje como estará o planeta daqui a 20 ou 30 anos, como viverão nas próximas décadas as crianças, jovens e adolescentes: se haverá água, se haverá condições de sustentabilidade ambiental global, se haverá vida, inclusive.

Os eventos de preparação da COP 30 estão em andamento, com as Conferências de Meio Ambiente, com debates preparatórios. Em novembro, paralelo à presença das lideranças globais na COP 30, haverá Encontros, debates, amplas mobilizações para discutir o futuro da humanidade. Ou se tomam medidas imediatas, com amplo apoio de todas as forças sociais, políticas do mundo inteiro, ou não se sabe o que vai acontecer no futuro.

Todas e todos estão mais que convocadas(os) a participar do Plebiscito Popular e da COP 30. Antes de discutir 2026 e as eleições presidenciais, são dois momentos e duas tarefas das-dos quais ninguém pode estar ausente. Não há mais tempo a perder. Como continua dizendo Paulo Freire, não é esperar para ver. Mas é ESPERANÇAR, isto é, construir, coletiva e solidariamente,  e fazer acontecer a esperança e a vida.

Selvino Heck

Deputado estadual constituinte do Rio Grande do Sul (1987-1990)

Em vinte sete de junho de dois mil e vinte cinco