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Reforma da Previdência: A cigarra quer mandar na poupança da formiga

15 de Fevereiro de 2019, 9:42 , por Luíz Müller Blog - | No one following this article yet.
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a-cigarra-e-a-forma-vila-2-1Por Walfrido Jorge Warde Júnior

Os “especialistas” afirmam que o nosso modelo previdenciário faliu. Que no confronto entre aposentadoria a pagar e contribuições a receber, o rombo arrisca se tornar inadministrável. Isso justificaria a adoção, sujeita ao crivo do Parlamento, de um novo sistema previdenciário para o Brasil.

Tudo o que dele se sabe ao certo, até agora, é que contempla aumento da idade de aposentadoria para homens e mulheres e que pretende converter o atual modelo mutualístico, pelo qual os mais jovens pagam a aposentadoria dos mais velhos, para um modelo de capitalização, em que a aposentadoria é o resultado do investimento das contribuições no mercado por administradores profissionais.

Ou seja, o dinheiro do trabalhador seria investido, grosso modo, em ações, cotas de fundos de investimento e títulos de dívida: ativos de risco, maior ou menor. O resultado do investimento, que pode ser positivo ou negativo, seria usado para pagar os beneficiários quando alcançassem a idade de aposentadoria.

O Estado, nesse contexto, deixaria de ser o grande administrador do sistema previdenciário. A administração da poupança do trabalhador se submeteria, então, às regras e aos riscos de mercado.

O que ainda não é certo nessa transição tão desejada pelo governo é:

1. Qual será a idade de aposentadoria?

2. O novo modelo valerá para todos, sem distinção, ou continuará a estabelecer privilégios para alguns grupos, a exemplo daqueles sujeito a regime previdenciário próprio?

3. Quem cobrirá e como será coberto o rombo e fará o pagamento dos benefícios àqueles que não migrarem para o modelo de capitalização?

4. Quais as garantias de que sob regras de mercado no modelo de capitalização, uma grande crise econômica, ou então uma administração equivocada ou maliciosa de recursos em capitalização, acabará por frustrar o recebimento de benefícios?

A proposta de migração do modelo mutualístico para o de capitalização é uma coqueluche entre parlamentares, como demonstrou uma recente pesquisa promovida pelo banco BTG, um dos administradores naturais do novo sistema, assim como os outros poucos bancos em atuação no país.

Mas não é uma proposta tão popular assim entre os seus alvos: os futuros aposentados do Brasil. Acho que temem que por aqui a experiência, de cunho liberal, produza os mesmos ou piores resultados do que a que foi levada a cabo no Chile, e que elevou a taxa de suicídios e de mendicância entre idosos.

Sem boas explicações, e temo que elas não venham, passar a Reforma da Previdência não será um passeio no parque.

Walfrido Jorge Warde Júnior é presidente do IREE

Só pra lembrar:

Contos » A Cigarra e a Formiga

(Adaptado da obra de La Fontaine)

Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou:
– Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! O verão é para gente se divertir!
– Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso trabalhar agora para guardar comida para o inverno.
Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer.
Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada folha.

Contos, fabulas e historinhas: A Cigarra e a Formiga

A cigarra então aconselhou:
– Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar!
A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga.
Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a vidinha boa.
A rainha das formigas falou então para a cigarra:
– Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai passar fome e frio.
A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou:
– Hum!! O inverno ainda está longe, querida!
Para cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento? Pura perda de tempo.
Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia seu corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da formiga.
Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de frio.
Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e deliciosa.
Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra: – No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu dever: toque e cante para nós.
Para cigarra e paras formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas.

Comentário do Blogueiro: A Solidariedade é o principal instrumento da Classe Trabalhadora para enfrentar as agruras da Luta de Classes.Já para a burguesia, os multimilionários que não trabalham mas são os mais ricos do mundo, estes podem passar a vida cantando enquanto conseguirem continuar ludibriando os trabalhadores para que encham cada vez mais seus bancos de dinheiro. Só a Unidade dos trabalhadores e da juventude do formigueiro humano vai impedir que acabem com o seu direito a aposentadoria e a previdência.


Fonte: https://luizmuller.com/2019/02/14/reforma-da-previdencia-a-cigarra-quer-mandar-na-poupanca-da-formiga/

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